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Diagnóstico Laboratorial em Imunologia IMUNOENSAIOS As técnicas imunológicas detectam a reação entre o antígeno e o anticorpo e, de acordo com esse principio, qualquer substância que se comporte como um antígeno pode ser identificada por esses ensaios. O objetivo de um imunoensaio, portanto, é que ele consiga determinar com precisão a concentração do analito. OBS: reações cruzadas podem afetar a especificidade de um imunoensaio, pois correlaciona-se com o grau que outros analitos reagem de forma cruzada no imunoensaio, interferindo em sua especificidade. QUALIDADE LABORATORIAL NO CONTEXTO DE IMUNOENSAIOS Um laboratório de análises clínicas precisa trabalhar em condições adequadas, com reagentes de qualidade, técnicas de diagnóstico precisos, profissionais qualificados, equipamentos vistoriados em termos de calibração, além de realizar o controle de qualidade interno e externo. DIAGNÓSTICO INDIRETO E DIRETO Diagnóstico indireto Os imunoensaios podem demonstrar a presença de anticorpos específicos no soro, sendo esse tipo de teste chamado de indireto ou de diagnóstico presuntivo, porque nem sempre a presença de anticorpos na circulação indica presença de infecção. Diagnóstico direto A identificação de presença de antígenos do agente infeccioso ou do próprio microrganismo é chamado de método diagnóstico direto, porque há limitações: pode haver poucos microrganismos circulantes ou mecanismos de camuflagem de vírus provocando resultado falso negativo e podem ocorrer reações cruzadas quando o anticorpo reconhece uma parte do antígeno (determinante antigênico ou epítopo). SOROLOGIA: APLICAÇÕES • Definição específica da doença (exemplo: hepatite B ou C); • Diferenciação da fase da doença; • Seleção de doadores de sangue e de doadores/receptores para transplante de órgãos; • Diagnóstico de doença congênita; • Avaliação de prognóstico de doenças; • Avaliação da eficácia terapêutica e/ou agravamento de uma determinada doença; • Avaliação da imunidade específica naturalmente adquirida ou artificialmente induzida; • Investigações epidemiológicas; • Triagem sorológica de doadores de sangue para bancos de sangue e hemocentros: além da tipagem sanguínea ABO e Rh, são feitos exames confirmatórios para vírus da imunodeficiência humana (HIV), vírus de hepatite B (HBV) e hepatite C (HCV), sífilis e doença de Chagas para produção de hemoderivados; • Diagnosticar doenças do sistema imunológico: autoimune (por exemplo, artrite reumatoide, diabetes tipo I, hepatite autoimune, doenças hemolíticas), doenças malignas (por exemplo, linfomas, leucemias), imunodeficiências adquiridas (como a AIDS, por intoxicação com fármacos ou radiação) ou congênitas e hipersensibilidade (alergias e dermatites, por exemplo); • Auxiliar no diagnóstico, prognóstico e prevenção de doenças infeccionas através da detecção de anticorpos séricos contra vírus (hepatite, influenza), bactérias (como a E.coli) e parasitas (por exemplo, teste sorológico rápido de doença de Chagas, malária e leishmaniose); • Detectar substâncias como drogas ilícitas e licitas, fármacos ou hormônios como o hCG (gonadotrofina coriônica no teste de gravidez), entre vários outros; • Identificar proteínas celulares (marcadores antigênicos celulares) e marcadores tumorais. TIPOS DE IMUNOENSAIOS • ELISA (Enzyme Lynked Immunosorbent Assay); Beatriz Loureiro • Imunohistoquímica; • Imunofluorescênica; • Western blotting; • Citometria de fluxo. ASPECTOS GERAIS DAS TÉCNICAS DE SOROLOGIA IMUNOENSAIOS Imunoensaios de precipitação: consistem no teste mais simples pelo qual antígenos e anticorpos reagem entre si sem a necessidade de utilizar indicadores para a detecção. O complexo antígeno- anticorpo resultante pode ser visualizado qualitativamente como um precipitado a olho nu ou quantitativamente utilizando um detector. Imunoensaio de aglutinação de partículas: as grandes partículas apresentam padrões de aglutinação significativa que podem ser visualizadas a olho nu. As reações de aglutinação são muito empregadas no diagnóstico clínico laboratorial de doenças induzidas por vírus, bactérias, protozoários, parasitas e fungos, doenças autoimunes, assim como