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ABDOME AGUDO VASCULAR PROF. MSc. RAFAEL BRITO Embriologia Aorta abdominal: provém da aorta dorsal Aorta ventral regride juntamente com a maior parte das artérias segmentares 10º, 13º e 21º ramos segmentares persistem dando origem às artérias celíaca, AMS e AMI Anatomia: Tronco celíaco Emerge da aorta na altura de T12 ou L1 Trifurcação em 25% Gástrica emergindo primeiro em 75% Ramos: Gástrica esquerda, esplênica e hepática comum Anatomia: AMS Emerge na altura de L1(0,2 a 2 cm abaixo da celíaca) Ramos: pancreatoduodenal inferior(1º), cólica média(2º ramo, divide-se em ramos direito e esquerdo), cólica direita e ileo-cólica-apendicular e ramos jejunais-ileais. Ramo esquerdo da cólica média conecta-se com o ramo ascendente da cólica esquerda(importante colateral AMS-AMI: artéria marginal de Drummond) Anatomia: AMI Emerge da face ântero-lateral esquerda da aorta na altura de L3 Ramos: cólica esquerda(ramo ascendente-arcada de Drummond), 2 ou 3 ramos sigmóides Ramos sigmóides terminais originam as retais superiores que se conectam com a ilíaca interna através da artéria retal média e pudenda interna FISIOPATOLOGIA IMC: 2 ou 3 artérias comprometidas e a AMS seja uma delas Doença vascular crônica em único vaso raramente causa sintomas(ponderar síndrome do ligamento arqueado) Doença vascular súbita em 1 único vaso pode causar isquemia se for súbita e total, principalmente na AMS (ou se houver estenose das outras) DIAGNÓSTICO Avaliação laboratorial: Marcadores sorológicos são insensíveis e inespecíficos(exceção: proteína de ligação dos ácidos graxos intestinais – promissor) DIAGNÓSTICO Rx simples do abdome: normais em 25% dos pctes com IMA; íleo pode ser sinal precoce de isquemia; casos avançados: edema de parede (“impressão do polegar”) ou pneumatose DIAGNÓSTICO TC ABDOME: detecção de estreitamentos ou obstruções arteriais avaliar possíveis alterações que dêem suporte ao diagnóstico clínico de IMA: espessamento da parede pneumatose padrão de impregnação mucosa ou de impregnação na parede intestinal. DIAGNÓSTICO Arteriografia: diagnóstico definitivo opção terapêutica (injeção de vasodilatadores, trombólise e angioplastia com ou sem stents) DIAGNÓSTICO Ecodoppler Identifica com precisão estenose da artéria celíaca e AMS; não-invasivo de primeira escolha para IMC RNM Não é prático no cenário da IMA; utilizada na IMC com restrições Embolia Mesentérica Aguda 50% dos casos de IMA (AMS) Maioria dos êmbolos têm origem no coração (ICC, IAM recente, arritmia atrial ou doença valvular) História de embolias prévias ou simultâneas em outros locais Outras fontes: arterio-arteriais (aneurismas, doença aórtica aterosclerótica e manipulação iatrogênica) Embolia Mesentérica Aguda Klass: tríade: dor abdominal, esvaziamento intestinal e fonte cardíaca de embolização Qualquer pcte com cardiopatia preexistente ou cateterização arterial recente dor abdominal grave de início súbito Trombose Arterial Mesentérica 25% dos casos de IMA Incidência da aterosclerose mesentérica na população: 6-10% Causas: condição de baixo fluxo com trombose secundária expansão repentina da placa (hemorragia intra-placa) Trombose Arterial Mesentérica Maioria: mulheres em torno de 70 anos com doença vascular em outros segmentos relatam história de alguma intervenção vascular no passado História de dor abdominal pós-prandial e emagrecimento – angina intestinal Estudo em 2001: apenas 20% dos pctes com trombose mesentérica tinham sintomas prévios IMA - Diagnóstico Maioria é idosa Dor abdominal difusa, contínua, grave e de início súbito Pode ou não acompanhar-se de vômitos, evacuações ou diarréia No início: abdome normal IMA - Diagnóstico Dor desproporcional ao exame físico: marca! À medida que isquemia progride para infarto: sinais de peritonite Amilase pode estar elevada Lactato pode estar elevado: isquemia ou infarto intestinal grave IMA - Diagnóstico Retenção de líquidos na parede intestinal hemoconcentração sinais de hipovolemia Leucocitose persistente e geralmente grave>15000 anormalidade laboratorial mais detectada em até 10% pode estar normal IMA - Diagnóstico Rx: distensão de alças níveis hidro-aéreos espessamento das paredes intestinais (tardios) TC: incapacidade de contrastar os vasos mesentéricos