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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CAMPUS PALMEIRA DAS MISSÕES DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO-DANut CURSO DE NUTRIÇÃO Patrícia Neukamp TRABALHO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS Palmeira das Missões, RS 2021 2 Patrícia Neukamp Aditivos em alimentos Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria. Professora: Chirle de Oliveira Raphaelli Palmeira das Missões, RS 2021 3 RESUMO O presente trabalho trata-se de um estudo sobre os aditivos alimentares. O trabalho foi realizado através da identificação das substâncias nos alimentos consumidos no dia-a-dia. Esse trabalho tem como objetivo geral identificar, classificar e conceituar, os aditivos alimentares encontrados no creme de avelã da marca Nutella e na geleia de pimenta da marca Queensberry, de que maneira são produzidos, seus malefícios e benefícios. De acordo com o estudo desenvolvido, é possível observar que os aditivos presente no creme de avelã e na geleia de pimenta são usados para cumprir diferentes funções, entre elas, garantir a segurança, manter o frescor, agregar sabor, manter boa aparência e conferir textura adequada. Cada aditivo é usado com uma finalidade específica e em quantidade pré-determinada exceto os que não causam danos à saúde. Para o embasamento teórico se utilizou de artigos e materias disponibilizados em aula. O método utilizado foi de cunho explorativo. Por fim, os aditivos são largamente utilizados, pois são substâncias responsáveis por conservar ou melhorar as características dos alimentos, suas funções são, basicamente, prolongar a vida útil (tempo de prateleira) ou conferir texturas específicas para os produtos. Embora sejam fundamentais na indústria alimentícia, os aditivos podem compreender riscos para a saúde quando aplicados excessivamente. Por se tratar de saúde pública o uso destas substâncias é fiscalizado e regulamentado pela ANVISA. 4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 5 OBJETIVO 6 1. DESENVOLVIMENTO 7 1.2 CREME DE AVELÃ - EMULSIFICANTE LECITINAS 7 1.3 CREME DE AVELÃ - AROMATIZANTES 8 1.4 GELEIA DE PIMENTA – ESTABILIZANTE PECTINA DE FRUTA 10 CONCLUSÃO 12 REFERÊNCIA 13 5 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem o objetivo de apresentar informações sobre os aditivos alimentares presentes em alimentos consumidos no dia-a-dial”. Nele serão encontradas classificações, definições e exemplos de alimentos que possuam aditivos alimentares na sua lista de ingredientes. É de conhecimento geral que os aditivos alimenatres são qualquer ingrediente adicionado aos alimentos intencionalmente, sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais do alimento. Diante da variedade de substâncias aos quais estamos expostos, torna-se necessário classificá-las e defini-las para compreendermos melhor a função de cada uma. Por isso esse estudo baseia-se na identificação dessas substâncias no nosso dia-a-dia, trazendo-nos conhecimentos que ampliarão nossa aprendizagem e que serão úteis para as escolhas alimentares. 6 OBJETIVO Esse trabalho tem como objetivo geral identificar, classificar e conceituar, os aditivos alimentares encontrados no creme de avelã da marca Nutella e na geleia de pimenta da marca Queensberry. 7 1. DESENVOLVIMENTO CREME DE AVELÃ – EMULSIFICANTE LECITINAS E AROMATIZANTES 1. 2 - EMULSIFICANTE LECITINAS Aditivo alimentar é qualquer ingrediente adicionado aos alimentos intencionalmente, sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais do alimento (Veloso, 2009). O creme de avelã (Figura 1) é um doce apreciado mundialmente que possui na sua lista de ingredientes está oleagionosa (avelã), açúcar, óleo vegetal, leite, cacau em pó e alguns aditivos alimentares, como o emulsificante lecitinas e aromatizantes. Os emulsificante são aditivos funcionais utilizados pela indústria de alimentos para melhorar a textura, a estabilidade, o volume, a maciez, a aeração e a homogeneidade, agregando qualidade aos produtos (RADUJKO et al., 2011). Além disso, esses aditivos podem modificar a fase contínua de um produto, conferindo-lhe um efeito específico desejado, como o