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Análise de Demonstrações Contábeis: Índices de Atividade

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29/04/2022 14:27 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/29
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
AULA 3
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Aline Andrade Barbosa da Silva
29/04/2022 14:27 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/29
CONVERSA INICIAL
Caro(a) aluno(a), nesta aula vamos abordar índices de atividade, com avaliação de ciclos
operacionais, administração de capital de giro e análise de capital de giro. Vamos partir de uma
abordagem teórico-prática, com ênfase no pragmatismo contábil, pontuando as seguintes temáticas:
Índices de Atividade: Prazo Médio de Estocagem (PME), Prazo Médio de Fabricação (PMF) e
Prazo Médio de Vendas (PMV)
Índices de Atividade: Prazo Médio de Compras (PMC), Prazo Médio de Desconto de Duplicatas
(PMDD) e Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores (PMPF)
Avaliação de Ciclos Operacionais
Administração do Capital de Giro: Capital Circulante Líquido (CCL), Necessidade de Capital de
Giro (NCG), Capital de Giro Próprio (CGP)
Análise do Capital de Giro: Efeito Tesoura e Overtrade
Lembrem-se: a cada dia um degrau, a cada degrau uma luta, a cada luta um aprendizado. Bons
estudos!
CONTEXTUALIZANDO
Os índices de atividade apresentam uma nomenclatura bastante diversa, como índices do ciclo
operacional, análise da rotação de valores circulantes, interpretação dos quocientes de circulação de
capitais ou índices de prazos médios. Tais indicadores viabilizam a análise e o acompanhamento do
desempenho operacional da empresa e de suas necessidades de investimento em giro. Podem ainda
servir para a análise da obtenção de prazos médios, em que verificamos os ciclos operacional e
financeiro.
29/04/2022 14:27 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/29
A avaliação dos ciclos operacionais é relevante porque permite a análise de fases operacionais
da organização empresarial no processo de produção. O ciclo operacional consiste no interstício de
tempo demandado para a compra de mercadorias ou insumos, além de armazenagem, produção,
distribuição e recepção de numerários relativos às vendas.
Há uma associação direta entre a análise de indicadores de atividade e de liquidez. Essa relação
se deve à combinação da identificação de volume de recursos ou formas de pagamentos da
companhia para honrar compromissos futuros, considerando ainda a celeridade de conversão desses
recursos em numerários ao seu serviço. Por fim, temos o capital de giro, que visa manter o equilíbrio
da situação financeira da empresa, para garantir uma situação de rentabilidade.
TEMA 1 – ÍNDICES DE ATIVIDADE: PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM
(PME), PRAZO MÉDIO DE FABRICAÇÃO (PMF) E PRAZO MÉDIO DE
VENDAS (PMV)
Os índices de atividade têm por objetivo medir as várias fases do ciclo de uma empresa. São
também chamados de indicadores de gestão de capital de giro. Eles auxiliam na análise da situação
financeira da empresa, de forma a calcular quantos dias a entidade costuma levar, em média, para o
recebimento das vendas, o pagamento das compras e a renovação do estoque. São exemplos de
índices de atividade: a) Prazo Médio de Estocagem; b) Prazo Médio de Fabricação; e, c) Prazo Médio
de Vendas.
1.1 PRAZO MÉDIO DE ESTOCAGEM (PME)
O Prazo Médio de Estocagem computa o tempo médio em que os produtos ficam em estoque.
A finalidade desse indicador é fornecer subsídios para tomadas de decisão pertinentes a custos com
armazenagem, gestão e logística de estoque. A literatura apresenta diversas terminologias para o
PME, como Prazo Médio de Renovação de Estoques, Prazo Médio de Estocagem de Matéria-Prima e
Prazo de Rotação de Estoques. Martins, Miranda e Diniz (2020, p. 153) concordam que,
independentemente da classificação nominal, expressamos aqui o tempo médio entre a aquisição de
matéria-prima ou mercadoria para revenda e a sua utilização na produção da empresa.
O Prazo Médio de Estocagem é calculado da seguinte forma:
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/29
Estoque Médio de Matéria-Prima ou Revenda: aritmética simples entre o saldo inicial e final de
matéria-prima ou revenda (médias trimestrais ou mensais).
Consumo Anual de Matéria-Prima: Estoque Inicial + Compras – Estoque Final.
Há uma fragilidade nesse índice, no que diz respeito à variedade de estoques de uma empresa:
estoques de produtos em elaboração, estoques de produtos acabados, dentre outros. Assim, um
cálculo que envolve todos esses estoques pode ser um indicador distorcido. A solução apresentada
por Martins, Miranda e Diniz (2020) é calcular um índice para cada tipologia de estoque.
Vejamos um caso prático de como o cálculo é feito.
