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Administração Pública Gerencial e a Prestação de Contas

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL E AS MUDANÇAS
os gestores devem fazer escolhas, sem se esquecer de que o que eles fazem é fiscalizado mais de perto, pois no passado, o antigo sistema de gerenciamento mais burocratizado protegia-os de acusações. Os objetivos e as medidas de desempenho também eram raramente especificados e ninguém podia assim ser considerado responsável pelos resultados. 
Outra característica que persistiu durante décadas foi que os salários pagos eram fixados por normas gerais para o serviço público. Agora, os gestores devem decidir quanto gastam com pessoal, com o funcionamento do órgão e tudo isso ganha componentes a mais, como estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). 
Outro item identificado se refere ao fato de que os gestores não eram submetidos à pressão dos usuários; agora, as pesquisas regulares sobre satisfação obriga-os a levar em conta a opinião dos usuários no processo decisório, o que torna o trabalho mais longo, mais difícil e mais conflitante.
A gestão pública gerencial deve ser percebida como algo mais abrangente e dinâmico que a mera condução dos negócios do governo. As profundas transformações ocorridas na sociedade estão impulsionando mudanças estruturais na administração pública brasileira que se torna mais complexa e desafiadora a cada dia.
Neste sentido Matias-Pereira (2012) argumenta que a administração pública não se limita a cumprir o princípio da eficiência na gestão dos recursos públicos, mas ela deve levar em consideração, sobretudo, o aspecto que envolve a legalidade, legitimidade e outros valores que transcendem o tradicional ambiente de negócios no âmbito público.
A gestão pública contemporânea não está limitada a executar eficientemente os seus processos de trabalho internos, ela extrapola os seus limites para cumprir a sua função: promover o bem coletivo e atender as demandas sociais.
A partir de agora vamos passar a abordar outro aspecto importante dentro da administração pública, a prestação de contas. 
A NECESSIDADE DE PRESTAR CONTAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Quando falamos em prestação de contas no setor público, o tema nos remete à transparência do processo de gestão. Nesse sentido, percebe-se um crescente interesse pelo estabelecimento de medidas que proporcionem á gestão administrativa e financeira mais clareza e transparência na condução dos recursos públicos. 
A ideia de instituir um processo transparente não é algo recente e já vem sendo pensado há mais de meio século. Ao fazermos uma breve pesquisa verificaremos que a preocupação com a transparência foi primeiramente evidenciado na administração pública inglesa. No entanto, somente a partir dos anos 90 a sua concepção ganhou a devida atenção social e se espalhou pelo mundo (CRUZ, et al., 2010). Em virtude da importância do tema ele passou a fazer parte da agenda de várias esferas do governo: União, Estados e Municípios. Percebe-se que Estado está sendo forçado á tomar medidas que tornem a sua gestão mais transparente.  
Cruz et al (2010) aponta que entre os principais motivos que impulsionaram os inflamados debates sobre a transparência, e tem motivado o crescente interesse pelo assunto na administração pública, está o fato de que, quando se conhece o teor das ações e o dispêndio financeiro envolvido, a sociedade se mostra capaz de adotar medidas punitivas em relação à forma como os gestores e a classe política gastam o dinheiro público e podem adotar medidas que visam inibir os atos corruptos. 
Transparência e Controle Social
a necessidade de se prestar contas na gestão pública está relacionada diretamente à transparência. Ao acompanharmos o sistema de gastos e receitas dos governos de forma clara e transparente estamos exercitando a cidadania o que vem sendo feito de forma gradativa, cada vez mais difundido nas últimas décadas. A prestação de contas nos remete à visibilidade do funcionamento do Estado, o que contribui para o fortalecimento da cidadania e em última instância, nos aproxima ainda mais do processo democrático. A transparência nas contas públicas se torna algo vital para permitir que os antigos controles burocráticos sejam substituídos por controles sociais. Convém ressaltar que o gestor público deve obedecer ao princípio da probidade, que estabelece o dever de prestar contas à sociedade e o dever de pautar seus serviços nos preceitos da eficiência e da ética.
