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Práticas de Soldagem

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Indaial – 2020
Práticas de soldagem
Profª Patrícia Maria Alves de Melo
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Profª Patrícia Maria Alves de Melo
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
aPresentação
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo a esta nova disciplina em seu curso. 
Estaremos juntos no desenvolvimento de conceitos relativos a Práticas de 
Soldagem.
Na Unidade 1 do livro didático será apresentada a terminologia da 
soldagem, bem como a simbologia de soldagem e os seus princípios. Além 
disso, estudaremos as normas de qualificação e a segurança e suas regras 
durante o uso do processo de soldagem. Também veremos os elementos de 
metalurgia com sua transferência de calor e aporte de energia na soldagem, 
bem como a condução de calor em chapas grossas e finas e os ciclos térmicos na 
soldagem e na distribuição de temperaturas. Você também será apresentado 
a microestrutura do aço, para então conhecer: a caracterização da poça de 
fusão, a solidificação da poça de fusão (com a transformação na zona afetada 
pelo calor) e, por fim, as descontinuidades no processo de soldagem. Você 
contará, ao final, com três as práticas de soldagem.
Na Unidade 2 do livro didático, você será apresentado aos diversos 
processos de soldagem, como processo de soldagem com Eletrodo Revestido, 
MIG (Metal Inert Gás) e MAG (Metal Ativo em Gás), TIG (Tungstenio Inert 
Gás), Soldagem com arco submerso e a soldagem por plasma, conheceremos 
os seus Equipamentos e as variáveis elétricas e operacionais envolvidas 
em cada processo. Estudaremos as aplicações e os procedimentos desses 
processos. Ao fim, será possível o desenvolvimento de três as práticas de 
soldagem.
Na Unidade 3 do livro didático, apresentaremos a transferência 
metálica em soldagem com arco elétrico, os tipos de transferência metálica 
e as forças atuantes durante a transferência. Os tipos de transferência 
metálica usada na soldagem MIG e MAG; na soldagem com eletrodos 
revestidos, a Transferência metálica na soldagem com arco submerso, bem 
como as aplicações dos diversos tipos de transferência metálica. Além disso, 
apresentaremos as fontes de energia em processo de soldagem, podendo 
ser fontes e convencionais. Conheceremos os tipos de fontes convencionais, 
fontes tiristorizadas, fontes inversoras e fontes híbridas. Saberemos sobre 
as propriedades dos metais de soldagem, como: poça de fusão e diluição, 
aporte térmico, ciclo térmico de soldagem e, repartição térmica, com esses 
pontos voltados a estrutura do metal de solda. 
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Por fim, conheceremos os defeitos do metal de solda. Nesta 
unidade, você ainda saberá sobre a zona termicamente afetada (ZTA) e suas 
características, bem como os tipos de soldagem (não convencional) que são 
abordados aqui e a Soldagem por eletroescória ou eletrogás, soldagem com 
fonte de calor focada, soldagem por atrito, soldagem por resistência, oxicorte 
e soldagem com gás. Ao fim deste estudo, abordaremos as três práticas de 
soldagem. Bons estudos! 
Profª Patrícia Maria Alves de Melo
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM .......................................................................... 1
TÓPICO 1 — TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DA SOLDAGEM ........................................ 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 TERMINOLOGIA ................................................................................................................................ 4
3 SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM ...................................................................................................... 8
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 19
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 20
TÓPICO 2 — PRINCIPIOS DE SOLDAGEM ................................................................................. 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23
2 NORMA E QUALIFICAÇÃO DE SOLDAGEM .......................................................................... 23
3 PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA EM SOLDAGEM .................................................................... 26
4 REGRAS DE SEGURANÇA RELATIVAS AO LOCAL DE TRABALHO ............................. 26
5 REGRAS DE SEGURANÇA RELATIVAS AO PESSOAL ENVOLVIDO .............................. 28
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 30
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 31
TÓPICO 3 — ELEMENTOS DA METALURGIA DA SOLDAGEM .......................................... 33
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 33
2 TRANSFERÊNCIA DE CALOR E APORTE DE ENERGIA NA SOLDAGEM ..................... 34
3 CONDUÇÃO DE CALOR EM CHAPAS GROSSAS E FINAS ................................................. 35
4 CICLOS TÉRMICOS NA SOLDAGEM E NA DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS ....... 39
5 MICROESTRUTURA DOS AÇOS ................................................................................................ 40
6 FASES E ESTRUTURA DO AÇO RESFRIADO LENTAMENTE: DIAGRAMA DE 
 EQUILÍBRIO FE-C ............................................................................................................................. 40
RESUMO DO TÓPICO 3.....................................................................................................................44
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 45
TÓPICO 4 — CARACTERIZAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO ........................................................ 47
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47
2 SOLIDIFICAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO .................................................................................... 47
3 TRANSFORMAÇÃO NA ZONA AFETADA PELO CALOR .................................................... 50
4 DESCONTINUIDADES NO PROCESSO DE SOLDAGEM .................................................... 51
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 57
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 58
TÓPICO 5 — EXPERIMENTOS DE SOLDAGEM ......................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61
2 EXPERIMENTOS .............................................................................................................................. 61
2.1 PRÁTICA DE SOLDAGEM (1): PROVOCAR DESCONTINUIDADE ESTRUTURAL 
 NO CORDÃO DE SOLDA........................................................................................................... 62
2.1.1 Procedimentos ..................................................................................................................... 62
2.2 PRÁTICA DE SOLDAGEM (2): INFLUÊNCIA DO TEOR DE GÁS E ANÁLISE 
 DA CHAMA OBTIDA ................................................................................................................. 62
2.2.1 Procedimentos ...................................................................................................................... 63
2.3 PRÁTICA DE SOLDAGEM (3) .................................................................................................. 64
2.3.1 Procedimento ....................................................................................................................... 64
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 65
RESUMO DO TÓPICO 5..................................................................................................................... 71
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 72
UNIDADE 2 — PROCESSOS DE SOLDAGEM CONVENCIONAL ......................................... 73
TÓPICO 1 — PROCESSO DE SOLDAGEM COM ELÉTRODO REVESTIDO ...................... 75
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 75
2 EQUIPAMENTO ................................................................................................................................ 78
2.1 VARIÁVEIS ELÉTRICAS E OPERACIONAIS .......................................................................... 80
2.2 CONSUMÍVEIS ............................................................................................................................ 83
2.2.1 Higiene e segurança ............................................................................................................ 88
2.2.2 Aplicações e procedimentos ............................................................................................... 89
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 92
TÓPICO 2 — PROCESSO TIG ........................................................................................................... 93
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 93
2 EQUIPAMENTOS .............................................................................................................................. 93
2.1 VARIÁVEIS DO PROCESSO ....................................................................................................... 95
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 99
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 100
TÓPICO 3 — PROCESSO MIG/MAG ............................................................................................ 103
