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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE HUMANIDADES ARTES E CIÊNCIAS PROFESSOR MILTON SANTOS INTRODUÇÃO AO CAMPO DA SAÚDE JOÃO VICTOR CRUZ CORREIA SAÚDE, CIÊNCIA E TECNOLOGIA Salvador/BA 2018 2 JOÃO VICTOR CRUZ CORREIA SAÚDE, CIÊNCIA E TECNOLOGIA CENÁRIO ATUAL DAS PRÓTESES ORTOPÉDICAS NO BRASIL Salvador/BA 2018 Trabalho apresentado no componente curricular HACA10 – Introdução ao campo da saúde, do curso de graduação – Bacharelado Interdisciplinar em Saúde, na Universidade Federal da Bahia, como requisito de obtenção de nota. Orientadora: Profa. Maria Thereza Avila Dantas Coelho 3 “Saúde não pode ser um mercado, pois para dar certo não dará lucro” Gregório Duvivier 4 Resumo O presente trabalho tem como objetivo possibilitar a compreensão de tecnologia em saúde com abrangência no cenário das próteses ortopédicas no Brasil, no que diz respeito as necessidades, desafios e acesso de deficientes físicos a equipamentos que são de fundamental importância para a vida desses. Decretada a disponibilização pelo Sistema Único de Saúde (SUS), visando mostrar as políticas públicas no modelo assistencial de saúde. Palavras chaves: Tecnologia e saúde, próteses ortopédicas, políticas públicas. Abstract: The objective of this study is to enable the understanding of health technology with a broad scope in orthopedic prosthesis in Brazil, regarding the needs, challenges and access of physically handicapped people to equipment that is of fundamental importance for their lives. The availability of the Unified Health System (SUS) was decreed, aiming to show public policies in the healthcare model. Key Words: Technology and health, orthopedic prostheses, public policies. 5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................... Error! Bookmark not defined. 2. OBJETIVO GERAL ............................................................. Error! Bookmark not defined. 3. METODOLOGIA ................................................................................................................. 8 4. CONCEITUANDO SAÚDE ................................................................................................. 9 5. PROTESES ORTOPÉDICAS ............................................... Error! Bookmark not defined. 6. MERCADO BRASILEIRO DAS PRÓTESES.................................................................... 18 7. POLITÍCAS PÚBLICAS ...................................................... Error! Bookmark not defined. 8. DESTAQUES NA RELAÇÃO USUÁRIO VS PRÓTESES .. Error! Bookmark not defined. 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................ Error! Bookmark not defined. 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................. Error! Bookmark not defined. 6 1. INTRODUÇÃO Atualmente, em decorrência dos avanços ocorridos ao redor o mundo, diante da globalização e do capitalismo, a tecnologia tornou-se o centro dominante de toda a esfera mundial, no que diz respeito a todos os âmbitos desde a educação as indústrias. Fazendo com que o ser humano alcançasse diversas estruturas profissionais, acadêmicas, sociais, auxiliando e desenvolvendo uma capacidade toda baseada na era tecnológica. Na área da saúde tornou-se uma aliada de fundamental importância, possibilitando enormes avanços desde pesquisas sobre doenças a elaboração de instrumentos que auxiliam a vida de profissionais da saúde a equipamentos que possibilitam a reabilitação do paciente. Diante da abrangência deste assunto, tecnologia em saúde (TS) é uma forma de intervenção usada para promoção, prevenção, diagnóstico ou tratamento de doenças; ou para promover a reabilitação ou cuidados a curto, médio e em longo prazo (BRASIL, 2006). O cenário atual das próteses ortopédicas no Brasil, em decorrência das políticas públicas vigentes atualmente e sua funcionalidade para com os usuários desse serviço de atenção a saúde. Sendo determinado em 1990, o funcionamento do SUS determinado através da aprovação pelo Congresso Nacional da Lei Orgânica da Saúde, sendo estabelecidos os seus princípios: universalidade, integralidade, equidade, descentralização, regionalização e hierarquização. Dentre os avanços obtidos, destaca-se a descentralização, que propõe a transferência de atribuições em maior ou menor número dos órgãos centrais para os órgãos locais, visando que os indivíduos sejam tratados nas suas cidades de origem e evitem grandes deslocamentos ao realizarem tratamentos de saúde (BRASIL, 1990). Após essa aprovação, o SUS tornou-se o principal modo de acesso a saúde no sistema público brasileiro, o que fez com que várias políticas públicas em prol da saúde começassem a ser integradas nos decretos e leis ao cidadão, inclusive a distribuição de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção (OPM’s) aos deficientes físicos que necessitam desses equipamentos. Nosso estudo tem como objetivo traçar todo esse cenário atual tecnológico, diante das políticas públicas que possibilitam o acesso a próteses ortopédicas e os principais desafios enfrentados por usuários desse sistema público de saúde brasileiro e seus profissionais atuantes na área. 7 2. OBEJTIVOS GERAIS Analisar a evolução e contexto das próteses ortopédicas no Brasil, assim como traçar o perfil de seus usuários. 2.1 Objetivos Específicos • Identificar através de artigos acadêmicos se o cenário ortopédico das próteses abarca todas as necessidades dos pacientes que as necessitam; • Identificar as políticas públicas vigentes voltadas para próteses; • Identificar os principais desafios dos usuários de próteses na obtenção desta; • Refletir o que os estudos abordam sobre tecnologia em suas dimensões (leve; dura; leve-dura), e quais enfoques destes nos campos das próteses ortopédicas aplicada ao setor de saúde. 8 3. METODOLOGIA Para o desenvolvimento desse trabalho foi utilizada a pesquisa bibliográfica para fundamentação teórica do tema “Cenário Atual das Próteses Ortopédicas no Brasil” e para desenvolver um estudo qualitativo sobre a existência de modelos de abordagens voltados as próteses ortopédicas, seu desenvolvimento na história e seus desafios contemporâneos, avaliando criticamente os estudos obtidos. Os fundamentos teóricos foram obtidos em bases científicas, como livros, monografias, e artigos científicos. A seleção dos artigos foi orientada pelo uso de descritores "próteses ortopédicas" "desafios das políticas públicas para protéticos". Após identificação dos artigos, livros e monografias que falassem do assunto, foram selecionados aqueles que atendiam aos objetivos desta pesquisa. Nº TÍTULO DO ARTIO AUTOR(ES)/ ANO BASE DE DADOS 1 Desenvolvimento de métodos construtivos e de novos materiais empregados na confecção de cartuchos de próteses de membros inferiores FERNANDES, 2008 REPOSITORIO INSTITUCIONAL 2 Evolução das próteses do Brasil: características da propriedade industrial EPSZTEJN, et al, 2008 ScIELO, ABREPO 3 Cenário