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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ADAMANTINA – UNIFAI DIREITO CESAR HENRIQUE FORATO FRÉSCO – RA 0837/22 FERNANDA CRISTINA DE MORAES LIMA – RA 0011/22 MARIA GORETTE ZOCANTE DE ALENCAR – RA 0461/22 VINÍCIUS DOS SANTOS RODRIGUES – RA 0216/22 ECONOMIA RESENHA: REAL-O PLANO POR TRÁS DA HISTÓRIA ADAMANTINA/SP 2022 Resenha Critica Produzido por Maristela Filmes, sob a direção de Rodrigo Bittencourt, tendo como base o roteiro de Mikael Faleiros de Albuquerque, o filme é uma obra que busca mostrar em detalhes a criação do plano econômico que ajudou a combater a inflação que assustava os brasileiros e nas consequências da nova moeda nos anos seguintes. Inspirado no livro 3.000 Dias no Bunker – Um Plano Cabeça e um País na Mão, de Guilherme Fiuza, o enredo destaca a importância do economista Gustavo Franco durante essa migração. A trama se inicia em 93, com Itamar Franco ocupando a Presidência depois do impeachment de Fernando Collor, tendo uma inflação de 40% ao mês, e índices recordes de desemprego. A fim de acabar com a crise, o presidente nomeia Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda, que tem como propósito montar uma equipe de economistas renomados para enfrentar seu maior desafio. Esses, por sua vez, se colocam em uma espécie de bunker, onde argumentam e criam discussões de qual seria a melhor rota para atenuar ou, até mesmo, acabar com a hiperinflação; assim o time, depois de muitas desavenças, consegue criar o plano Real. Embora o roteiro trate de um tema econômico, não é necessário ser economista para assistir ao filme, muito pelo contrário. O longa conta de maneira didática um pouco da história econômica recente do Brasil, no entanto o economês e os diálogos excessivamente didáticos acabam por deixar o filme mais lento e, por consequência, deixam a história arrastada, em especial nas cenas conduzidas pelos atores mais fracos, que parecem ter sido escolhidos prioritariamente por sua semelhança física com os personagens reais. O filme ainda peca por romantizar demais personagens: FHC, por exemplo, é aquele sujeito muito sábio, estrategista, sempre com o olhar no futuro, capaz de liderar com segurança e respeitado por todos, incluindo o rebelde Gustavo Franco. Enquanto isso, Itamar Franco é retratado como um populista, que não conhece absolutamente nada. O idealismo destes e de outros personagens da trama enfraquece um pouco credibilidade do filme por ser pouco aceitável que tais figuras fossem assim o tempo todo, um erro pesado em se tratando de um filme que deveria ser baseado em fatos ligados à política brasileira. Quanto ao discurso político, o filme tem proposta de tentar passar a visão de Gustavo Franco e se pautar por ela; esse é um olhar diferente e necessário sobre um fato histórico. Esse é um dos principais objetivos do cinema: discutir e fazer pensar. Porém, mesmo que essa seja a ótica do personagem, o discurso do filme não pode cair nessa separação entre o certo e errado. Toda discussão que quer ser levada a sério deve equilibrar os pontos de vista. Em uma época como a nossa, onde há tanta desinformação e onde existe a falta de vontade de se checar se esta é falsa ou não, e na atual situação política do país, onde não tentamos entender o ponto de vista do outro, o contexto muda totalmente o valor do que é dito e, por mais que o filme tenha sido feito para ser isento, a forma como ele se apresenta não leva a uma discussão ponderada por não se destacar desse contexto. Tendo o que foi dito previamente como base, podemos afirmar que o filme vai agradar a quem concorda com seu ponto de vista e desagradar quem discorda e, quando nos referimos à um filme histórico, devemos manter os fatos como aconteceram, sem tentar enaltecer um lado ou outro, mesmo que nossa visão nos diga o contrário.
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