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RADIOLOGIA 
PARA IDIOTAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matheus Santaella 
2022 
 II Matheus Santaella | Radiologia para Idiotas 
SUMÁRIO 
 
Capítulo 01 – Conceitos Iniciais ............................................................................................... 01 
Capítulo 02 – Raio-X de Tórax .................................................................................................. 04 
Capítulo 03 – Fraturas Vistas Por Raio-X ................................................................................. 09 
Capítulo 04 – Ultrassonografia ............................................................................ 14 (Em Breve!) 
Capítulo 05 – Tomografia Computadorizada ...................................................... 00 (Em Breve!) 
Capítulo 06 – Ressonância Magnética ................................................................ 00 (Em Breve!) 
 
 
1 Matheus Santaella | Radiologia para Idiotas 
 
CAPÍTULO 01 
CONCEITOS INICIAIS 
RAIO-X 
CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM 
Estruturas: 
• Metal: branco; 
• Cálcio: menos branco; 
• Água/partes moles: cinza; 
• Gordura: quase preto; 
• Ar: totalmente preto. 
Denominação: 
• Radiopaca: imagem mais branca; 
• Radiotransparente: imagem mais preta. 
A qualidade da imagem depende da diminuição da 
radiação difusa: diafragma e colimadores, grade 
antidifusora de Bucky, filtros e parte posterior do 
chassi feita de chumbo. 
A nitidez da imagem depende exclusivamente da 
movimentação do paciente. 
Meios de proteção: 
• Redução da área radiografada pelo uso do 
diafragma; 
• Redução da exposição pelo ajuste de dose de 
radiação; 
• Limitação do número de exames → 
especialmente em crianças; 
• Proteção plúmbica; 
• Dosímetro de radiação para profissionais. 
INCIDÊNCIAS 
Rotineiras: 
• Póstero-anterior (PA): mais comum; 
• Anteroposterior (AP): PA impossibilitado; 
• Perfil: ortostase + incidência lateral. 
Complementares: 
• Decúbito lateral/laurel: pesquisa de líquidos 
na cavidade; 
• Ápico-lordótica: observação de ápices 
pulmonares e lobo médio; 
• Oblíquas: arcos costais e área cardíaca. 
CONTRASTES 
Natural: ar → facilita a identificação de lesões em 
mucosas. 
Artificiais: 
Sulfato de bário: 
• TGI alto/trânsito intestinal → via oral; 
• TGI baixo → via retal. 
Iodo: → via endovenosa. 
• Colangiografia; 
• Urografia, Uretrocistografia e pielografia; 
• Angiografia; 
• Artografia. 
ROTINA DE INCIDÊNCIAS EM RAIO-X 
Quadro de incidências para cada objetivo de estudo. 
OBJETIVO DE ESTUDO INCIDÊNCIAS DE RX 
Tórax PA + P + laurel* 
Abodome APo + APdd 
Abdome agudo T: PA 
Abd: APo + APdd 
Arcos costais T: PA + Oblíqua 
Seios da face FN + MN + Hirtz + P 
Crânio PA + P + Hirtz + Reverchon 
Mandíbula P + Oblíqua 
Colunas C: AP + P + Transoral + Oblíqua 
T: AP + P 
L: AP + P + Oblíqua 
S: Fergunson + P 
Bacia e quadris AP + Lowenstein 
Ombro AP + rotação interna + rotação 
externa 
Braço e antebraço AP + P 
Coxas, joelhos, pernas 
e tornozelo 
AP + P 
Mãos e pés AP + P + Oblíqua 
Clavícula AP 
Escápula AP + Tangencial 
 
 
2 Matheus Santaella | Cap. 01 – Conceitos Iniciais | Radiologia para Idiotas 
 Esterno P + Oblíqua (posição do nadador) 
Calcâneo AP + Axial 
* – incidência complementar; o – ortostase; dd – decúbito 
dorsal; C – cervical; T – tórax; L – lombar; S – sacral. 
ULTRASSONOGRAFIA 
TRANSDUTORES 
Frequência: 
• Alta: baixa penetração → melhor qualidade; 
• Baixa: alta penetração → pior qualidade. 
 