Trosa (2010, p. 46) ressalta que a pressão para prestar contas no setor público cresce em todo o mundo e essa pressão pode vir de várias fontes: 
• Ela pode vir do poder político: onde há uma real preocupação dos governos em ver seus objetivos efetivamente realizados e a de prestação de contas se torna uma obrigação em si. 
• Ela pode vir dos próprios funcionários: a crise de legitimidade do Estado favorece a transparência, pois os administradores preferem prestar contas a se verem constantemente atacados pela sociedade. 
• Ela pode vir do orçamento: os mecanismos orçamentários recaem, cada vez mais amiúde, sobre as comparações de desempenho e de resultado 
programa FRILE de ajuda às empresas inovadoras em nível regional. O espírito do programa era claramente delegar aos governantes locais a capacidade de sustentar as inovações das PME (pequenas e médias empresas), sem que a administração central fixasse outro critério senão o de resultados: capacidade das inovações de perdurar e de serem utilizadas, números de empregos criados, etc.
PARCERIA ENTRE A SOCIEDADE E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Para tornar possível a viabilização de projetos e programas governamentais se faz necessário, a junção harmônica dos diversos atores da sociedade para a efetiva construção de uma nova relação entre o setor público, o privado e o terceiro setor, nos âmbitos: locais, regional e global. É preciso que os indivíduos, instituições e governos reexaminem a sua forma de atuação e busquem interagir de forma flexível com os demais atores.O conceito de pareceria resvala-se no campo do desenvolvimento de redes, contatos e relacionamentos. Assim, podemos definir “redes como a constituição de uma articulação de nós (relações) que se efetivam por meio de determinado número de conexões” afirma Castells (2002).
O estabelecimento de redes de relacionamento e as mudanças de paradigmas estão modificando o cenário dos negócios em todo o mundo e redefinem os relacionamentos tanto no setor privado quanto no setor público. O dinamismo do mercado é um fator motivador para que o Estado possa responder de forma adequada às mudanças que ocorrem no ambiente.No caso do setor público esse fator tem origem na população, que exige de forma crescente mais transparência, mais compromisso e serviços com maior qualidade. (MATIAS-PEREIRA, 2012).
Dentro desse contexto surge o conceito de parcerias estratégicas, que tem como referência base as alianças estratégicas e as parcerias que é tradicionalmente utilizada no campo da administração, na qual as organizações já perceberam que existe apenas uma forma de sobrevivência num mundo altamente competitivo e globalizado: a união e a soma de esforços.
As alianças estratégicas, orientadas para o setor público, podem ser definidas como resultado de uma associação entre duas ou mais instituições, organismos ou empresas públicas, que juntam recursos e Know-how (saber como fazer algo) para implementar uma atividade específica e criar sinergia de grupo ou para fortalecer as competências para o desenvolvimento de ações governamentais.
A associação em forma de alianças estratégicas pode ser feita para atender as demandas sociais por bens e serviços em áreas sensíveis, como: saúde, educação, alimentação, ciência, tecnologia, segurança, transferência de tecnologia entre outras opções.
Matias-Pereira (2012, p. 41) explica que as parcerias estratégicas exigem que os parceiros envolvidos tenham uma visão de longo prazo, uma disposição de investir em relacionamento de forma sistemática. Essas parcerias devem proporcionar aos seus integrantes uma maior probabilidade de sucesso naquela ação, projeto ou empreendimento em determinadomomento.
A nova abordagem do setor público exige que os gestores públicos desenvolvam habilidades que antes não eram necessárias. Os gestores públicos modernos devem desenvolver características empreendedoras que se distanciem do modelo tradicional imposto pelo Estado burocrático, pesado e ineficiente. Os gestores da atualidade passam a ser verdadeiros parceiros da sociedade, com atitudes inovadoras, com controle orçamentário eficiente e emissão de repostas mais sólidas às demandas sociais brasileiras.
A resposta às necessidades sociais da população depende, em particular, de gestores melhor preparados e mais comprometidos com a ética, com o profissionalismo e se coloquem a serviço do bem público, alicerçado por um modelo de gestão que seja capaz de aproveitar todo o potencial gerencial da administração pública. Vinculado a esses fatores é necessário um sistema de gestão que possa canalizar de forma eficiente todos os esforços do governo e da sociedade organizada na construção e na manutenção de bem-estar coletivo (MATIAS-PEREIRA, 2012).
