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Competências Profissionais

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Polo Iguatemi- MS
Serviço Social
DISCIPLINAS: COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS, PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL, POLÍTICAS ESPECIAIS, MOVIMENTOS SOCIAIS E PLANOS E PROJETOS DE INTERVENÇÃO SOCIAL
Glaucia Lugo Peralta RA 429284
Titulo: A Importância Do código de ética e um Plano de Ação
Tutora (EAD): Ma. Elisa Cléia Nobre
 
 
 
 
 IGUATEMI-MS 03/06/2016
 O código de ética, lei 8662/93
A sociedade brasileira sofreu enormes transformações sociais que desencadearam mudanças na profissão do Assistente social a partir das renovações no código de Ética profissional destes profissionais. No ano de 1993, com a promulgação da Lei 8662/93, revogando aspectos considerados ultrapassados nos códigos de Éticas dos anos anteriores, houve no cenário social revisões importantes nos respectivos códigos, favorecendo o crescimento do ideal de ética profissional.
Necessário se faz antes de se discutir aspectos notórios do ano de 1993, retornar aos anos 80. Assim, no ano 1980, com as profundas modificações no cenário social brasileiro, e com as renovações ocasionadas na estrutura dos cursos de Serviço social, principalmente com as mudanças nas práticas e nas reflexões teóricas que aconteceram no campo da profissão do assistente social, houve um enorme crescimento da cientificidade da profissão.
Já em 1991, com a preocupação dos conselhos Regionais, Estaduais e Federais dos Assistentes sociais no Brasil, após inúmeras críticas ao Código de Ética de 1986, visualizaram-se neste cenário as reformulações no que se refere aos valores fundamentais, principalmente a liberdade e a justiça social. Assim, houve uma reformulação no código de Ética de 1986, reafirmando valores essenciais, conforme descritos a seguir:
Tal tradicionalismo se comunga com o conservadorismo eleitoral que articulada com a omissão de muitos profissionais, favorecia o clientelismo eleitoral e o favorecimento político dos gestores municipais, estaduais e federais. A Constituição Federal de 1988 introduziu os princípios do controle social e da participação popular como instrumentos de efetivação de gestão política administrativa financeira e técnico-operativa, com caráter democrático e descentralizado, nas diversas políticas públicas.
Com o advento desta Constituição ficou estabelecido que a Assistência Social é política pública, devendo ser gerida através das diretrizes democráticas da descentralização, municipalização, e participação.
O artigo 204 da Constituição Federal e da Lei Orgânica da Assistência Social, em seu artigo 6°, dispõe: “as ações na área de Assistência Social são organizadas em sistema descentralizado e participativo constituído pelas entidades e organizações de Assistência Social (...) que articule meios, esforços, recursos, e por um conjunto de instâncias deliberativas compostas pelos diversos setores envolvidos na área” (LOAS, 1993). Neste marco histórico dois desafios estavam postos para a assistência social: consolidar-se como política pública – o que necessariamente demandaria a construção de estruturas públicas de serviços que acolhesse a sua demanda – e instituir um sistema de gestão democrático e participativo. Tais desafios tornavam-se, à época, ainda maiores tanto no que concerne ao primeiro ponto (consolidação como política pública), pois tal fato demandaria do Estado colocar-se como agente principal na instituição deste novo sistema e, nesta linha, cabe lembrar o modelo de Estado proposto para a década de 1990, sob a orientação de diminuição de gastos na área social e também a assistência social no Brasil, que não havia, até então, se configurado como política de proteção social. Pautada nestas preocupações e nos avanços instituídos para a Política de Assistência, principalmente a partir de 2003, em nível nacional, a equipe da Secretaria de Assistência Social de Londrina definiu como objetivo buscar mecanismos de instituir esta política no nível local, conforme os modelos indicados no arcabouço legal, ou seja, construí-la a partir dos pressupostos da participação e do controle social. Breve apanhado da origem das ações afirmativas As ações afirmativas tiveram origem nos Estados Unidos da América. Em um país marcado pela escravidão até 1865, a 13ª Emenda trouxe novo direcionamento nas relações sociais estadunidenses. Em seu habeas corpus, Homer Plessy alegava a inconstitucionalidade da lei segregacionista de Louisiana, que determinava que o transporte ferroviário deveria fornecer tratamento igualitário a todos os passageiros no tocante às acomodações; no entanto, deveriam ser colocados em vagões separados de acordo com a cor da pele. A Suprema Corte reconheceu a constitucionalidade da lei segregacionista de Louisiana, sob a alegação de que não ofendia a 13ª Emenda, pois não restabelecia a escravidão, nem a 14ª Emenda, pois dava iguais condições a todos os passageiros, ainda que em vagões diferentes. Os brancos não podiam viajar no compartimento de negros, assim como os negros não podiam viajar no compartimento dos brancos. Com esse precedente, estaria constitucionalizado todo o sistema de segregação.
Em seu uso mais tradicional, sociedade civil é parte de um binômio e faz contraponto com o Estado. Corresponde à população de cidadãos, ou esfera privada, e abrange suas variadas formas de organização e expressão com ou sem fins lucrativos, podendo ser legalmente constituídas ou espontâneas e informais.
 Ocorre que na América Latina é frequente identificar como ONG uma classe especial de entidades que se dedica ao desenvolvimento participativo e sustentável e à construção e defesa de direito. Seja no México, Costa Rica ou Colômbia, seja no Brasil, onde existe a Associação Brasileira de ONGs, essas organizações têm gênese própria e não se confundem com entidades comunitárias e de autoajuda, com centros de pesquisa, fundações e entidades filantrópicas de corte tradicional. Seu escopo global é impossível de determinar, a menos que se misture toda sorte de entidades sem fins lucrativos porque esta é a única chave existente nos cadastros de órgãos governamentais. 
 
