Buscar

Prova Final de Imunologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA
DISCIPLINA DE IMUNOLOGIA
PROVA FINAL DE IMUNOLOGIA
Prova realizada em conjunto pelos alunos Alice Morschbacher, Erick Zava, Evelin Soeiro
Santana, Gustavo Conde Moura Pereira, João Pedro da Paixão, Lívya Soares de Jesus
Pereira e Lucas Araújo Limongi Horta, da centésima oitava turma de medicina para
composição parcial da nota da disciplina de Imunologia (PAT14362) ministrada pelo
professor Daniel Claudio de Oliveira Gomes.
Vitória,ES
2022
1) É possível a existência de respostas de hipersensibilidade imediata e retardada
ao mesmo antígeno? Explique.
Sim.
Para que a hipersensibilidade imediata (tipo I) ocorra, o antígeno entra em contato pela
primeira vez com células Th2 que reagem ao produzir IL-4. Essa citocina irá fomentar a
diferenciação e liberação de IgE, as quais se ligarão a mastócitos. Caso o contato não
seja cessado rapidamente com o antígeno, uma contínua exposição rapidamente causará
a ligação dele ao complexo IgE-mastócito, fazendo com que haja a degranulação de
substâncias pró-inflamatórias.
O mecanismo da hipersensibilidade tardia (tipo IV) concerne na ação de células T e
monócitos e/ou macrófagos. Nela os linfócitos T são sensibilizados nos tecidos linfóides
secundários por células dendríticas, as quais carreiam antígenos ou sensibilizadores. Os
linfócitos T CD4 ativados secretam citocinas que promovem inflamação e ativam
leucócitos, principalmente os neutrófilos e macrófagos (que geram uma reação de fase
tardia, como na hipersensibilidade tipo I). Já os linfócitos T CD8 ativados possuem ação
citotóxica, que provoca lise celular direta ao alvo e lesões nos tecidos. As lesões da
hipersensibilidade tardia contém principalmente monócitos e algumas células T. As
linfocinas importantes envolvidas na reação de hipersensibilidade tardia incluem o fator
quimiotático dos monócitos, interleucina-2, interferon-gama, TNF alpha/beta, entre outros.
Assim, observa-se que os mecanismos imunológicos dos dois tipos de hipersensibilidade
supracitados podem responder ao mesmo antígeno. Além disso, ambos tipos são
desencadeados por antígenos que podem ser iguais ou da mesma classe bioquímica, não
havendo interferência no papel efetivo dos dois.
A asma, por exemplo, é um tipo de doença que ilustra uma resposta imune imediata e
tardia a um mesmo estímulo. Nesse caso, o processo atópico dessa doença ocorrerá com
a ativação de mastócitos ligados a IgE (componente da hipersensibilidade do tipo I), bem
como por TH2 ativadas pelos alérgenos que, juntos, irão recrutar basófilos, eosinófilos e
outras células TH2 para o processo. O processo crônico dessa doença, por sua vez, pode
ocorrer sem a ativação dos mastócitos, havendo reações mediadas por linfócitos TCD4,
caracterizando o segundo tipo de hipersensibilidade tardia.
.
REFERÊNCIAS:
Boonpiyathad, T., Sözener, Z. C., Satitsuksanoa, P., & Akdis, C. A. (2019). Immunologic
mechanisms in asthma. Seminars in Immunology, 101333.
doi:10.1016/j.smim.2019.101333
Microbiology/Virology/Immunology/Bacteriology/Parasitology Text Book On-line.
Disponível em: <https://microbiologybook.org/book/immunol-sta.htm>. Acesso em: 28 mar.
2022.
 
2) De que maneira a seleção de linfócitos T e a tolerância central estão associados?
A tolerância central é o mecanismo pelo qual novas células T e células B não se tornam
reativas em relação aos antígenos do próprio indivíduo, presentes nos órgãos linfóides
geradores, a medula óssea e o timo. Sendo assim, previne a emergência dos linfócitos
com receptores de alta afinidade para os antígenos próprios ubíquos que estão presentes
nesses órgãos e provavelmente estão presentes ao longo do corpo. Logo, a seleção de
linfócitos T é essencial para o funcionamento adequado da tolerância central. Ela ocorre
por meio de dois mecanismos: a seleção negativa e a seleção positiva.
Inicialmente no timo, os timócitos (precursores de células T) não expressam CD4 ou CD8,
sendo chamados de timócitos duplo-negativos ou DN. Estas células, então, passam por
um processo de sucessivas divisões celulares, de modo que aqueles que apresentam um
rearranjo em seus genes que expressam TCR irão progredir para o próximo estágio e
expressar CD4 e CD8 simultaneamente. Esses timócitos duplo-positivos (DP) CD4+CD8+
imaturos começam a reunir cadeias TCR α e expressam receptores de células T (TCR).