atual do uso de próteses ortopédicas – Discussão sobre próteses: nacionais versus importadas BELOTTI, 2009 ScIELO, BVS 5 Novo olhar sobre as tecnologias de saúde: uma necessidade contemporânea MERHY, et al, 1997 SCIELO 9 4. CONCEITUANDO SAÚDE Os conceitos de saúde podem parecer simples quando vistos pelo prisma do senso comum, mas não o são. As ciências, a filosofia, a antropologia, a psicologia, a literatura muitas vezes se debruçam sobre essa realidade num tentame de torná-lo objeto de suas especulações.Dessas tentativas originam-se diversas teorias, visões e controvérsias acerca do tema, conceituando diversas formas de se chegar a um denominador em comum acerca de tais conceitos. “Os conceitos de saúde e doença são analisados em sua evolução histórica e em seu relacionamento com o contexto cultural, social, político e econômico, evidenciando a evolução das ideias nessa área da experiência humana.” (SCLIAR, 2007). Ao relacionar saúde e tecnologia, tem-se a necessidade de resgate histórico para compreender os avanços científicos na área da microbiologia, no século XIX, que propiciaram o fortalecimento do modelo biomédico de assistência à saúde (Gonçalves, 1994). Esse modelo, apoiado no uso do microscópio, tem o corpo humano, agora conhecido em seus menores detalhes, como objeto central de estudo. Deste modo, as práticas médicas voltadas para o estudo do corpo, seus órgãos e sistemas, se tornam a única verdade possível, resumindo a um papel superficial e secundário outras áreas do conhecimento. A historicidade do termo saúde revela que esse conceito também é relativo ao momento que é cunhado, devido à amplitude do tema. Do paradigma biomédico à declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) há uma longa história de disputa pela conceituação e ressignificação da palavra saúde, impulsionadas, em grande parte, por uma adaptação ao momento social e histórico. Desde a carta da OMS um grande esforço foi feito para enxergar os aspectos multidimensionais da saúde, sobretudo os sociais, propiciando a ocorrência de diversas discussões a nível mundial acerca da Promoção da Saúde. Outro fator que corrobora com essa mudança de paradigma é a Constituição brasileira de 1988 que conceitua saúde como um dos direitos universais: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 10 agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” (Constituição Federal de 1988, art. 196). No entanto, mesmo com essas regulamentações, nota-se que esse objeto é muito complexo para ser delimitado dessa forma, e, apesar de que a existência de conceitos auxilia na aplicação e manutenção do objeto, estudar apenas o corpo, objetivamente, não é o suficiente para uma ciência acurada, sendo que o ser humano é subjetivo, dotado de sentimentos e emoções, e também envolvido em diferentes determinantes sociais. (MAUSS, 1935). 4.1 Ciências e Tecnologia em Saúde De acordo com a Organização Mundial da Saúde, tecnologias em saúde são a “aplicação de conhecimentos e habilidades organizados na forma de dispositivos, medicamentos, vacinas, procedimentos e sistemas desenvolvidos para resolver um problema de saúde e melhorar a qualidade de vida”. O termo “Tecnologias em Saúde” abrange, então, um conjunto de aparatos que tem por objetivo promover a saúde, prevenir e tratar as doenças e reabilitar as pessoas. Destacamos então que a ideia de tecnologia envolve não só os equipamentos/ferramentas/instrumentos envolvidos na produção, mas também certo saber tecnológico e um modus operandi, que inclusive dão sentido ao que será ou não a “razão instrumental” do equipamento. Realçamos também que o processo de trabalho pode estar organizado de modo a limitar ao máximo a autonomia do homem em sua efetivação, tanto por haver um planejamento prévio feito por outrem guiando cada passo do produtor, quanto por haver um predomínio da lógica de manejo dos instrumentos no comando do processo. Nessas situações, o trabalho morto captura o trabalho vivo e dá a tônica do processo de trabalho (MERHY et al. 1997). Por isso mesmo, a compreensão de trabalho em saúde pode ser dividida em dois grupos: trabalho morto e trabalho vivo. Trabalho morto seria o uso de ferramentas resultantes de um trabalho anterior, que não são o propósito da produção atual, mas ainda assim auxiliam em diversos aspectos. Já o trabalho vivo é o resultante da produção atual, com a junção dos saberes do produtor e utilização de trabalho morto. “Marx apoia suas teorias na admissão de que o processo de trabalho determina a totalidade da existência humana e, pois, constitui o modelo básico da sociedade”. (MARCUSE,1964). 11 Contudo o profissional opera com um saber que lhe possibilita apreender “seu objeto”, quais sejam as manifestações patológicas (medicamente definidas) instaladas no corpo biológico. Essa apreensão não seria um processo puramente intelectual, mas se desdobraria em técnicas materiais e não materiais. Assim, os instrumentos de trabalho deveriam ser compreendidos como um momento de operação do saber no trabalho médico. É essa dimensão tecnológica do trabalho médico que lhe permitiria responder às especificidades de cada situação, reinterpretar a ciência e articular o social concreto nas possibilidades científicas. Tecnologias materiais seriam os instrumentos de trabalho e as tecnologias imateriais seriam os saberes (Gonçalves, 1994). Além disso, as ferramentas tecnológicas, como saberes e seus desdobramentos materiais e imateriais, que fazem sentido de acordo com o lugar que ocupam nesse encontro e conforme as finalidades que almejam, seriam três tipos de caixas de ferramentas: uma vinculada à propedêutica e aos procedimentos (diagnósticos e terapêuticos), outra aos saberes e outra às relações trabalhador-usuário, cada uma delas expressando processos produtivos singulares implicados em certos tipos de produtos (MERHY et al. 1997). Caixas de ferramentas duras: são aquelas que usam ferramentas em que os processos consomem trabalho morto (das máquinas) e trabalho vivo de seus operadores. “[...] é a que permite manusear o estetoscópio, o endoscópio e outros equipamentos que possibilitam perscrutar, acessar dados físicos, exames laboratoriais e imagens, necessários para alimentar o raciocínio clínico e também todos os outros equipamentos e medicamentos utilizados nas intervenções terapêuticas”. (MERHY et al, 2002). Caixa de ferramentas leve-duras: possibilita processar o olhar do médico sobre o usuário, como objeto de sua intervenção, em um processo de apreensão de seu mundo e de suas necessidades a partir de certo ponto de vista, um olhar humanizado e integralizado. “[...] em ato, em sua interação com o usuário (imprevisto, singular), há uma mediação imposta - pela incerteza e pela situação específica – ao raciocínio clínico do médico. Esse é sempre um território de tensão entre a dureza do olhar armado e do pensamento estruturado e a leveza exigida pelo usuário. É a partir deste terreno que os produtos da