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 103
2 CARACTERÍSTICAS ...................................................................................................................... 103
3 EQUIPAMENTOS ............................................................................................................................ 104
4 VARIÁVEIS DO PROCESSO ........................................................................................................ 105
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 113
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 114
TÓPICO 4 — SOLDAGEM COM ARCO SUBMERSO .............................................................. 117
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117
2 EQUIPAMENTOS ............................................................................................................................ 118
3 VARIÁVEIS DE PROCESSO ......................................................................................................... 119
4 TIPOS DE JUNTA ............................................................................................................................ 119
5 CLASSIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE CONSUMÍVEIS .............................................................. 120
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 121
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 122
TÓPICO 5 — SOLDAGEM POR PLASMA ................................................................................... 125
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 125
2 PRINCÍPIOS DE OPERAÇÃO ...................................................................................................... 125
3 EQUIPAMENTO .............................................................................................................................. 126
4 VARIÁVEIS DO PROCESSO ........................................................................................................ 127
RESUMO DO TÓPICO 5................................................................................................................... 129
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 130
TÓPICO 6 — EXPERIMENTOS DE SOLDAGEM ....................................................................... 133
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................133
2 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS .................................................................................... 133
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 136
RESUMO DO TÓPICO 6................................................................................................................... 145
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 146
UNIDADE 3 — PRINCIPAIS TRANSFERÊNCIAS METÁLICAS ........................................... 147
TÓPICO 1 — TRANSFERÊNCIA METÁLICA EM SOLDAGEM COM ARCO 
 ELÉTRICO ................................................................................................................... 149
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 149
2 DEFINIÇÕES .................................................................................................................................... 149
3 TIPOS DE TRANSFERÊNCIA METÁLICA ............................................................................... 149
4 FORÇAS ATUANTES NA GOTA DURANTE A TRANSFERÊNCIA ................................... 150
5 TRANSFERÊNCIA METÁLICA NA SOLDAGEM MIG E MAG.......................................... 155
6 TRANSFERÊNCIA METÁLICA NA SOLDAGEM COM ELÉTRODOS 
 REVESTIDOS ................................................................................................................................... 156
7 TRANSFERÊNCIA METÁLICA NA SOLDAGEM COM ARCO SUBMERSO .................. 156
7.1 APLICAÇÕES DOS DIVERSOS TIPOS DE TRANSFERÊNCIA METÁLICA ................... 157
8 PRÁTICA EXPERIMENTAL Nº 7 ................................................................................................. 157
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 159
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 160
TÓPICO 2 — FONTES DE ENERGIA EM PROCESSO DE SOLDAGEM ............................. 161
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 161
2 FONTES CONVENCIONAIS ....................................................................................................... 162
2.1 TIPOS DE FONTES CONVENCIONAIS ................................................................................. 164
2.2 FONTES TIRISTORIZADAS ..................................................................................................... 166
2.3 FONTES INVERSORAS ............................................................................................................. 167
2.4 FONTES HÍBRIDAS ................................................................................................................... 168
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 169
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 170
TÓPICO 3 — PROPRIEDADES DOS METAIS DE SOLDAGEM ............................................ 171
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 171
2 POÇA DE FUSÃO E DILUIÇÃO .................................................................................................. 171
3 APORTE TÉRMICO ........................................................................................................................ 172
4 CICLO TÉRMICO DE SOLDAGEM ............................................................................................ 173
5 REPARTIÇÃO TÉRMICA ............................................................................................................. 174
6 ESTRUTURA DO METAL DE SOLDA ....................................................................................... 175
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 177
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 178
TÓPICO 4 — DEFEITOS DO METAL DE SOLDA...................................................................... 179
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 179
2 TRINCAS DE SOLIDIFICAÇÃO OU TRINCAS A QUENTE ............................................... 179
3 TRINCAS INDUZIDAS POR HIDROGÊNIO NO METAL DE SOLDA ............................ 180
3.1 POROSIDADE ............................................................................................................................ 181
4 INCLUSÕES DE ESCÓRIA OU OUTRAS INCLUSÕES ....................................................... 183
5 TRINCAS DE CRATERA ............................................................................................................... 183
5.1 FALTA DE FUSÃO E PERFIL DO CORDÃO DESFAVORÁVEL ........................................ 184
5.2 TÉCNICAS DE SOLDAGEM PARA EVITAR OS DEFEITOS .............................................. 185
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 189
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 190
TÓPICO 5 — ZONA TERMICAMENTE AFETADA (ZTA) ....................................................... 191
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 191
2 ZONA TERMICAMENTE AFETADA ......................................................................................... 191
3 DEFEITOS NA ZONA TERMICAMENTE AFETADA (ZTA) ................................................ 192
RESUMO DO TÓPICO 5................................................................................................................... 198
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 199
TÓPICO 6 — EXPERIMENTO DE SOLDAGEM ......................................................................... 201
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 201
2 AULA PRÁTICA 1 ........................................................................................................................... 201
3 AULA PRÁTICA 2 ........................................................................................................................... 202
4 AULA PRÁTICA 3 ........................................................................................................................... 202
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 204
RESUMO DO TÓPICO 6................................................................................................................... 206
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 207
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 209
1
UNIDADE 1 — 
METALURGIA DA SOLDAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreenderas terminologias e simbologias da soldagem e a 
importância de suas aplicações em um projeto que utiliza soldagem;
• entender as normas de qualificação da soldagem, com seus princípios 
de segurança da soldagem e as regras de segurança relativas ao local de 
trabalho e ao pessoal envolvido;
• conhecer os elementos da metalurgia da soldagem, o tipo de transferência 
de calor e o que é aporte de energia na soldagem;
• conhecer a condução de calor em chapas grossas e finas, os ciclos 
térmicos na soldagem e na distribuição de temperaturas;
• entender a microestrutura do aço;
• conhecer a caracterização e a solidificação da poça de fusão, o que é 
transformação na zona afetada pelo calor, as descontinuidades no 
processo de soldagem.
