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Semana de Arte Moderna de 1922

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LITERATURA BRASILEIRA III
O MODERNISMO LITERÁRIO NO BRASIL – 
ANTECEDENTES, A SEMANA DE ARTE 
MODERNA E A PRIMEIRA FASE 
MODERNISTA
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 1. Verificar os antecedentes da Semana de Arte Moderna; 2.
experimentar as inovações propostas pela Semana de Arte Moderna; 3. identificar a produção teórica e poética
representativa da primeira fase modernista.
Muitos acontecimentos contribuiram para a realização da Semana de Arte Moderna, em São Paulo, no ano de
1922. Dentre os fatores que concorreram para a concretização do evento, destacamos os seguintes:
Oswald de Andrade, em 1912, na sua viagem à Europa, entra em contato com algumas vanguardas europeias
como o Expressionismo e o Cubismo, mas o que mais atraiu a atenção de nosso poeta foi o Futurismo, de
Marinetti.
Veja algumas imagens da época.
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Em 1915, Oswald de Andrade funda o semanário paulista O Pirralho, que circulou até 1917. Contou com a
colaboração do desenhista Di Cavalcante. Também em 1915, Ronald de Carvalho, poeta brasileiro, colabora com
a Revista Orpheu, marco do Modernismo português.
Em 1917, três acontecimentos merecem destaque:
• Oswald de Andrade conhece seu futuro amigo Mário de Andrade.
• Manuel Bandeira publica o livro de poesias Cinza das horas em que aparecem alguns poemas de métrica 
livre.
• Anita Malfaltti, após estudar no exterior, volta ao Brasil e promove uma exposição de suas pinturas em 
São Paulo. Há, nitidamente, a influência do Expressionismo e Cubismo em sua arte.
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No dia de sua estreia, no Brasil, a exposição obteve sucesso considerável, tanto é que a pintora recebeu reservas
de quadros. No seguinte, as reservas desses quadros foram canceladas e o motivo foi muito evidente - Monteiro
Lobato, como era crítico de arte do jornal O Estado de São Paulo, teve a oportunidade de publicar um artigo
sobre a exposição de Anita.
O artigo intitulou-se “Paranoia ou mistificação”, em que Lobato, embora reconhecesse o talento artístico de
Anita, denegriu seu trabalho.
1 E a história continua...
1921
Saiba mais
Leia o artigo em: http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon106/pdf
/trecho_do_artigo_Aula2.pdf
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Em 1921, Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Armando Pamplona vão ao Rio de Janeiro para buscar apoio
para o movimento modernista. Conseguem oito adesões: Manuel Bandeira, Ronald de Carvalho, Ribeiro Couto,
Álvaro Moreira, Renato de Almeida, Heitor Villa-Lobos, Sergio Buarque de Holanda e Graça Aranha.
1922
Há um mistério que paira sobre a quem teria dado a ideia de realizar a Semana de Arte Moderna, de 1922. O
jornal O Estado de São Paulo diz que a sugestão partiu de Marinete Prado, esposa de Paulo Prado, filho de um
fazendeiro de café do século XIX. Segundo o jornal, a família Prado, em sua mansão, organizava reuniões de
artistas e intelectuais a fim de articular a Semana. Menotti del Picchia diz que a ideia de realizar a Semana surgiu
de uma conversa entre ele e Oswald de Andrade.
A semana de Arte Moderna concentrou seus eventos em três dias – 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro
Municipal de São Paulo.
Vejamos os principais acontecimentos nestes três dias:
• 13 de fevereiro – 2ª feira
A inauguração do evento foi aberta com uma exposição de artes plásticas no saguão do teatro. Pinturas
de Anita Malfatti, de Di Cavalcante e as esculturas de Victor Brecheret podiam ser ali apreciadas. Mas o
público só queria zombar das obras, provavelmente por estar lembrando do artigo de Monteiro,
“Paranoia ou mistificação”, publicado em 1917.
Houve, também, neste mesmo dia, uma conferência de Graça Aranha - “a emoção estética na Arte
Moderna”. No seu texto, Aranha discorre sobre o espírito da “nova” arte e afirma que “os que assimilam a
arte ao belo são retardatários: a arte é a realização de nossa integração no cosmos pelas emoções
derivadas sentidos.”
Nesta fala, é flagrante o seu ataque ao academicismo. Graça Aranha, mesmo sendo membro da Academia
Brasileira de Letras, não foi poupado das vaias do público. Aliás, ninguém escapou das vaias intensas.