primeira caixa de ferramentas ganham significados como atos de saúde. E como não há um só modo de realizar o ato clínico, pode predominar a dureza (e os processos mais estruturados) ou pode predominar a leveza (e os processos mais maleáveis, mais permeáveis)” (MERHY et al, 2002) 12 Caixa de ferramentas leves: são as que abrangem a produção de relações envolvidas no encontro trabalhador-usuário mediante a escuta, o interesse, a construção de vínculos, de confiança. “ [...] é a que possibilita mais precisamente captar a singularidade, o contexto, o universo cultural, os modos específicos de viver determinadas situações por parte do usuário, enriquecendo e ampliando o raciocínio clínico do médico. Os processos produtivos nesse espaço só se realizam em ato e nas intercessões entre médico e usuário é nesse território que a ética do exercício profissional e os saberes sobre a relação médico-paciente adquirem importância, evidenciando a relevância do trabalho vivo do médico nesse momento. É também neste território – das relações, do encontro, de trabalho vivo em ato – que o usuário tem maiores possibilidades de atuar, de interagir, de imprimir sua marca, de também afetar.” (MERHY et al, 2002). Dependendo de como se combinamesses três tipos de tecnologias, configuram-se distintos modelos de atenção à saúde. Por exemplo, na medicina tecnológica há um empobrecimento da caixa de ferramentas das tecnologias leves, deslocando-se o arranjo tecnológico para uma articulação especial entre as tecnologias duras e leve-duras, a ponto de o médico reduzir-se a uma unidade de produção de procedimentos, que passa a ser o ato de saúde pretendido. (FEUERWERKER et al, 2002). O presente trabalho tenta avaliar as relações entre saúde e tecnologia dentro dessas diversas dimensões que ambos os conceitos possuem. Tanto a saúde em sua visão ampliada, que comporta não só as dimensões do patológico, mas do social, quanto à tecnologia composta por no mínimo três dimensões: Leve, dura e leve-dura. Sendo as próteses ortopédicas o viés pelo qual se traça aqui as reflexões acerca da tecnologia e saúde, recorte escolhido por ser socialmente compreendido como contexto de fortes abrangências e desafios. 5. PRÓTESES ORTOPÉDICAS Dentre as tecnologias consideradas duras, um exemplo a ser reavaliado é o das próteses ortopédicas, que se enquadram entre os dispositivos descritos como Próteses, Órteses e Meios 13 Auxiliares de Locomoção (OPM), cuja função é ajudar na reabilitação e facilitar a adaptação e melhoria da qualidade de vida de pessoas com dificuldades de locomoção. Qualquer aparelho ou dispositivo destinado a substituir um órgão ou um membro que esteja gravemente acometido é tido como prótese, aos aparelhos e dispositivos ortopédicos de uso provisório, destinados a alinhar, prevenir ou corrigir deformidades bem como melhorar a função das partes móveis do corpo é chamada de órtese, enquanto que, os meios auxiliares de locomoção são usados apenas para auxiliar em problemas com a função motora, sem substituir nenhum órgão ou membro. (FERNANDES,2008), ou seja, esses mecanismos se diferenciam pelo poder de permanência e correção que possuem. É uma notória característica humana o anseio por conhecimento e avanços tecnológicos, principalmente as que solucionem os problemas e atendam as necessidades, as quais variam a depender do período histórico vivido, das distintas civilizações. Assim, com a necessidade de corrigir deformidades e variações físicas, o ser humano passou a desenvolver estruturas destinadas melhorar a qualidade de vida dos afetados, ocasionando na ortopedia. O termo ortopedia, derivado da combinação dos termos gregos “orthos” (reto) e “paidion” (criança), foi utilizado pela primeira vez em 1741 pelo médico francês Nicolas Andry, em referência a arte de corrigir e de prevenir as deformidades do corpo (HOUAISS). Nesse período, a especialidade tratava principalmente as deformidades da coluna e dos ossos infantis, por isso a etimologia do termo tem esse significado. Conforme a evolução da ortopedia, as necessidades foram se tornando mais complexas, demonstrando que não existiu uma origem pré-determinada e sim, era imperativo a criação de novas tecnologias para suprir as demandas existentes, a exemplo do campo das próteses ortopédicas. “A primeira descrição do uso de uma prótese está nos escritos do historiador grego Heródoto (484-425 a.C.), contando que um prisioneiro preso por corrente em tornozelo amputou o pé para se libertar e, após a cicatrização das feridas, construiu uma bota de madeira e voltou a lutar contra o inimigo...” (REGIS, 2006). A mais antiga prótese, encontrada por arqueólogos ingleses, é do dedão do pé de uma pessoa que viveu entre 100 a.C. e 600 a.C. (KHRONOPEDIA, 2007), a prótese substituía o dedão e parte do pé do falecido, feita com madeira e couro, e se encontra no Museu do Cairo (ver Figura 1). Outra prótese a resistir até os tempos modernos é a de uma perna feita de cobre e madeira, datando do sexto século, contendo referências a uma “perna de pau” acolchoada. As 14 próteses de membro inferior e superior existem desde a antiguidade, possivelmente desde a pré- história (SAMPOL, 2005). Diante disso, é possível perceber que as próteses são uma tecnologia muito antiga. Partes do corpo substituídas por peças de madeira ou outro material são mencionadas em vários textos da literatura clássica, em diferentes culturas, como o exemplo do personagem Capitão Gancho da obra de James Barrie – “As aventuras de Peter Pan”, em que o Capitão possuía uma prótese em forma de gancho substituindo sua mão. 5.1 Desenvolvimento das Próteses Ortopédicas Nessa atmosfera, mesmo sem saber as origens das próteses ortopédicas, fica claro que o pioneirismo no uso dessas para a substituição de membros amputados se deu no antigo Egito, como revelam escavações arqueológicas, que provam que já há milênios antes de Cristo se fabricavam pernas e olhos artificiais. Ademais, os relatos de partes protéticas visando não somente ocupar o espaço do membro amputado, mas também restituir – ainda que parcialmente – as funções desse membro, datadas do século XV, sendo os materiais utilizados no início a madeira, o couro (cabedal), o feltro (estufa não trançado feito de pelos, de quando há relatos da manufatura de próteses de ferro feitas para soldados, pelos mesmos ferreiros que produziam suas armaduras, justamente porque a guerra e os trabalhos de arma foram os geradores do progresso em matéria de prótese. A chegada das matérias plásticas revolucionou a arte das próteses. (VILLIGER, 2015) Durante a Alta Idade Média (460 – 1000 d.C.) transcorreu um período conflituoso entre a fé cristã e mulçumana, ocasionando nas cruzadas. A maioria das próteses ortopédicas da época foram feitas para esconder deformidades ou ferimentos sofridos em batalha. Um cavaleiro seria equipado com uma prótese apenas para segurar um escudo ou uma perna para aparecer nos estribos, com pouca atenção à