Tabela 1 – Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado da Cia Cascavel
Item/Período 1 2 3
Ativo      
Ativo Circulante 3.396,00 3.615,00 4.341,00
Caixa e equivalentes 303,00 436,00 588,00
Aplicações financeiras 763,00 765,00 1.157,00
Contas a receber 1.445,00 1.603,00 1.624,00
Estoque de matéria-prima 200,00 180,00 210,00
Estoque de produtos em elaboração 12,00 14,00 13,00
Estoque de produtos acabados 480,00 350,00 490,00
Impostos a recuperar 190,00 260,00 253,00
Despesas antecipadas 3,00 7,00 6,00
Ativo não Circulante 1.778,00 1.711,00 1.716,00
Ativo Realizável a Longo Prazo 187,00 210,00 226,00
Investimentos 156,00 118,00 106,00
Imobilizado 918,00 831,00 860,00
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Intangível 517,00 552,00 524,00
TOTAIS 5.174,00 5.326,00 6.057,00
Passivo
Passivo Circulante 1.026,00 1.260,00 1.522,00
Obrigações sociais e trabalhistas 178,00 195,00 217,00
Fornecedores 269,00 320,00 372,00
Contas a Pagar 128,00 227,00 157,00
Empréstimos 451,00 518,00 776,00
Passivo não Circulante 1.349,00 945,00 853,00
Financiamentos 1.349,00 945,00 853,00
Patrimônio Líquido 2.799,00 3.121,00 3.682,00
Capital 1.740,00 1.884,00 1.943,00
Reservas de Capital 271,00 250,00 251,00
Reservas de Lucros 788,00 987,00 1.488,00
TOTAIS 5.174,00 5.326,00 6.057,00
       
Receita Líquida 3.092,00 5.202,00 6.044,00
Custo dos Produtos Vendidos (1.846,00) (3.214,00) (3.664,00)
Resultado Bruto 1.246,00 1.988,00 2.380,00
Despesas Operacionais (854,00) (1.358,00) (1.633,00)
Resultado Operacional 392,00 630,00 747,00
Resultado Financeiro 32,00 (13,00) 42,00
Resultado antes dos Tributos 424,00 617,00 789,00
Provisão para IR e CS 35% (17,00) (16,00) (36,00)
Resultado Líquido 407,00 601,00 753,00
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Nas notas explicativas, constam os seguintes dados:
1. As vendas a prazo somam:
Período 1: $3.092,00.
Período 2: $5.202,00.
Período 3: $6.044,00.
2. As compras a prazo totalizam:
Período 1: $1.458,60.
Período 2: $1.716,00.
Período 3: $3.804,00.
3. O consumo de matéria-prima da empresa foi de:
Período 1: $1.475,60.
Período 2: $1.736,00.
Período 3: $2.774,00.
4. Os custos de produção da empresa totalizaram:
Período 1: $1.624,48.
Período 2: $2.828,32.
Período 3: $3.224,32.
 dias
= 25,7 dias
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A interpretação do indicador refere-se ao tempo médio em que o material permanece em
estoque. Ou seja, em nosso exemplo prático, no Prazo Médio de Estocagem do Período 2 do Balanço
Patrimonial, o tempo médio de permanência dos materiais em estoque é de 39,90 dias. Já em relação
ao Prazo Médio de Estocagem do Período 3 do Balanço Patrimonial, o tempo médio é de 25,7 dias.
Nesses casos, o analista deve ter em mente alguns aspectos fundamentais para a análise, como o
tempo de entrega dos materiais pelo fornecedor, o tempo de obsolescência do material, os recursos
de que a empresa dispõe imobilizado (dinheiro parado em estoque) e o custo de manutenção do
estoque (aluguel, mão de obra etc.). Isso significa dizer que o prazo médio de estocagem analisado
depende da realidade de cada empresa. No exemplo, caso a empresa comercialize produtos
alimentares e perecíveis, como no caso de umapadaria, o tempo seria muito longo, de modo que
poderia comprometer os resultados da empresa.
1.2 PRAZO MÉDIO DE FABRICAÇÃO (PMF)
O Prazo Médio de Fabricação é o tempo gasto pela entidade para a fabricação de seus produtos.
É uma medida empregada em casos em que a produção demanda um longo tempo. A fórmula para
o cálculo do PMF é:
Para a produção de milho, por exemplo, que tem como derivados o próprio milho in natura, a
canjica e o flocão de milho, temos em cada produto a realidade de tempo específico de cada
fabricação. Assim, em uma situação como essa, é relevante aplicar esse indicador.
Para o exemplo fornecido no item anterior, temos o seguinte Prazo Médio de Fabricação:
 dias
=1,5 dias
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Isso significa que o tempo médio gasto pela empresa para produzir os seus produtos é de 1,7
dias para o período 2 e 1,5 dias para os períodos 3. Verificamos, então, que a empresa obteve uma
maior eficiência de produção no período 3, uma vez que reduziu o tempo de produção em relação
ao período 2.
