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Exercícios - Meninges e Vascularização (Neuroanatomia)

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Maria Teresa Patrocinio Souza
Universidade Federal de Juiz de Fora
2° período
Exercícios - Meninges e Vascularização
Situação Problema 1
Paciente do sexo masculino, 50 anos, após ter passado por uma extensa cirurgia para exérese de
um tumor cerebral, evoluiu com quadro de febre, cefaleia intensa, náuseas, vômitos e sinais de
irritação meníngea (rigidez de nuca). O quadro foi abrupto, tendo início poucas horas após o
procedimento cirúrgico. Foi realizada uma punção liquórica que evidenciou mais de 1000
células/mm3 (normal até 05 células/mm3), com predomínio de polimorfonucleares, além de
hipoglicorraquia sugerindo um processo infeccioso. Com base em seus conhecimentos de
neuroanatomia, responda:
a) Qual estrutura do SNC está comprometida?
Meninges
b)A principal queixa do paciente era a cefaleia intensa. O que justifica este sintoma?
O encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas; toda sensibilidade intracraniana se localiza
na dura-máter e nos vasos intracranianos. A dura-máter é ricamente inervada, ao contrário das
outras meninges, e é a responsável pela cefaleia intensa relatada pelo paciente.
c) A punção liquórica foi realizada provavelmente em que local? Explique.
A punção liquórica deve ser realizada abaixo da vértebra L2, onde não há risco de lesão medular.
Com o término da medula, temos nesta região o saco dural (e a aracnoide que o acompanha) que vai
até S2. Entre estes níveis, o espaço subaracnóideo é maior, contém maior quantidade de líquor e nele
se encontram apenas o filamento terminal e as raízes que formam a cauda equina.
d) Onde o líquor é produzido? E absorvido?
O líquor é produzido pelos plexos coróides no teto do III e IV ventrículos e no corno inferior e parte
central dos ventrículos laterais, além do epêndima das paredes ventriculares. Já a absorção ocorre
nas granulações aracnóideas, que são pequenas projeções da aracnoide nos seios da dura-máter,
mais abundantes no seio sagital superior.
e) Esquematize a circulação liquórica.
O maior contingente liquórico é produzido nos ventrículos laterais, e passa através dos forames
interventriculares para o III ventrículo e, então, pelo aqueduto cerebral, chega ao IV ventrículo. Pelas
aberturas mediana e laterais atinge o espaço subaracnóideo, onde circula em direção as granulações
Maria Teresa Patrocinio Souza
Universidade Federal de Juiz de Fora
2° período
aracnóideas, ganha os seios da dura-máter e chega na circulação sistêmica através da veia jugular
interna.
Situação Problema 2
Paciente do sexo feminino, 67 anos, hipertensa, diabética, em uso irregular de medicação, chega
acompanhada pela filha ao setor de emergência, com queixa de quadro súbito de “fraqueza na
perna” e dificuldade de caminhar. Ao exame foi detectada paresia e diminuição de sensibilidade
em membro inferior direito com prejuízo da deambulação. A filha ainda relatou que a mãe estava
estranha, distraída e mais agressiva, desde que tudo começou pela manhã. O exame de imagem
confirmou um acidente vascular encefálico obstrutivo. Sobre o caso responda:
a) Qual a provável artéria acometida e o lado da lesão?
Artéria cerebral anterior esquerda.
b) Qual a origem dessa artéria no Polígono de Willis? Seria possível um mecanismo
compensatório?
Ela se origina da artéria carótida interna esquerda. Sim, caso a lesão ocorresse no segmento A1 ou
pré-comunicante, a possível compensação poderia vir da artéria cerebral anterior direita através da
artéria comunicante anterior. Entretanto, esta compensação dependeria de vários fatores, tais como
rapidez com que se instala a obstrução, estado da parede arterial, idade do paciente entre outros.
c) Qual o território cortical de irrigação dessa artéria?
Após atingir a face medial do hemisfério (segmento A2 – ramos corticais), a artéria cerebral anterior
contorna o joelho do corpo caloso e ramifica-se desde o lobo frontal até o sulco parietoccipital.
Distribui-se também a parte mais alta da face dorsolateral de cada hemisfério, onde se limita com o
território da artéria cerebral média.
d) Considerando os sintomas da paciente, em quais áreas corticais está bem caracterizado o
comprometimento isquêmico?
“...paresia e diminuição de sensibilidade em membro inferior direito...”: comprometimento da área
motora primária (giro pré-central) e da área somestésica primária (giro pós-central) na face medial
do hemisfério esquerdo.
“...estranha, distraída e mais agressiva...”: provável comprometimento da parte orbitofrontal do
córtex pré-frontal, associada ao processamento das emoções, supressão de comportamentos
indesejáveis e manutenção da atenção.

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