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LMA (LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA) LLA (LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA) Mais comum (45% dos casos); Incidência: a partir dos 15 anos e aumenta com idade; Predominância: sexo masculino; Blastos maiores e presença de grânulos azurófilos no seu citoplasma; Achado patognomônico: Bastonetes de Auer; Citoquímica: MPO ou Sudan Black B positiva; Marcadores específicos mielóides: CD13, CD14, CD33, CD34; Origem: translocações, perdas e deleções cromossomiais; Fatores de risco: exposição a benzeno, agentes alquilantes, inibidores da topoisomerase II, distúrbios hereditários, anomalias citogenéticas congênitas: síndrome de Down, de Patau; Manifestação clínica: astenia, hemorragia e febre (tríade sintomática); Mais manifestações: petéquias, equimoses, sangramento gengival, epistaxe, hemorragia digestiva, metrorragia; Hepatoesplenomegalia ajuda a diferenciar da anemia aplásica; Achados laboratoriais: · Anemia + plaquetopenia; · Anemia normocítica normocrômica; · Leucocitose; · Hiperuricemia; Diagnóstico diferencial: Mielograma; Tratamento: Medidas de suporte: hidratação oral, transfusões de hemácias ou plaquetas, evitar a ingestão de frutas e verduras cruas, evitar a Hiperuricemia; e Tratamento específico: quimioterapia com alto poder mielotóxico, para que possa destruir completamente os clones mieloblásticos; transplante alogênico de células hematopoiéticas. Ocorre em 15% dos casos; Mais frequente em crianças (90% dos casos); Mais comum na raça branca; Predominância: sexo masculino; Na criança responde em 70-85% dos casos muito bem á quimioterapia; Quando ocorre no adulto apresenta pior prognóstico na maioria dos casos; Manifestações clínicas: são semelhantes ao da LMC, porém destaca-se: dor óssea muito frequente, adenomegalia cervical ou generalizada, massas mediastinais, acometimento do SNC e dos testículos, febre neoplásica. Hiperplasia gengival NÃO faz parte do quadro clínico; Linfodenopatia; Diagnóstico diferencial: Mielograma; Achados laboratoriais: Ausência de grânulos azurófilos e bastonetes de Auer no citoplasma; Citoquímica: positiva para PAS e presença de TdT citoplasmático e negativa para MPO ou Sudan Black B; Marcadores específicos: CD5, CD10. CD19, CD20; Tratamento: é a mesma que é feita para a LMA com a diferença na menor mielotoxicidade do esquema indutor de remissão do LLA infantil; Necessidade de profilaxia com sulfametoxazol-trimetoprim contra pneumocistose; RESUMÃO PARA A 2ª PROVA DE HEMATOLOGIA – DIA 09/03/17 LEUCEMIAS AGUDAS: MIELÓIDE E LINFÓIDE LEUCEMIAS CRÔNICAS: MIELÓIDE E LINFÓIDE LMC (LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA) Corresponde a 15% do total das leucemias; Incidência: fase adulta entre 45-55 anos, porém pode ocorrer em crianças; Predominância: sexo masculino; Anomalia citogenética: cromossomo Philadelphia (Ph); (translocação do braço longo do cromossomo 9 t(9;22); Diagnóstico laboratorial: Leucocitose neutrofílica acentuada com DE não escalonado + Esplenomegalia de grande monta A LMC é uma das causas de Basofilia proeminente e persistente; Anemia: tipo normocítica normocrômica; Quanto ás plaquetas apresenta trombocitose; Assim, a apresentação clínica na LMC: Anemia + Hiperleucocitose + Trombocitose Obs.: Apesar da contagem de plaquetas alta, os pacientes estão propensos ao sangramento, devido à disfunção plaquetária; Outros achados laboratoriais: hiperuricemia (associada à crise de gota), aumento dos níveis séricos da vitamina B12, aumento do LDH; Diagnóstico diferencial: fosfatase alcalina encontra-se baixa, o que ajuda a diferenciar a LMC das reações leucemóides, Mielograma e biópsia da Medula Óssea; A confirmação diagnóstica é feita pelo achado do cromossomo