1.3 PRAZO MÉDIO DE VENDAS (PMV)
O Prazo Médio de Vendas é um indicador que expressa o prazo médio da companhia para
receber o valor da venda de seus clientes. É calculado em dias ou meses, em média, considerando o
recebimento dos pagamentos das vendas. O cálculo do prazo médio de vendas é obtido da seguinte
forma:
Novamente, considerando o exemplo descrito no Prazo Médio de Vendas, temos os seguintes
indicadores:
=41,80 dias
Isso significa que o tempo médio que uma empresa leva para que os produtos saiam do estoque
em função da venda é de 47,10 dias no período 2 e 41,80 dias no período 3, demonstrando que
houve uma redução no prazo de venda dos produtos ou mercadorias estocadas no período 3. Assim,
há um impacto positivo no capital de giro, ligado à redução do tempo em que as mercadorias ficam
paradas em estoque. Considera-se ainda a rentabilidade da venda em si, pela redução do custo de
estocagem dos produtos.
Esse índice é relevante para as companhias que costumam vender a prazo, pois por meio dele é
possível ter uma ideia do quanto a empresa vai ter em dinheiro, quando poderá pagar fornecedores
e também quando poderá fazer novos investimentos.
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Segundo Martins, Miranda e Diniz (2020, p. 154). esse índice apura o tempo entre o término da
fabricação e a venda efetiva.
TEMA 2 – ÍNDICES DE ATIVIDADE: PRAZO MÉDIO DE COMPRAS
(PMC), PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA (PMC)
Entre os indicadores da atividade, existem ainda duas nomenclaturas: i) Prazo Médio de Compras
(PMC), e ii) Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores (PMPF). Neste momento, vamos apresentá-
los em suas especificidades.
2.1 PRAZO MÉDIO DE COMPRAS
O Prazo Médio de Compras, ou prazo médio de pagamento de fornecedores, indica o tempo
médio para o pagamento de compras realizadas a prazo, sendo mensurado da seguinte forma:
Esse indicador requer uma visão de usuário interno. Afinal, um usuário externo terá dificuldades
para distinguir o valor real da conta Fornecedores, que pode englobar outros itens, como compras de
insumos. Retomando o caso prático, temos os seguintes indicadores:
 dias
=33,20 dias
Isso significa que o tempo gasto, em média, para o pagamento das compras a prazo, é de 62,60
dias, para o período 2, e 33,20 dias, para o período 3. Em relação ao prazo médio de pagamento de
fornecedores, em tese, quanto maior, melhor, uma vez que as compras realizadas são financiadas
pelos recursos dos fornecedores. O ideal é que o prazo seja superior ao prazo médio de vendas
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concedido aos clientes, porque assim o pagamento dos fornecedores pode ser feito com os recursos
(dinheiro) gerados pela venda desses mesmos materiais.
2.2 PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA
O Prazo Médio de Cobrança, também conhecido pela literatura contábil de prazo médio de
recebimento de contas a receber, ou ainda prazo médio de recebimento de clientes, representa o
tempo médio despendido no recebimento de vendas a prazo.
Um aspecto importante é que devem ser adotadas apenas as vendas a prazo no cálculo do prazo
médio de cobrança. Afinal, se todas as vendas forem consideradas, será encontrado o prazo médio
ponderado entre vendas à vista e a prazo. Nesse caso, deve-se empregar a média de Duplicatas a
Receber, conforme os saldos da conta para o período anterior e o período em exercício:
 106,9 dias
= 97,4 dias
Isso significa que o tempo médio para o recebimento dos clientes da empresa é de 106,9 dias no
período 2 e 97,4 dias no período 3. O resultado dos prazos médios encontrados demonstra que
houve uma redução no tempo de financiamento da venda aos clientes, ou seja, a venda está se
convertendo em dinheiro em um prazo menor no período 3. Em tese, quanto menor o prazo para o
recebimento das vendas a prazo, melhor é o cenário para fins de fluxo de caixa e rentabilidade.
TEMA 3 – AVALIAÇÃO DE CICLOS OPERACIONAIS
3.1 CICLO OPERACIONAL
O ciclo operacional é formado pela soma de todos os acontecimentos referentes a uma
operação empresarial. Ele corresponde ao tempo entre a compra do insumo produtivo até o
recebimento do caixa proveniente da venda do produto final. A ideia desse indicador é apresentar o
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tempo que cada atividade demanda da cadeia produtiva, como também o montante de capital
exigido para arcar, em termos financeiros, com o prazo entre a compra de mercadoria e o
recebimento da venda.
As principais etapas do ciclo operacional são: compra da matéria-prima ou mercadoria para
revenda; estocagem da matéria-prima ou mercadoria para revenda; pagamento da matéria-prima ou
mercadoria para revenda; produção; vendas; e recebimento das vendas (Martins; Miranda; Diniz,
2020).