na identificação de hormônios, na classificação dos grupos sanguíneos, entre outras utilizações. Comparadas com a precipitação, os testes de aglutinação, embora sejam considerados como determinações semi-quantitativas, apresentam maior sensibilidade e necessitam de uma quantidade de anticorpos 500 vezes menor, visto que as partículas conseguem amplificar a reação. Exemplos: testes para identificação bacteriana e de protozoários, teste de aglutinação de látex para detecção de fator reumatoide IgM. Imunoensaios de inibição da aglutinação: é o método utilizado para a detecção de hCG (gonadotrofina coriônica humana) no teste de gravidez. Por meio de testes de inibição da hemaglutinação direta ou indireta pode-se detectar a presença de anticorpos virais (rubéola, sarampo, influenza) ou antígenos haptenos (molécula pequena que gera resposta imunológica somente quando acoplada a proteínas) na hepatite e na hemofilia. TESTES COMO MARCADORES RADIOATIVOS Como desvantagens, podemos destacar o elevado custo do teste, a meia-vida dos reagentes e o risco operacional. Apesar dessas desvantagens, que são inerentes à utilização de radioisótopos, essa técnica ainda é muito utilizada na pesquisa, embora na prática laboratorial venha sendo substituída por ensaios que não utilizam substâncias radioativas. O radioimunoensaio tem ampla utilização nas áreas de toxicologia, imunologia, endocrinologia, imunologia, dentre outras. Desta forma, pode ser usado na dosagem de substâncias ilícitas, na pesquisa de alergênios e anticorpos relacionados à alergia, na presença de antígenos e anticorpos em infecções virais e bacterianas, na quantificação de hormônios (como a insulina) e fármacos etc. TESTES SOROLÓGICOS Os testes têm progredido e estão cada vez mais refinados e com execução simples. Porém, com o intuito de manter a qualidade dos resultados, é necessário que haja um controle bem rigoroso. Assim, as metodologias devem ser padronizadas, com atenção em relação a: 1. Concentração do antígeno; 2. Especificidade dos anticorpos; 3. Título dos conjugados; 4. Tempo; 5. Temperatura; 6. Diluentes. ENSAIO ELISA O ensaio imunoenzimático ELISA é muito utilizado em exames laboratoriais de analises clínicas de diversos tipos: bioquímicos (dosagem de ferritina, de hormônios como o cortisol, de proteínas, de marcadores tumorais como o PSA-antígeno prostático especifico, de vitamina D, etc.), de microbiologia (sorotipagem de diversos microrganismos) e de imunologia para o imunodiagnóstico de infecções (por detecção de anticorpos ou antígenos de vírus, bactérias, fungos e Beatriz Loureiro parasitas), para dosagem de citocinas e proteínas inflamatórias de fase aguda, assim como para diagnóstico de hipersensibilidade, alergias, doenças autoimunes, etc. É uma técnica eficiente de identificação de proteínas e de antígenos e anticorpos por meio de marcador colorimétrico, fluorescente ou radioativo que é disponibilizado na forma de kits comerciais para diferentes aplicações. O ensaio é realizado em uma placa de micro titulação composta por diversos poços, onde são depositados os reagentes. Vantagens Elevada sensibilidade, pois detecta substâncias na ordem de nanograma, apresenta menor risco de falsos negativos (elevada especificidade), menor risco de falsos positivos, permite o teste de várias amostras simultaneamente, teste relativamente simples e de custo relativamente baixo. Desvantagens Necessidade de profissional especializado, susceptível a erros de pipetagem e outros erros na metodologia, causando alterações nos reagentes. Quantificações e doenças O ensaio imunoenzimático do tipo ELISA pode ser utilizado para a realizaçãode testes de bioquímica, imunologia, dosagem hormonal e microbiologia. Na área de análises clínicas esse ensaio pode ser utilizado para a realização de diversos tipos de exames de rotina, por exemplo, HIV, HBsAg (hepatite B), PSA (Antígeno Prostático Específico), ferritina e etc. IMUNOENSAIOS • Proteína C reativa; • Antiestreptolisina O (ASO); • Fator reumatoide; • VDRL. PROTEÍNA C REATIVA (PCR) A proteína C reativa foi a primeira de uma série de proteínas reconhecidas como reagentes de fase aguda, que têm as suas concentrações plasmáticas