Philadelphia na avaliação citogenética das células do aspirado. Na ausência dessa alteração, deve-se tentar identificar o gene bcr/abl por PCR ou pela técnica de FISH; Manifestações clínicas: febre, perda ponderal, astenia, sudorese noturna, desconforto abdominal no hipocôndrio esquerdo, saciedade precoce, palpitação, dispnéia, equimoses, nos casos mais graves há priapismos; As infecções NÃO são freqüentes, pois o clone neoplásico é capaz de se diferenciar até o neutrófilo maduro (segmentado), havendo uma função normal ou diminuída; Ao exame físico observa-se uma esplenomegalia (> 5 cm RCE); FASES: - Crônica: SP – 25.000 / 400.000 leucócitos; plaquetose / blastos e promielócitos < 10%; - Acelerada: leucocitose > 100.000 NÃO responsiva a Hidroxiureia; trombocitopenia < 100.000 – nº baixo de plaquetas por conta de o baço estar aumentado; - Blástica: ou de agudização – a soma de mieloblastos e promielócitos deve ser superior a 20%; Tratamento: inibidor da tirosino kinase: mesilato de imatinibe e transplante alogênico de células tronco. LLC (LEUCEMIA LINFÓIDE CRÔNICA) É a segunda leucemia mais comum (30% de todas as leucemias); Incidência: população mais idosa (> 60 anos); Predominância: sexo masculino; NÃO é vista em pessoas com menos de 30-40 anos de idade e NÃO acomete crianças; É uma neoplasia hematológica de curso indolente, cujo clone neoplásico é um Linfócito B; É uma doença cumulativa, ao invés de proliferativa; Diagnóstico laboratorial: Linfocitose acentuada + adenomegalia; Obs.: A mononucleose infecciosa e a linfocitose infecciosa também pode levar a uma linfocitose acentuada, porém é em pessoas jovens; Manifestações clínicas: febre, sudorese noturna, astenia, fadiga, perda ponderal e queda do estado geral; Ao exame físico, além da adenomegalia, pode revelar esplenomegalia, hepatomegalia, derrame pleural e ascite; Anemia: normocítica normocrômica; Plaquetas: plaquetopenia; Diagnóstico: confirmado por: - Linfocitose persistente > 10.000 + aspirado de MO com > 30% linfócitos; - Linfocitose persistente > 5.000 + aspirado de MO com > 30% linfócitos + imunofenotipagem revelando o marcador CD5; Tratamento: tem o objetivo na melhora dos sintomas, já que dificilmente há uma chance de cura; Terapia medicamentosa: clorambucil + corticoides; ciclofosfamida, fludarabina, anticorpos monoclonais. Nos pacientes acima de 60 anos é recomendável usar o Imatinibe, nos mais jovens (+- 40 anos) é mais recomendável o transplante de células tronco para garantir uma melhor sobrevida. DOENÇAS MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS POLICETEMIA VERA (PV) Alteração citogenética: Janus-quinase (JAK2), porém não é exclusiva dessa doença; Síndrome mieloproliferativa mais comum; Incidência: idosos entre 50-80 anos de idade; Predomínio: sexo masculino; Manifestações clínicas: geralmente o paciente é assintomático; Sinais e sintomas mais freqüentes: hiperviscosidade, complicações neurológicas, gota e úlceras gástricas, tromboses e hemorragias, pletora facial, prurido (principalmente após banho quente); esplenomegalia e hepatomegalia; Achado laboratorial: SP - poliglobulia, diminuição da eritropoetina, aumento da vitamina B12; MO - hiperplasia eritróide, ferro ausente, alterações citogenéticas (JAK2); Outros achados: leucocitose, aumento da fosfatase alcalina leucocitária e presença de eritrocitose, hiperuricemia, trombocitose; Diagnóstico diferencial: Mielograma, mutação JAK2, eritropoetina, aumento de hematócrito; Obs.: A PV é a única neoplasia hematológica que se apresenta com Pancitose (aumento de hemácias, leucócitos e plaquetas); Complicações: eventos trombóticos; Tratamento: flebotomia, drogas mielosupressoras devem ser administradas nos pacientes com alto risco de trombose, Hidroxiureia; Apesar do aumento da sobrevida, a