Figura 1 – Etapas do ciclo operacional
O ciclo operacional é composto pelo somatório do Prazo Médio de Estocagem de Matéria-prima
ou mercadorias para revenda, Prazo Médio de Fabricação, Prazo Médio de Venda e Prazo Médio de
Cobrança. A Figura 2 ilustra esse conceito.
Figura 2 – Prazos do ciclo operacional
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/29
Fonte: Elaborado com base em Martins; Miranda; Diniz, 2020.
Ressalta-se ainda que, em empresas não-industriais, o prazo médio de fabricação desaparece do
ciclo operacional. O custeio da fabricação ou a operação em si para empresas não industriais pode
ser suportado por prazos com fornecedores (chamados de recursos operacionais não onerosos,
aqueles pelos quais a entidade não paga juros), considerando o Prazo Médio de Pagamentos a
Fornecedores. Por outro lado, o processo da fabricação ou a operação em si, para empresas não
industriais, pode ser sustentado por meio de investimentos financeiros da companhia em capital de
giro (recursos onerosos porque provocam despesas financeiras).
Retomando o exemplo, temos o seguinte ciclo operacional no Período 2:
1. Prazo Médio de Estocagem: 39,90 dias.
2. Prazo Médio de Fabricação: 1,7 dias.
3. Prazo Médio de Vendas: 47,1 dias.
4. Prazo Médio de Cobrança: 106,9 dias.
Ciclo Operacional Total = 195,7 dias.
Já no Período 3, temos o seguinte ciclo operacional:
5. Prazo Médio de Estocagem: 25,7 dias.
6. Prazo Médio de Fabricação: 1,5 dias.
7. Prazo Médio de Vendas: 41,8 dias.
8. Prazo Médio de Cobrança: 97,4 dias.
Ciclo Operacional Total = 166,5 dias.
O tempo que a empresa arca com o financiamento é chamado de Ciclo de Caixa (CC). Em outras
palavras, o CC consiste no período entre o pagamento de fornecedores e o recebimento das vendas.
Assim, o ciclo operacional é a soma entre o Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores e o Ciclo de
Caixa.
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Figura 3 – Composição do ciclo operacional
Dessa forma, quanto mais agilidade na transformação dos estoques armazenadosem caixa,
menor a duração do ciclo operacional. Além disso, quanto menor o ciclo de caixa, menor o período
do ciclo.
Continuando o exemplo de Martins (2020), agora vamos calcular o ciclo de caixa da empresa:
Ciclo de caixa = Ciclo operacional – PMPF.
Ciclo de caixa P2: 195,7 – 62,60 = 133,0 dias.
Ciclo de caixa P3: 166,5 – 33,2 = 133,3 dias.
Quer entender melhor sobre o ciclo operacional? Vamos imaginar que os produtos de uma
companhia atacadista fiquem armazenados, em média, 45 dias no estoque. Suponha ainda que o
prazo médio de cobrança seja de 28 dias. Além disso, a entidade obteve um prazo médio de vendas
de 20 dias. Assim, teremos o seguinte ciclo operacional: CO=45+28+20=93 dias. O resultado sinaliza
que o ciclo operacional da empresa leva, em geral, 93 dias para ser finalizado.
A análise desse último exemplo permite afirmar que o período de aquisição dos produtos até a
data de recebimento pela venda foi de 93 dias. Assim, esse período se refere ao tempo, em média,
durante o qual os recursos estão aplicados nas operações, sem as respectivas saídas de caixa. Dessa
forma, o capital de giro é financiado pelos fornecedores, que admitem um prazo para pagamento. A
situação ideal é que a organização consiga maximizar os prazos com fornecedores.
Para fins de interpretação, quanto menor o ciclo, melhor será para a empresa. Isso ocorre porque
um ciclo operacional elevado é sinal de que há pouca saída de estoque e pouca circulação de
dinheiro.
Em provas
(Exame de Suficiência do CFC/ANO) Uma indústria compra matéria-prima a prazo. Após o
recebimento da matéria prima, a indústria a armazena, em média, por 7 (sete) dias, antes de
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encaminhá-la para a área de produção, onde ficará 4 (quatro) dias em processo.
Após a conclusão da manufatura, a indústria mantém o produto acabado em estoque por
um tempo médio de 21 dias antes de vendê-lo.
As vendas são efetuadas com prazo médio de recebimento de 35 dias.
O pagamento ao fornecedor acontece 17 dias após a compra da matéria-prima.
Acerca da situação acima, o Ciclo Operacional Total é de:
a. 39 dias
b. 46 dias
c. 60 dias
d. 67 dias
Comentário: o ciclo operacional é igual a PME+PMF+PMV+PMC. Logo, Ciclo Operacional
Total = 7+4+35+21=67 dias.
Gabarito: Alternativa D.