alteradas em decorrência de estímulos inflamatórios diversos, tais como: infecções, doenças inflamatórias, processos necróticos e câncer. Outras proteínas de fase aguda: proteínas do complemento, imunoglobulinas, fibrinogênio, fator VIII da coagulação, ferritina, lipoproteínas, haptoglobina, amilóide “A” sérico (biomarcador), ceruloplasmina, ceruloplasmina, α1- antitripsina e α1-glicoproteína ácida. Os valores se elevam precocemente e retornam rapidamente aos níveis fisiológicos com a resolução da situação clínica. Desta forma, os valores da PCR começam a se elevar entre quatro a dez horas após o início da injúria ou estímulo, atingindo valores até 1000 vezes superiores aos níveis basais em cerca de 48 horas, retornando rapidamente aos valores iniciais com a melhora no quadro clínico. Recomendações para o uso da PCR Beatriz Loureiro ANTIESTREPTOLISINA O O exame de antiestreptolisina O (ASLO) é o teste laboratorial mais utilizado para determinar uma infecção prévia por Streptococcus pyogenes e seu estado evolutivo. Por outro lado, outros testes laboratoriais, tais como a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa, podem sinalizar um processo inflamatório recente. As bactérias do tipo estreptococos beta hemolíticos do grupo A produzem dois tipos de estreptolisinas (toxinas): estreptolisina O e a estreptolisina S. A estreptolisina O é fortemente antigênica, induzindo a produção de anticorpos correspondente, ou seja, antiestreptolisina O (ASLO). Dessa forma, a determinação do título de ASLO apresenta um papel fundamental também no diagnóstico da febre reumática, com 80% de resultados positivos. Também temos resultados positivos em 85% dos casos de faringites e 50% dos casos de glomerulonefrite difusa aguda. A infecção estreptocócica é mais frequente na população com idade entre 5 e 15 anos, entretanto possa ser detectada em qualquer fase da vida. Idade entre 5 e 15 anos, também é a faixa etária de maior incidência da febre reumática. Isso ocorre porque corresponde a uma faixa etária de maior susceptibilidade às infecções do trato respiratório superior. FATOR REUMATOIDE No soro a imunoglobulina mais frequentemente dosada para a determinação do fator reumatoide é a IgM, no entanto in vivo o fator reumatoide pode ser das classes IgA e IgG. O fator reumatoide é um teste que apresenta sensibilidade, porém tem pouca especificidade (em torno de 70%), mesmo assim é um ensaio de suma importância para o diagnóstico e prognóstico da artrite reumatóide. O fator reumatóide pode ser dosado no soro de pacientes antes do aparecimento dos sintomas, mas nessa fase inicial, o teste tem uma sensibilidade baixa (em torno de 40%). Resultados negativos para o fator reumatóide não excluem o diagnóstico da artrite reumatóide e resultados positivos também devem ser interpretados em conjunto com outros ensaios e com a sintomatologia clínica, visto que diversos outros processos, reumatológicos ou não, podem dar resultados positivos para o fator reumatóide. Desta forma, algumas patologias como a hanseníase, algumas parasitoses (malária, esquistossomose, filariose) e a hepatite podem apresentar resultados positivos para o fator reumatóide, mas com baixos títulos. E mais: o fator reumatóide pode ser dosado no soro de pacientes com doenças autoimunes, infecciosas, neoplasias e hiperglobulinemias. Diagnóstico O diagnostico da AR é dado por diversos achados, e não há um único exame que faça o diagnóstico preciso de 100%. Por isso são necessários resultados de exames laboratoriais e a presença de sinais e sintoma clínicos que levem a um diagnóstico o mais precoce possível para diminuir os danos causados pela doença, principalmente as deformações articulares periféricas. VDRL: SÍFILIS O diagnóstico da sífilis baseia-se na avaliação clínica e nos testes sorológicos. Na maioria das vezes o diagnóstico sorológico é o mais utilizado, visto que, de acordo com a evolução da doença, em sua maior parte, o paciente procura atendimento médico após a fase inicial da doença (caracterizada pelo surgimento de úlcera). Desta maneira, a única forma de identificar a forma latente da sífilis adquirida é o diagnóstico sorológico laboratorial, sendo dois testes os mais