 PLANO DE AÇÃO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS
 1-Justificativa:
 O objetivo desta proposta é definir as diretrizes para o trabalho da equipe da Rede de Proteção ao Educando – RPE ESCOLAS MUNICIPAIS, cujo foco será a atuação junto aos diversos segmentos da comunidade escolar, porém focalizando os alunos que estejam em situação de vulnerabilidade social e infrequência escolar.
2- Público Alvo: Alunos que estão em situação de infrequência e evasão escolar, além dos que apresentam suspeita de maus tratos, vulnerabilidade social, abuso e exploração sexual, trabalho infantil e o racismo.
3-Objetivo geral: 
Promover um espaço de reflexão compartilhada para os alunos das turmas que estão em situação de infrequência escolar da Unidade Escolar sobre o universo escolar, familiar e comunitário, visando o pleno desenvolvimento de sua pessoal e da aprendizagem, assim como prepará-lo para o exercício da cidadania e qualificação para o mercado de trabalho. Promover reuniões e atendimentos aos responsáveis dos alunos da Classe Especial para acompanhamento do ensino e aprendizagem do aluno na escola, visando, junto à 2ª CRE e escola, a avaliação periódica do aluno para permanência ou não nesta classe. Fazer levantamento de demandas específicas da família e do aluno, como: atendimento médico especializado, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, necessidade de inclusão/manutenção em programas sociais (Benefício de Prestação Continuada, Programa Bolsa Família).
4-Objetivo específicos:
 Promover reuniões com os responsáveis representantes das turmas da U.E., visando fortalecer a relação família e escola efetivar o papel da representação dos familiares no espaço escolar, considerando a perspectiva de uma ação multiplicadora.
• Trabalhar as questões problemas que possam estar influenciando o baixorendimento escolar do aluno através das observações (falas espontâneas) dos responsáveis, colher sugestões para a melhoria do ensino e criar uma rotina de aproximação dos pais junto à escola.
• Fornecer orientações gerais sobre o programa Bolsa Família, esclarecimentos sobre a manutenção do benefício e também identificar a autonomia familiar (porta de saída). 
• Encaminhamentos aos Centros de Referências em Assistência Social (CRAS), de acordo com o local de moradia, para acompanhamento familiar.
 5-Metodologia:
 Realização de reuniões mensais com os responsáveis representantes de todas as turmas, através de técnicas que estimulem a participação cidadã, visando fortalecer a questão da representatividade junto à escola como espaço coletivo, sobre as questões referentes ao desempenho escolar dos alunos e à relação ensino e aprendizagem. A intenção é fazer com que se possam formar grupos de famílias com autonomia para conduzir as discussões e decisões referentes ao universo escolar junto com o corpo docente, direção da escola e trabalhadores da instituição. : Realização de oficinas de reflexão sobre temas sugeridos pelos alunos, para estimular a participação e o protagonismo juvenil, através de metodologia participativa, com a utilização de técnicas de dinâmica de grupo, vivências, roda de conversa, debates, dentre outros recursos, com uma hora de duração. As turmas serão divididas em grupos de 10 a 15 alunos. Ressaltamos que faremos, inicialmente, reuniões com os pais dos alunos das turmas, visando esclarecê-los sobre a proposta de trabalho com seus filhos, informações sobre o RPE, assim como fazer levantamento das demandas que surgirem durante as reuniões, mas principalmente uma possibilidade de fortalecer o fluxo pais/escola. Ao final das atividades com as turmas estaremos realizando encontros com os professores de referência desses alunos para expormos os resultados dessas oficinas, com intuito, juntos (professores, coordenação pedagógica, direção escola), pensarmos e repensarmos formas de lidar com as problemáticas do ensino aprendizagem.
6-Recursos Necessários:
	 Recursos Materiais
	 Recursos Humanos
	 5 (cinco) cartolinas
	 Uma assistente social
	 2 (duas) resma de sulfite
	 Professores
	 100 (cem) lápis de escrever e de cor
	 Pais
	 100 (cem) canetas
	