Mesmo assim, Oswald de Andrade leu um poema de sua autoria e Mário de Andrade proferiu uma
palestra sobre Estética.
• 15 de fevereiro - 4ª feira
O momento mais conturbado desse segundo dia foi a leitura de Ronald de Carvalho do poema, OS SAPOS,
de autoria de Manuel Bandeira.
• 17 de fevereiro - 6ª feira
•
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•
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Foi o dia mais tranquilo, também havia menos da metade da lotação do teatro, mas não deixou de
apresentar um momento de total constrangimento. O maestro Villa-Lobos se apresentou de casaca, mas
com um pé calçado e outro com um chinelo. O público rejeitou a atitude “futurista” do maestro. Na
verdade, Villa-Lobas tinha um calo inflamado.
A repercussão da Semana de Arte Moderna não foi muito boa. A imprensa, com exceção do jornal O
Estado de São Paulo, desdenhou o movimento. Observe o comentário publicado na GAZETA:
“Ao público chocado diante da nova música tocada na semana, como diante dos quadros expostos e dos
poemas sem rima (...) sons sucessivos sem nexo estão fora da arte musical: são ruídos, soa estrondos,
palavras sem nexo lógico estão fora do discurso; são disparates como tantos e tão cabeludos, que nesta
semana conseguiram desopilar os nervos do público paulista, que raramente ri a bandeiras
despregadas.” (Gazeta, 22/02/1922)
Alguns anos depois da Semana de Arte Moderna, surgiram algumas correntes literárias vinculadas ao
Modernismo. Veja as correntes que merecem destaque:
• Pau Brasil (1924): http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon106/pdf/Pau_brasil_Aula2.pdf
• Verde-Amarelismo, (depois movimento da Anta, 1926): http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos
/gon106/pdf/Nhengacu_Verde_Aula2.pdf
Esta corrente criticava a estética Pau-Brasil, pois a considerava “afrancesada”. Discordava das causas que a
corrente Pau-Brasil defendia como, por exemplo, a arte genuinamente nacional, o tom ufanista, a valorização do
elemento indígena e o repúdio ao estrangeiro.
O evoluiu para o Movimento da Anta, de caráter direitista, com indícios fascistas. EstaVERDE-AMARELISMO
corrente contou com a participação de Plinio Salgado, Menotti del Picchia, Cassiano Ricardo entre outros.
2 E tem mais...
Antropofagia (1928)
O Manifesto Antropofágico foi publicado no jornal Diário de São Paulo. Algumas de suas propostas já puderam
ser vistas na corrente Pau-Brasil. Vejamos um fragmento: http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon106
/pdf/Tupi_Aula2.pdf
Observe o depoimento de Jorge Schwarz sobre a antropofagia Oswaldiana:
“O dilema nacional/cosmopoalita é resolvido pelo contato com as revolucionárias técnicas da vanguarda
europeia, e pela percepção da necessidade de reafirmar os valores nacionais numa linguagem moderna. Assim,
Oswald transformou o bom selvagem rousseauniano num mau selvagem, devorador do europeu, capaz de
•
•
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon106/pdf/Pau_brasil_Aula2.pdf
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon106/pdf/Nhengacu_Verde_Aula2.pdf
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon106/pdf/Nhengacu_Verde_Aula2.pdf
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon106/pdf/Tupi_Aula2.pdf
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon106/pdf/Tupi_Aula2.pdf
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assimilar o outro para inverter a tradicional relação colonizador /colonizado” (SCHWARTZ, Jorge. Yanguardas
latino-americanas: polêmicas, manifestos e textos críticos. Edusp, Iluminuras: Fapesp, 1995.)
Conheça algumas telas de TARCILA DO AMARAL
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ATENÇÃO
Abaporu, em tupi, significa “o homem que come”.
Podemos elencar as principais características desta geração de 22:
Passemos, agora, aos poetas representativos desta primeira fase ou geração modernista (1922 - 1930)
Após a Semana de Arte Moderna (1922), a produção literária brasileira se modificou. O Modernismo passou a
viver a fase heroica, como ficou conhecida a primeira geração modernista.
Essa geração apresentouduas tendências - a destruição e a construção de novos valores estéticos.