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da unidade 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado. 
TÓPICO 1 – TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DA SOLDAGEM
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS DA SOLDAGEM
TÓPICO 3 – ELEMENTOS DA METALURGIA DA SOLDAGEM
TÓPICO 4 – CARACTERIZAÇÃO DA POÇA DE FUSÃO
TÓPICO 5 – EXPERIMENTOS DE SOLDAGEM
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DA SOLDAGEM
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, bem-vindo ao Tópico 1 deste livro didático! Ao longo de 
cada um dos tópicos, encontraremos sugestões e dicas que visam potencializar os 
temas abordados e, ao fim de cada um, estão disponíveis resumos e autoatividades 
que visam fixar os conteúdos estudados.
Neste tópico, aprenderemos sobre as terminologias e simbologias da 
soldagem, bem como sobre as normas de qualificação da soldagem, com seus 
princípios de segurança da soldagem e as regras de segurança relativas ao local 
de trabalho e ao pessoal envolvido. Além disso, aprenderemos também sobre: o 
comportamento térmico de uma poça de fusão soldada. 
Para isso, necessitamos conhecer os elementos da metalurgia da soldagem, 
o tipo de transferência de calor e o que é aporte de energia na soldagem, como 
também condução de calor em chapas grossas e finas, os ciclos térmicos na 
soldagem e na distribuição de temperaturas. Conheceremos a caracterização e a 
solidificação da poça de fusão, o que é transformação na zona afetada pelo calor, 
as descontinuidades no processo de soldagem.
Com as explicações dos principais conceitos necessários para a melhor 
compreensão da disciplina e para sua vida profissional, como futuro engenheiro, 
você conseguirá ser responsável pela realização do projeto e poderá definir qual é 
o material mais adequado para a execução desse projeto: as posições, temperaturas 
e formas de soldagem.
Para que o processo de soldagem apresente o mínimo de problemas ou 
que seja possível resolver esses problemas, aplica-se princípios metalúrgicos 
apropriados.
A soldagem é o mais importante processo de uniões de metais utilizados 
industrialmente e ela tem uma larga quantidade de processos envolvidos. Para 
que ocorra a união de materiais, tem-se as forças macroscópicas. Nela, estão 
presentes as forças de cisalhamento, as forças de atrito e as forças microscópicas, 
em que tem-se as forças interatômicas e intermoleculares, entre elas as ligações 
metálicas e ligações de Van der Waals (MARQUES, 2009).
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
4
2 TERMINOLOGIA
A terminologia define a forma com que ocorre o processo de soldagem. 
Assim, é possível definir os metais envolvidos e o passo a passo da formação de 
uma solda. As partes são: metal de adição e metal base (BRITO, 2009). A forma 
com que ocorre a soldagem está descrita na Figura 1. Logo, tem-se que: 
O processo funciona seguinte forma: o metal de adição é fundido pela 
fonte de calor e misturado com uma quantidade de metal de base também 
fundido, formando a poça de fusão. O metal de adição é fundido pela 
fonte de calor e misturado com uma quantidade de metal de base também 
fundido, formando a poça de fusão (MARQUES, 2009, p. 30).
FIGURA 1 – TEMINOLOGIA DA SOLDAGEM
FONTE: Marques et al. (2009, p. 30)
A soldagem possui um conjunto de termos muito próprios, alguns destes 
termos e suas definições estão presentes nesta unidade, além de alguns aspectos 
importantes destes termos.
O Metal Base (base metal) é o material da peça que passa pelo processo 
de soldagem. Procura-se escolher, para uma dada aplicação, a metal base de 
melhor soldabilidade, que seja adequado para a aplicação. Em alguns casos, 
por exemplo, na recuperação de uma dada peça por soldagem, essa escolha é 
impossível. O modo como uma solda será produzida (isto é, o procedimento de 
soldagem usado) deve levar em consideração as características da metal base e os 
seus aspectos metalúrgicos (MONDENESI, 2008). 
O Metal de Adição (filler metal) é um material adicionado, no estado 
líquido, durante a soldagem por fusão (ou a brasagem). O metal de adição deve 
ser selecionado de acordo com a metal base, as características e a aplicação da 
junta a ser soldada. Sendo esses metais de adição especificados por diversos 
organismos nacionais e internacionais, com destaque para a American Welding 
Society (AWS) e a International Organization for Standardization (ISO).
A região conhecida como Poça de Fusão (weld pool) é a região que se 
encontra em fusão, a cada instante, durante uma soldagem por fusão. Em alguns 
processos de soldagem que não usam a fusão, pode-se considerar a existência de 
uma região de processamento de características similares à poça de fusão.
TÓPICO 1 — TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DA SOLDAGEM
5
Penetração (penetration) é a distância da superfície original da metal base 
ao ponto em que termina a fusão, medida perpendicularmente a ela.
Entende-se por junta (joint), a região entre duas ou mais peças que serão 
unidas. As juntas existem em vários tipos. Os mais usuais são a de topo (butt), de 
ângulo (tee), de canto (corner), sobreposta (lap) e de aresta (edge) (MONDENESI, 2008).
Esses termos podem estar reunidos em um só tipo de soldagem. Exemplo: 
soldas em juntas de topo e ângulo podem ser de penetração total (penetração em 
toda a espessura de um dos componentes da junta) ou parcial. Soldas de penetração 
total apresentam um melhor comportamento mecânico, contudo, tendem a ser de 
execução mais difícil. Assim, quando o melhor desempenho destas não for necessário, 
o usual é se trabalhar com soldas de penetração parcial (MARQUES, 2009).
Os tipos de juntas mais utilizadas em processo de soldagem, estão 
apresentadas na Figura 2. A determinação do tipo de junta a ser utilizada depende 
da peça e da posição que será necessário soldar.
FIGURA 2 – TIPOS DE JUNTAS
FONTE: Adaptado de Marques (2009, p. 40)
Existe, para um processo de soldagem bem-sucedido, a necessidade de se 
ter um corte efetuado na junta para possibilitar/facilitar a obtenção de uma solda 
com a penetração desejada. Esse corte, conhecido como Chanfro, é usado quando 
a espessura dos componentes da junta impede a obtenção da penetração desejada 
sem o chanfro (MARQUES, 2009). 
A utilização de um determinado tipo de chanfro e suas dimensões 
dependem de muitos fatores como:
• material base; 
• espessura do chanfro;
• tipo de junta;
• processo de soldagem;
• possibilidade de se acessar os dois lados da junta; 
• posição de soldagem (ver definição a seguir); 
• características desejadas para a junta.