utilizados: testes antigênicos não treponêmicos ou testes lipídicos (VDRL – veneral disease research laboratory e RPR – rapid plasm reagin); testes treponêmicos ou pesquisa de anticorpos verdadeiros. O treponema tem uma fração lipídica em sua constituição antigênica que é semelhante ao fosfolipídio cardiolipina, desta forma os testes denominados como não treponêmicos ou lipídicos reagem com a cardiolipina, detectando os anticorpos do tipo reaginas. A cardiolipina forma um antígeno sorologicamente ativo, capaz de detectar anticorpos humorais presentes no soro de pacientes com a sífilis ativa (cerca de uma a quatro semanas após o aparecimento da lesão primária). As determinações quantitativas do VDRL, expressas em títulos, em geral se elevam até o estágio secundário. Os valores dos títulos tendem a diminuir, podendo ocorrer o desaparecimento da reatividade mesmo sem o tratamento da doença. Isso ocorre a partir do primeiro Beatriz Loureiro ano do aparecimento da doença em sua fase inicial. Com o tratamento da doença, o VDRL tende a apresentar valores negativos entre 9 e 12 meses, entretanto a reatividade em baixos títulos pode perdurar por toda a vida (títulos menores ou iguais a 1:8). Essa reatividade residual é denominada como memória sorológica, podendo significar em termos de título, uma infecção muito recente ou muito antiga, com ou sem tratamento. Algumas situações patológicas, tais como determinadas infecções virais e bacterianas, algumas parasitoses, doenças autoimunes e outras situações fisiológicas, como idade avançada, gravidez e uso de algumas substâncias químicas, podem levar a resultados falso-positivos para sífilis, uma vez que podem liberar antígenos lipídicos, levando à síntese de reaginas. Esses resultados falso- positivos ressaltam a não-especificidade das reações não treponêmicas. Diagnóstico Os testes treponêmicos, que utilizam antígenos de T. pallidum através de reações imunológicas de elevada especificidade e sensibilidade, são ideais para a exclusão dos resultados falso-positivos verificados pelos testes não-treponêmicos. A desvantagem dos testes treponêmicos é o elevado custo: por utilizarem procedimentos mais complexos, têm um alto custo, por isso mesmo não estão ainda disponíveis como testes de rotina. HEPATITES VIRAIS: DIAGNÓSTICO O diagnostico diferencial é importante, pois outros vírus (herpes e febre amarela) podem causar hepatites agudas, havendo ainda as hepatites agudas e crônicas não virais (medicamentoso, autoimune, hemocromatose, do alcoolismo ou por produtos tóxicos). É importante conhecer que, juntamente com os sinais clínicos de inflamação dos hepatócitos, a viremia se eleva até o seu valor máximo (que pode ser variável) e depois decai. A concentração de antígeno do vírus de hepatite diminui a medida que aumenta a concentração de anticorpo IgM e somente vários meses depois ocorre aumento do anticorpo IgG. O grande problema é que a maioria das hepatites virais são assintomáticas na fase de transmissão da doença. Diagnóstico Laboratorial: Hepatite C O diagnóstico laboratorialda hepatite C é feito por detecção do anti-HCV que é encontrado tardiamente (3 meses após a infecção), sendo que na fase mais aguda só é possível identificar a infecção pelo RNA viral por método de biologia molecular (reação em cadeia da polimerase, PCR). Todos os profissionais de saúde que mantém RNA-HCV positivo na 12a semana após acidente com material contaminado devem ser avaliados sobre a necessidade de ser tratado com medicamentos antivirais para prevenir evolução para forma crônica. Para escolha adequada do tratamento e de sua duração em pacientes com diagnóstico positivo para hepatite C, a Sociedade Brasileira de Hepatologia recomenda que seja feita a confirmação da etiologia pelo HCV por realização de biópsia hepática, além da quantificação da carga viral (antígeno do HCV e anticorpo IgG anti-HCV) através de teste sorológico por enzima imunoensaio (ELISA) e acompanhamento constante do ALT (alanina aminotransferase) que é o marcador de lesão hepatocelular. Diagnóstico Laboratorial: Hepatite B O antígeno HBsAg (antígeno de superfície do vírus de hepatite B) é o primeiro marcador sorológico detectável, aparecendo