uso da lecitina em chocolates para reduzir a sua viscosidade e facilitar o seu manuseio (MARTINI; HERRERA, 2008). O mercado de emulsificantes naturais é dominado pela lecitina, o que representa uma variedade de fontes, formatos e funcionalidades. Tecnicamente pode ser obtida da gema do ovo e de diversas fontes de óleos vegetais. A fonte mais comum é a soja (com percentual de 2% a 3% de lecitina) em virtude de sua disponibilidade e propriedades emulsificantes. Estima-se que 95% da lecitina seja produzida comercialmente a partir da soja. Outras fontes comerciais incluem o óleo de palma, o óleo de canola e o óleo de girassol, bem como leite e ovos. A lecitina tem sido aplicada em alimentos devido às suas propriedades emulsificantes e também relacionadas à molhabilidade, e dispersibilidade. Muitos emulsificantes sintéticos têm sido desenvolvidos ao longo dos anos, mas a lecitina permanece em uso pela simples razão de que, em muitos casos, funciona melhor do que outras alternativas. A maioria dos emulsificantes é derivada de mono e diacilgliceróis ou de álcoois, sendo as classes mais utilizadas em alimentos: os mono e diacilgliceróis, os mono e diacilgliceróis acetilados, os mono e diacilgliceróis fosfatados, os ésteres de propilenoglicol, os ésteres de sorbitana, os ésteres de sacarose, os ésteres de 8 poliglicerol, os ésteres de lactato e a lecitina (HASENHUETTL, 1997; O’BRIEN, 2009). A estrutura dos emulsificantes é composta por uma parte hidrofílica, que interage com a fase aquosa e outra lipofílica, que interage com a fase oleosa. Essa estrutura permite a sua atuação na interface de duas substâncias imiscíveis. Para esta aplicação em especial, torna-se imprescindível o correto balanço entre a hidrofilicidade e lipofilicidade (HLB) da molécula do emulsificante. Quanto maior o valor do HLB, maior a hidrofilicidade e, quanto menor o valor do HLB, maior a lipofilicidade. Dependendo desse balanço, o aditivo poderá ser usado em emulsões do tipo água em óleo (A/O) ou óleo em água (O/A) (O’BRIEN, 2009). Alguns estudos vem mostrando forte associação do uso de alguns emulsificantes com alterações na composição da microbiota intestinal, levando à uma discreta inflamação do intestino que pode gerar obesidade, síndrome metabólica, entre outras doenças. Para evitar que essa substância seja tóxica ao organismo humano, não podemos ultrapassar a IDA estabelecida, 30 mg/kg. 1. 3 - AROMATIZANTES Estudos apontam que além de consumirmos alimentos pelo valor nutricional, somos bastante influenciados na hora da escolha de um produto por características sensoriais, em particular o aroma. Historicamente, gregos e romanos, já perfumavam seus vinhos com rosas, violetas, ervas e condimentos exóticos para possuir aroma. Já no século XIX, avanços na química orgânica tornaram possível que importantes substâncias aromatizantes, como a vanilina e a cumarina, fossem sintetizadas e adicionadas aos produtos alimentícios (CHIAPPINI, 2007). Os aromatizantes possuem especial importância por conferirem propriedades sensórias que caracterizam cada sabor e aroma dos mais diversos produtos. Grande parte do sabor de um alimento é diretamenteinfluenciada pelo seu aroma e em meio a uma grande variedade de opções e novos alimentos surgindo no mercado, são as características diferenciais que vão determinar a aceitação do produto pelo consumidor e são classificadas em naturais e artificiais. De acordo com o Regulamento Técnico sobre Aditivos Aromatizantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), aromas naturais são aqueles obtidos exclusivamente a partir de produtos de origem animal ou vegetal aceitáveis no consumo humano, mediante métodos físicos, microbiológicos ou enzimáticos. 