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
6
A Figura 3 representa os tipos de chanfro possíveis de se utilizar, em 
alguns tipos de soldas.
FIGURA 3 – TIPOS DE CHANFRO PARA SOLDAGEM
FONTE: Adaptado de Marques (2009, p. 31)
Em um chanfro, existem elementos importantes na influência do resultado 
do processo de soldagem, são eles:
• Encosto ou nariz (s) (nose, groove face): parte não chanfrada de um componente 
da junta.
• Abertura, folga ou fresta (f) (root opeming): menor distância entre as peças a soldar.
• Ângulo de abertura da junta (a) (groove angle) e ângulo dechanfro (β) (bevel 
angle).
A Figura 4 apresenta os elementos de um chanfro, que são escolhidos de 
forma a permitir um fácil acesso até o fundo da junta, mas, idealmente, com a 
menor necessidade possível de metal de adição (MARQUES, 2009).
A Raiz (root) corresponde à região do cordão junto da fresta e do encosto, 
geralmente é a região em que a soldagem é mais difícil e, sendo mais propensa à 
formação de descontinuidades em uma solda.
• A Face (face) é a superfície oposta à raiz da solda.
• A Camada (layer) é o conjunto de passes localizados em uma mesma altura 
no chanfro.
• Sobre o Reforço (reinforcement), trata-se da altura máxima alcançada pelo 
excesso de material de adição, essa medida é dada a partir da superfície do 
material de base.
• A Margem (toe) é a linha de encontro entre a face da solda e a superfície do 
metal de base.
FIGURA 4 – ELEMENTOS DE UM CHANFRO
FONTE: Adaptado de Marques (2009, p. 32)
TÓPICO 1 — TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DA SOLDAGEM
7
Por último, tem-se que o Passe (pass) que é o depósito de material obtido 
pela progressão sucessiva de uma só poça de fusão. Uma solda pode ser feita em 
um único ou em vários passes (Figura 5).
FIGURA 5 – NÚMEROS E SEQUENCIAS DE PASSES POSSÍVEIS EM UM PROCESSO DE SOLDAGEM
FONTE: Cardoso Júnior (2012, p. 55)
A soldagem pode ser realizada em várias posições, sendo elas:
• Horizontal (horizontal): o eixo da solda é aproximadamente horizontal, mas 
com face é inclinada.
• Vertical (vertical): apresenta o eixo da solda aproximadamente vertical, 
podendo ser “para cima” (vertical-up) ou “para baixo” (vertical-down).
• Plana (flat): tem-se no lado superior de uma junta e a face da solda é 
aproximadamente horizontal.
• Sobrecabeça (overhead): o lado inferior de uma solda tem eixo aproximadamente 
horizontal.
A posição de soldagem tem uma forte influência sobre o grau de dificuldade 
da sua execução e na sua produtividade, sendo a soldagem na posição plana, em 
geral, a mais fácil de ser executada e a que possibilita uma maior produtividade.
As posições de acordo com a ASME (American Society of Mechanical 
Engeneers) estão descritas nas Figuras 6 e 7:
FIGURA 6 – POSIÇÕES DE SOLDA
FONTE: Marques (2009, p. 34)
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
8
FIGURA 7 – PARA SOLDAS EM TUBULAÇÕES POSIÇÕES DE SOLDAGEM 
FONTE: Marques (2009, p. 35)
De acordo com a forma em que a solda é executada a soldagem pode ser 
classificada em:
• MANUAL: ocorre de forma em que toda a operação é realizada e controlada 
pelo soldador.
• SEMIAUTOMATICA: a soldagem é realizada com controle automático de 
alimentação do metal de adição, mas o controle manual é realizado pelo 
soldador do posicionamento da tocha e de seu deslocamento.
• MECANIZADA: a soldagem é realizada com controle automático da alimentação 
do metal de adição, controle de deslocamento do cabeçote de soldagem pelo 
equipamento, sendo necessário o posicionamento, acionamento do equipamento 
e supervisão da operação sob responsabilidade do operador de soldagem.
• AUTOMÁTICO: ocorre a soldagem com controle automático de praticamente 
todas as operações necessárias. Os sistemas automáticos de soldagem podem 
ser divididos em duas classes:
1. sistemas dedicados: projetados para executar uma operação específica 
de soldagem, basicamente com nenhuma flexibilidade para mudanças 
nos processos e; 
2. sistemas com robôs: programáveis e apresentando uma flexibilidade 
relativamente grande para alterações no processo.
3 SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM
A simbologia em soldagem são representações gráficas de sinais e 
números, que fornecem informações sobre determinada solda e/ou operação 
de soldagem. Os símbolos indicam a localização onde será realizada, detalhes 
do chanfro e algumas informações de operações de soldagem em formatos de 
desenhos de engenharia existem normas de diferentes países para designar os 
sistemas de símbolos de soldagem desenvolvidos. No Brasil, o sistema mais usado 
é o da American Welding Society, através de sua norma AWS A2.4, Symbols for 
Welding and Nondestructive Testing, podendo ser utilizados normas e símbolos 
de outros países que sejam similares aos da AWS, isto pode levar à interpretação 
errada de desenhos (MARQUES, 2009).
TÓPICO 1 — TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DA SOLDAGEM
9
A Figura 8 apresenta um símbolo completo de soldagem, que apresentam 
os seguintes elementos: 
• símbolo básico da solda;
• símbolos de acabamento; 
• símbolos suplementares;
• linha de referência (sempre horizontal); 
• seta;
• dimensões e outros dados; 
• cauda;
• especificação de procedimento, processo ou outra referência.
FIGURA 8 – SÍMBOLOS E COMPONENTES DA SOLDAGEM
FONTE: Adaptado de Marques (2009, p. 20)
SÍMBOLOS BÁSICOS: são os símbolos que fornecem informações básicas 
do processo. Apresenta linha de Referência suporte para as informações de 
soldagem e linha de seta, conforme apresentado na Figura 9.
FIGURA 9 – LINHAS DE REFERÊNCIA EM SOLDA
FONTE: Brito (2009, p. 1)
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
10
Os símbolos que indicam o procedimento de soldagem podem ser 
colocados acima ou abaixo da linha de referência. O símbolo abaixo da linha de 
referência indica que o procedimento é realizado no lado indicado pela linha 
de seta, já o símbolo acima da linha de referência indica que o procedimento 
é realizado no lado oposto ao indicado pela linha de seta (MARQUES, 2009) 
conforme pode ser visualizada na Figura 10.
