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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO – UFRPE UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS – UAG ENGENHARIA DE ALIMENTOS Disciplina: Química Analítica Qualitativa e Quantitativa Curso: Engenharia de Alimentos Profa.: Ana Cláudia Vaz de Araújo Alunos: Anderson Felipe Viana da Silva / Thairis Karoline Silva Laurintino AULA PRÁTICA 01: Aferição e teste de precisão e exatidão de alguns instrumentos 1. INTRODUÇÃO Para o entendimento total desse relatório, foram utilizados os conceitos de média aritmética, desvio padrão, propagação de incerteza, densidade dentre outros. A média aritmética ( ) nada mais é do que a soma de todos os valores medidos divididos pela quantidade de valores (n). É calculada através da equação 1. 1 O desvio padrão ( ) mede como os dados estão agrupados em torno da média, em que quanto menor ele for mais preciso o experimento foi encontrado a partir da equação 2. 1 Para ser possível propagar a incerteza é necessário entendermos o conceito de incerteza relativa (IR) e incerteza relativa percentual (IR%), a IR é encontrada a partir do quociente entre a incerteza absoluta (IA) e o valor da medida (M) e descrita na equação 3.1 E a IR% é descrita na equação 4. Na propagação de incerteza é utilizado duas fórmulas diferentes uma para a soma e subtração (equação 5) e outra multiplicação e divisão (equação 6). Para encontrar o volume a partir de uma certa massa sabendo sua densidade utiliza-se a formula de densidade ( ) que é descrita como a divisão da massa pelo volume, como mostra a equação 7. 2 Lembrando-se sempre que aferir o menisco é de extrema importância para o melhor uso das vidrarias, a posição correta deve estar com a forma elipsoide ligeiramente acima da marca de aferição da vidraria.1 Nos experimentos que necessitam de precisão em medidas volumétricas as vidrarias ideais para serem utilizados são as calibradas. Esses tipos de instrumentos são fabricados dentro de alguns parâmetros e limites específicos a respeito de sua exatidão.3 Os instrumentos mais comumente usados para análise volumétrica são os balões volumétricos e as buretas, em que entre os dois o mais preciso é a bureta, que possui uma tolerância menor que o balão. 3 A precisão desses instrumentos está relacionada com os erros estatísticos ou casuais do valor medido. Esses erros podem ser determinados ou sistemáticos e devem ser tratados de forma a serem reduzidos ao máximo pelo operador. Também para diminuir os erros os algarismos significativos devem ser considerados. Eles têm a função de diminuir a incerteza para a última casa decimal e o número de algarismos significativos está relacionado com a precisão de uma medida. 4 Os erros causados pela má calibração das vidrarias, desde que não sejam grosseiros, podem ser tratados estatisticamente, determinando o erro atrelado a ela. Esses erros são expressos na forma de erro absoluto (E) e erro relativo percentual (ER%) expressos respectivamente na equação 8 e 9.1 Em que xi e xv são respectivamente o valor calculado e o valor verdadeiro. As vidrarias mais exatas são as calibradas e de acordo com a sua calibração já são considerados alguns erros sistemáticos que determinam a precisão desse instrumento. A incerteza de uma precisão indica a faixa de valores em que o valor real deve estar, ou seja, um nível de confiança ao redor do valor real. 5 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Parte 1 Para a determinação do volume de uma gota de água utilizou-se da pipeta de Pasteur transferiu-se vinte gotas de água destilada para um vidro de relógio e pesou-se. Repetiu-se o mesmo processo com a pipeta graduada de 5 mL para determinar qual equipamento é o mais preciso. Para poder determinar-se o equipamento mais preciso deve-se repetir todo o procedimento em triplicata. Parte 2 Com o intuito de descobrir qual o instrumento mais exato tendo como padrão a pipeta volumétrica de 50 mL, colocou-se com a mesma 50 mL de água destilada em cada um dos instrumentos analisados. Com a pipeta de Pasteur retiraram-se ou adicionaram-se gotas de água até que o menisco de cada material seja atingido. Repetiu-se os procedimentos em triplicata. 