• 3,5 – 5 Mhz: estruturas profundas; 
• 7,5 Mhz: endocavitário; 
• 10 Mhz: superfícies; 
• 12 Mhz: mama, tireoide, músculos e 
testículos. 
Tipo: 
• Linear; 
• Convexo; 
• Setorial. 
CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM 
Ecogenicidade: 
• Anecoica: preta → não reflexão da onda – 
líquidos; 
• Hipoecoica: escala de cinza → reflete pouca 
onda – partes moles; 
• Hiperecoica: branca → reflete muita onda – 
estruturas sólidas (osso, cálcio, cálculos). 
Sombra acústica: zona hipoecoica ou anecoica ATRÁS 
de uma estrutura hiperecoica → sombra cinza/preta 
embaixo de uma imagem branca. 
Reforço posterior: região hiperecoica associada à 
estruturas que refletem a onda de USG muito bem 
(cistos, vesícula biliar, bexiga cheia) → treco branco 
embaixo de uma estrutura. 
Mais indicado para a análise de estruturas pélvicas. 
USG DOPPLER 
Doppler avalia fluxo e movimento. 
Coloração da imagem: 
• Azul: fluxo que se afasta do transdutor; 
• Vermelho: fluxo que se aproxima do 
transdutor. 
Indicações: 
• Obstruções vasculares; 
• Neoplasias (especialmente tireoide); 
• Viabilidade de transplante renal; 
• Condições materno-fetal na gravidez. 
 
TOMOGRAFIA 
COMPUTADORIZADA 
Formação de imagem através de cortes → permite 
reconstruções. 
CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM 
Densidade na TC: medida em UH (unidade 
Hounsfield). 
• Hiperdensa: coloração esbranquiçada; 
• Isodensa: coloração semelhante (cinza igual); 
• Hipodensa: coloração escurecida. 
Densidades de estruturas: 
• AR: -1.000 a -120 UH → muito hipodensa 
(preto); 
• GORDURA: -60 a -100 UH → hipodensa (cinza 
escuro); 
• ÁGUA E PARTES MOLES: 0 a 100 UH → pouco 
hipodensa (cinza claro); 
• OSSO: 100 UH → hiperdensa (branco); 
• CONTRASTE: 100 a 1.000 UH → muito 
hiperdensa (branco brilhante). 
 
VANTAGENS 
 
 
3 Matheus Santaella | Cap. 01 – Conceitos Iniciais | Radiologia para Idiotas 
 • Imagens sem sobreposição; 
• Permite captar diferenças mínimas de 
densidade tissular; 
• Detecta diferenças de densidade entre os 
tecidos → coeficiente de atenuação; 
• Armazenamento de dados; 
• Método não invasivo; 
• Guiar procedimentos invasivos. 
DESVANTAGENS 
• Maior quantidade de radiação ionizante; 
• Contraste iodado; 
• Artefatos do aparelho ou técnica; 
• Mais caro. 
Dose máxima/ano: 
• População em geral: 0,5 rem/ano; 
• Trabalhadores da saúde: 5 rem/ano. 
TÉCNICAS DE VISUALIZAÇÃO 
• Janela ( janelar ): mexer na penetração → 
deixa mais claro ou mais escuro; varia a cor de 
visualização conforme eu quero. 
• Filtro ( filtrar ): fixo e pré-estabelecido. 
Seleciono na hora que vou fazer o exame, na 
estação de trabalho → não importa o quanto 
eu janele, o filtro não muda; utilizado para 
facilitar a visualização das estruturas-alvo. 
EXAME CONTRASTADO 
Fatores de risco: 
• Pacientes atópicos/asma; 
• IR; 
• Alérgicos ao contraste: usar corticoide OU 
anti-histamínico + protetor gástrico. 
Risco de Nefrotoxicidade: 
• Idosos; 
• Em uso de medicamentos nefrotóxicos; 
• Nefrectomizados/aplasia renal; 
Risco de acidose lática: DM em uso de metformina → 
suspender medicamento 48h após administração do 
contraste. 
Contraindicação: Cl Cr < 30 → se < 60, hidratar bem o 
paciente. 
 
 
 
 
ESTUDOS COM CONTRASTE 
Estudo dinâmico ou trifásico: 
• Arterial: 30 – 35s → aorta e veia porta 
preenchidos, baço rendilhado (heterogêneo) 
e córtex renal evidenciado; 
• Portal: 60 – 70s → veias hepáticas 
preenchidas, baço e rins homogêneos; 
• Tardia/excretora: 3 – 5min → contraste na 
pelve renal e ureteres. 
 