FIGURA 10 – SÍMBOLOS E LINHAS DE REFERÊNCIAS PARA SOLDAGEM
FONTE: Brito (2009, p. 2)
Alguns tipos de junta com as representações são apresentadas na Figura 11.
FIGURA 11 – JUNTAS E REPRESENTAÇÕES EM PROJETOS
FONTE: Adaptado de Brito (2009, p. 4)
TÓPICO 1 — TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DA SOLDAGEM
11
Sobre a linha base de um cordão de solda, a linha seta pode ser contínua 
ou quebrada (ziguezague), a outra extremidade da linha de referência pode 
apresentar um símbolo semelhante a uma letra V deitada. Esse símbolo é chamado 
de cauda e ele fornece informações a respeito de procedimentos, especificações 
e normas estabelecidos por associações de soldagem (com algarismos e letras) 
conforme Figura 12 (BRITO, 2009).
FIGURA 12 – LINHA SETA QUEBRADA
FONTE: Brito (2009, p. 5)
Outros tipos de simbologia de solda estão representados na Figura 13, em 
que, tem-se que na solda por ponto, utiliza-se um círculo colocado no meio da 
linha de referência. 
A solda por costura é representado como um círculo colocado no meio 
da linha de referência e representa dois traços horizontais que cortam o círculo, 
um acima e outro abaixo da linha de referência apresentada na Figura 13 
(COLOMBARI, 2004).
FIGURA 13 – SOLDA POR PONTO (A) E POR COSTURA (B)
FONTE: Colombari (2004, p. 56)
O Quadro 1 apresenta outros tipos de soldas e os respectivos símbolos 
que são indicados em projetos que envolvem soldagem (COLOMBARI, 2004).
A solda por projeção é representada como um círculo colocado 
tangencialmente à linha de referência, acima ou abaixo. 
O símbolo de solda em ângulo é representado por um triângulo retângulo 
posto acima ou abaixo da linha de referência. 
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
12
A solda de tampão é representada por um retângulo colocado acima ou 
abaixo da linha de referência. O retângulo pode conter algarismos, indicando 
a medida do enchimento em milímetros; a omissão da medida indica que o 
enchimento é total.
O símbolo da solda de revestimento é representado por dois semicírculos 
colocados abaixo da linha de referência e indica que uma ou mais camadas de 
cordão necessárias, uma ao lado da outra.
O símbolo da solda de fechamento ou de aresta. Pode ser representado 
de duas maneiras: no caso de peças curvas ou flangeadas, há duas linhas verticais 
com ponta curva, acima ou abaixo da linha de referência. Indica que a preparação 
da junta deve prever uma aresta. No caso de uma peça curva ou flangeada e uma 
peça plana, a representação é de duas linhas, sendo uma reta e vertical, e outra 
reta com ponta curva, acima ou abaixo da linhade referência.
O símbolo da solda de suporte é um semicírculo colocado acima ou abaixo 
da linha de referência e do lado oposto ao do símbolo do chanfro. Indica que um 
cordão extra de solda deve ser feito na raiz do chanfro. O cordão extra pode ser 
feito antes ou depois do preenchimento do chanfro; a sequência de soldagem é 
indicada pelas linhas de referência.
O símbolo da solda de encaixe para junta brasada é representado por 
duas linhas retas inclinadas, colocadas acima, abaixo ou em ambos os lados da 
linha de referência.
QUADRO 1 – SOLDA POR PONTO E SOLDA POR COSTURA
Solda por projeção
Solda em ângulo
Solda de tampão
Solda de revestimento
Solda de fechamento
TÓPICO 1 — TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DA SOLDAGEM
13
Solda de fechamento curvada
Solda de suporte
Solda de encaixe
FONTE: Brito (2009, p. 4)
Os símbolos suplementares fornecem informações mais detalhadas a 
respeito do tipo de trabalho a ser feito, estão descritos no Quadro 2. 
As linhas múltiplas de referência são utilizadas para conter as informações 
a respeito das operações sucessivas de soldagem. A ordem em que essas operações 
devem ser executadas é determinada pela proximidade da linha em relação à 
seta; a primeira operação será aquela indicada pela linha mais próxima e assim 
sucessivamente.
O símbolo de solda no campo é representado por um triângulo cheio, 
ligado a um traço vertical e indica que a junta deve ser soldada no final da 
montagem do conjunto; isso acontece no caso de soldagem de conjuntos formados 
por peças muito grandes que só podem ser montadas na obra; a ponta do triângulo 
ou bandeira deve estar sempre em posição oposta à linha de seta.
O símbolo de solda, em todo contorno, é representado por um círculo 
colocado na intersecção da linha de referência com a linha de seta e indica que 
todo o local ao redor da junta deve ser soldado; esse tipo de soldagem geralmente 
acontece com junta em T.
O símbolo do cobre-junta é representado por um retângulo colocado 
acima ou abaixo da linha de referência, de acordo com a direção indicada pela 
seta e pode conter o símbolo químico ou a classificação do material utilizado. Esse 
símbolo indica que um material deve ser colocado na raiz da junta para servir de 
suporte para o metal fundido.
O símbolo com espaçador é um retângulo que indica que um material igual 
ao metal de base, que fará parte da fusão e deverá ser inserido. O símbolo é colocado 
no meio da linha de referência e pode conter a indicação do material utilizado. 
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
14
O símbolo de solda de um lado com projeção no lado oposto é 
representado por um semicírculo cheio e indica um excesso de solda exigido 
no lado oposto do cordão. O símbolo é colocado acima ou abaixo da linha de 
referência, conforme a exigência do desenho do projeto. 
O símbolo de perfil de solda nivelado é representado por um traço 
horizontal colocado no símbolo de chanfro e diz respeito ao acabamento exigido 
para a solda. Quando o perfil nivelado é requerido, o cordão de solda deve ficar 
no nível da peça.
O símbolo de perfil de solda convexo é representado por um arco 
colocado no símbolo de chanfro e significa que o cordão deve apresentar um 
excesso de material.
O símbolo de solda côncava é representado por um arco colocado 
no símbolo de chanfro e indica que o cordão de solda deve apresentar uma 
concavidade ou depressão em relação à superfície da peça.