TEMA 4 – ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO: CAPITAL
CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL), NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO
(NCG), CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO (CGP)
4.1 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
O Capital de Giro, conhecido na literatura como Capital Circulante Líquido, expressa a diferença
entre Ativo Circulante e Passivo Circulante. Trata-se de um indicador da folga financeira que a
companhia tem para honrar os seus compromissos no curto prazo. Vejamos a fórmula do Capital
Circulante Líquido:
Figura 4 – Balanço Patrimonial da CVALE 2020
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De acordo com o Balanço Patrimonial Consolidado, o CCL de 2020 é de R$ 1.874.074,00
(R$6.106.607,00 – R$4.432.533,00). Em 2019, o CCL foi de R$ 1.295.904,00 (R$4.422.586,00 –
R$3.126.682,00), o que representa uma redução nos ativos da companhia CVALE utilizados para a
manutenção do desempenho.
A administração do capital de giro é relevante para a análise da estabilidade financeira de uma
organização. Por meio da avaliação do Capital Circulante Líquido, são indicados os prazos
operacionais, o volume de recursos de longo prazo que suporta o giro e as demandas de
investimento operacional. A análise do giro também está diretamente relacionada à solvência e
rentabilidade da companhia. As alterações no Capital Circulante Líquido são constatadas pela (não
mais obrigatória) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, e também pela Análise
Horizontal do Balanço Patrimonial.
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Em provas
(Exame de Suficiência do CFC/2021) Uma sociedade empresária apresentou as seguintes
informações:
Sabendo-se que o Patrimônio Líquido correspondente a 60% do Ativo Imobilizado e o
Passivo Exigível a Longo Prazo correspondente à metade do Patrimônio Líquido, qual é o Capital
Circulante Líquido da sociedade?
a) R$ 3.000,00
b) - R$ 3.000,00
c) R$ 9.000,00
d) R$ 12.000,00
Comentário: o Capital Circulante Líquido consiste na diferença entre Ativo Circulante e
Passivo Circulante. Como Passivo Circulante + Passivo Não Circulante + PL = Ativo Não
Circulante + Ativos Circulante, temos que o Capital de Giro (PNC - ANC) é igual a CCL (AC-PC).
Assim, temos que PNC (6000+3000) - ANC (12000) = -3.000.
Gabarito: Alternativa B.
4.2 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO
A Necessidade de Capital de Giro é um indicador da realidade econômico-financeira que visa
sinalizar o nível de recursos demandados para a manutenção do giro dos negócios, considerando
que as contas empregadas na mensuração da NCG indicam transações de curto prazo com efeitos
rápidos. Dessa forma, alterações nas políticas de estocagem, de crédito e de compras produzem
efeitos imediatos sobre o fluxo de caixa da entidade.
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Para o cálculo da Necessidade de Capital de Giro, é preciso fazer a reclassificação das contas do
Ativo Circulante e do Passivo Circulante, para determinar o Ativo Circulante Operacional e o Passivo
Circulante Operacional. O ACO é o investimento provenientes de compra, produção, estocagem e
venda de produtos. Por outro lado, o PCO é o financiamento que ocorre com tais atividades. Já as
contas do Ativo Circulante Não Operacional e Passivo Circulante Não Operacional são aquelas que,
financeiras ou não, não se associam diretamente às atividades operacionais da companhia.
Segundo Martins, Miranda e Diniz (2020, p. 137), as principais contas componentes dos grupos
operacional e financeiro do circulante são:
Ativo Circulante Operacional: clientes, diminuídos da provisão para devedores duvidosos,
adiantamentos a fornecedores, estoques, impostos a recuperar (IPI, ICMS), despesas
antecipadas etc.
Ativo Circulante Financeiro: disponibilidades,  aplicações financeiras, créditos de empresas
coligadas ou controladas, imóveis para venda, equipamentos desativados disponibilizados para
negociação (Ativos Não Circulantes disponíveis para venda) etc.
Passivo Circulante Operacional: fornecedores, impostos (PIS/COFINS, ICMS, IPI, IR, CSSL),
adiantamentos de clientes, salários e encargos sociais, participações de empregados, despesas
operacionais a pagar etc.
Passivo Circulante Financeiro: empréstimos e financiamentos de curto prazo, duplicatas
descontadas, dívidas com coligadas e controladas etc.
Tabela 2 – Balanço Patrimonial Cia Maringá
Item/Período 1 2
Ativo    
Ativo Circulante 3.396,00 3.615,00
Caixa e equivalentes 303,00 436,00
Aplicações financeiras 763,00 765,00
Contas a receber 1.445,00 1.603,00
Estoque de matéria-prima 200,00 180,00
Estoque de produtos em elaboração 12,00 14,00
Estoque de produtos acabados 480,00 350,00
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Impostos a recuperar 190,00 260,00
Despesas antecipadas 3,00 7,00
     
Ativo Não Circulante    
Ativo Realizável a Longo Prazo 187,00 210,00
Investimentos 156,00 118,00
Imobilizado 918,00 831,00
Intangível 517,00 552,00
TOTAIS 5.174,00 5.326,00
     
Passivo    
Passivo Circulante 1.026,00 1.260,00
Obrigações sociais e trabalhistas 178,00 195,00
Fornecedores 269,00 320,00
Contas a Pagar 128,00 227,00
Empréstimos 451,00 518,00
     
Passivo Não Circulante 1.349,00 945,00
Financiamentos 1.349,00 945,00
     
Patrimônio Líquido 2.799,00 3.121,00
Capital 1.740 1.884,00
Reservas de Capital 271,00 250,00
Reservas de Lucros 788,00 987,00
TOTAIS 5.174,00 5.326,00
Fonte: Elaborado com base em Martins; Miranda; Diniz, 2020.