9 Segundo Felipe e Bicas (2016), os aromatizantes naturais apresentam ótima qualidade sensorial, porém têm alto custo e são influenciados pela sazonalidade. Uma forma de produzir aromas naturais é através de microrganismos como bactérias, fungos, leveduras, células animais e vegetais e enzimas derivadas destas, através de processo bioquímico para a produção de substâncias flavorizantes naturais. O bagaço de mandioca, por exemplo, tem sido utilizado na fermentação para a produção de compostos voláteis com aroma de frutas, empregando diferentes microrganismos, como Ceratocystis fimbriata, Kluyveromyces marxianus etc (KI et al., 2000). Esse processo é bastante eficiente visto que a maior intensidade do aroma vai ocorrer em poucas horas e que os compostos produzidos são geralmente álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres e algumas vezes ácidos orgânicos. A adição de aminoácidos como a leucina e valina juntamente com um açúcar simples como a glicose, irão favorecer a síntese de aromas específicos como, por exemplo, o aroma de banana. Estes produtos têm tido uma crescente aceitação no mercado devido à preferência dos consumidores e ao apelo comercial por aditivos alimentares naturais e de origem microbiana (MEDEIROS et. al, 2000). A vanilina (4-hidróxi-3-metoxibenzaldeído) e a gama-decalactona (ácido 4-hidroxi-decanóico), responsáveis pelo aroma de baunilha e de pêssego estão entre os aromas naturais disponíveis que apresentam maior demanda, são obtidas por via biotecnológica. A gama-decalactona é obtida por biotransformação de ácido ricinoleico pela levedura Yarrowia lipolytica (FELIPE e BICAS, 2016) e a vanilina pode ser produzida por microrganismos ou por cultura de células de plantas (DAUGSCH e PASTORE, 2005). Já os aromatizantes artificiais, são obtidos por meio de síntese, são muito mais utilizados nos alimentos pelo seu alto poder aromatizante, baixo custo e persistência do aroma. Não há perigo de toxicidade nos aromatizantes naturais, já nos artificiais, quando aplicados em baixa dose, não há risco. Quando as doses são elevadas, podem provocar ações irritantes e narcóticas, outros podem produzir toxicidade crônica em longo prazo, sempre que sejam empregados em doses superiores às recomendações (Não deve ultrapassar 10,0 mg/kg). (SALINAS, 2002). 10 Figura 1 – Creme de avelã Fonte: O autor (2021) GELEIA DE PIMENTA – ESTABILIZANTE PECTINA DE FRUTA 1.4 - ESTABILIZANTE PECTINA DE FRUTA Desde de muito tempo a conservação dos alimentos sempre foi uma grande preocupação. Deste modo, a maneira de fazer as geleias representa uma grande evolução, pensando que ela foi criada com o intuito de conservar as frutas. Geleia de fruta é o produto obtido pela cocção de frutas inteiras ou em pedaços, polpa ou suco de fruta, com açúcar e água, e concentrado até a consistência gelatinosa. Poderá sofrer a adição de glicose ou açúcar invertido, porém não poderá ser colorida nem aromatizada artificialmente. Além disso, será tolerada a adição de acidulantes e de pectina para compensar qualquer deficiência do conteúdo natural de pectina ou de acidez da fruta. A geleia de pimenta da marca Queensberry (Figura 2) é elaborada com açúcar, pimenta vermelha, suco concentrado de limão, pimenta, extrato de pimenta vermelha e estabilizante pectina de fruta.. Ingredientes 100% naturais. Sem corantes, aromatizantes e conservantes e possui sabor picante e agridoce. A pectina é, provavelmente, a mais complexa macromolécula natural. É um heteropolissacarídeo contendo predominantemente resíduos de ácido galacturônico, polímero, do grupo das fibras dietéticase e constituem um grupo de substâncias com expressivo interesse pela indústria de alimentos. Segundo a Resolução ANVISA/MS RDC n° 45, de 2010, a pectina é um aditivo utilizado segundo as Boas Práticas de 11 Fabricação (BPF) que tem a função tecnológica de de conferir firmeza, retenção de sabor e aroma, bem como ao seu papel como hidrocolóide (comumente chamados gomas) na dispersão e estabilização de diversas emulsões. A quantidade de uso da pectina será até obter o efeito desejado, desde que seu uso não resulte em prática enganosa e a sua adição seja permitida para o alimento em questão. Não é feita restrição quanto ao tipo de pectina. A pectina foi avaliada e declarada como inofensiva do ponto de vista toxicológico, pelo JECFA (Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives). Não foi estabelecida nenhuma IDA (Ingestão Diária Aceitável) para as pectinas, o que significa que do ponto de vista toxicológico não existem limitações no uso de pectinas. Em muitos países, as autoridades que regulamentam os aditivos alimentícios