QUADRO 2 – SÍMBOLOS SUPLEMENTARES
Solda no campo
Solda em todo contorno
Símbolo do cobre-junta
Solda com espaçador retângulo
Solda de um lado com projeção no 
lado oposto
Perfil de solda nivelado
Perfil de solda convexo
Solda côncava
FONTE: Adaptado de Brito (2009, p. 5)
TÓPICO 1 — TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DA SOLDAGEM
15
Ao lado dos símbolos ou dentro deles são colocados números que 
representam as dimensões da solda e indicam:
• a altura da perna da solda;
• a profundidade ou ângulo do chanfro a ser feito;
• a abertura da raiz;
• a penetração de solda ou garganta efetiva; 
• o comprimento; 
• o espaçamento do cordão de solda.
A medida da perna é colocada à esquerda do símbolo. Quando se trata de 
solda de pernas desiguais, as cotas devem indicar primeiro a altura da perna e 
depois o seu comprimento. Se a solda executada nos dois lados, cotam-se os dois 
símbolos e as duas medidas, sejam elas iguais ou diferentes.
A medida do ângulo é colocada dentro do símbolo do chanfro. A medida 
da profundidade do chanfro a ser feito é colocada do lado esquerdo do símbolo.
A abertura de raiz é a distância, na raiz da junta, entre as duas peças a 
serem soldadas. A medida é colocada dentro do símbolo que representa a junta e 
quando houver mais de uma indicação de medida, a ordem é: abertura de raiz e 
ângulo de chanfro conforme observado na Figura 14.
FIGURA 14 – DIMENSÕES DE SOLDA
FONTE: Adaptado de Marques (2009, p. 33)
A medida de penetração ou garganta efetiva é colocada à esquerda do 
símbolo de solda, entre parênteses, como apresentado na Figura 15.
FIGURA 15 – MEDIDA DE PENETRAÇÃO DE UMA SOLDA
FONTE: Brito (2009, p. 8)
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
16
As dimensões de comprimento e espaçamento, nessa ordem, são indicadas 
no lado direito do símbolo, separadas por um traço; o comprimento é conhecido 
pela letra L, da palavra inglesa “length”, e o espaçamento é identificado pela 
letra P, de “pitch”; essas letras podem aparecer na descrição do projeto, com as 
indicações das respectivas dimensões (Figura 16).
O espaçamento de uma solda descontínua também é indicado à direita 
do símbolo; no caso de solda descontínua coincidente, o símbolo é colocado 
acima e abaixo da linha de referência. A dimensão do espaçamento de uma solda 
descontínua intercalada também é indicada à direita do símbolo, seguida pela 
dimensão do comprimento.
Se o comprimento da solda é total ou contínuo, não é necessário cotar, 
porém, se a solda é descontínua, a cotagem é obrigatória.
FIGURA 16 – DIMENSÕES DE SOLDA
FONTE: Adaptado de Brito (2009, p. 9)
Os símbolos típicos de soldagem são aqueles que trazem indicações, que 
são relacionadas a detalhes do processo, tais como abertura de ângulo, dimensões 
de solda, de espaçamento entre centros de incrementos, altura do depósito e 
outras, esses símbolos são colocados nos símbolos básicos, como descrito na 
Figura 17 (BRITO, 2009).
FIGURA 17 – SÍMBOLOS TÍPICOS DE SOLDAGEM
TÓPICO 1 — TERMINOLOGIA E SIMBOLOGIA DA SOLDAGEM
17
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
18
FONTE: Adaptado de Brito (2009, p. 10)
19
Neste tópico, você aprendeu que:
• A terminologia define a forma com que ocorre o processo de soldagem, sendo 
possível definir os metais envolvidos e o passo a passo da formação de uma solda. 
• O processo funciona seguinte forma: o metal de adição é fundido pela fonte 
de calor e misturado com uma quantidade de metal de base também fundido, 
formando a poça de fusão. O metal de adição é fundido pela fonte de calor e 
misturado com uma quantidade de metal de base também fundido, formando 
a poça de fusão.
• A simbologia em soldagem são representações gráficas de sinais e números, 
que fornecem informações sobre determinada solda e/ou operação de 
soldagem. Os símbolos indicam a localização onde será realizada, detalhes 
do chanfro e algumas informações de operações de soldagem em formatos de 
desenhos de engenharia.
• Os símbolos que indicam o procedimento de soldagem podem ser colocados 
acima ou abaixo da linha de referência. O símbolo abaixo da linha de referência 
indica que o procedimento é realizado no lado indicado pela linha de seta, já 
o símbolo acima da linha de referência indica que o procedimento é realizado 
no lado oposto ao indicado pela linha de seta.
RESUMO DO TÓPICO 1
20
1 Analisando as definições apresentadas sobre soldagem, marque a alternativa 
CORRETA sobre a definição do processo de soldagem:
a) ( ) Processo de pouca união de metais por fusão.
b) ( ) Processo de união de materiais baseado no estabelecimento de forças deligação física de natureza similar às atuantes no interior dos próprios ma-
teriais, na região de ligação entre os materiais que estão sendo unidos.
c) ( ) Operação que visam obter a união de duas ou mais peças, não assegu-
rando na junta a continuidade das propriedades físicas e químicas.
d) ( ) Processo de união de materiais usados para obter coalescência (união) 
localizada de metais e não metais, produzida por aquecimento até uma 
temperatura adequada, não sendo utilizado pressão e/ou materiais de 
adição.
e) ( ) Processo de união de materiais baseado no estabelecimento de forças de 
ligação química de natureza similar às atuantes no interior dos próprios 
materiais, na região de ligação entre os materiais que estão sendo unidos.
2 No processo de soldagem existem vários tipos de formação de juntas. 
Assinale a questão que cita os dois dos tipos de formação de uma junta 
soldada:
a) ( ) Soldagem por pressão ou deformação e soldagem por fusão.
b) ( ) Soldagem por fricção e soldagem por fusão.
c) ( ) Soldagem por pressão ou deformação e soldagem por interação.
d) ( ) Soldagem por junção e soldagem por fusão.