Também é preciso ressaltar a importância do emprego da tecnologia para auxiliar o gestor no desenvolvimento da sua função pública, neste sentido a tecnologia da informação deve ser incorporada para gerar informações mais precisas e permitir a eficiente interpretação dos dados para dar suporte á tomada de decisões governamentais.
A tecnologia na gestão pública deve ser um agente facilitador no processo de atendimento dos cidadãos, bem como auxiliar o sistema de controle interno e externo permitindo o alcance da efetividade da gestão pública. 
EMPREENDEDORISMO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
No inicio do século XX essa terminologia passou a ser utilizada para identificar as pessoas que criavam e conduziam projetos e empreendimentos, e de forma especial, o termo referiu-se àquelas pessoas que compravam matéria-prima (agrícolas) processava-as e vendiam a terceiros.O movimento denominado empreendedorismo se tornou um grande aliado no desenvolvimento econômico de cidades e países, pois tem proporcionado a criação de lugares e inovações em muitos setores econômicos. As nações desenvolvidas tem destinado atenção especial e apoiado sistematicamente as iniciativas empreendedoras, por saberem que constituem a base do crescimento econômico e contribuem para impulsionar a economia moderna. (DORNELAS, 2009).
A fim de dar mais clareza sobre o tema vamos estabelecer algumas diferenças básicas entre o empreendedor e o administrador.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE EMPREENDEDOR E ADMINISTRADOR
Na visão de Dornelas (2009, p. 18), “[...] todo empreendedor precisa ser um bom administrador para poder tomar decisões adequadas no momento certo, para definir prioridades e, sobretudo, gerenciar”. É importante considerar que nem todo administrador tem as habilidades e o anseio dos empreendedores, por mais eficaz que ele possa ser na realização do seu trabalho. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EMPREENDEDORA
O empreendedorismo deve e pode acontecer, sobretudo, no setor público para gerar crescimento sustentável, desenvolvimento social e econômico que beneficie á população.
Ações empreendedoras podem melhorar os indicadores sociais e econômicos para proporcionar melhoria no padrão de vida da população em setores específicos como: segurança pública, acesso à saúde, disseminação da educação, direito à cultura e mais conforto.
Os ajustes na administração das organizações públicas não é somente algo necessário para que o poder público possa atender de forma adequada as demandas da sociedade. Percebe-se que o atendimento das crescentes demandas exige que os governos se tornem mais inteligentes, ou seja, cada vez mais eficientes, eficazes e efetivos nas prestações de serviços públicos com a qualidade desejada e que ao mesmo tempo proporcione menores custos para a sociedade.
•Matias-Pereira (2012, p. 72) observa que o “[...] esforço para criar uma cultura empreendedora na administração pública se apresenta como fator-chave no atual contexto da gestão pública brasileira [...] em termos de resultados” e melhoria na qualidade dos serviços destinados à população.
A construção desse novo paradigma de gestão pública empreendedora é pautada na orientação para resultados efetivos, e depende, especialmente, da melhoria no nível de qualificação profissional, do aperfeiçoamento do sistema de remuneração das carreiras no setor público, bem como da geração de estímulos em direção aos objetivos comuns, tendo como eixo norteador o desejo de servir o público, salienta Matias-Pereira (2012).
O Gestor Público contemporâneo é a um só tempo: gestor do “status quo” onde trabalha para manter e preservar o que existe de bom e dar sustentabilidade aos processos que funcionam adequadamente. Por outro lado ele é visto como um agente de mudança, no sentido de que tem de empregar esforços para adaptar-se a novas necessidades dos clientes/cidadãos, que são os principais usuários dos serviços públicos.
Toda essa preocupação com os cidadãos se deve ao fato de que eles estão cada vez mais ganhando consciência e exigindo seus direitos, assim, como impondo a implementação de melhorias nas condições de vida que permeiam a sociedade atual.