terapia específica da PV não cura o paciente. TROMBOCITOPENIA ESSENCIAL (TE) É uma síndrome mieloproliferativa rara; Incidência: idosos entre 50-60 anos de idade; Predomínio: sexo feminino; De todas as desordens mieloproliferativas é a que tem melhor prognóstico; Característica da doença: aumento da produção de plaquetas; Alteração citogenética: Janus-quinase (JAK2); Manifestações clínicas: pacientes são assintomáticos, o diagnóstico sendo suspeitado por uma trombocitose persistente no hemograma (> 600.000/mm³); Sinais e sintomas: eventos trombóticos e hemorrágicos, eritromelalgia (queimação das mãos e pés – nestes casos,o uso do AAS trás boa resposta), esplenomegalia ou atrofia do baço; Diagnóstico laboratorial: hemograma (apresenta uma anemia discreta e DE com plaquetose; Mielograma: observa-se aumento de megacariócitos, testes de coagulação, mutação JAK2 em 50% dos casos; Diagnóstico de exclusão: PV, MF, LMC, SMD; trombocitoses reacionais; Tratamento: com agentes mielosupressores: hidroxiureia e anagrelida, anticoagulantes e terapia com AAS. DOENÇAS MIELOPROLIFERATIVAS CRÔNICAS MIELOFIBROSE IDIOPÁTICA CRÔNICA (MID) Características: mielofibrose precoce e hematopoese extramedular (metaplasia mielóide); Terceira desordem mieloproliferativa em freqüência; Marco da doença: esplenomegalia; Incidência: adultos acima dos 60 anos de idade; Sem preferência por sexo; Patogênese: proliferação clonal de megacariócitos, fibrose da MO, aumento de precursores granulocíticos; metaplasia mielóide (fígado, baço); Alteração citogenética: Janus-quinase (JAK2) e uma mutação envolvendo o gene do receptor de trombopoeitina (MPL); Manifestações clínicas: fadiga, astenia, perda ponderal, sudorese noturna, desconforto abdominal no hipocôndrio esquerdo, esplenomegalia ao exame físico, hepatomegalia em 50% dos casos; Outros achados importantes: petéquias, equimoses, adenopatia, ascite; Diagnóstico laboratorial: anemia (60% dos casos), trombocitose, leucopenia com neutropenia, plaquetopenia, leucoeritroblastose, poiquilocitose com dacriócitos ou hemácias em lágrima, hiperuricemia, aumento da fosfatase alcalina leucocitária e sérica, aumento da LDH, níveis de vitamina B12 e hipoalbuminemia; Diagnóstico diferencial: através da tríade: leucoeritroblastose, múltiplas hemácias em lágrima, mielofibrose; Aspirado da MO quase sempre é seco, por isso deve ser realizada a biópsia da MO; Tratamento: visa reduzir os sintomas, porém não aumenta a sobrevida da doença, a qual não tem cura; uso de corticoides, transplante alogênico. SÍNDROMES MIELODISPLÁSICAS (SMD) Freqüência: pessoas adultas, mas pode se manifestar em jovens e crianças; É um distúrbio clonal adquirido das células tronco hematopoiéticas com instalação progressiva da MO; Anomalia qualitativa e quantitativa no SP; Diminuição de uma ou mais séries hematológicas; Hematopoese ineficiente; Células com aspecto displásico; Manifestações clínicas: indolente – muito agressiva; Surgimento: após tratamento quimioterápico / radioterápico; Idiopática (em idosos); Evolução: para LMA; Sinais e sintomas: palidez, fadiga, dispneia, infecção de repetição, sangramentos, perda de peso e febre; Tratamento: transplante alogênico, azacitidina (prolonga o tempo de conversão para LMA), Lanalidomida (diminui as transfusões) del5q, eritropoetina, medidas de suporte: transfusões, uso de antibióticos; LINFOMAS E DISPLASIAS PLASMOCITÁRIAS LINFOMA NÃO – HODGKIN (LNH) Origem: tecido linfóide (nascem no tecido linfóide e se infiltram na MO e outros tecidos); Características: proliferações clonais de células B (os mais freqüentes), T ou de células mais jovens chamadas histiócitos; Incidência: pacientes idosos (50-65 anos de idade), mas, pode aparecer em qualquer faixa etária, inclusive em crianças; Predomínio: sexo