3 A terminologia define a forma com que ocorre o processo de soldagem deve 
ser executado. Assim, é possível definir os metais envolvidos e o passo a 
passo da formação de uma solda. Marque a alternativa CORRETA sobre os 
passos exigidos no processo de soldagem:
a) ( ) O metal de adição é fundido pela fonte de calor e misturado com uma 
quantidade de metal de base também fundido, formando a poça de 
fusão. 
b) ( ) O metal de adição é fundido pela fonte de calor e misturado com uma 
baixa quantidade de metal de base também fundido, formando a poça 
de fusão.
c) ( ) O metal de adição é fundido pela fonte de calor e não misturado com 
uma quantidade de metal de base também fundido, formando a poça 
de fusão.
d) ( ) O metal de adição é fundido pela fonte de calor e misturado com uma 
quantidade de metal de base não fundido, formando a poça de fusão.
e) ( ) O metal de adição é fundido pela fonte de calor e misturado com uma 
quantidade de metal de base fundido, mas não forma a poça de fusão 
de imediato.
AUTOATIVIDADE
21
4 Junta é a região onde as peças serão unidas por soldagem. Existem 
os principais tipos de juntas. Marque a alternativa que descreve 
CORRETAMENTE os principais tipos de juntas:
I - Topo.
II - Linha.
III - Ângulo.
IV - Canto.
V - Aresta. 
VI - Meio. 
VII - Sobreposta.
A alternativa CORRETA é:
a) ( ) I - III - IV - V - VII.
b) ( ) I - II - IV - V - VII.
c) ( ) I - II - IV - V - VI.
d) ( ) I - II - IV - VI - VII.
e) ( ) I - II - III - IV - V - VII.
5 De acordo com a forma em que a solda é executada, a soldagem pode ser 
classificada em quatro tipos de forma, assinale as alternativas CORRETAS 
que correspondem à forma automática de soldagem:
a) ( ) Toda a operação é realizada e controlada pelo soldador.
b) ( ) Controle automático de alimentação do metal de adição, mas com 
controle manual pelo soldador do posicionamento da tocha e de seu 
deslocamento.
c) ( ) Controle automático da alimentação do metal de adição, controle de 
deslocamento do cabeçote de soldagem pelo equipamento, mas com 
o posicionamento, acionamento do equipamento e supervisão da 
operação está sob responsabilidade do operador de soldagem.
d) ( ) Controle de praticamente todas as operações necessárias, o nível de 
controle de operação, o uso de sensores, a possibilidade de programar 
o processo indicam claramente um processo. Podem ser divididos 
em duas classes: sistemas dedicados, projetados para executar 
uma operação específica de soldagem, basicamente com nenhuma 
flexibilidade para mudanças no processo; e sistemas com robôs, 
programáveis e apresentando uma flexibilidade relativamente grande 
para alterações no processo.
e) ( ) Controle de praticamente poucas operações necessárias, o nível de 
controle de operação, o uso de sensores, a possibilidade de programar 
o processo indicam claramente um processo. Podem ser divididos 
em duas classes: sistemas dedicados, projetados para executar 
uma operação específica de soldagem, basicamente com nenhuma 
flexibilidade para mudanças no processo; e sistemas com robôs, 
programáveis e apresentando uma flexibilidade relativamente grande 
para alterações no processo.
22
23
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
PRINCIPIOS DE SOLDAGEM
1 INTRODUÇÃO
Olá, caro acadêmico! Iniciamos, agora, o Tópico 2. Neste tópico, será 
possível entender as normas e qualificações que compõem uma boa e segura ação 
no processo de soldagem. O processo de soldagem possui riscos inerentes que 
devem ser observados com muita atenção, sob pena de trazer danos materiais 
e, sobretudo, à vida humana. O profissional de engenharia deve estar atento às 
condições de segurança na soldagem, sempre alinhando suas práticas ao que 
determina as normas vigentes, com objetivo de preservar a segurança das pessoas, 
do processo e lhe dar o respaldo legal necessário. Portanto, devem ser observadas 
algumas regras de segurança. Veremos a seguir.
2 NORMA E QUALIFICAÇÃO DE SOLDAGEM
Em operações de soldagem, a realização de soldas inadequadas durante 
a fabricação de alguns tipos de estruturas ou equipamentos, tais como navios, 
pontes, oleodutos, componentes automotivos e vasos de pressão, podem resultar 
em sérios acidentes com perdas materiais e, eventualmente, humanas e danos ao 
meio ambiente (MARQUES, 2009).
Diferentes especificações e códigos ligadas a soldagem são usadas para garantir 
a boa uniformidade e qualidade do produto final (CALDAS, 2013). Esses códigos e 
especificações fazem parte das mais diferentes etapas do processo, por exemplo:
• Especificação de material do metal de base e do consumíveis.
• Projeto e preparação da junta.
• Fabricação de estruturas e equipamentos.
• Qualificações de procedimento e de operador.
• Procedimentos de inspeção e avaliação de descontinuidades. 
Sobre as especificações, podem ser citadas: 
• ASME Boiler and Pressure Vessel Code (vasos de pressão).
• API STD 1104, Standard for Welding Pipelines and Related Facilities 
(tubulações e dutos na área de petróleo).
• AWS D1.1, Structural Welding Code – Steel (estruturas soldadas de aço 
carbono e de baixa liga).
24
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
• AWS D1.2, Structural Welding Code – Aluminum.
• DNV, Rules for Design, Construction and Inspecion of Offshore Structures 
(estruturas marítimas de aço). 
• Associações como a International Organization for Standardization (ISO), 
American Welding Society (AWS), British Standard Society (BS), Deustches 
Institute fur Normung (DIN), Association Francaise de Normalisation (NF), 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) etc. 
Um documento denominado de Especificação de Procedimento de 
Soldagem (EPS) é gerado com os valores permitidos de diversas variáveis do 
processo que estão registrados para serem adotados, pelo soldador ou operador 
de soldagem, durante a fabricação de uma dada junta soldada (CALDAS, 2013). 
Em geral, os códigos separam as diferentes variáveis do processo 
em variáveis de qualificação (ou essenciais), cuja alteração além de limites 
determinados pela norma implica na necessidade de uma nova qualificação do 
procedimento, e em variáveis “não essenciais”, que podem ser alteradas sem a 
necessidade de uma nova qualificação.
A Especificação de Procedimento de Soldagem (EPS) e as variáveis por 
ela consideradas dependem do processo de soldagem usado e da norma técnica 
que está sendo aplicada. Para ser utilizada na produção, uma EPS deve ser antes 
qualificada. Para isso, amostras adequadas devem ser preparadas e soldadas 
de acordo com a EPS. Os procedimentos para a realização e obtenção da EPS 
passam por várias partes que envolvem esse processo, que são os corpos de 
prova que devem ser retirados de regiões predeterminadas destas amostras 
e testados ou examinados, como também os resultados destes que devem ser 
avaliados com base nos requerimentos estabelecidos pelanorma, projeto ou 
contrato. O procedimento deve ser aprovado ou rejeitado (neste caso, podendo 
ser convenientemente modificado e testado novamente) (MARQUES, 2009).