 
 
 
Tudo que inflama aparece 
como borramento na TC! 
 4 Matheus Santaella | Radiologia para Idiotas 
 
CAPÍTULO 2 
RAIO-X DE TÓRAX
TÉCNICA 
REALIZANDO A TÉCNICA CORRETA 
• Tórax o mais próximo ao filme; 
• Distancia entre ampola e filme: 1,80m; 
• Paciente em apneia máxima. 
Podem ser empregaras outras técnicas: 
• Expiração completa → investigar 
aprisionamento aéreo, mobilidade dos 
diafragmas e expansibilidade pulmonar; 
• Inspiração e expiração: devem apresentar de 
5 – 10cm de diferença na altura diafragmática 
→ na ausência, suspeitar de paralisia 
diafragmática ou pequeno pneumotórax. 
 
AVALIANDO UM RAIO-X DE TÓRAX 
A grande maioria dos exames de tórax são na 
incidência PA. AP fica restrito quando a realização em 
PA é impossibilitada. 
Para avaliar um raio-x de tórax, devemos considerar 
4 etapas: 
1. 4Qs; 
2. RIP; 
3. Mov; 
4. ABCDE. 
1. 4Qs 
Que? → que tipo de exame, local e incidência. 
Quem? → identificaçãodo paciente. 
Quando? → data de realização. 
Qualidade ( Qomo )? → características de qualidade 
(Mov e RIP). 
 
 
2. RIP 
Rotação: 
• Margens mediais da clavícula devem estar 
alinhadas e simétricas com o esterno (cabeça 
da clavícula equidistante); e 
• Esterno centrado. 
Inspiração: 
• Conseguir contar 9 – 10 arcos costais 
posteriores; e 
• Conseguir contar 6 – 7 arcos costais 
anteriores. 
Penetração: 
• Conseguir ver o contorno de, pelo menos 3 
corpos vertebrais acima do botão aórtico; e 
• Vasos ramificados bem definidos. 
3. Mov 
Avaliação da movimentação do paciente na 
realização do exame. 
As estruturas abaixo devem estar bem delimitadas: 
• Vasos Pulmonares; 
• Diafragma; 
• Margem cardíaca. 
4. ABCDE 
• A – vias Aéreas; 
• B – Borda dos pulmões; 
• C – Coração e Centro; 
• D – Diafragma; 
• E – Esqueleto e zonas Esquecidas. 
A – Vias aéreas: procurar se há desvio de traqueia. 
 
 5 Matheus Santaella | Cap. 02 – Raio-X | Radiologia para Idiotas 
 
B – Borda dos pulmões: avaliar a transparência 
pulmonar. Para isso, percorrer as margens dos 
pulmões e verificar se eles são simétricos. 
 
C – Coração: avaliar o coração e o centro. 
• Calcular o índice cardiotorácico (IC): 
 𝐼𝐶 = 𝒂𝒓𝒈 𝒓𝒂 𝒊𝒓𝒂çã𝑙𝒂𝒓𝒈 𝒓𝒂 𝒊 𝒓 𝒂 ã 
 
A largura interna é a medida entre as bordas 
internas do arcabouço torácico. 
VR: 0,5, em adultos (se o coração couber 
dentro de um dos pulmões, tá valendo). 
• Olhar o centro: 
o Vasos da base; 
o Hilos; 
o Mediastino; 
o Cavidades; 
o Linfonodos → apresentam margem 
lobulada 
sarcoidose 
 
• Anatomia do coração: 
 
 
Sinais de aumento do AE: 
• Distância entre o brônquio fonte esquerdo e 
o átrio esquerdo > 7cm → 4 dedos. Como o 
AE fica atrás do AD na incidência PA, em 
indivíduos S/A não conseguimos visualizar a 
borda do AE. Logo, verificar a regra dos 4 
dedos quando a borda do AE estiver aparente. 
Comparar a borda do brônquio fonte com a 
borda do AE. 
• Abaulamento do arco médio cardíaco; 
• Sinal do duplo contorno: sombra mais densa 
atrás da sombra do AD. 
Escape atrial : AE cresceu tanto que ele 
ultrapassa a margem do AD → casos muito 
exagerados (coração chagásico). 
• Sinal da bailarina: brônquios fonte afastados 
→ como o AE repousa logo abaixo dos 
brônquios fonte, quando ele está aumentado, 
promove o afastamento dos brônquios 
(formam ângulo > 90°) → sinal do homem 
caminhando quando incidência em perfil. 
 
 
 
 
 6 Matheus Santaella | Cap. 02 – Raio-X | Radiologia para Idiotas 
 Sinais de aumento do AD: 
• Protuberância atrial à direita > 5,5 cm: 
distância até a linha média da coluna, em 
incidência de PA. 
 