• Ruptura com o passadismo e com o academicismo;
• ruptura com a sintaxe e aproximação entre linguagem literária e coloquial;
• liberdade formal. Os poetas teriam liberdade de compor seus versos sem métrica (livres) e brancos (sem 
rimas). Pontuação livre ou ausência de pontuação;
• livre associação de ideias;
• valorização de temas ligados ao cotidiano;
• postura critica em relação aos valores sociais burgueses;
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• postura critica em relação aos valores sociais burgueses;
• humor como forma de crítica;
• nacionalismo crítico ou ufanista;
• sobreposição de imagens e/ou simultaneidade;
• influência do Futurismo, de Marinetti. Segundo o futurista, a arte deve privilegiar a velocidade;
• influência do Cubismo quando se trata de sobreposição de imagens.
Comecemos com Oswald de Andrade:
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
A ruptura com os padrões da língua literária culta e a busca pela língua brasileira são algumas das propostas do
projeto artístico de Oswald de Andrade. No poema , há esta preocupação. O poeta diz que o “bomPronominais
brasileiro” é aquele que fala o português do Brasil, não imita a sintaxe lusitana. Ao propor iniciar as frases com o
pronome átono, Oswald de Andrade rompe com uma das regras da colocação pronominal, herança do português
de Portugal.
Oswald de Andrade apresentava, em suas poesias, técnicas utilizadas pelas vanguardas europeias: A utilização
do desenho de própria autoria de Oswald para acompanhar o poema Maturidade é um bom exemplo da técnica
dadaísta do ready-made - atribuição de valor artístico a objetos deslocados de seu contexto normal de uso.
Oswald rompe com o discurso tradicional literário e apresenta seu poema como se fosse um cartão de
informação. O teor desta informação é o nascimento de um bebê.
http://pequenidades.blogspot.com/2010/02/primeiro-caderno-do-aluno-de-poesia.html
Paulicéia Desvairada (1922) é o primeiro livro de poemas de Mário de Andrade. O autor abre o livro com o
“Prefácio Interessantíssimo” em que estão presentes as considerações sobre suas expectativas quanto aos
caminhos da arte brasileira. Neste prefácio, o autor decreta que está “fundado o Desvairismo”. São flagrantes as 
influências do Futurismo, de Marinetti, com sua máxima “palavras em liberdade”.
Vejamos um exemplo.
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http://pequenidades.blogspot.com/2010/02/primeiro-caderno-do-aluno-de-poesia.html
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Manuel Bandeira deixou várias contribuições para a literatura brasileira. Destacam-se duas: a solidificação da
poesia modernista com a presença dos versos livres, coloquialismo, liberdade criadora e a capacidade de extrair
poesia das coisas banais, prosaicas.
Vejamos, como no Poema tirado de uma notícia de jornal, Bandeira concilia a crítica social e reflexão filosófica
acerca da condição humana dentro do coloquialismo.
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. Uma
noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e
morreu afogado.
http://www.jornaldepoesia.jor.br/manuelbandeira04.html
Os temas da infância, do amor e da morte (retratado com humor e ironia) sempre acompanharam os poemas de
Manuel Bandeira.
Para finalizar a aula, convido vocês para fazerem um passeio pelas palavras de Manuel Bandeira, assistindo o
documentário O habitante de Pasárgada.
https://www.youtube.com/watch?v=K6Q0W8s7aHs
O que vem na próxima aula
• A segunda fase modernista;
• os poemas representativos de Carlos Drummond de Andrade;
• os poemas representativos de Murilo Mendes.
http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon106/pdf/os_cortejos_Aula2.pdf
http://www.releituras.com/marioandrade_bio.asp
Saiba mais
Saiba mais
http://www.vidaslusofonas.pt/manuel_bandeira.htm
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http://www.jornaldepoesia.jor.br/manuelbandeira04.html
https://www.youtube.com/watch?v=K6Q0W8s7aHs
https://www.youtube.com/watch?v=K6Q0W8s7aHs
http://www.releituras.com/marioandrade_bio.asp
http://www.releituras.com/marioandrade_bio.asp
http://www.vidaslusofonas.pt/manuel_bandeira.htm
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu como ocorreu a Semana de Arte Moderna;
• aprendeu as principais teorias defendidas pelos possíveis mentores da Semana de Arte Moderna;
• analisou poemas representativos da primeira fase modernista.
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	Olá!
	
	1 E a história continua...
	13 de fevereiro – 2ª feira
	15 de fevereiro - 4ª feira
	17 de fevereiro - 6ª feira
	2 E tem mais...
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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