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Bronquiectasias

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Especialidades Clínicas PNEUMOLOGIA 
Bronquiectasias:
Introdução e fisiopatologia: 
> Representam dilatações anormais e irreversíveis das 
paredes brônquicas. 
> Apresenta maior incidência em países menos 
desenvolvidos (devido a sua relação com numero e 
gravidade de infecções na infância). 
> Sua prevalência é aumenta conforme a idade e é 
maior entre as mulheres (maior frequência de 
internação por quadros pulmonares). 
> Podem ser vistos na TC com aspecto cilíndrico, 
cístico e varicoso. 
> Nas bronquiectasias, algumas áreas da parede 
brônquica são destruídas e apresentam inflamação 
crônica ® os cílios são destruídos ou lesados e a 
produção de muco aumenta. 
> Para que ocorram bronquiectasias, é necessário um 
insulto infeccioso ou um clearance inadequado de 
secreção de vias aéreas. 
 
Etiologia: 
> Nos países desenvolvidos as principais causas são 
doenças genéticas (em especial fibrose cística). 
> Em países subdesenvolvidos acredita-se que mais 
de 60% dos casos de bronquiectasias aconteçam por 
infecção 
> Principais causas de bronquiectasias: 
• Infecções respiratórias ® sarampo e 
tuberculose 
• Distúrbios genéticos ® Discineia ciliar (inclusive 
síndrome de Kartagener) e deficiência de alfa-
1-antitripsina 
• Anormalidades imunológicas ® síndromes de 
deficiência imunoglobulínica 
• Aspergilose broncopulmonar alérgica 
Obstrução de vias aéreas: 
> Síndromes aspirativas que evoluem para 
bronquiectasias aso mais comuns em segmentos 
inferiores do pulmão direito 
> Um corpo estranho predispõe a infecções distais 
> Deve-se suspeitar de um corpo estranho, uma vez 
que sua remoção pode eliminar um importante 
componente na perturbação de bronquiectasias 
> Deve-se suspeitar sobretudo nos casos de 
bronquiectasias focais 
Síndrome de imunodeficiência: 
> Pacientes com hipogamaglobulinemia podem 
apresentar quadros de sinusites e pneumonias de 
repetição na infância 
> As bronquiectasias, nesses casos, são mais comuns 
em lobos inferiores 
Fibrose cística: 
> Uma vez que a fibrose cística leva a sinusites e 
pneumonias de repetição, ela gera extensas 
bronquiectasias 
> A doença deve ser suspeitada em casos de 
alteração desproporcional dos lobos superiores e na 
presença de culturas de escarro contendo P. 
aeruginosa, H. Influenzae ou S. aureus. 
> Em torno de 30% dos pacientes desenvolvem 
diabetes mellitus devido a destruição do pâncreas 
exócrino com aparecimento de fibrose e reposição 
por tecido gorduroso 
Doenças reumáticas autoimunes: 
> Artrite reumatoide e síndrome de Sjögren são as 
doenças reumatologicas sistêmicas que mais 
comumente podem evoluir com bronquiectasias. 
> Muitas vezes o diagnostico pulmonar precede o da 
doença sistêmica 
> Em geral, as bronquiectasias costumam ser 
cilíndricas e as manifestações supurativas 
habitualmente não tão exuberante quanto em outras 
doenças (como na fibrose cística, por exemplo) 
Discinesia ciliar: 
> Alterações de motilidade dos cílios prejudicam o 
clearance mucociliar, infecções respiratórias de 
repetição e bronquiectasias 
Infecções pulmonares: 
> Infecções respiratórias baixas podem evoluir com 
bronquiectasias devido à destruição do parênquima 
pulmonar, com acúmulo importante de secreção e 
atividade ciliar comprometida 
> No Brasil, a tuberculose é uma importante causa de 
bronquiectasias ® ela destrói o parênquima pulmonar 
e a arquitetura normal, formando cavernas e 
predispondo a infecções bacterianas de repetição 
(localizadas, em geral, em segmentos superiores) 
 
Especialidades Clínicas PNEUMOLOGIA 
Aspergilose broncopulmonar alérgica: 
> A aspergilose broncopulmonar alérgica representa 
uma situação clinica em que o fungo Aspergillus se 
comporta como um alérgeno em pacientes com 
doença estrutural do pulmão, principalmente asma e 
fibrose cística 
> Nesses casos, a aspergilose representa uma 
resposta imunológica muito excessiva ao fungo, com 
destruição de vias aéreas – tanto pela produção de 
micotoxinas quanto pela resposta imunológica 
exacerbada 
> As bronquiectasias tendem a ser centrais 
> Testes de sensibilidade – cutâneos, precipitinas 
séricas ou IgE especifica – são mais eficazes para o 
diagnostico 
Quadro clínico: 
> Os paciente costumam referir quadros crônicos de 
tosse com expectoração frequente, com uso prévio 
de vários antibióticos, bem como dispneia, sibilância e 
hemoptise 
> Deve-se suspeitar de bronquiectasias quando o 
paciente apresenta quadros de tosse crônica com 
expectoração, uso de medicações antibióticas sem 
sucesso, dispneia, sibilos ou mesmo hemoptise 
 
Exames diagnósticos: 
Radiografia de Tórax: 
> Anormal na maioria dos pacientes 
> Não mostra a extensão real da doença e dificilmente 
é capaz de firmar o diagnóstico 
Tomografia de alta resolução (cortes finos): 
> Confirma a presença de bronquiectasias e permite 
avaliar sua extensão 
> Principais achados: 
• Constrições varicosas; 
• Espessamento da parede brônquica 
• Formação de cilindros nas vias aéreas distais 
Avaliação da repercussão pulmonar da doença: 
> Achados mais importantes são redução do VEF1, 
CVC e índice de Tiffenau, portanto, um quadro de 
distúrbio obstrutivo 
Tratamento clínico: 
Exacerbação aguda: 
> Em geral, a exacerbação é causada por uma nova 
infecção bacteriana 
> Critérios para auxiliar no diagnostico de 
exacerbação: 
• Aumento da produção de escarro; 
• Piora da dispneia; 
• Piora da tosse; 
• Febre ( > ou igual a 38oC); 
• Aumento dos sibilos; 
• Adinamia, fadiga ou redução de tolerância ao 
exercício; 
• Piora da função pulmonar; 
• Alterações radiográficas compatíveis; 
• Alterações na ausculta pulmonar; 
> Em paciente estáveis, com poucas exacerbações, 
pode ser considerado o uso de macrolideos ou 
quinolona respiratória – levofuxano ou moxifloxacio – 
7 a 10 dias 
> Em pacientes com doença mais avançada, mas com 
exacerbação leve, evita-se o uso de macrolideo, com 
preferencia ao uso de uma quinolona – ciprofloxacino 
também pode ser utilizado – de 14 a 21 dias 
> Em exacerbações graves, o tratamento deve ser 
feito com antibiótico intravenoso (piperacilina-
tazobactan, cefepima ou carbapenemico) 
Terapia crônica preventiva: 
> Pacientes com exacerbações infecciosas frequentes 
são candidatos a antimicrobianos por tempo 
prolongado ® aparentemente, há efeito imunomodu- 
lador local, que regula a atividade inflamatória e melhora 
a depuração mucociliar. 
> A abordagem da terapia crônica é feita com 
macrolídeos - azitromicina principalmente -, 250 mg, 
3 vezes por semana, pelo período de 6 a 12 meses. 
> Ainda que cercados de temores de aumento de 
resistência bacteriana, ambos os esquemas se 
mostraram efetivos em controlar a recorrência de 
exacerbações.

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