• Geralmente apresenta sinais de aumento do 
VD. 
Sinais de aumento do VE: 
• Margem esquerda alongada: ápice do 
coração apontando para baixo + 
arredondamento da margem inferior do 
coração. 
• Sinal de Hoffman-Rigler: VE se estende por 
mais de 1,8 cm da borda posterior da veia 
cava inferior e 2 cm acima da intersecção 
entre o VE e a veia cava inferior → avaliação 
para incidências em Perfil. 
 
Sinais de aumento do VD: é difícil de se analisar 
• Aspecto em bota : ponta do coração elevada 
em relação à base. 
 
• IC aumentado + sinal de Rigler negativo; 
• Coração gruda em mais de 1/3 do esterno: 
preenchimento do espaço intercostal pelo VD 
→ em incidência Perfil. 
D – Diafragma: procurar as cúpulas e seios, em busca 
de Derrames e D’Hérnias. 
 
derrame pleural com massa neoplásica. 
E – Esqueleto: avaliar o esqueleto e as áreas 
esquecidas. 
• Procurar fraturas, calos ósseos; 
• Olhar se há ar ( Eir ) fora do lugar (pneumo s, 
enfisema); 
• Presença de corpos Estranhos; 
• Zonas Esquecidas: hipocôndrios, ombros, 
pescoço e tela subcutânea. 
 
PRINCIPAIS ACHADOS 
Opacidade: densidade aumentada, com 
preenchimento alveolar e intersticial e em formato 
nodular → mais branco. 
 
Geralmente, apresentam distribuição lobar ou 
segmentar e com tendencia à coalescência (= 
pulmão enxuga um lobo/segmento pulmonar, 
gerando desvio das fissuras pulmonares); 
 7 Matheus Santaella | Cap. 02 – Raio-X | Radiologia para Idiotas 
 
 
Transparência: diminuição da densidade → mais 
preto. 
 
CONSOLIDAÇÃO 
Gerada por preenchimento do alvéolo. Apresenta 
aspecto homogêneo e esbranquiçado, bem 
delimitado (por ser alveolar). 
Perda do sinal da silhueta: consolidações da língula e 
lobo médio. 
Consolidações em lobo médio esquerdo geram 
apagamento do contorno cardíaco. Consolidações em 
lobo inferior esquerdo NÃO geram apagamento do 
contorno cardíaco. 
ATELECTASIA 
Trata-se da perda de volume pulmonar, sendo 
visualizado como um aumento da densidade 
radiológica. 
Podem ser de diversos tipos: 
• Obstrutiva; 
• Passiva; 
• Compressiva; 
• Cicatricial; 
• Aderência → ocorre na Síndrome da Angústia 
Respiratória do RN. 
Em suspeita de derrame pleural, haverá atelectasia 
passiva que é visualizada somente por TC. 
Atelectasia de lobo inferior: 
• Sem deslocamento de traqueia + 
• Elevação da hemicúpula diafragmática. 
A característica de atelectasia é a radiopacidade + 
desvio de parâmetros (elevação do diafragma ou 
desvio das cissuras em perfil). 
ACHADOS OPACOS 
OPACIDADES NODULARES 
Características descritivas: 
• Tamanho; 
• Forma; 
• Contorno; 
• Densidade; 
• Calcificação; 
• Escavação. 
Nódulos são lesões cujo diâmetro maior é < 3 cm → 
acima disso consideramos massa. 
Nódulos múltiplos - Padrão miliar: múltiplos nódulos 
< 2cm → sinal característico de metástase de tumor 
tireoidiano e TB miliar. 
Características de nódulos pulmonares solitários: 
melhor visualização em TC. 
Benignos: 
• Calcificação puntiforme: sinal em 
alvo/casca/difusa/pipoca; 
• Crescimento estagnado há 2 anos; 
• Presença de gordura. 
Malignos: 
• Tamanho > 2,5 cm; 
• Sem calcificações; 
• Espiculado. 
ESCAVAÇÕES 
 8 Matheus Santaella | Cap. 02 – Raio-X | Radiologia para Idiotas 
 Áreas de necrose que se 
comunicam com vias 
respiratórias pérvias, 
gerando um ponto de 
drenagem. 
 
