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ESCABIOSE CANINA E PEDICULOSE

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Por @hasenvet 
ESCABIOSE CANINA 
Também conhecida como Sarna Sarcóptica, é uma doença parasitária e 
contagiosa, cujo agente responsável é o ácaro Sarcoptes scabiei var. canis, o 
qual provoca escavação superficial da pele do animal. 
É considerada uma zoonose, assim é importante perguntar se no tutor e 
contactantes humanos houve o aparecimento de lesões avermelhadas (pápulas 
eritematosas). 
O parasita produz substâncias alergênicas responsáveis por provocar uma reação de hipersensibilidade, o 
que gera um caráter pruriginoso (coceira). 
É comum que os cães acometidos apresentem um histórico prévio de 
permanência em abrigos, contato com cães de rua ou outros possíveis 
contactantes afetados. 
O animal tende a ter um prurido não-sazonal que pouco responde a terapia 
antipruriginosa (corticoides). Podemos encontrar lesões, como: pápulas, alopecia, 
eritema, crostas, escoriação, liquenificação, linfadenopatia. Inicialmente a pele 
com menos pelos é atingida, como pavilhão auricular (predileção pela margem), 
membros e região latero-ventral do corpo (ventral do abdome e tórax). Ainda, as 
lesões tendem a ser relativamente simétricas. Em casos crônicos pode espalhar 
pelo corpo, porém geralmente poupa o dorso do animal. Podemos encontrar 
linfoadenomegalia periférica, perda de peso e debilidade secundária. 
Principais diferenciais: hipersensibilidade (picada de pulga, alimento, contato, atopia), piodermatite, 
dermite por Malassezia. 
Obs.: durante o exame físico é importante avaliar se o animal apresenta reflexo otopodal, pois é comum de 
acontecer nesta doença. É feito por meio da esfregação da borda da orelha entre o polegar e o dedo 
indicador. NÃO É ALGO PATOGNOMÔNICO. 
 
Diagnóstico: 
Baseia-se no histórico, sintomas e resposta ao tratamento escabicida (diagnóstico terapêutico para casos 
não confirmados). É confirmado por meio da presença do ácaro na microscopia feita pelo exame 
parasitológico do raspado cutâneo (EPRC), que podemos encontrar o agente adulto, ninfa, larvas e/ou ovos, 
podendo dar resultados falso-negativos. 
 
Tratamento: 
Mais antigo – 
• Enxofre e sabonete tópico; 
 
• Monossulfiram tópico; 
 
• Amitraz tópico – não usar em gatos: 250 ppm (4 mL/1L de água) em banhos semanais; 
 
Mais recentes – 
• Fipronil tópico spray em filhotes, gestantes ou lactantes: 3 ml/kg/21 dias/3 aplicações; 
 
• Tratamento de contactantes e desinfecção do ambiente; 
 
Por @hasenvet 
• Avermectinas: 
 
 Ivermectina: 200-400mcg/kg/VO/sem ou SC/quinzenal – 2 a 5 semanas de tratamento. Não 
devemos usar em cães pastores (Shetland Sheepdog, Old English Sheepdog, Australian 
Sheperd, Border Collie e seus mestiços); 
 
 Selamectina (tópica): 6 mg/kg/20-30 dias – 2 a 3 aplicações. Alguns estudos e farmacêuticos 
dizem ser segura para raças sensíveis. Usada para: Sarcoptes scabei, Otodectes cynotis, 
Ctenocephalides spp., carrapatos e parasitas GI; 
 
 Moxidectina + Imidacloprida: tópica 0,1ml/dg/2 aplicações no intervalo de 30 dias. Eficácia 
comprovada e mesmas restrições da Ivermectina. 
 
• Fluralaner (Bravecto): também usa para pulgas e carrapatos, tendo poucos efeitos colaterais. 
 
• Sarolaner (Simparic). 
 
Obs.: em casos de prurido intenso, o uso oral de prednisona num período de até 5 dias pode ser útil. Em 
casos de piodermite secundária, o uso de antibiótico pode ser necessário. 
OUTRAS DOENÇAS CAUSADAS POR ÁCAROS SARCOPTÍDEOS 
Notoedres cati (Gatos – sarna notoédrica) 
Relacionada a um prurido intenso com dermatite 
crostosa aderente espessa. É comum 
linfadenopatia e os gatos podem apresentar 
anorexia. É feito raspado superficial. 
Cheyletiella yasguri (Cães – “caspa andante”) Caracteriza-se por descamação excessiva e prurido 
variável. É mais comum animais jovens e ter 
orientação dorsal das lesões. Usa-se fita adesiva. Cheyletiella blakei (Gatos – “caspa andante”) 
Otodectes cynotis (cães e gatos – sarna da orelha) 
Há prurido e consequentes lesões de escoriação. 
Caracteriza-se pela presença de crostas espessas 
dentro e em torno do pavilhão auricular. Usa swab 
de orelha em óleo mineral. 
 
PEDICULOSE 
É a infestação por piolhos sugadores (Lynognathus setosus em cães) ou 
mastigadores (Trichodectes canis no cão e Felicola subrostratus no gato), mas que 
é incomum de acontecer, uma vez que o uso de drogas que controlam pulgas e 
carrapatos também evitam infestações por piolhos. 
Em geral, a sintomalogia baseia-se em inquietação e prurido, com seborreia, 
alopecia e/ou escoriações secundárias. 
Os principais diferenciais são pulgas, escabiose, cheiletielose e hipersensibilidade (DAPP, alergia alimentar, 
atopia). 
O diagnóstico se dá pela visualização diretas de piolhos e pela microscopia (fita adesiva e pelos – vê-se os 
piolhos ou as lêndeas, que são os ovos). O tratamento vai desde o uso de xampus a outros fármacos, como 
ivermectina, fipronil, imidocloprid. 
 
T. canis

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