funcionalidade. Fora da batalha, só os ricos tiveram a sorte de estar equipado com uma perna de pau ou um gancho mão para a função diária. Os maiores avanços desta época foram o gancho de mão e a perna de pau. Era comum para comerciantes, incluindo forjadores, projetar e criar membros artificiais. Pessoas de todos os tipos de comércio muitas vezes contribuíram para a fabricação das próteses; relojoeiros foram particularmente importantes em adicionar funções internas compostas por molas e engrenagens (VILLIGER,2015) Marcado como o início de novas perspectivas de arte, filosofia, ciência e medicina, o Período Renascentista (1400 – 1800 d.C.) é tido como o momento em que se tem força a 15 curiosidade do homem acerca de como tudo funciona, inclusive o universo, a vida e o corpo humano. Ao retornar às descobertas médicas dos gregos e romanos em prótese, a Renascença provou ser um ressurgimento na história de próteses. Durante este período eles foram feitos geralmente de ferro, aço, cobre e madeira (VILLIGER, 2015) Em 1508, o mercenário alemão Gotz Von Berlichingen tinha um par de mãos de ferro tecnologicamente avançados feitos depois que ele perdeu seu braço direito na batalha de Landshut. A mão poderia ser manipulada, movidas pelo relaxamento de uma série de molas enquanto estava suspensa com tiras de couro. Por volta de 1512, um cirurgião italiano viajando na Ásia registrou observações feitas a respeito de um homem com os dois braços amputados, que foi capaz de tirar o chapéu, abrir sua bolsa, e assinar o seu nome. Outra história conhecida é a de um braço de prata que foi feito para o Admiral Barbarossa, que lutou contra os espanhóis em Bougie, Argélia, por um sultão turco (VILLIGER, 2015) Durante o século XVI, houve o período em que se deu a época das próteses de rico e de pobres: a) As próteses do rico: Dois tipos: as próteses metálicas exoesqueléticas, furados para diminuir o peso; e as próteses endoesqueléticas que eram as próteses de exposição ou de guerra. A mais conhecida era aquela de Ambroise Paré. (VILLIGER, 2015) Barbeiro/cirurgião do exercito francês,Ambroise Paré é considerado por muitos como o pai da cirurgia de amputação moderna e design protético. Ele introduziu procedimentos modernos de amputação (1529) para a comunidade médica e próteses feitas (1536) para amputados das extremidades superiores e inferiores. Ele também inventou um dispositivo acima do joelho, semelhante a uma perna ajoelhada e um pé de prótese que tinha uma posição fixa, cinto ajustável, joelho, controle de bloqueio e outros recursos de engenharia que são usados em dispositivos de hoje. Seu trabalho mostrou o primeiro verdadeiro entendimento de como deve funcionar uma prótese. Um colega de Paré, Lorrain, um serralheiro francês, ofereceu uma das mais importantes contribuições para o campo quando ele usou couro, papel e cola no lugar de ferro pesado em fazer uma prótese (VILLIGER, 2015) b) As próteses do pobre: Normalmente eram confeccionadas em madeira que eram um material mais barato. Geralmente eram executados por dois artesãos que trabalhavam para os pobres. Estas próteses eram rústicas com ausência de carácter funcional. Naquela época fabricavam prótese do tipo pilão (VILLIGER, 2015) 16 Com a Guerra Civil americana se arrastando, o número de amputações cresceu exponencialmente, forçando os americanos a desenvolver mais projetos no campo de próteses. James Gancho, um dos primeiros amputados da Guerra Civil, desenvolveu o que ele mais tarde patentearia como "Hanger Limb" a partir de barris de madeira. Pessoas como Hanger, Selpho, Palmer e AA Marcas ajudaram a transformar e avançar no campo próteses com seus aperfeiçoamentos nos mecanismos e materiais dos dispositivos da época (VILLIGER, 2015). Ao contrário da Guerra Civil, a Primeira Guerra Mundial não favoreceu muito o avanço no campo. Apesar da falta de avanços tecnológicos, o cirurgião geral do exército na época percebeu a importância da discussão sobre a tecnologia e o desenvolvimento de próteses; isto eventualmente levou à formação da American Orthotic & Prosthetic Association (AOPA). Durante a Segunda Guerra Mundial, um nome muito importante para o design surgiu: Charles Eames foi contratado pela Marinha dos EUA para desenvolver novas talas para pernas e braços, que fossem baratas, leves, resistentes e fáceis de manipular. O surgimento da ergonomia, na Segunda Guerra, foi outro fator importante para o desenvolvimento e a preocupação com os amputados e inválidos. Na época, os Estados viram que com algumas melhorias na relação homem-máquina diminuíram drasticamente a perda de homens que levavam meses para serem treinados. Após a Segunda Guerra Mundial, os veteranos estavam insatisfeitos com a falta de tecnologia em seus dispositivos e exigiram melhoria. O governo do EUA intermediou um acordo com as empresas militares para melhorar a função das próteses e não as das armas. Este acordo abriu caminho para o desenvolvimento e a produção de próteses modernas. Dispositivos atuais são muito mais leves, feitos de materiais plásticos, alumínio e compósitos para fornecer dispositivos mais funcionais. Em 1963, na cidade de Nancy, o conceito evoluiu com a PTS (Prótese Supra-Condiliana). O engate é incorporado no encaixe contendo completamente a rótula e os côndilos femorais do qual surgiu a sua denominação. Este encaixe é montado sobre um sistema tubular. Ela realiza um bom contato e permite, através de sua fixação, aparelhar os cotos curtos. A articulação do joelho é bem controlada em particular a nível da hiperextensão e da lateralidade. No mesmo ano (1963) em Munster, KUHN inspirou-se da experiência dos seus predecessores, conservando o engate supra-condiliano femoral, mas deixando livre a rótula. Esta prótese garante uma boa fixação através de uma cala supra-condiliana interna. Ela é denominada de K.B.M. (Kondylen-Bettung-Munster). O resto da concepção é semelhante à 17 PTS. Esta prótese permite uma boa flexão do joelho e permite emparelhar cotos curtos, rótulas fraturadas ou planas e os côndilos proeminentes. Em 1969, na cidade de Verdun, na França fabricou uma prótese tibial com uma peça de coxa em chapa metálica e laço, com um encaixe do coto em cobre, com um pé de madeira e um joelho articulado. Keguel fez uma variante da KBM à qual foi denominado por PTK (Prótese Tíbial de Keguel). Nesta prótese a cala do engate supra-condiliano é incorporada no encaixe macio (VILLIGER, 2015). 6. MERCADO BRASILEIRO DAS PRÓTESES 6.1 Perfil Epidemiológico A epidemiologia é o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas, foca nos problemas de saúde de grupos de pessoas. 