	 100 (cem) borrachas de apagar
	
	 TV com DVD ou VHS, vídeos educativos, Aparelho de Som, CDs de músicas e data show
	
7-Principais Estratégias:
• Fazer levantamento e acompanhamento do quantitativo de baixa frequência dos alunos com mais de 25% de faltas, que podem corresponder ao acompanhamento de usuários do Programa Bolsa Família, dentre outros que não são beneficiários, para formular formas de prevenção à evasão escolar, cuja estratégia é fazer o acompanhamento sistemático das famílias e dos alunos do 1º segmento do ciclo escolar. Este acompanhamento será feito de acordo com a listagem de infrequentes. Numa primeira observação e reuniões com o coletivo escolar esta demanda parece ser uma hipótese que seria a causa primária da infrequência escolar, assim como impacto negativo na questão do ensino e aprendizagem. Observamos que, nesta escola, os alunos que estão em situação de infrequência escolar e são beneficiários do Programa Bolsa Família grande parte estão no primeiro segmento de ensino. Neste sentido, estaremos abrangendo também as famílias que possuem filhos na faixa etária até 10 anos e nesta fase de ensino registrada em cada Conselho de Classe. Assim poderemos mensurar os resultados desses períodos da redução ou não da infrequência escolar.
8-Atividades: 
 As crianças/adolescentes e pais serão divididos em quatro grupos, cada grupo ira conter 30 indivíduos, totalizando 120 criança/adolescentes e pais. 
As atividades para cada grupo terá a duração de uma semana, totalizando assim 1 (um) mês o plano de ação. O 1º grupo na primeira semana e assim sucessivamente.
*Apresentação de cada criança/adolescente, contar sua história de vida resumidamente. 
*Reuniões de grupo com pais da bolsa família. 
*Orientá-las sobre ação de vulnerabilidade. 
*Reuniões entre família e escola sobre crianças especiais
*Construir um cartaz na ONG com dicas de conscientização sobre os males da discriminação.
9- Cronograma:
	 
 Horário inicia
 Horário termina
	
07h00min
 As
11h00min
	
07h00min
 As
11h00min
	
07h00min
 As
11h00min
	
07h00min
 As
11h00min
	
07h00min
 As
11h00min
	ATIVIDADES
	1º DIA
	2º DIA
	3º DIA
	4º DIA
	5º DIA
	
Apresentação de cada criança/adolescente, contar sua história de vida resumidamente.
	
 
 X
	
	
	
	
	Reuniões de grupo com pais da bolsa família
	
	
 X
	
	
	
	Orientá-las sobre ação de vulnerabilidade. 
	