Estes timócitos DP, então, passarão pelos processos de seleção positiva e negativa, das
quais apenas 5% irá sobreviver.
Na seleção negativa, principal mecanismo da tolerância central, se um linfócito T imaturo
(timócito) interage fortemente com um antígeno próprio, apresentado como um peptídeo
ligado a uma molécula do complexo maior de histocompatibilidade (MHC), este linfócito
recebe sinais que estimulam a apoptose, e as células morrem antes de poderem
completar o processo de maturação. Os antígenos que induzem a seleção negativa
podem incluir proteínas que são abundantes em todo o corpo, como proteínas
plasmáticas e proteínas celulares comuns. Desse modo, muitas proteínas próprias que
eram vistas como sendo expressas principal ou exclusivamente nos tecidos periféricos
são atualmente expressas em algumas das células epiteliais do timo. Uma proteína
chamada AIRE (que tem a função de regulador autoimune) é responsável pela expressão
tímica de muitos desses outros antígenos protéicos restritos aos tecidos periféricos.
Algumas células T CD4+ imaturas que reconhecem antígenos próprios no timo não
morrem, mas se desenvolvem em células T reguladoras e entram nos tecidos periféricos.
Não se sabe ainda o que determina se a célula T do timo que reconhece o antígeno
próprio morrerá ou se transformará em uma célula T reguladora.
Na seleção positiva, eles interagem com células epiteliais de modo que entram em
contato com peptídeos de proteínas endógenas ligadas às moléculas de MHC. Caso haja
o reconhecimento das moléculas de MHC por um linfócito T DP, este receberá um sinal
de sobrevivência. Experimentos têm demonstrado que linfócitos T são submetidos à
seleção positiva pela interação com MHC próprios, preparando-os para a ativação
subsequente por complexo peptídeo não próprio/MHC próprio, indicando o benefício
biológico da seleção positiva. Esta interação também é importante para determinar se um
linfócito se tornará T CD4 ou CD8.
Portanto, podemos concluir que o processo de seleção de linfócitos T, sobretudo a
seleção negativa, está intrinsecamente associado à tolerância central.
REFERÊNCIAS:
ROITT, Ivan Maurice; BROSTOFF, Jonathan; MALE, David K. Imunologia. 6. ed. São Paulo(SP):
Manole, 2003.
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H; PILLAI, Shiv. . Imunologia celular & molecular. 6. ed. Rio
de Janeiro (RJ): ELSEVIER, 2008
MURPHY, Kenneth et al. Imunobiologia de Janeway. 8. ed. Porto Alegre(RS): Artes Médicas,
2014.
3) Qual função dos anticorpos pode ser alterada com a mutação na sequência de
aminoácidos a região hipervariável da cadeia pesada?
As regiões hipervariáveis são três segmentos das regiões variáveis (V) da cadeia
pesada e da cadeia leve que apresentam maior diversidade, o que permite as principais
diferenças de sequência e de variabilidade entre os anticorpos. Cada uma das regiões
hipervariáveis é formada por 10 resíduos de aminoácidos. As regiões hipervariáveis de
um domínio VL (região variável da cadeia leve) e as regiões hipervariáveis de um domínio
VH (região variável da cadeia pesada) ficam unidas para criar uma superfície de ligação
ao antígeno.
Nesse sentido, a região hipervariável compõe a porção Fab (fragmento de ligação ao
antígeno) do anticorpo, que é a parte que se liga ao antígeno. Sendo assim, mutações na
sequência de aminoácidos da região hipervariável da cadeia pesada causariam a perda
de funções do anticorpo, como a opsonização, a neutralização e a ativação do
complemento. Isso se deve ao fato de que não haverá ativação de respostas do
anticorpo caso não haja a ligação do anticorpo ao antígeno devido às mutações.
REFERÊNCIAS:
ABBAS,Abul K.; et. al. Imunologia Celular e Molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora
Ltda. 2015.
4) A infecção de um indivíduo por Leishmania chagasi levou a formação de
anticorpos específicos contra o parasito, mas que também foram capazes de
reconhecer antígenos expressos em T. cruzi e P. vivax. Com base nas informações,
marque V OU F. (0.4 cada)
(F) A resposta imune humoral, diferentemente da celular, não apresenta
especificidade para antígenos.
(F) Os anticorpos produzidos tinham a função de proteção total e por isso eram
específicos para todos os antígenos testados
(V) Os patógenos testados em questão apresentavam epítopos semelhantes que
possibilitaram o reconhecimento pelo Ac
(F) O reconhecimento dos antígenos pelos anticorpos produzidos ocorreu de forma
igual, com a mesma avidez e afinidade
(V) O indivíduo ficará imune contra infecção por T. cruzi, P. vivax e L. chagasi
REFERÊNCIAS:
VIEIRA, Gustavo Fioravanti. Peptídeos virais imunogênicos como determinantes de
reatividade cruzada no sistema imune. 2008.