18 (Associação Internacional de Epidemiologia, 1973). Sendo assim, o perfil epidemiológico será um indicador das condições, da qualidade de vida, do desenvolvimento e do processo de saúde e doença. A epidemiologia constituirá, então, uma ferramenta da saúde pública e marcará um campo estratégico de conformação da figura da população. É sobre a relação entre epidemiologia e população que se estabelecem formas de governo da vida. A epidemiologia, nesse sentido, é tanto uma forma de produção de verdade, em termos de regimes de verdade, quanto uma tecnologia de poder. A relação que se estabelece com a norma acontece justamente porque, mediante a epidemiologia, é possível estabelecer as regularidades e irregularidades da norma, não apenas das patologias. (FOUCAULT, 1995). No contexto das próteses ortopédicas, com relação ao perfil epidemiológico, o uso pode advir de causas congênitas ou adquiridas. No caso da má formação congênita, deficiência considerada uma das maiores causas da mortalidade infantil no Brasil, representando cerca de 11% das mortes, o principal grupo afetado é o das crianças. As amputações por questões congênitas ocorrem em geral na infância, ou juventude, de certa forma propiciando que os indivíduos tenham maior facilidade em se adaptar com a situação ou a próteses. “Foram analisados 154 processos clínicos, correspondentes a 61% indivíduos do sexo masculino e 39% do sexo feminino. A etiologia das amputações foi 64% de origem congênita e 36% adquirida”. (Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina física e Reabilitação, Vol 17, nº 1, 2009). Além disso, o estudo também comprovou que 53% das crianças que possuíam próteses raramente as utilizavam, enquanto apenas 32% usavam sempre e 15% só as usava em atividades lúdicas ou sociais. Ou seja, o uso tardio da prótese causa estranhamento. Já nos casos de causas adquiridas, as perdas de membros ou órgãos podem ser ocasionadas por: má circulação sanguínea, infecções, doenças, acidentes, cirurgias e dentre outras causas, como foi revelado em estudo feito no Lar Escola São Francisco, que atende pacientes amputados: “Quanto à distribuição das doenças associadas, observamos que houve predomínio de hipertensão arterial sistêmica (n = 277, 58%), seguido por diabetes mellitus (n = 251, 53%), obstrução arterial crônica (n = 170, 36%), dislipidemia (n = 111, 23%), obstrução arterial aguda (n = 74, 16%), cardiopatia (n = 97, 20%).” (Acta Fisiatr. Vol 20, nº4, pg 219-223) 6.2 O Desafio da Amputação 19 Um procedimento recorrente, e, em muitos casos, extremamente necessário previamente a instalação das próteses é a amputação. O mesmo se refere a retirada total ou parcial de um membro por meio de ato cirúrgico, devido a traumatismo ou doença, sendo considerado um dos mais antigos procedimentos cirúrgicos da humanidade (CAROMANO et al, 1992; BOCOLINI, 2000). Essa remoção é até hoje extremamente temida pela população pela mudança na qualidade de vida e completa mudança na rotina e capacidade, mesmo que temporariamente, do paciente, pois mesmo com a existência de próteses ortopédicas essas precisam de costume, adaptação. No Brasil, estima-se que a incidência de amputações seja de 13,9 por 100.000habitantes/ano (SPICHLER et al, 2001). Considerando que parte desse número é referente a causas evitáveis, pode parecer desanimador. Felizmente a ocorrência desse ato cirúrgico tem se mantido estável nos últimos anos graças a melhora da educação em saúde e avanços tecnológicos em medicamentos e cirurgias (STERN, 1991). 6.3 Acesso as Próteses O Ministério da Saúde é responsável por disponibilizar através do SUS, o acompanhamento e a adaptação de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção dos diferentes procedimentos. Garantia essa, reafirmada na Política Nacional de Saúde da pessoa com Deficiência, no item de Atenção à Saúde caracterizada como: Diretriz de responsabilidade direta do Sistema Único de Saúde e sua rede de unidades, voltada aos cuidados que devem ser dispensados às pessoas com deficiência, assegurando acesso às ações básicas e de maior complexidade; à reabilitação e demais procedimentos que se fizerem necessários e ao recebimento de tecnologias assistivas. (BRASIL, 2009) O Ministério da Saúde centraliza o programa nacional de "Concessão de Órteses e Próteses", programa responsável pela distribuição de dispositivos ortóticos (órteses de membros superiores e inferiores), bem como cadeira de rodas manual e especializada, além da cadeira de banho. Esse serviço é, na atualidade, aquele do qual o terapeuta ocupacional tem efetivamente participado, contribuindo com a equipe que forma o núcleo de concessão de tais equipamentos (MELLO, 2008). 20 O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem como função fornecer cadeiras de rodas, muletas e outros tipos de próteses, órteses e demais aparelhos ortopédicos para os segurados e dependentes. Sob o Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, Art. 137 - do § 1º ao § 4°. Diz-se no § 2° que: § 2º Quando indispensáveis ao desenvolvimento do processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social fornecerá aos segurados, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou substituição, instrumentos de auxílio para locomoção, bem como equipamentos necessária habilitação e à reabilitação profissional, transporte urbano e alimentação e, na medida das possibilidades do Instituto, aos seus dependentes. Um dos maiores desafios que a população enfrenta em relação ao acesso de próteses no SUS é a falta de equipamentos suficientes para atender a demanda da população que apresenta uma deficiência, os materiais utilizados que nem sempre condiz com o melhor ao paciente, simplesmente por seguir determinações do SUS. Dificuldades enfrentadas por pacientes, a reabilitação e adaptação as próteses se tornam enormes obstáculos para se enfrentarem a partir da colocação no coto. Muitas vezes, as próteses mais indicadas para o tipo de amputação do paciente não é compatível sua renda, o que faz com que ele busque alternativas mais simples, com o que ela tenha condição. Isso geralmente leva a um período mais longo de adaptação, porque as próteses mais simples levam a um esforço maior por parte do paciente. Produtos diferenciados que agregam tecnologias avançadas de produção, nem sempre estão disponíveis no setor público, uma realidade notoriamente diferente do setor privado de saúde. Também é importante ressaltar que dificilmente a classe médica consegue acompanhar os avanços tecnológicos na área de desenvolvimento de biomateriais destinados ao uso ortopédico. O processo de aceitação da prótese também é uma das fases mais desafiadoras e importantes para a protetização, pois através dela o paciente poderá ter muitas de suas atividades de vida diária retomada. O paciente aguarda este momento ansiosamente porém geralmente não estando preparados psicologicamente para uma possível frustração por falta de adaptação inicial (DEBASTIANI, 2005). 21 Uma das dificuldades que pode gerar insegurança ao paciente é a má fixação da prótese junto ao coto, o que decorrerá o impedimento de realizar suas atividades de vida diária, pode- se dizer que acessório de suspensão é todo artifício que se usa com a finalidade de firmar a prótese ao corpo evitando instabilidades, sendo as correias, cinto supracondiliano e joelheiras esses acessórios (VILAGRA, 2011). 