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Asma: Definição, Diagnóstico e Tratamento

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Especialidades Clínicas PNEUMOLOGIA 
Asma
Definição: 
> A asma é uma doença inflamatória de vias aéreas 
inferiores, caracterizada por uma hiper-reatividade das 
vias aéreas e limitação variável ao fluxo de ar 
 
Fisiopatogenia: 
> A asma esta relacionada a uma inflamação crônica 
das vias aéreas, com espessamento da mucosa, 
hipersecreção de muco e exposição de terminações 
nervosas, o que promove sensibilidade anormal a 
diversos estímulos ® hiper-responsividade brônquica 
> Quando não tratado adequadamente, pode levar a 
proliferação de fibroblastos e deposição de colágeno, 
levando a um processo conhecido como 
remodelamento brônquico 
> O grau de remodelamento brônquico é 
inversamente proporcional ao nível de controle clinico 
da doença 
 
Diagnóstico: 
> O diagnóstico da asma é baseado em dados clínicos 
e funcionais: 
Manifestações clinicas: 
> O diagnóstico clinico exige sintomas compatíveis, 
caracteristicamente episódicos e com algum grau de 
resposta ao tratamento-padrão 
> 4 principais sintomas respiratórios: dispneia, tosse, 
sibilância, desconforto torácico 
> Geralmente os sintomas aparecem ou pioram a 
noite e após acordar 
> Sintomas são desencadeados principalmente por 
exercícios, risada, alérgenos e temperaturas baixas 
> Todos esses sintomas podem ser reversíveis 
espontaneamente ou com uso de medicamentos 
> Ao exame físico, um achado relevante é a 
presença de sibilos principalmente na expiração 
forcada 
> História familiar e sintomas na infância são fatores 
de risco 
Características funcionais: 
> Espirometria: 
• É observado distúrbio obstrutivo à espirometria 
(Índice de Tiffenau < 0,7) 
• A resposta ao uso do broncodilatador é, em 
geral, positiva, tendo em vista a característica 
reversível da obstrução do fluxo de ar na asma 
• A resposta broncodilatador é considerada 
positiva quando há aumento de 12% ou 200ml 
do VEF1 ou aumento de 350ml no valor de CVF 
• A ausência de obstrução ou de resposta ao 
broncodilatador em teste isolado não exclui o 
diagnostico 
> Teste de broncoprovocação: 
• Resultado é expresso pela concentração da 
substancia que gera uma queda de 20% no VEF1 
(PC20) 
• Os asmáticos respondem a concentrações 
menores que os não asmáticos 
> Teste do exercício: 
• Menor sensibilidade que o teste de 
broncoprovocação 
• Medidas as concentrações de VEF1 antes e 
depois do exercício, demonstrando uma queda 
de função pulmonar de 10 a 15% nos pacientes 
com asma 
Fatores desencadeantes: 
> São fatores desencadeantes mais comuns: 
• Exposição a alérgenos e irritantes inalatórios 
domiciliares e ocupacionais 
• Mudanças climáticas e exposição ao tabagismo 
• Infecções do sistema respiratório 
• Fármacos ® betabloqueadores, AAS e anti-
inflamatórios não hormonais 
• Estresse emocional 
• Exercício físico 
Fatores de risco para pior prognóstico: 
> Exacerbação = piora aguda da doença, podendo 
levar o individuo a idas na emergência, internação e 
evento fatal 
> A asma não controlada é um dos principais fatores 
de risco para prever exacerbações 
> Outros fatores de risco: 
• Medicação: não uso de corticoide inalatório, baixa 
adesão, uso inadequado da medicação inalatória 
e uso frequente de medicação de resgate 
Especialidades Clínicas PNEUMOLOGIA 
Figura 1- Estratégia global para Tratamento e Prevenção da Asma 
(GINA), 2019 
• Comorbidades: obesidade, rinossinusite crônica, 
doença de refluxo gastroesofágico, alergia 
alimentar confirmada, ansiedade, depressão e 
gestante 
• Presença de exposições: ambientes sem 
controle ambiental, além de exposição ao 
tabagismo mesmo que passivo 
• Problemas socioeconômicos 
• VEF1 < 60% e alto grau de reversibilidade na 
prova broncodilatadora 
• Presença de eosinófilo aumentado no escarro 
e/ou no sangue, além do teste de medida da 
fração exalado de óxido nítrico (FeNO) 
aumentada em pacientes em uso de corticoide 
inalatório 
Tratamento com base no controle da doença: 
Não medicamentoso: 
> Baseia-se em ações educacionais como: controle 
ambiental, evitar exposições a fatores de risco, 
automanejo de exacerbações 
Medicamentoso: 
> As medicações devem ser ajustadas de acordo com 
o controle da doença, com reavaliações a cada 2 a 3 
meses 
> Primeira opção terapêutica a ser instruída é o 
corticoide inalatório, com objetivo de controlar 
sintomas e reduzir exacerbações graves 
> Para asma leve: 
• Pode-se utilizar formoterol (broncodilatador de 
longa duração) com corticoide inalatório como 
resgate 
• Pode-se, também, iniciar tratamento regular 
tanto com corticoide inalatório, apenas, ou em 
combinação com formoterol e broncodilatador 
de curta duração como resgate 
• Outra opção, mais inovadora, é a utilização de 
corticoide inalatório com formoterol tanto para 
como manutenção como medicação de resgate, 
sendo a dose de resgate menor 
> Para indivíduos com fenótipo alérgico (asma desde 
a infância, IgE elevada e pick teste positivo), é 
recomendado o imunobiológico Omalizumabe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fármacos utilizados no tratamento: 
> A via inalatória é a principal via para o tratamento da 
asma 
> Medicações de alivio/resgate: beta-2-agonista de 
curta duração, combinação de corticoide inalatório + 
formoterol, anticolinérgico de curta duração (menos 
efetivo) 
> Medicações de uso continuo: corticoide inalatório, 
beta-2-agonista de longa duração, anticolinérgico de 
longa duração, antileucotrienos e imunobiológicos 
Corticoide inalatório: 
> Reduz a resposta inflamatória 
> Reduz sintomatologia, risco de exacerbação, risco 
de hospitalização e evento fatal 
> Todo paciente com asma deve utiliza-lo 
 