3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO As massas em gramas das gotas de água obtidas através da pesagem na balança analítica estão dispostas na Tabela 1. Tabela 1: Massas das 20 gotas para cada pipeta Pipeta m1 m2 m3 Pasteur 0,6045g 0,5134g 0,4626g Graduada 0,7050g 0,7835g 0,8643g Em seguida, calculou-se a média das massas obtidas na pipeta Pasteur com o auxílio da equação 1, como feito logo abaixo: Com o auxílio da equação 2, considerando os dados de cada pipeta e as suas respectivas médias das massas, determinou-se o desvio padrão para a pipeta Pasteur: Os cálculos foram repetidos para a pipeta graduada e os resultados encontrados para as duas pipetas está disposto na tabela 2. Tabela 2 Pipeta (g) s Pasteur 0,5268 0,0719 Graduada 0,7843 0,0797 Com a equação 7, considerando a densidade 1,00 g/mL a 25ºC e média das massas, encontrou-se o volume das 20 gotas de água que foram adicionadas com a pipeta de Pasteur: V20g = 0,5268 mL Aplicando uma regra de três simples, verificou-se que uma gota de água era equivalente a 0,0263 g. 20 gotas 0,5268 g 1 gota X X = 0,0263g A partir disso, encontrou-se o volume de uma gota de água na pipeta de Pasteur: Vg = 0,0263mL Utilizando a mesma linha de raciocínio, obteve-se o volume de uma gota de água da pipeta graduada. Os resultados encontrados a partir dos cálculos estão na tabela 3. Tabela 3: Volumes médios para 20 gotas e 1 gota Pipeta V20g(mL) Vg(mL) Pasteur 0,5268 0,0719 0,0263 0,0036 Graduada 0,7843 0,0797 0,0392 0,0040 Pode-se perceber a partir da tabela 3 que a pipeta de Pasteur teve um resultado mais preciso que a pipeta graduada. Utilizando o que foi encontrado acima, em que a pipeta de Pasteur foi mais precisa, utilizou- se a mesma para continuar o experimento, em que será discutida a exatidão de vidrarias de 50 mL de capacidade. Tomando a pipeta volumétrica de 50 mL como padrão, foram transferidos 50 mL para cada um dos instrumentos analisados. As quantidades de gotas adicionadas ou retiradas estão descritas na tabela 4. Tabela 4: Quant. de gotas adicionadas ou retiradas Instrumento 1º(gotas) 2º(gotas) 3º(gotas) Balão Vol. -6 -11 -10 Proveta +10 +19 +8 Béquer +300 +320 +330 Bureta -4 -8 -5 Usando o valor do volume de cada gota encontrado na primeira parte desse experimento, pode-se obter o volume adicionado ou retirado em cada caso. Aplicando as regras de propagação de erro e de algarismos significativos, encontrou-se os volumes medidos em cada vidraria. Por exemplo, no primeiro momento foram retiradas 6 gotas do balão volumétrico. Assim:Os cálculos foram realizados em triplicata para cada instrumento. Com os resultados, a tabela 5 foi construída. Tabela 5: Volumes medidos para cada vidraria Instrumento 1º(mL) 2º(mL) 3º(mL) Balão Vol. 49,8422 ( 0,0216) 49,7140 ( 0,0396) 49,7400 ( 0,0360) Proveta 50,2600 ( 0,0360) 50,4940 ( 0,0684) 50,2080 ( 0,0288) Béquer 57,8000 ( 1,0799) 58,3200 ( 1,1519) 58,5800 ( 1,1879) Bureta 49,8960 ( 0,0144) 49,7920 ( 0,0288) 49,8700 ( 0,0180) Posteriormente, as médias foram calculadas e comparadas de acordo com as incertezas encontradas, a partir do desvio padrão (s) e da propagação de incerteza (I) que estão mostrados na tabela 6. Tabela 6: Média, incerteza e desvio padrão para cada vidraria Instrumento Média I S Balão Vol. 49,7654 0,0578 0,0688 Proveta 50,3207 0,0824 0,1523 Béquer 58,2334 1,9751 0,3972 Bureta 49,8530 0,0369 0,0541 A partir da equação 8 foi calculado o erro relativo percentual das vidrarias analisadas como no exemplo abaixo: Os valores dos erros para cada vidraria encontram-se na tabela 7. Tabela 7: para cada vidraria Instrumento Balão Vol. -0,4692% Proveta 0,6414% Béquer 16,4668% Bureta -0,2940% A partir dos dados calculados pode-se perceber que o instrumento mais exato foi a bureta, o que bate com o que é encontrado na literatura.3 Também foi possível observar que com a precisão calculada a partir da incerteza obtém-se um resultado melhor do que com desvio padrão, com uma ligeira variação para o Béquer em que com o desvio padrão apresentou um resultado mais preciso. Essa variação para o béquer pode ser explicada, pois esse instrumento não é calibrado, o que faz com que ele seja utilizado apenas para transferência de líquidos que não necessitam de certa precisão.1 4 - CONCLUSÃO A vidraria analisada mais precisa na parte 1 desse experimento, foi a pipeta de Pasteur que apresentou um desvio padrão de 0,0036, para uma gota d’água, enquanto a pipeta graduada de 0,0040. Na parte 2 do experimento foi obtido o esperado para a vidraria mais exata, levando em consideração uma pesquisa prévia à literatura, em que a bureta apresentou uma maior exatidão com relação às outras vidrarias.1 Em ordem de exatidão a vidraria com melhor resultado foi a bureta, seguido pelo balão volumétrico, proveta e por ultimo o béquer. Com isso pode-se concluir a importância do uso de vidrarias calibradas, pois com o uso correto desses instrumentos minimizam os erros que podem surgir durante o experimento. 1 Harris, Daniel C. Análise Química Quantitativa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. 2 Russel, John B. Química Geral 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 1994. Volume 1. 3 Mendham, J. [et al.]. Vogel: Análise Química Quantitativa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. 4 Baccan, N. Química Analítica Quantitativa Elementar. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2001. 5 Eurachem Nederland Laboratory of the Government Chemist of United Kingdom; tradução ANVISA. Brasília: SENAI/DN, 2005. Disponível em: <http://allchemy.iq.usp.br/pub/metabolizando/Beta021 115.pdf>. Acesso em: 10 Jun. 2013.
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