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/14353/000657205.pdf?...1
LUCIANO, Raquel Martins et al. Avaliação da reatividade cruzada entre antígenos de Leishmania
spp e Trypanosoma cruzi na resposta sorológica de cães pela técnica de imunofluorescência
indireta (RIFI). Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, p. 181-187,
2009. https://repositorio.unesp.br/handle/11449/71445
ABBAS, Abul K.; PILLAI,Shiv; LICHTMAN, Andrew H.. Imunologia: Celular e Molecular. 9. ed.
Rio De Janeiro: Editora Elsevier Ltda, 2019
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/14353/000657205.pdf?...1
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/71445
5) Toda célula nucleada do organismo tem capacidade de processar e apresentar
antígenos produzidos em seu interior para células TCD8+. O motivo pelo qual não
desenvolvemos resposta imune contra constituintes normais da célula é porque
tais constituintes não são degradados nas células. Justifique. (2,0)
Resposta:
As moléculas do MHC rotineiramente ligam peptídeos das próprias proteínas, as quais
estão, de forma contínua, sendo degradadas nas células, e os apresentam na
superfície celular. Assim, apesar de constituintes normais da célula serem degradados
nos proteassomos e apresentados via MHC1 às células TCD8, existem mecanismos de
tolerância que impedem que o sistema imune reaja contra os próprios tecidos, o que
previne que esses peptídeos próprios iniciem uma resposta imune.
Justificativa:
Toda célula nucleada do organismo tem capacidade de processar e apresentar
antígenos produzidos em seu interior para células TCD8+:
Todas as células nucleadas expressam o MHC de classe I e, portanto, são capazes de
induzir a resposta de células T CD8+. Esse mecanismo objetiva a eliminação de
antígenos/patógenos no meio intracelular, como nos casos de infecção viral, bacteriana
ou em tumores com peptídeos alterados. As APCs incorporam antígenos protéicos por
fagocitose para a ativação de linfócitos T CD8+ naive, ao passo que as demais células
demandam a atividade citotóxica do linfócito para eliminar o antígeno do citoplasma.
Como o antígeno protéico é processado?
O processamento de antígenos via MHC classe I ocorre do mesmo modo entre células
APCs e outros tipos. No citosol, é degradado por meio da digestão de proteassomos e
seus fragmentos, de aproximadamente 8 resíduos de aminoácidos, são transportados
para o interior do retículo endoplasmático. Na organela, o peptídeo é exposto ao MHC
classe I associado à membrana. Em seguida, o complexo peptídeo-MHC classe I é
transportado via transmembrana até o complexo de Golgi e, sucessivamente, expresso na
superfície da célula.
Qual é o motivo pelo qual não desenvolvemos resposta imune contra constituintes
normais da célula?
A maioria dos peptídeos que são exibidos normalmente pelas APCs derivam de proteínas
próprias. A incapacidade das moléculas do MHC de discriminar entre peptídeos próprios e
estranhos levanta o questionamento acima. A resposta é que os complexos de
autopeptídeo-MHC não induzem autoimunidade porque as células T específicas para
esses complexos são destruídas ou inativadas. De fato, as células T com receptores para
autoantígenos devem reconhecer autopeptídeos exibidos por moléculas do MHC próprias,
para então serem eliminadas ou tornadas irresponsivas. Esses mecanismos tornam as
células T, de forma geral e desconsiderando condições patológicas, tolerantes aos
autoantígenos.
Tendo isso em vista, a fim de evitar respostas autoimunes de células T CD8+, proteínas
de todos os tecidos são expressas no timo no processo de seleção negativa. As células
epiteliais do estroma tímico expressam o fator de transcrição AIRE, o qual permite a
transcrição e a tradução de proteínas de todo o genoma. Em seguida, a proteína é
processada via MHC classe I e expressa na superfície da célula para que linfócitos T
CD8+ autoimunes possam reconhecê-la e prosseguir com a seleção negativa. Nesse
momento, a célula pode se tornar um linfócito T regulador, sofrer apoptose ou entrar em
anergia. As células que não reconhecem os autoantígenos são liberadas do timo para os
tecidos linfóides periféricos. No timo, as proteínas próprias não são degradadas nas
células para demandar a atividade citotóxica, mas, sim, são expressas via MHC classe I
para regular a atividade autoimune de linfócitos T CD8+.
REFERÊNCIAS:
MURPHY, K.; TRAVERS, P.; WALPORT, M.. Imunobiologia de Janeway. 8. ed. Porto Alegre:
ArtMed, 2014.
ABBAS, Abul K.; PILLAI,Shiv; LICHTMAN, Andrew H.. Imunologia: Celular e Molecular. 9. ed. Rio
De Janeiro: Editora Elsevier Ltda, 2019.
ROITT, Ivan Maurice; BROSTOFF, Jonathan; MALE, David K. Imunologia. 6. ed. São Paulo:
Manole, 2003.

Outros materiais