6.4 Mercado Brasileiro: Público vs Privado Apesar dos desafios enfrentados acerca das OPM’s no Brasil, há muitos avanços também a serem levados em conta: estudos indicam que o país é o 13º no ranking mundial entre os melhores classificados. Além disso, mercado de próteses ortopédicas gera bastante lucro para distribuidores e médicos envolvidos no processo. O mercado de órteses e próteses movimenta cerca de R$ 12 bilhões anualmente, um custo bastante complicado de administrar, seja pelo governo (por meio da saúde pública), seja pela rede privada de hospitais. No cenário nacional, são usados diferentes tipos de próteses, entre elas as importadas e as nacionais. Apesar disso, não são encontrados na literatura brasileira estudos que comparem a efetividade desses modelos, sendo necessário avaliar fatores como os determinantes sociais em que o paciente está inserido, a formação técnica do profissional que realizará a cirurgia e etc, antes de ser feita uma escolha. Segundo Carlos Bellotti (2009): “No Brasil, verificamos que no período de 1995 a 2000 houve uma ascensão constante (107%) nos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS), tendo sido gastos com órteses, próteses e materiais R$ 242,7 milhões em 2000 frente a R$ 116,9 milhões em 1995, o que representou aumento do gasto per capita de R$ 0,75 para R$ 1,465.“ Esse estudo revela a expansão que o uso de próteses tem tido no Brasil, assim como chama atenção para o valor dos gastos com o serviço. Considerando ainda a superioridade dos preços atribuídos as próteses importadas, é importante que seja avaliada a qualidade desses produtos. Bellotti (2009) aponta também que não há evidencias cientificas que relacionem custo e qualidade entre as próteses importadas e nacionais, revelando assim a necessidade de estudos que busquem mostrar a realidade da situação. Exemplos existentes desse monitoramento sobre a efetividade das próteses são os casos de instituições criadas na Suiça e Austrália com esse propósito. Em 1975, na Suiça, foi iniciado um estudo multicêntrico de cirurgias endoprotéticas no joelho. 22 “O projeto evoluiu para a criação de um banco de dados, mais tarde conhecido como Registro Sueco de Artroplastia do Joelho (SKAR), o mais antigo registro nacional de artroplastia. Foi um sucesso e incluiu mais de 65.000 artroplastias primárias de joelho, com suas revisões, no final de 1999.” De forma semelhante, por iniciativa da Associação de Ortopedia da Austrália e com apoio do governo federal daquele país, em 2004 foi implantado o programa AOA NJRR (Australian Orthopaedic Association National Joint Replacement Registry), que foi baseado nos moldes do projeto SKAR da Suécia: “Todos os hospitais na Austrália que realizaram a substituição da articulação concordaram em enviar os dados. Atualmente, o registro recebe informações sobre mais de 7.000 procedimentos por mês em mais de 300 hospitais. O AOANJRR foi declarado pela primeira vez uma Atividade de Garantia de Qualidade (QAA) em 1999.” 6.5 Formação e Atuação Profissional Segundo portaria SAS/MS Nº 661, de 02 de dezembro de 2010, o Sistema Único de Saúde (SUS) reconhece a competência dos profissionais Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais na prescrição de órteses, próteses e materiais especiais não relacionados ao ato cirúrgico. Além da portaria aprovada pelo Ministério da Saúde que trata da prescrição de órtese, prótese e matérias especiais não relacionados ao ato cirúrgico, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional - COFFITO, órgão que regulamenta em todo território nacional a atuação do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional, reconhececomo sendo uma atribuição do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional, estando estes devidamente capacitados para tal, realizar a prescrição de órteses e próteses, ampliando de maneira significativa o ACESSO da população a profissionais capacitados e preparados para tais procedimentos, proporcionando melhoria na funcionalidade, autonomia e qualidade de vida da nossa população. Existe uma formação média para técnicos em órteses e próteses, no qual o Ministério da Saúde (MS), junto com a Secretária de Gestão no Trabalho da Educação na Saúde (SGTES) apresentou diretrizes e orientações no contexto político, social, técnico da atenção a pessoa com deficiência. Onde será possível nesses ambientes a realização de toda uma trajetória acadêmica afim de cuidar desses pacientes, com exigências do MEC O Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps) tem como papel coordenar atividades e 23 ações durante este período de formação dos indivíduos. A atuação desses profissionais da saúde é apenas no suporte para implementação, trocas, habilitação e adaptação dos pacientes, atendendo as prescrições de fisioterapeutas, ortopedistas e profissionais que atuam nessa área. Com o escândalo da revelação de diversos crimes cometidos envolvendo procedimentos com próteses no país, em que médicos e outros profissionais da área de saúde eram acusados de supervalorizar tais procedimentos, foi criada a Comissão Parlamentar de Inquérito das Prótese (CPIDPRO). – relacionar com o desafio na atuação profissional. A aprovação do Ministério da Saúde, no dia 30 de dezembro de 2015, na portaria n° 1370 para que evitasse o processo de fraudes que acontecem diante das próteses ortopédicas, apresenta bases técnicas e critérios a serem seguidos pelas Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios na regulação do acesso assistencial, autorização, registro e ressarcimento dos procedimentos correspondentes às próteses ortopédicas no Brasil. 7. POLÍTICAS PÚBLICAS O sistema de regulação em saúde cumpre um papel central quando se trata da gestão de saúde pública, sendo ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS), para otimizar processos nesta área, incluindo implementação e distribuição de tecnologias e recursos, assim como sua disponibilidade para procedimentos. Dentre os mecanismos de regulação utilizados na incorporação de tecnologias no Brasil, encontra-se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Criado em 1999, é o órgão responsável por garantir a segurança e eficácia de medicamentos e recursos produzidos e utilizados em todo o território nacional. Além disso, no que se refere à incorporação dessas tecnologias especificamente no SUS, conta-se com a Comissão Nacional de Incorporação de 24 Tecnologias no SUS (CONITEC), promulgada sob a Lei nº 12.401/2011 e regulamentada pelo decreto nº 7.646/2011, que sustenta a missão de avaliar e categorizar essas tecnologias, prevendo sua necessidade dentro do sistema de saúde (Santana RS et al, 2016). De acordo com as recomendações da 1ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde, a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PNCTIS) é parte integrante da Política Nacional de Saúde, o que