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Após a reclassificação, calcula-se a NCG por meio da fórmula:
0+0+178+0+128)= R$1.755,00
0+0+195+0+227)= R$1.672,00
Assim, para a Companhia Maringá, teríamos o NGC calculado da seguinte forma: no período 1,
R$1.755,00; no período 2, R$1.672,00. Dessa forma, chegamos aos valores mínimos que a Cia. deve
ter em caixa para manter a entidade funcionando.
Veja, no quadro a seguir, os critérios para a interpretação da NCG.
Quadro 1 – Critérios de avaliação da necessidade de Capital de Giro
ACO > PCO Situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para a qual a empresa pode recorrer a fontes de
financiamentos.
ACO = PCO Essa é uma situação de equilíbrio, não muito comum. Aqui, pelo fato de a NCG ser igual a zero, a empresa
não tem necessidade de financiamento para giro.
ACO<PCO Nessa situação, a empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos operacionais, o que
evidencia sobra de recursos das atividades operacionais, que poderão ser aplicados no mercado financeiro
ou para a expansão de suas instalações.
Fonte: Elaborado com base em Matarazzo, 2010, p. 284-285.
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A subtração entre ACNO e PCNO é chamada de Saldo de Tesouraria. Esse saldo indica os
recursos que não se relacionam diretamente às operações da entidade, cuja modificação acontece
por elementos diversos, que não sejam a sua atividade principal. Assim, nem sempre o saldo positivo
é o mais indicado, pois a empresa pode estar com recursos ociosos, sem aplicação em investimentos
de seu arcabouço de financiamento. Além disso, o risco de insolvência aumenta significativamente
nos casos em que sociedade é custeada com recursos de curto prazo, como financiamento bancário.
Em provas
(Exame de Suficiência do CFC/2019) Uma empresa apresentou os seguintes Balanços
Patrimoniais encerrados em 31/12/20X0 e 31/12/20X1.
Considerando apenas os dados apresentados, assinale a alternativa correta:
a. O Capital de Giro Líquido diminuiu em R$ 332.000,00 de 20X0 para 20X1.
b. O Capital de Giro Líquido aumentou em R$ 108.000,00 de 20X0 para 20X1.
c. A Necessidade de Capital de Giro aumentou em R$ 440.000,00 de 20X0 para 20X1.
d. A Necessidade de Capital de Giro aumentou em R$ 1.200.000,00 de 20X0 para 20X1.
Comentário: Vamos analisar as alternativas.
a. Capital de Giro Líquido= Ativo Circulante – Passivo Circulante
AC = 1.515.000 – 1.080.000 = 435.000 (diminuiu)
PC = 683.000 – 580.000 = 103.000 (aumentou)
CGL = 332.000 (resultado da diminuição)
Eis a resposta: alternativa A.
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b. Como calculamos no item a, o capital de giro líquido diminuiu R$ 332.000,00.
c)NIG=ACO (Contas a Receber+ Estoque) – PCO (Contas a Pagar+ Fornecedores+
Impostos a Pagar)
- NIG (X10) = (370.000+1.000.000) – (30.000+ 100.000+40.000) = R$ 1.200.000
- NIG (X11) = (350.000+600.000) – (20.000+120.000+50.000) = R$ 760.000
NIG= NIG (X10) - NIG (X11) = R$ 760.000-R$ 1.200.000 = (R$ 440.000)
Assim, a necessidade de Capital de Giro diminuiu 440.000,00.
c. A Necessidade de Capital de Giro aumentou em R$ 440.000,00 de 20X0 para 20X1.
Alternativa errada, a NIG não aumentou, mas reduziu.
d. A Necessidade de Capital de Giro aumentou em R$ 1.200.000,00 de 20X0 para 20X1.
Alternativa errada, a NIG diminuiu 440.000,00.
4.3 CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO
O Capital de Giro Próprio expressa o potencial da organização empresarial de financiamento o
ciclo operacional com meios próprios. A subtração entre o montante total de recursos aplicados no
Ativo Circulante e o Patrimônio Líquido permite apurar o volume de carência ou folga de Capital de
Giro da empresa:
Dessa maneira, se a entidade suporta o investimento com capital próprio, isso pode indicar que
está livre para gastar recursos ou para criar custos exorbitantes decorrentes de empréstimos ou
financiamentos.      