O governo empreendedor, para Osborne e Gaebler (1995, p. 51-80), caracteriza-se, pelo contrário, como um governo que pertence à comunidade, dando responsabilidade ao cidadão em vez de servi-lo, e visam atender aos cidadãos como clientes e não aos interesses da burocracia. 
Distanciando-se do modelo tradicional burocrático, o governo empreendedor não pretende controlar a economia, possuir empresas ou concentrar-se no "fazer" em ampla escala, mas sim estimular a ação e a parceria da sociedade (OSBORNE; GAEBLER, 1995, p. 26-50). 
•a administração pública se volta prioritariamente para o controle do cumprimento dos custos orçados e não para a consecução de metas cumpridas. “Concentra-se, assim, no detalhe em meio a tarefas amplas, perdendo tanto a capacidade de decidir como a visão de eficácia das políticas governamentais.” (OSBORNE; GAEBLER, 1995, p. 32).
Ao visar os resultados que melhor respondam às demandas dos cidadãos, a gestão pública empreendedora se baseia em avaliações contínuas da sociedade para ajustar suas estratégias, planos e metas, bem como sua ação implementadora.
•Bueno (2008) explica que empreender na gestão pública trata-se de motivar o agente público a exercer o poder discricionário em benefício da sociedade. A palavra discricionária serve para ilustrar a liberdade de ação administrativa, dentro dos limites permitidos em lei. A faculdade discricionária distingue-se da vinculada pela maior liberdade de ação que é conferida ao administrador. Se para a prática de um ato vinculado, a autoridade pública está adstrita à lei em todos os seus elementos formadores, para praticar um ato discricionário é livre, no âmbito em que a lei lhe concede essa faculdade.
GESTÃO PÚBLICA NO MUNDO
Ao analisarmos outras realidades podermos perceber que os problemas que ocorrem de forma semelhante em muitos países, estados ou municípios podem ter valor significativo, pois assim, podemos encontrar traços comuns vividos na administração pública que serve de exemplo e comparação para a reflexão. Ao entrar em contato com outras realidades o gestor público poderá adaptar soluções e empregá-las esperando obter resultados semelhantes. 
Dessa forma, aspectos comuns aos governos como: despesas públicas elevadas, economia de baixo desempenho, comprometimento do nível de eficiência, distanciamento da eficácia governamental, bem como o crescente nível de insatisfação dos cidadãos com a qualidade dos serviços ofertados pelo setor público de forma geral, são problemas já vivenciados por quase todos os estados e países. Nesse sentido, a utilização de métodos que permitam levantar dados e fazer profundas comparações visando identificar como os países que apresentaram problemas semelhantes encontraram meios de resolver essas questões, pode se constituir em forma de aprendizado interessante. 
A gestão pública pode adotar métodos de comparaçãoentre padrões de administração pública entre diferentes Estados-Nação. Nesse sentido, ela busca estudar as semelhanças e diferenças entre diferentes unidades de análise, ao nível da organização, da gestão e da política (no sentido dado ao termo anglo-saxônico policy), com o propósito de se criar uma base de conhecimento institucionalizado que possa auxiliar á tomada de decisão (TROSA, 2010, p. 60). 
SOLUÇÕES ENCONTRADAS PARA A SAÚDE PÚBLICA NA INGLATERRA. 
Maltchik (2011) relata que a saúde pública há duas décadas na Inglaterra estava em situação precária e se encontrava pressionada por situações que causaram uma comoção nacional, como o famoso caso da matriarca do Lord Winston, que faleceu em meio à fila de espera de um importante hospital Londrino. Diante desse e de outros casos que expuseram a fragilidade do setor da saúde, o governo foi obrigado a promover uma reestruturação revolucionária no sistema de saúde, que é universal, semelhante ao do Brasil.
Durante o processo de reestruturação houve elevado número de demissões para que o sistema de saúde pública pudesse ganhar novo direcionamento na Inglaterra. O desafio de reestruturação ganhou contornos sinuosos em virtude da falta da cultura de cobrança sobre o desempenho profissional dos gestores de organizações públicas.
O ponto de destaque da reforma foi a introdução de um forte mecanismo para controlar o desempenho operacional dos hospitais públicos juntamente com uma consistente pressão do governo central sobre os gestores hospitalares para que eles buscassem atingir padrões mais elevados de desempenho.