reconhecem a pectina como um valioso aditivo, inofensivo para a saúde. Quando regulamentado, os níveis de uso permitidos são geralmente em concordância com as Boas Práticas de Manufatura (GMP). A pectina é geralmente considerada um aditivo alimentício extremamente seguro e seu uso é reconhecido pelo Codex Alimentarius Internacional. Nos Estados Unidos, a FDA reconhece as pectinas como GRAS (Generally Recognized As Safe). No Brasil, a Secretária de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, no uso de suas atribuições legais e considerando que a pectina ocorre naturalmente em frutas, sendo, portanto, parte da dieta normal, tem seu uso permitido pela Legislação Brasileira com a função de coadjuvante de tecnologia para diversos tipos de produtos. Figura 2 – Geleia de pimenta Fonte: O autor (2021) 12 CONCLUSÃO Neste trabalho abordámos alguns aditivos alimentares encontrados no creme de avelã da marca Nutella, como emulsificante lectinas e aromatizante e estabelizante pectina de fruta, presente na geleia de pimenta da marca Queensberry. O emulsificante lectinas é classificado como intencionalmente adicionado e tem a função de melhorar a textura, a estabilidade, o volume, a maciez, a aeração e a homogeneidade, agregando qualidade aos alimentos. Possui IDA (Ingestão Diária Aceitável) estabelecida de 30 mg/kg, pois estudos vem mostrando forte associação com alterações na composição da microbiota intestinal, podendo gerar obesidade, síndrome metabólica, entre outras doenças. Já os aromatizante são classificados como naturais e artificais e tem a função de conferir aroma e sabor nos mais diversos produtos. Os aromatizantes naturas não há perigo de toxicidade já os artificais não podem ultrapassar a IDA (Ingestão Diária Aceitável) estabelicida,10mg/kg, pois corre- se o risco de provocar ações irritantes e narcóticas ou produzir toxicidade crônica em longo prazo. O estabilizante pectina de fruta é um aditivo utilizado segundo as Boas Práticas de Fabricação (BPF) que tem a função tecnológica de conferir firmeza, retenção de sabor e aroma, bem como ao seu papel como hidrocolóide. Não possui IDA (Ingestão Diária Aceitável) estabelecida, pois foi avaliada e declarada como inofensiva do ponto de vista toxicológico, pelo JECFA (Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives). Por fim, podemos concluir que os aditivos alimentares são essenciais no processamento de alimentos, visto que seu uso fornece aos produtos uma maior longevidade, melhores características sensoriais e em sua comercialização.No entanto uma má utilização destas substâncias, seja por aplicação de teores excessivos ou por inclusão de um aditivo não declarado, poderá desenvolver alguns perigos. Este trabalho foi muito importante para o meu conhecimento, pois permitiu-me o aprofundamento na prática do conteúdo visto em aula. Com isso, posso fazer escolhas mais saudáveis e até mesmo evitar a exposição de algumas substâncias tóxicas no dia-a-dia. 13 REFERÊNCIAS CHIAPPINI, C.C. de J. Aromas naturais produzidos por microrganismos. Disponível em: . Acesso em: 20 NOV. 2021. HASENHUETTL, G.L. Overview of food emulsifiers. In: HASENHUETTL, G.L.; HARTEL, R.W. Food emulsifiers and their applications New York: Chapman & Hall, 1997. Cap.1, p.1-26. MARTINI, S. E HERRERA, ML (2008), Effect of emulsifiers on shortenings. Lipid Technology, 20: 180-183. O'BRIEN, R.D. Fats and oils formulation. In: O'BRIEN, R.D. Fats and oils - formulating and processing for applications 3.ed. Boca Raton: CRC, 2009. Cap.4, p.263-345. PINHEIRO, A. R. O. A alimentação saudável e a promoção da saúde no contexto da segurança alimentar e nutricional. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 29, n. 70, p. 125-139, 2005. RAMALHO, V.C.; JORGE, N. RADUJKO, I. et al. The influence of combined emulsifier 2 in 1 on physical and crystallization characteristics of edible fats. European Food Research and Technology, v.232, n.5, p.899-904, 2011. SANTOS, Camilia Aoyagui dos, Ming, Chiu Chih e Gonçalves, Lireny Aparecida Guaraldo Emulsificantes: atuação como modificadores do processo de cristalização de gorduras. 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