entre a 2a e 10a semana após exposição ao vírus, antes da elevação de ALT (alanina aminotransferase) e das manifestações clinicas. O anticorpo contra esse antígeno (anti-HBsAg) em geral persiste na maioria das pessoas por toda a vida, mostrando imunização. Se a infecção pelo vírus HBV persiste, a resposta imune inicial é substituída pela produção de anticorpo anti-HBc IgM, que é um marcador de fase aguda direcionado contra os antígenos HBcAg (antígeno do nucleocapsídeo do vírus denominado) que aparece 30 dias após a infecção e permanece por mais 6 meses aproximadamente. Logo depois ou ao mesmo tempo, passa a ser produzido o anticorpo anti-HBeAg (contra o antígeno HBeAg que é uma partícula “e” do vírus). Essa fase pode durar semanas ou anos. A permanência do antígeno HBeAg no 3o mês após infecção indica evolução para a fase crônica, sendo produzidos anticorpos IgG contra os antígenos HBc e HBs. Beatriz Loureiro Os testes imunológicos para diagnóstico de hepatite B detectam os antígenos HBsAg, HBcAg e HBeAg e os anticorpos produzidos contra esses diferentes antígenos virais: Anti-HBsAg, anti-HBcAg e anti-HBeAg. Na hepatite aguda os anticorpos são imunoglobulinas IgM e na fase crônica são imunoglobulinas IgG. CASO CLÍNICO Clarisse, que trabalha como agente de saúde, tem 22 anos e está grávida de 4 meses. Ela deu entrada no hospital com quadro de icterícia, mialgia, abdome doloroso a palpação no lado direito e hepatomegalia. Notem que estes são sintomas de hepatite aguda. As suas fezes estão esbranquiçadas e a urina escura. Vejam que temos aqui a hipocolia fecal – fezes esbranquiçadas por falta de urobilinogênio/bile e colúria – urina escura. O aumento no tamanho do fígado (hepatomegalia) com dor, indica que está se desenvolvendo um processo inflamatório no fígado, ou seja, a hepatite. Foram realizados exames para hepatite B devido ao exame positivo de seu parceiro um mês atrás. Os resultados dos exames de disfunção hepática foram compatíveis com hepatite aguda apresentando valores de ALT e AST elevados, com predominância de ALT, além de elevação significativa de fosfatase alcalina e gama GT. Causas da urina escura, icterícia, elevação de fosfatase alcalina e gama GT? Os resultados dos exames sorológicos foram: • HBsAg: positivo. • Anti-HBc: positivo. • HBeAg: negativo. • Anti-HBe: positivo. • Anti-HBc IgM: positivo. • Anti-HAV IgM: negativo (Hepatite A). • Anti-HCV: negativo. Interpretação do resultado? O anti-HBe positivo indica que a paciente está no período de convalescença com chance de resolução espontânea, sem a necessidade de medicamentos que apresentam muitos efeitos colaterais. Como seria o resultado da resolução da hepatite aguda? A resolução da hepatite aguda é diagnosticada pela negativação do HBsAg e aparecimento de anti-HBs total positivo. Sr. Eduardo é aposentado, tem 60 anos de idade, trabalhava como barbeiro no interior de Minas Gerais e está com problemas de saúde há algum tempo, e atualmente seu quadro vem piorando a cada dia, pois está com tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes muito claras. Foi internado no hospital porque vomitou sangue, a barriga está inchando e ele sente dores abdominais. Devido a suspeita de hepatite crônica foram solicitados exames de marcadores de função hepática, testes para infecção por vírus de hepatite B e C e HIV. Os exames revelaram hepatite crônica por HCV (vírus de hepatite C) sem coinfecção por HIV, e foi então solicitado biopsia hepática para estadiamento da hepatite crônica e definir o tratamento. Explique quais como foram os testes laboratoriais realizados. Os exames de função hepática para diagnóstico de hepatite são: enzimas ALT/AST e fosfatase alcalina e gama GT para colestase. Os exames essenciais para pesquisa de infecção viral são imunológicos: HBs-Ag, HBc-Ag, HBe-Ag, anti-HBs, anti- HBc, anti-HBe para a hepatite B e anti-HCV para a hepatite C. Existem testes sorológicos para HIV (anti-HIV 1 e anti-HIV 2) utilizando o imunoensaio enzimático ELISA e em caso de positividade em um dos testes, a confirmação é feita por imunofluorescência indireta (IFI) ou Western blot. Beatriz Loureiro
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