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Quanto mais rápido o capital investido gira, menor a necessidade de capital próprio. O contrário:
uma companhia que precise de imobilizações de maior valor tende a requerer mais capital próprio.
Outro fator relevante refere-se ao Ativo Imobilizado (AI), pois todas as transações que repercutam
em aumento das contas de AI e, consequentemente, redução do Patrimônio Líquido, reduzem o
Capital de Giro. Assim, operações que provocam decréscimo do AI e aumento do Patrimônio Líquido
aumentam o Capital de Giro (CDG). O quadro a seguir apresenta as operações que se relacionam às
alterações de CDG.
Quadro 2 – Atividades que alteram o Capital de Giro
Fonte: Elaborado com base em Silva, 2019.
Retomando o exemplo da CVALE, temos o Capital de Giro Próprio, em 2020, no valor de
R$491.286,00 (R$2.515.612,00 – R$ 2.024.326,00); e R$314.759,00 (R$2.133.690,00 – R$1.818.931,00)
em 2019. Isso significa que a empresa reduziu o montante de que dispõe sem necessidade de
empréstimo.
Segundo Silva (2019), esta análise deve ser combinada às análises de liquidez, índices da
atividade operacional e estudo do Capital de Giro Próprio. Esses indicadores, quando analisados em
conjunto, nos ajudam a manter a empresa saudável economicamente. Além disso, apresentam as
seguintes vantagens: a) oferta de melhores condições para venda a prazo; b) aumento da
competitividade; c) manutenção das contas de curto prazo em dia, de maneira a manter o caixa
positivo; e d) gerenciamento dos recebíveis.
Em provas
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(Exame de Suficiência do CFC/ANO) A empresa X apresentou os seguintes valores referentes
aos grupos do Balanço Patrimonial considerando os dois últimos exercícios; observe:
Ativo 2018 2019 Passivo 2018 2019
Ativo Circulante 753.000,00 1.200.000,00 Passivo Circulante 274.000,00 283.000,00
Ativo Não Circulante 2.047.000,00 2.100.000,00 Passivo Não Circulante 426.000,00 517.000,00
Patrimônio Líquido 2.100.000,00 2.500.000,00
Total do Ativo 2.800.000,00 3.300.000,00 Total do Passivo 2.800.000,00 3.300.000,00
De acordo com as informações, analise as afirmativas a seguir:
I. A variação do Capital de Giro da empresa em 2019 foi de 447.000,00, correspondente a
59,36% em relação ao ano de 2018.
II. A variação do Passivo Circulante em 2019 foi de 9.000,00, correspondente a 21,36% em
relação ao ano de 2018.
III. O Capital Circulante Líquido em 2019 foi de 917.000,00 e sua variação foi de 438.000,00
em relação ao ano de 2018.
É correto o que se afirma em:
a. I, II e III.
b. II apenas.
c. II e III apenas.
d. I e III apenas.
Comentário: Vamos analisar as assertivas:
I.  - = 753000 - 1.200.000 = 447.000 = 59.36%
II.  - =274.000 - 283.000 = 9.000 = 32,84%
III.  -  - 479.000 - 917.000 = 438.000
Assim, estão certas somente as afirmações I e III. Gabarito: Alternativa D.
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TEMA 5 – ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO: EFEITO TESOURA
E OVERTRADE
5.1 EFEITO TESOURA
O desajuste dos indicadores de Necessidade de Capital de Giro e Capital Circulante Líquido
demonstra que a organização está expandindo de forma superior à sua capacidade financeira de
financiamento. Isso ocorre devido à custosa aplicação de recursos no capital de giro, que excede o
nível de Capital Circulante Líquido. Esse desequilíbrio é proveniente do crescimento da entidade, com
acirrado investimento de recursos no capital de giro, buscando exceder o nível de Capital Circulante
Líquido, que pode ser mensurado pelo Saldo de Tesouraria, que por sua vez consiste na diferença
entre Ativo Circulante Não Operacional e Passivo Circulante Não Operacional.
Considere a imagem a seguir.
Figura 6 – Representação gráfica da ocorrência de efeito tesoura
Fonte: Elaborado com base em Silva, 2019.
Interpretamos a figura da seguinte forma: quando o Saldo de Tesouraria for inferior a zero, isto é,
negativo, a companhia tem obrigações de curto prazo, adquiridas para o financiamentodas
atividades de capital de giro. Em caso de períodos seguidos de crescimento da Necessidade de
Capital de Giro superior ao Capital Circulante Líquido, entendemos que ocorre o chamado efeito
tesoura. Assim, ao passo que as necessidades de giro, sob a forma de Ativo Circulante Operacional,
são financiadas por obrigações de curto prazo, há um aumento na diferença entre Necessidade de
Capital de Giro e Capital Circulante Líquido, que acentua o efeito tesoura.