HEMITÓRAX OPACO 
Podem ser de 3 tipos: 
• Com redução volumétrica → atelectasia total, 
pneumectomia e agenesia de pulmão; 
• Com aumento de volume → derrame pleural 
volumoso e mesotelioma; 
• Com volume mantido → derrame pleural e 
pneumonia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACHADOS TRANSPARENTES 
Bolha: transparências maiores que 1 cm → sugestivo 
de enfisema pulmonar. 
Cisto: transparências menores que 1 cm e de paredes 
bem finas. 
ENFISEMA PULMONAR 
O diagnóstico de enfisema é, essencialmente, clínico. 
O RX é indicado para afastar diagnósticos diferenciais. 
Curso clínico: hipertransparência pulmonar → 
hiperinsuflação → bolhas. 
DOENÇAS PLEURAIS 
Derrame pleural: identificação de 50 ml (perfil) ou 
200 ml (PA). 
Ao RX, pode apresentar obliteração da hemicúpula 
(sinal da parábola), mas isso só acontece a partir de 
500 ml. 
Pneumotórax: 
Sinal do gradiente: coluna vai esmaecendo ao longo 
do trajeto (perfil). 
 9 Matheus Santaella | Radiologia para Idiotas 
 
CAPÍTULO 03 
FRATURAS VISTAS POR RAIO-X
INTRODUÇÃO 
CONCEITOS BÁSICOS 
Porose: perda de massa óssea por desmineralização 
→ osso mais radiotransparente. Relacionado à não 
utilização do membro, alterações metabólicas do 
cálcio e problemas nutricionais. 
Esclerose: aumento da densidade óssea em uma 
região → osso mais esbranquiçado. Relacionado à 
sobrecarga mecânica, processos infecciosos, 
neoplásicos ou degenerativos. 
Lesões osteolíticas: acarretam em destruição óssea. 
Podem se manifestar como lesão destrutiva, com 
reação periosteal ou simplesmente lesão 
radiotransparente circunscrita. 
Lesões osteoblásticas: formação de tecido anômalo, 
com áreas de maior densidade radiográfica. 
Reação periosteal: elevação com neo-osteogênese 
do periósteo. 
• Reação lamelar: uma única camada anormal 
ao periósteo alo o o osso de baixa 
de sidade ; 
• Tipo casca de cebola: váriascamadas; 
• Triângulo de Codman: reação incompleta de 
aspecto triangular; 
• Espessamento cortical; 
• Tipo raios de sol: perpendiculares a cortical. 
Matriz osteoide: lesões de origem óssea apresentam 
uma densidade elevada, espessa e amorfa. 
Matriz condroide: lesões de origem cartilaginosa 
apresentam aspecto salpicado, nodulariforme e em 
pipo a . 
 
 
 
 
TRAUMA 
A avaliação radiológica é importante para 
diagnóstico, tratamento e prognóstico em casos de: 
• Fraturas, luxações e subluxações; 
• Lesões ligamentares, tendíneas e meniscais; 
• Contusão óssea; 
• Comprometimento das cartilagens; 
• Alterações dos espaços articulares. 
Fratura: interrupção na continuidade de toda ou 
parte da cortical de um osso. 
 
AVALIAÇÃO DE FRATURAS 
Ao avaliar uma fratura, deve-se sempre analisar: 
1. Localização; 
2. Tipo: descrição; 
3. Alinhamento: avaliar se as estruturas estão 
alinhadas antes e após a conduta. 
CONSOLIDAÇÃO 
U a fratura urada , é uma consolidada. 
A consolidação pode ser vista como: 
• alo ósseo : for ação osteogê i a de 
densidade elevada que gera o abaulamento 
do contorno ósseo na região da fratura. 
INDICAÇÃO DE EXAMES DE IMAGEM 
Sem sombra de dúvidas, o raio-x é o principal método 
de imagem utilizado → mais barato, rápido, de fácil 
disponibilidade e de fácil avaliação. 
Contudo, algumas patologias podem ser melhor 
visualizadas por meio da ressonância magnética: 
• Condropatias patelares; 
• Lesões meniscais; 
• Lesões ligamentares; 
• Lesões tendíneas; 
 10 Matheus Santaella | Cap. 03 – Fraturas Vistas por Raio-X | Radiologia para idiotas 
 • Edema ósseo; 
• Bursites. 
TIPOS DE FRATURAS 
• Podem ser de 3 tipos: 
• Fraturas por estresse: o estresse muscular, 
ocasionado por exercícios extenuantes 
quando o corpo não está acostumado pode 
levar à fraturas (P.E.: provas de 
PM/Bombeiros, Felipe). 
• Fraturas no osso doente: ocasionada por 
acidentes de baixa cinética ou neoplasias. 
• Fraturas no osso saudável: ocasionada por 
acidentes de cinética alta. 
DESCRIÇÃO 
 