significa que essa política deve considerar as necessidades nacionais e regionais de saúde da população brasileira e ser capaz de aumentar a indução seletiva, visando à produção de conhecimentos e bens materiais e processuais voltados para o desenvolvimento das políticas sociais (BRASIL, 2005b). Todas essas políticas públicas se ligam no amparo a questão da regulamentação e fornecimento das próteses ortopédicas. Considerando que os dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) indicam que quase 24% dos brasileiros (45 milhões de pessoas) possuem algum tipo de deficiência, necessitando auxilio desses aparatos tecnológicos. Dessa forma, a população precisa de demanda em relação a sua condição física, independente da limitação, normalmente causadas por doenças na infância ou experiências vividas na fase adulta. O que se torna necessário o uso de equipamentos para a adaptação e reabilitação desses indivíduos. As tecnologias assistivas, em a sua definição aprovada pelo Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), em 2007, considera-se como a: [...] área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL, 2009b, p. 9). Considera-se uma tecnologia assistiva quando esta é utilizada para auxiliar no desempenho funcional de atividades, minimizando incapacidades nos diversos domínios cotidianos, tanto nas atividades de vida diária quanto de vida prática de três grupos de indivíduos com necessidades especiais: idosos, pessoas com deficiência e pessoas com doenças crônicas (MELLO, 1997, 2008). 25 8. DESTAQUES NA RELAÇÃO USUÁRIO VS PRÓTESES 8.1 Estética das Próteses Um dos maiores desafios de pessoas amputadas é a aceitação e adaptação ao seu modo novo modo de viver, o uso das próteses no início se torna algo bastante dificultoso em relação ao estilo de vida que será adotado na nova fase, a estética corporal. É a partir daí que empresas de design de próteses vem crescendo cada vez mais, por proporcionar o bem-estar estético a pessoas que estavam com a auto estima baixa. “É por isso que o paciente deseja recuperar parte do membro perdido, de preferência o mais próximo possível da realidade. Ou seja: 26 que a prótese tenha pêlos, artérias, tendões e unhas, tudo muito bem definidos. É nesse aspecto q as próteses de silicone se salientam, pois o modelo é atribuído após uma série de tomadas de medidas e molde contra lateral, e o realismo de veias e tendões se faz através de pinturas artesanais.” (Revista “Em Foco”, edição 01, p.14) Um exemplo prático de tentativa na melhoria desse aspecto para os usuários de próteses é o caso da empresa brasileira CONFETTI. Sendo uma empresa que visa uma abordagem alternativa acerca das capas de próteses customizadas, facilmente manipuladas e com o estilo próprio do indivíduo, de modo a encorajar aqueles que se sentem diferentes ou marginalizados devido a condição física a voltarem a interagir socialmente recuperando seu estilo anterior de vida. 8.2 As Próteses Ortopédicas e o Esporte O esporte adaptado para portadores de deficiências físicas só surgiu oficialmente após a Segunda Guerra Mundial, quando muitos soldados voltavam para casa feridos e tendo perdido membros. As primeiras modalidades competitivas surgiram nos Estados Unidos e na Inglaterra, sendo que no primeiro, surgiram as primeiras competições de basquete em cadeiras de rodas, atletismo e natação. Em 1958, quando a Itália se preparava para sediar as XVII Olimpíadas de Verão, e então foi proposto que os Jogos de Mandeville (EUA), protótipos do que se tornaria então os jogos paraolímpicos, do ano de 1960 se realizassem em Roma, após as Olimpíadas. Aconteceram então os primeiros Jogos Paraolímpicos, as Paraolimpíadas. A competição teve o apoio do Comitê Olímpico Italiano, e contou com a participação de 240 atletas de 23 países. Com o sucesso dos jogos o esporte se fortaleceu e fundou-se a Federação Mundial de Veteranos, a fim de discutir regras e normas técnicas. Ao longo dos anos, a competição cresceu bastante. Posteriormente foi decidido que as Paraolimpíadas fossem disputadas a cada quatro anos, nos mesmos locais onde são realizadas as Olimpíadas, usando a mesma estrutura montada para os atletas olímpicos. São 19 modalidadesem disputa por atletas portadores de deficiências, divididos em categorias funcionais de acordo com a limitação de cada um, para que haja equilíbrio. 27 Dentro da história do surgimento dos Jogos Paraolímpicos, as próteses ortopédicas tiveram grande influência, principalmente na modalidade de corridas, mas também ocorrem os casos daqueles que arriscaram e foram competir com atletas de alto nível e sem deficiência. Como no caso de George Eyser, que em 1904, fora o primeiro amputado a disputar e faturar seis medalhas olímpicas nos jogos de Saint Louis, nos Estados Unidos. O atleta não usava próteses modernas, cheias de tecnologia, mas apenas uma prótese de madeira que o levaria a entrar para a história. Décadas se passaram e novamente ocorreu um marco na história das próteses, quando durante as Olimpíadas de 2012, na prova dos 400 metros, Usain Bolt não era a sensação daquela prova, mas sim Oscar Pistorius, atleta paralímpico sul-africano que tem ambas as pernas amputadas, conhecido atualmente como um dos maiores atletas paraolímpicos. Esse evento levantou a questão dos benefícios que a tecnologia das próteses fornecia, tendo inclusive evoluído exponencialmente, como mostrado no capítulo X, principalmente no desenvolvimento de materiais mais leves, resistentes e flexíveis. A prótese de corrida, com formato familiar a de uma foice, foi desenvolvida nos anos 90 pelo americano Van Philips, e inspirada no formato da pata do guepardo. Elas são feitas em fibra de carbono, e projetadas para serem excelentes absorvedoras de impacto, devolvendo para o atleta a energia utilizada em forma de impulso. Quando essa ferramenta visa a melhoria na qualidade de vida do praticante, a tecnologia é extremamente benéfica para o esporte. Seja auxiliando amadores, profissionais ou juízes, ela representa uma melhora significativa na excelência da prática esportiva. A cautela deve estar presente no sentido de o objetivo principal das intervenções acontecer para que o desempenho do esportista seja priorizado, e não os resultados que este desempenho trará. Para o Comitê Olímpico Internacional, no caso de Oscar Pistorius, as próteses não apenas lhe permitiam a prática do esporte, como também lhe garantiam vantagens perante os outros atletas, como a impulsão durante a corrida, além do fato de ingerir um volume de oxigênio 17% menor em comparação com atletas sem deficiência. Mas os avanços tecnológicos da prótese não param por ai. É possível hoje tornar inteligentes os joelhos dos corredores com deficiência nos membros inferiores, com novas próteses de pernas apresentando tecnologias de software e hardware precisos. Modelos como a C-Leg (imagem da direita) permitem o uso de controle remoto para controlar a velocidade das passadas. Já o modelo Power Knee (imagem da esquerda) possui um sensor que automaticamente ajusta o movimento do joelho para o terreno em que se encontra o, sendo este um dos modelos mais utilizados no para desporto. 