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Nesse caso, a companhia não consegue financiar os seus investimentos operacionais em giro, de
maneira que opera com recursos incoerentes com as necessidades da empresa. Isso indica
possibilidade de insolvência, o que exige dos administradores uma célere intervenção nos prazos
operacionais, com renegociação da dívida e alteração dos meios de concessão de crédito e nas
políticas de vendas.
As causas do efeito tesoura são ilustradas a seguir.
Quadro 3 – Efeito tesoura
Fonte: Elaborado com base em Silva, 2019.
Seguimos agora para a análise do overtrade.
5.2 OVERTRADE
O overtrade acontece quando a empresa realiza as suas atividades operacionais além da sua
capacidade de honrar os compromissos. Nesse caso, não existe capital de giro suficiente para o
financiamento das atividades de curto prazo, de maneira que a dívida com terceiros passa a financiar
os estoques e as contas a receber de curto prazo. Em vista disso, o ciclo operacional assume uma
tendência negativa e a empresa entra no overtrade.
Nessa situação, a organização empresarial entra em pré-falência, pois o volume de atividades
não consegue mais ser suportado pelo Capital de Giro disponível. Em outras palavras, o volume de
atividade não gera recursos necessários para o pagamento das despesas financeiras, que se
acentuam com a falta de pagamento e, consequentemente, com a renegociação da dívida.
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O overtrade, conforme Silva (2019), é um problema que ocorre em certa constância com
empresas em fase de criação ou expansão, nas quais inexiste um planejamento para as previsões de
fluxo de caixa.
Os casos que indicam a entrada de uma companhia em overtrade estão listados no quadro a
seguir.
Quadro 4 – Overtrade
Fonte: Elaborado com base em Silva, 2019.
TROCANDO IDEIAS
Nesta aula, estudamos os índices de atividade. Agora, indique quais são os índices de atividade e
a sua finalidade. Aponte as causas e portas de entrada do efeito tesoura e do overtrade. Participe do
fórum da disciplina e deixe as suas respostas.
NA PRÁTICA
Vamos praticar? Considere uma questão do Exame de Suficiência do Conselho Federal de
Contabilidade com abordagem multidisciplinar sobre os assuntos estudados neste material escrito.
(Exame de Suficiência do CFC/2019) Os seguintes valores foram divulgados por uma empresa
comercial em alguns de seus relatórios contábil-financeiros encerrada em 31/12/20X1:
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Informações adicionais:
Em 20X1, as Contas a Receber de Clientes giraram, em média, seis vezes, enquanto Fornecedores
de Mercadorias a Pagar giraram, em média, dez vezes; No Balanço Patrimonial, encerrado em
31/12/20X0, o saldo do Estoque de Mercadorias foi de R$ 290.000,00. Considerando apenas as
informações apresentadas e adotando o ano comercial com 360 dias nos cálculos, pode-se afirmar
que em 20X1:
a. O Ciclo Operacional foi de 150 dias e o Ciclo Financeiro foi de 114 dias.
b. O Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores foi de 90 dias e o Ciclo Financeiro de 150 dias.
c. O Prazo Médio de Renovação de Estoque de Mercadorias foi de 36 dias e o Ciclo Operacional
de 150 dias.
d. O Prazo Médio de Recebimento de Clientes foi de 60 dias e o Prazo Médio de Pagamento a
Fornecedores foi de 90 dias.
Comentário: Trata-se da diferença entre ciclo operacional e financeiro. Assim, temos:
Prazo de Estocagem =
{[(EI+EF)/2]/CMV}*360={[( 290.000+ 310.000)/2]/1.200.000}*360=90 dias
Giro de Recebíveis = (360/Prazo de Recebimento)
Prazo de Recebimento=60 dias
Giro de Fornecedores=360/PrazoFornec .
10=360/Prazo de Fornec.= Prazo de Fornec.=36 dias
Ciclo Operacional=Prazo de Estocagem+Prazo de Recebimento=90 dias+60 dias=150 dias
Ciclo Financeiro=Ciclo Operacional-Prazo de Fornec=150 dias-36 dias=114 dias
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Gabarito: Alternativa A.
FINALIZANDO
Nesta aula, aprendemos sobre índices de atividade. Analisamos ainda o ciclo operacional e a sua
composição. Percebemos que o ciclo operacional consiste em fases operacionais ao longo do
processo de fabricação, correspondendo ao tempo entre a compra do insumo produtivo e o
recebimento do caixa proveniente da venda do produto final. Além disso, abordamos o efeito
tesoura e o overtrade, peças fundamentais para a administração do capital de giro. Aprendemos
muito! Nos conteúdos posteriores vamos tratar dos índices de rentabilidade EBTDA e EVA.
REFERÊNCIAS
MARTINS, E.; MIRANDA, G. J.; DINIZ, J. A. Análise didática das demonstrações contábeis. 3. ed.
São Paulo: Atlas, 2020.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 7. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2019.

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