	
	
 X
	
	
	Reuniões entre família e escola sobre crianças especiais
	
	
	
	
 X
	
	Construir um cartaz na ONG com dicas de conscientização sobre os males da discriminação
	
	
	
	
	
X
 10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O plano de ação acima não é um modelo geral a ser implementado no trabalho dos assistentes sociais nas escolas do município do Iguatemi-MS. Ele foi elaborado especificamente por nós para ser executado na escola a qual nos referimos neste artigo. Porém, segue as diretrizes e objetivas gerais, determinadas pelos órgãos que compõem a estrutura de sua gestão, a Secretaria Municipal de Assistência Social e a Secretaria Municipal de Educação. Umas delas diz respeito a prevenção a infrequência e evasão escolar, problemáticas que assolam o aprendizado e a permanência dos alunos na escola, mas que representa um dado real frente a necessidade da escola atualmente ter que criar novos mecanismos para que essa prática possa ser contornada.
Isso subentende a escola ser mais atrativa e interessante para os alunos, pois ela tem que disputar com outras opções que a sociedade dispõe para os jovens, negativas ou positivas, que os fazem desistir de seguir uma trajetória de conhecimento e formação humana. A infrequência escolar gradualmente gera o baixo rendimento escolar, o aluno não acompanha o aprendizado e se vê a margem de outros que conseguem um aproveitamento melhor. Os professores estão desestimulados a praticarem o que de melhor fazem: transmitir conhecimento e formar cidadãos para viverem em sociedade. Isso por vários motivos: falta de profissionais (de apoio e de professores), baixos salários, terem que se dividir com outro vínculo de emprego. O que ensinam parece não atrai ou não é apreendido pelos alunos.
A formação educacional que tiveram não está sendo compatível com as mudanças que a sociedade atualmente exige, principalmente com a ampliação do acesso ao ensino público, que de certa forma fez com que o público escolar crescesse em números. O que vemos nas escolas, nas salas de aulas, é um palco de conflitos. Professores e alunos em iminentes contradições de relações. O trabalho do assistente social na área da educação se confronta com estas questões, porém entendemos que não seremos nós que resolveremos esses problemas, apesar de haver expectativas que isso aconteça. A nossa contribuição é construir junto com as coletivas escolares formas de lidar com os entraves e criar soluções nas quais a educação convive atualmente. O RPE é um projeto ainda em construção e acreditamos que pode ser um modelo da atuação interdisciplinar do serviço social e psicologia nas escolas, que possa fazer parte de mudanças que caminhem em direção a esta última alternativa, mas isso depende primeiro, de uma intenção clara e política de reestruturação no modelo de educação neste pais.
 
 BIBLIOGRAFIA
ABRAPIA. Abuso sexual: por que?! quem?!, o que?! - mitos e realidade. Coleção
Garantias de Direito. n. 3. Petrópolis: Ed. Autores & Agentes & Associados., 1997.
Revista do Conselho Regional de Serviço Social – 7a região, n. 3. 2006.
BONAMINO, Alicia. Contribuições para estudos de política educacional. Trabalhoapresentado no GT “Estado, política e educação, na 16a Reunião Anual da ANPED,
Caxambu, Minas Gerais, Setembro de 1993. Mimeo.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n. 8.069, de 13.07.1990.
 Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei n. 9.394, de 20.12.1996.
Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS – Lei n. 8742, de 07.12.1993.
 Orientações para o acompanhamento das famílias beneficiárias do
Programa Bolsa Família no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS.
Sec. Nac. de Assist. Social – SNAS/ Sec. Nac. de Renda de Cidadania- SENARC.
MDS/Brasília. Disponível em: <http://www.mds.gov.br>. Acesso em: 20.jan.2009.
 Política Nacional de Assistência Social- PNA. Resolução nº 145, de 15 de outubro de 2004 (DOU 28/10/2004). Brasília, 2004.
 BRASIL. Código de ética do/a Assistente Social. Lei nº 8.662/93 de regulamentação da profissão. 9. ed. rev. e atual. [Brasília]: Conselho Federal de Serviço Social, [2011]. 60 páginas “Atualizado em 13.3.1993, com alterações introduzidas pelas Resoluções CFESS n.290/94, 293/94, 333/96 e 594/11”. Disponível em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP2011_CFESS.pdf>. Acesso em: 22 de out. 2015. CRUZ, A. R. S.; CABRAL, M. W. F. G. C. Ações afirmativas no Brasil: O Trabalho do Ministério Público para torná-las possíveis.

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