28 Para o salto em distância, as próteses contam com cilindros hidráulicos que permitem o movimento normal da flexo-extensão de joelhos, com o atleta controlando a velocidade; isso diminui a perda de energia e otimiza toda a força para impulsionar o salto. A lâmina que forma o pé da prótese é composta por mais de 80 lâminas de fibra de carbono, sendo leves e flexíveis. Já os ciclistas apresentam próteses que dispensam tênis na hora da prova, conectando a prótese ao pedal, fazendo com que o atleta fique conectado à bicicleta. Cada prótese pode ser feita de modo personalizado, de acordo com as características do atleta. Este, ao dar o passo faz com que o calcanhar da prótese absorva grande parte do peso do corpo e transforma esta energia para que haja o deslocamento, e este só é possível pela transferência desta energia para a haste da prótese que será flexionada, devido à composição de carbono, tenderá a voltar à posição inicial, trabalhando como uma mola. São alguns de muitos exemplos da gradativa presença da tecnologia como um auxílio aos debilitados. A tecnologia que se une ao esporte também representa uma forma de inclusão social. Ela expande a possibilidade da prática esportiva para aqueles que têm algum impedimento fisiológico em seu caminho. Tornando-se uma importante ferramenta para auxiliar uma vida de maior qualidade e conforto, o que pode se tornar mais acessível por meio de incentivos e auxílios por parte do governo aos esportes de deficientes. Essa é a realidade brasileira, que apresenta um número de portadores de deficiência no Brasil aproximado de 30 milhões. Entre eles, cerca de 20% têm alguma dificuldade motora, segundo dados do IBGE. Algumas décadas atrás, possuir uma deficiência física era sinônimo de uma vida limitada e cheia de obstáculos, entretanto, hoje, graças à evolução de tratamentos e próteses leves, duráveis e sofisticados, é possível ter uma vida saudável e esportiva. Com política de cotas para portadores de deficiência física, cresce o número de pessoas que precisam de equipamentos para participar da sociedade. E esse mercado tem alta de cerca de 20% ao ano no Brasil – cenário em que o alumínio vem atuando com um papel social. Muitas empresas e instituições valorizam e investem nesse mercado dentro do Brasil. É o caso da empresa israelense Argo Medical Technologies, que desenvolveu pernas robóticas. Batizado de ReWalk, tem em sua composição um conjunto de estruturas de alumínio recobertas por plástico, unidas por motores, que funcionam como músculos, amarrados às pernas e à cintura. O usuário informa ao aparelho que movimento pretende realizar, e um conjunto de sensores distribuídos pela estrutura envia os dados para um computador, instalado nas costas, que aciona os movimentos. A tecnologia para produção de próteses provocou também mudanças na estratégia de engenharia aplicada brasileira. O diretor de produção de próteses e órteses da AACD, Walter Teixeira, diz que as ligas do metal abrem possibilidades 29 na linha de produção, destacando a diminuição de peso graças a elas. Para a coordenadora da oficina ortopédica do Lar Escola São Francisco, instituição filantrópica administrada pela Unifesp, a evolução da qualidade das próteses e órteses permite aos portadores de deficiência uma adaptação mais rápida. Nos últimos anos, o mercado se sofisticou em termos de órteses e próteses. O Sistema de Articulação de Quadril Biaxial RGO 17H100, por exemplo, fabricado pela Otto Bock. O aparelho funciona para pacientes portadores de paraplegia traumática e é composto por liga de alumínio que dão sustentação aos movimentos. A empresa também lançou a prótese de joelho com articulação modular 3R 106. Uma das inovações do produto é o sistema pneumático, que controla a fase de balanço de forma mais precisa e confiável, o que permite um ritmo de marcha mais natural.As estimativas do setor de reabilitação apontam que esses produtos de auxilio movimentam anualmente R$ 1,5 bilhão no Brasil, sendo R$ 800 milhões em automóveis e adaptações veiculares. Essa realidade é a que o Brasil presencia atualmente, expandido com a aproximação dos Jogos Olímpicos 2016. Vendo a possibilidade de grande exposição ao Mundo, o Brasil está planejando investir consideravelmente em novas tecnologias para reduzir a diferença que o separa dos grandes campeões como Estados Unidos, Japão, China, Rússia e Grã-Bretanha. O esporte paraolímpico brasileiro aposta cada vez mais na tecnologia para superar os limites dos atletas com deficiência, investindo na formação e preparação de atletas, no estudo da dinâmica e dos limites corporais essenciais para o desempenho e para melhoria máxima, como também no desenvolvimento e aprimoramento de equipamentos esportivos de ponta. Essa mistura do esporte à ciência e tecnologia requer um trabalho conjunto e intenso entre a Academia Paraolímpica Brasileira e as universidades. Nas universidadesbrasileiras desenvolvem-se atualmente projetos científicos relacionados às questões das deficiências, aspectos relativos ao treinamento de atletas e das diversas questões gerais que os cercam. 30 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos conteúdos analisados acerca do tema proposto, é possível observar que o campo das próteses ortopédicas é bastante rico, devido as diversas aplicações que esses mecanismos abrangem e as necessidades de seus usuários que estão relacionadas sempre com o contexto sociocultural e econômico em que vivem. Foram também avaliados os mecanismos legais voltados para regulamentação e manutenção desses objetos, e pode-se notar que são funcionais e bem desenvolvidos, porém sofrem alterações quando abordados na prática, necessitando de maior atenção governamental. Com base nesses fatores, avalia-se a necessidade de lidar com essa tecnologia como leve-dura, ao invés de simplesmente dura, sendo que se trata principalmente da reabilitação de indivíduos com emoções, sentimentos e vivências anterior 31 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABOTEC. Ortopedia técnica no Brasil completa 100 anos. ABOTEC INFORMA, agosto. 2012. AFONSO, Carla. et al. Amputações e malformações congénitas do membro superior na População Pediátrica. Ed 27 anos. Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, São Paulo, v.17, 2009. BELLOTI, João. Cenário atual do uso de próteses ortopédicas: Discussão sobre próteses nacionais versus importadas. São Paulo: Unifesp, 2009. 32 BERNARDES, Liliane Cristina Gonçalves. et al. Pessoas com deficiência e políticas de saúde no Brasil: reflexões bioéticas. Ciência & Saúde Coletiva, 14(1):31-38, 2009. Available from: http://www.scielo.br/pdf/csc/v14n1/a08v14n1.pdf > acesso 10 julho 2018. CARO, Camila Caminha. et al. 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