Tabela 1- Doses comparativas de corticoides inalatórios em adultos 
Beta-2-adrenérgicos: 
> Curta duração ou SABA (Short-acting beta-2-
agonist): agem de 4 a 6 horas ® fenoterol, salbutamol 
e terbulalina 
> Longa duração ou LABA (Long-acting beta-2-
agonist): agem por 12 horas ® formoterol ou 
salmeterol (LABA de longa); ou por 24 horas ® 
vilanterol, olodaterol, ou indacaterol (LABA ultralonga) 
> Modo de ação: liga-se ao receptor beta-2-
adrenérgico, promovendo a broncodilatação 
> Efeitos colaterais: taquicardia, tremores, hipocalemia 
e midríase 
Especialidades Clínicas PNEUMOLOGIA 
Anticolinérgicos: 
> Curta duração: agem de 4 a 6 horas ® brometo 
de ipratrópio 
> Longa duração: agem por 24 horas ® tiotrópo 
> Modo de ação: antagonismo de receptores M1 e 
M3, impedindo a broncoconstrição desencadeada pela 
acetilcolina ao se ligar a esses receptores 
> Efeitos colaterais: xerostomia (boca seca) 
Antileucotrienos: 
> Montelucaste e zafirlucaste 
> São anti-inflamatorios administrados por via oral 
Agentes imunobiológicos: 
> Anticorpos anti-IgE: omalizumabe (administração 
subcutânea) 
> Anticorpos Anti-IL-5: mepolizumabe e 
benralizumabe (administração subcutânea); 
reslizumabe (via venosa) – não liberado no Brasil 
 
 
Corticoides sistêmicos: 
> Usado apenas em exacerbações ou pacientes com 
asma grave em etapa 5 
> Deve-se evitar seu uso de forma crônica devido a 
seus efeitos colaterais 
Macrolídeo (azitromicina): 
> Beneficio para pacientes com asma grave de 
fenótipo neutrofílico em seu uso 3 vezes na semana 
devido a seu efeito anti-inflamatório 
 
Manejo de exacerbações agudas: 
> Deve-se investigar as causas de exacerbações ® 
alérgenos, infecções, medicações, fatores hormonais, 
mudança de temperatura, etc 
Exames complementares: 
> Radioagrafia de tórax ® em suspeita de pneumonia, 
pneumotórax e derrame pleural 
> Saturação arterial de oxigênio ® verificar em todos 
os pacientes 
> Gasometria arterial ® em pacientes com 
hipoventilação e desconforto respiratório importante 
 
Tratamento na exacerbação: 
Beta-2-adrenérgicos: 
> É a terapêutica imediata mais importante 
> Inalações a cada 15 ou 20 minutos ® 3 inalações na 
primeira hora 
> Preferencialmente, deve ser feito uso de salbutamol, 
de 2,5 a 5mg – 10 a 20 gotas – em nebulização com 
3 a 5 ml de soro fisiológico 
Corticoesteróides: 
>Na exacerbação, os corticoides inalatórios não são 
indicados, utilizando-se preferencialmente os 
sistêmicos 
> Tem pico de ação após 6 a 8 horas da 
administração, portanto, novas doses antes desse 
período devem ser evitadas 
> A prednisona tem sido recomendada na dose de 1 
a 2 mg/kg/d, no entanto, habitualmente é utilizada em 
dose de 40 a 60 mg/d, por 5 a 14 dias 
Oxigênio suplementar: 
> Deve ser ofertado sempre que a saturação de 
oxigênio estiver inferior a 92%

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