Destaca-se que em virtude das mudanças implementadas os novos padrões de desempenho contemplavam o tempo de espera no setor de emergência, que deveria ser inferior a quatro horas, e o tempo de espera para a realização de uma operação não deveria exceder a três meses.
Outra conquista oriunda das mudanças está relacionada à lista de espera para as internações onde foi constatada uma queda vertiginosa de cerca de 1,3 milhão, identificado em março de 1998, para aproximadamente de 590 mil no mês de dezembro de 2007. Enquanto que em março de 1998 cerca de 380 mil pacientes tinha que esperar mais de 26 semanas para a sua internação, em março de 2006 apenas 206 pacientes relataram esperar todo esse tempo.
Convém destacar que durante o período de ajustes muitos diretores, supervisores e coordenadores hospitalares foram desligados dos seus cargos por não apresentarem os padrões de eficiência necessários à nova política.
Outro exemplo de eficiência na administração pública vem da Finlândia, veja a seguir. 
GESTÃO PÚBLICA E A EDUCAÇÃO NA FINLÂNDIA 
O país desperta um grande interesse em termos de administração pública porque possui o melhor nível educacional do mundo.  Naquele país todas as crianças adquirem o mesmo direito ao ensino público de qualidade, independente de ser filho de um alto executivo ou filho de operários.
Até o ano 2013 apenas 3% das crianças finlandesas estudavam em escolas privadas. Praticamente, todas as escolas finlandesas são administradas pelo poder público e desfrutam de alto índice de eficiência, pois possui em sua estrutura um eficiente quadro de funcionários altamente qualificados e todos os professores possuem o “status” de servidores públicos. Esses profissionais são recrutados durante o ensino médio e são preparados para a carreira docente para dedicarem à arte de ensinar. Eles recebem um bom salário, são constantemente estimulados e reconhecidos pelo desempenho alcançado.  As escolas finlandesas também oferecem serviços de saúde e alimentação balanceada gratuitamente. 
O governo quando se viu às voltas com a ineficiência das políticas tradicionais que não se mostrava efetiva em face ao crescimento econômico e não conseguiam promover a redução do déficit público, decidiu então, fazer uma grande reforma do Estado. Essa reforma foi fundamentada na integração entre três importantes setores do governo: planejamento, orçamento e finanças.
Para dar sustentabilidade ao programa de restruturação foi adotado a partir de 1995, o Expenditure Management System que consistia em um Sistema de Gerenciamento de Gastos que permitiu ao governo uma sensível melhoria na qualidade dos serviços públicos destinados aos cidadãos canadenses.
O grande mérito do sistema foi permitir a manutenção dos objetivos fiscais definidos previamente para cada exercício. Nota-se que a preocupação do governo canadense foi concentrar esforços para sanear as finanças públicas. Na mesma linha de trabalho estava a efetiva busca pela melhoria na qualidade da oferta dos serviços e o estabelecimento das prioridades para implementar a ação governamental.
A inovação canadense ficou a cargo do Estimates (Estimativas), que é um instrumento de planejamento plurianual, estruturado anualmente, e que abrange todos os gastos e despesas do governo por três anos consecutivos. Esse planejamento tem a função de estabelecer claramente os objetivos, as linhas de negócio do governo, projetar as despesas e estabelecer os resultados esperados para cada área do governo. O planejamento contempla ainda informações sobre os recursos humanos, os principais projetos, custo líquido e o desempenho alcançado no último ciclo orçamentário de cada programa.
CONCLUSÃO 
A gestão pública deve ser percebida como algo mais amplo do que a mera condução dos negócios do governo. As amplas e profundas transformações percebidas na sociedade impulsionaram o ajustamento da administração pública que por sua vez, se tornou mais complexa do que era há décadas.
A complexidade que permeia a administração pública faz com ela se torne mais desafiadora do que a gestão de negócios privados, pois ela não se limita ao princípio da eficiência e à busca da eficácia, mas é, sobretudo, uma questão de legalidade, legitimidade e exercício da cidadania, o que transcende o tradicional ambiente de negócios.

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