edema de parede e formação de faixas no mesentério pneumatose IMA – Diagnóstico - Angiografia Trombose: origem – ausência total de opacificação a AMS isquemia desde o ligamento de Treitz até a região intermediária do transverso Embolia: ponto de ramificação preserva os ramos proximais da MAS jejuno proximal e cólon ascendente possivelmente viáveis IMA – Diagnóstico - Angiografia Útil ao planejamento cirúrgico definitivo Trombólise/angioplastia Desvantagem: adiar o tratamento definitivo Ponderar angiografia intra-operatória IMA - Tratamento Estabilização inicial Endovascular Cirurgia 1)Embolectomia da AMS(embolia) 2) Bypass ou endarterectomia da AMS(trombose) 3) Ressecção intestinal 4) Segunda laparotomia para reavaliação Avaliação da viabilidade intestinal: Pulsos na arcada mesentérica; cor e aspecto da parede intestinal; peristalse; detecção dos sinais Doppler; Inspeção com lâmpada de Wood após fluoresceína; fotopletismografia; oximetria de pulso; fluxometria tecidual a laser. Isquemia Mesentérica Não-Obstrutiva Vasoconstricção esplâncnica secundária 20-30% dos casos de IMA Tx de mortalidade de até 70% Bypass cardiopulmonar, choque e administração de fármacos vasoativos (digoxina, α-adrenérgicos, vasopressina) Isquemia Mesentérica Não-Obstrutiva Vasoespasmo esplâncnico paradoxal e lesão por reperfusão Vasoespasmo mesentérico no território da AMS Atividade simpática excessiva/choque/hipovolemia Arteriografia (espasmo mesentérico, “cordão de salsicha”) Isquemia Mesentérica Não-Obstrutiva Correção dos fatores desencadeantes (hipovolemia, baixo débito cardíaco) Estabilização hemodinâmica Vasodilatadores Infusão de papaverina na AMS Laparotomia Isquemia Intestinal Causada por Trombose Venosa 10% dos casos de IMA VMS e esplênica quase sempre Mais comum entre os 50-60 anos Pctes com coagulopatia ou história de episódios trombóticos apresentam dor abdominal aguda Anorexia, dor e distensão abdominal, diarréia e sangramento oculto nas fezes Isquemia Intestinal Causada por Trombose Venosa Leucocitose e aumento da LDH Estados de hipercoagulabilidade hereditários e adquiridos história de tromboses prévias ou trombofilias na família Isquemia Intestinal Causada por Trombose Venosa TC: trombos na VMS espessamento de parede intestinal e líquido livre na cavidade gás no sistema porta ou pneumatose intestinal Isquemia Intestinal Causada por Trombose Venosa TTO: repouso intestinal anticoagulação com heparina e varfarina (longo prazo) ressecção intestinal trombectomia venosa ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO Causas: Gravidez ectópica Rotura de aneurisma abdominal Cisto hemorrágico de ovário Rotura de baço Endometriose 40 EXAME FÍSICO Sinais de choque Distensão abdominal por meteorismo conseqüente ao íleo adinâmico Hemorragias externas (hematêmese, enterorragia, melena, hemorragia vaginal) Dor abdominal (geralmente súbita, intensa e bem localizada); descompressão brusca dolorosa Dor ao toque do fundo de saco de Douglas QUADRO CLÍNICO Hipovolemia e choque hemodinâmico Anemia normocítica, normocrômica Anóxia aguda Taquicardia Pode haver oligúria ou anúria (choque) TRATAMENTO MONITORIZAÇÃO TIPAGEM SANGUÍNEA/HEMOTRANFUSÃO REPOSIÇÃO VOLÊMICA (CRISTALÓIDES+SANGUE) LAPAROTOMIA EXPLORADORA! Caso Clínico J.A.V, 35 anos, procedente de Sento Sé, agricultor, refere quadro de dor abdominal súbita iniciada há dois dias, de forte intensidade, de localização difusa (mais acentuada em mesogastro e FID) associada a náuseas, vômitos e hiporexia. Refere pico febril. Nega alterações urinárias. Refere discreta constipação. Caso ClínicoAo exame: EGR, consciente, orientado, eupnéico, hipocorado(2+/4+), p=100 bpm, desidratado(2+/4+). Abd: pouco distendido, tenso, doloroso à palpação profunda difusamente (mais acentuada em hipogastro e FID), DB ?, RHA reduzidos, ausência de cicatrizes prévias, ausência de hérnias inguinais ou massas palpáveis TR: pequena quantidade de fezes Caso Clínico Exames: Rx abdome: três imagens de nível hidro-aéreo de pequena dimensão; discreta distensão de alças de delgado Rx tórax: ausência de pneumonia ou pneumoperitônio Hb: 10,0 mg/dL; leuco: 8100 (sem desvio à esquerda); amilase, enzimas hepáticas e canaliculares sem alterações OBRIGADO!!!
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