 
 
 
FRATURAS INCOMPLETAS 
Em galho verde: fratura sem o rompimento completo 
das corticais, simulando um galho verde (quando se 
tenta quebrar um galho verde, ele entorta) 
Em tórus: um lado do osso sofre uma compressão 
dando a aparência de amassado, não ocorrendo um 
traço de fratura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISES 
Fise significa osso. Logo, temos: 
 Epífise 
 Metáfise 
 Diáfise: proximal 
 Distal 
 
 
 
EPÔNIMOS 
De boxeador: lesão da cabeça do 5º metatarso. 
 
Rompimento
Completa
cortex 
totalmente 
rompido
Incompleta
córtex 
parcialment
e rompido
Número
Simples
até 2 
fragmentos
Cominutiva
múltiplos 
framentos
em 
borboleta
segmentar
Direção
Transversa
Oblíqua
Espiral
Relação 
com o 
restante 
do osso
Destacamento
Angulação
Encurtamento
Rotação
Relação 
com a 
atmosfera
Fechada
Aberta/ 
Exposta
Armadilhas diagnósticas 
• Sesamoides; 
• Ossículos acessórios; 
• Fragmentos de fratura antigos e não 
cicatrizados. 
 
• Linha branca que circunda 
completamente o fragmento ósseo; 
• Bordas geralmente lisas; 
• Simétricos bilateralmente; 
• Ocorrem em locais anatomicamente 
previsíveis. 
 11 Matheus Santaella | Cap. 03 – Fraturas Vistas por Raio-X | Radiologia para idiotas 
 
Lisfrank: articulação tarso-metatarsiana com lesão de 
ligamento. 
 
 
 
 
 
 
Colles: fratura distal do rádio com direcionamento 
dorsal (se desloca para trás e para o exterior). 
 
Smith: fratura distal do rádio com direcionamento 
palmar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Jones: fratura entre a diáfise e a cabeça do metatarso 
no sentido proximal (na imagem tem uma linha no 
ponto vermelho). 
 
 
FRATURAS PATOLÓGICAS 
LESÃO OSTEOLÍTICA 
Úmero previamente doente, com lesão osteolítica em 
diáfise proximal. Recorrente em idosos. 
 
FRATURA POR AVULSÃO 
Rompimento da patela sem comprometimento 
tendíneo → devido algum movimento brusco. 
 
 12 Matheus Santaella | Cap. 03 – Fraturas Vistas por Raio-X | Radiologia para idiotas 
 FRATURA POR ESTRESSE 
Principais regiões de acometimento: margem 
anterior da tíbia e região do metatarso (lesão do 
corredor). 
 
RETROPULSÃO DO FRAGMENTO 
Em vértebras: colapso por retropulsão do muro 
posterior da vertebra L3 → buscar por lesões 
medulares ou compressivas. 
 
 
 
 
 
PACIENTES PEDIÁTRICOS 
CLASSIFICAÇÃO SALTER-HARRIS 
Tipo 1: 5 – 7% dos casos → osso es orregou . 
• Plano da fratura atravessa toda a placa de 
crescimento, não envolvendo o osso → não 
pode ocorrer se a placa já estiver fundida. 
• Bom prognóstico. 
 
Tipo 2: 75% dos casos. 
• Fratura atravessa a maior parte da placa de 
crescimento e sobe uma menor parte pela 
metáfise. 
• Bom prognóstico. 
Tipo 3: 7 – 10% dos casos. 
• O plano da fratura passa a alguma distância 
junto com a placa de crescimento e desce 
através da epífise. 
• Pior prognóstico → há interrupção das zonas 
proliferativas e de reserva. 
Tipo 4: 10% dos casos → lesão transversal (intra-
articular). 
• O plano da fratura passa diretamente pela 
metáfise, segue pela placa de crescimento e 
termina passando pela epífise. 
• Mau prognóstico → interrupção das zonas 
proliferativas e de reserva. 
Tipo 5: < 1% → arruinado/abalroado. 
• Lesão por esmagamento. Não ocorre 
deslocamento da placa de crescimento, mas a 
danifica por compressão. 
• Pior prognóstico. 
 13 Matheus Santaella | Cap. 03 – Fraturas Vistas por Raio-X | Radiologia para idiotas

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