masculino e raça branca; Causas: fatores do meio ambiente (exposição a herbicidas, radiação ionizante, solventes orgânicos e resinas de cabelo), vírus Epstein Barr, infecção pelo vírus HIV, transplante de órgãos sólidos, deficiências imune congênitas, doenças autoimunes, doença celíaca; Manifestações clínicas: Linfadenomegalia periférica não dolorosa, fadiga, mal-estar, prurido, comprometimento do baço; Diagnóstico laboratorial: anemia, leucocitose ou leucopenia e plaquetopenia, LDH e β2-microglogulina aumentados; Diagnóstico diferencial: Mielograma pode ser normal, mas com freqüência há infiltração linfomatosa, o que já define doença disseminada; reações de MPO e Sudan Black são negativas nas células linfomatosas; a citometria de fluxo torna mais fácil a verificação de células linfomatosas no sangue, MO e em material ganglionar; Tratamento: radioterapia, quimioterapia, transplante de MO, antitoxinas e monoclonais conjugados. LINFOMA DE HODGKIN (LH) É um linfoma B Achado patognomônico: presença da célula neoplásica Reed-Sternberg com os marcadores CD15 e CD30; Dois picos de maior incidência: entre 20-30 anos e entre 50-60 anos; Predomínio: sexo masculino; Manifestações clínicas: adenomegalia, quadro febril crônico, suores noturnos e emagrecimento progressivo; Possíveis causas da doença: infecção pelo vírus EB; perturbação da imunidade celular, fatores hereditários e ambientais; Diagnóstico laboratorial: anemia; pode haver leucopenia ou leucocitose, neutrofilia associada á linfopenia absoluta, eosinofilia; Diagnóstico diferencial: Mielograma costuma ser normal, mas ás vezes mostra hipercelularidade; punção-biópsia de gânglio linfático, o encontro das células R-S, faz o diagnóstico do LH; Tratamento: radioterapia, esquema de quimioterapia MOPP (mostarda nitrogenada + vincristina + procarbazina + prednisona), transplante de MO para os casos que não respondem a QT e RXT. MIELOMA MÚLTIPLO MIELOMA MÚLTIPLO (MM) É uma neoplasia plasmocitária, ou seja, um clone plasmocitário se acumula na MO; Incidência: atinge a população acima dos 50 anos de idade; Predomínio: sexo masculino e de raça negra; As células do mieloma se proliferam na MO,ocupando o espaço das células hematopoiéticas; Interleucina 6 (IL-6) é uma citoquina fundamental para a proliferação das células mielomatosas; Anomalias cromossomais: monossomia do 13, trissomia do 9 e as translocações t(11;14) e t(1;16); Tipos: Gamapatia monoclonal; Plasmocitoma solitário; Mieloma de cadeia leve ou Doença de Bence Jones, Doença de cadeias pesadas, Mieloma osteoesclerótico; Manifestações clínicas: aparecem de forma lenta e progressiva, acometendo o sistema hematológico (anemia), os ossos e a função renal; Diagnóstico laboratorial: anemia normocítica normocrômica, fenômeno de rouleaux no SP, VHS aumentado, hipercalcemia, albumina baixa, creatinina e beta2-microglobulina elevadas; Critério diagnóstico: plasmocitose medular > 10% ou presença de plasmocitoma e mais pelo menos um dos seguintes: Componente M no soro ou na urina e presença de lesão de órgão alvo (regra mnemônica CARO: Cálcio (hipercalcemia), Anemia, Rim (insuficiência renal), Osso (lesões ósseas líticas); Diagnóstico diferencial: gamopatia monoclonal de significado indeterminado, mieloma smoldering (ou assintomático), plasmocitose solitário, teste de Coombs positivo; Tratamento: não visa à cura, mas sim, o aumento da sobrevida e da melhora da qualidade de vida do paciente, assim a terapia de primeira linha inclui quimioterapia convencional (Vincristina, adriamicina, dexametasona, Melfalan, predinisona, Ciclofosfomida, etoposide), interferon, transplante de MO. Referências: LORENZI, T.F. Manual de Hematologia: Propedêutica e Clínica. Rio de Janeiro: MEDSI, 1992
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