Segundo Marques (2009), os testes que serão realizados na qualificação 
de uma EPS, assim como o seu número, dimensões e posição no corpo de prova, 
dependem da aplicação, da norma considerada e de eventuais exigências de 
contrato. Os testes que podem ser requeridossão:
 
• Ensaio de dobramento. 
• Ensaio de tração. 
• Ensaio de impacto (ou ensaio para determinação de tenacidade). 
• Ensaio de dureza.
• Macrografia.
• Ensaios não destrutivos (por exemplo, radiografia). 
• Testes de corrosão.
TÓPICO 2 — PRINCIPIOS DE SOLDAGEM
25
As análises dos resultados dos testes devem constar em um Registro de 
Qualificação de Procedimento (RQP) o qual deve ser referido pela EPS, servindo 
como um atestado de sua adequação aos critérios de aceitação estabelecidos. 
Os originais da EPS e RQP são guardados e cópias da EPS já qualificada serão 
encaminhadas para o setor de produção e colocadas próximas das juntas que 
serão fabricadas de acordo com a EPS. Durante a fabricação, os valores indicados 
na EPS deverão ser seguidos (MARQUES, 2009). 
Inspeções periódicas são realizadas para verificar que ele está ocorrendo. 
Existem disponíveis atualmente programas de computador específicos para o 
armazenamento e seleção de procedimento de soldagem. Existem as variáveis 
provenientes do material e as variáveis provenientes do soldador. As variáveis 
referentes ao processo e ao material são controladas como descrito até agora 
(MARQUES, 2009). Com relação às variáveis que determinam a qualificação de 
um soldador são: 
• Processo de soldagem. 
• Tipo de junta.
• Posição de soldagem.
• Tipo de eletrodo.
• Espessura da junta. 
• Situação da raiz.
Esse documento EPS é elaborado para cada um dos equipamentos, deve 
conter para cada junta a ser soldada, os parâmetros principais dos procedimentos 
de soldagem qualificados e a indicação dos exames e ensaios exigidos. Por suas 
características, esse documento é um instrumento de uso diário, para o controle 
da execução e inspeção da soldagem. Ele é elaborado a partir dos desenhos 
de fabricação e montagem dos equipamentos, procedimentos de soldagem 
qualificados e requisitos das normas técnicas aplicáveis. Ele é composto 
basicamente de três partes (MARQUES, 2009):
• Parte 1: desenho do equipamento com a identificação de todas as juntas a 
serem soldadas. 
• Parte 2: parâmetros principais da operação de soldagem, obtidos nos 
procedimentos de soldagem da executante qualificados, para cada junta a ser 
soldada.
• Parte 3: exames e testes a serem executados, para cada junta a ser soldada. Os 
dados para preenchimento são obtidos na norma de projeto e nas normas de 
fabricação e montagens do equipamento.
Todos os requisitos necessários para elaboração de uma EPS são 
contemplados na norma ASME SEÇÃO IX, artigo II- QW 200.1.
26
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
3 PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA EM SOLDAGEM
O processo de soldagem possui riscos inerentes que devem ser observados 
com muita atenção, sob pena de trazer danos materiais e, sobretudo, à vida 
humana. Por isso, um dos principais cuidados ao lidar com essa tecnologia é a 
segurança do processo. 
Existem normas que orientam o engenheiro acerca dos pontos a serem 
cumpridos para atuar corretamente: a norma regulamentadora 34 (NR34) 
determina condições e meio ambiente de trabalho na indústria. Nesta norma 
constam orientações sobre as condições para proteção do trabalhador em vários 
processos industriais, dentre eles, a soldagem. Além da NR34, existem outras 
normas brasileiras que regulamentam outras operações que fazem parte do 
escopo do processo de soldagem e que serão citadas ao longo deste capítulo. 
Diante desta realidade, o profissional de engenharia deve estar atento às condições 
de segurança na soldagem, sempre alinhando suas práticas ao que determina as 
normas vigentes, com objetivo de preservar a segurança das pessoas, do processo 
e lhe dar o respaldo legal necessário. Portanto, devem ser observadas as regras de 
segurança (ESAB, 2005). 
4 REGRAS DE SEGURANÇA RELATIVAS AO LOCAL DE 
TRABALHO 
Todos aqueles que já fizeram algum curso de primeiros socorros ou, 
algum treinamento relativo à brigada de incêndio já viu o diagrama apresentado 
na Figura 18, trata-se do triângulo de fogo. Nesta representação constam 
os elementos básicos para que haja combustão. No processo de soldagem a 
combustão controlada pode fazer parte do processo, mas caso esse controle não 
siga as normas de segurança, pode acarretar graves acidentes. 
FIGURA 18 – TRIÂNGULO DE FOGO
FONTE: Esab (2019, p. 1)
Contudo, mesmo que não desejemos ter combustão no nosso processo, a 
maioria dos processos de soldagem, por sua própria natureza, traz dois desses 
elementos: o calor e o comburente (calor e oxigênio). Por isso, é muito alto o 
TÓPICO 2 — PRINCIPIOS DE SOLDAGEM
27
risco desses dois elementos encontrarem o combustível no local de trabalho 
durante a soldagem. Os itens estão apresentados na Figura 19. Segundo Cardoso 
Júnior (2013), para evitar incêndios e explosões algumas condições com o local de 
trabalho devem ser tomadas algumas precauções, a saber: 
• garantir que a região soldada esteja isenta de gases, combustíveis ou qualquer 
outro material inflamável; 
• manter distância de qualquer material combustível ou na impossibilidade 
disso, instalar barreiras corta fogo (paredes, biombos ou similares); 
• prover o ambiente com equipamentos e combate ao incêndio; 
• não soldar equipamentos que não tenham sido devidamente esvaziados (garantir 
que não haja gases inflamáveis ou combustíveis líquidos nos reservatórios; 
• comunicar à equipe de segurança no trabalho da empresa que naquele 
local haverá um procedimento de soldagem pois o pessoal especializado se 
certificará das condições de sinalização do local e autorizações necessárias, 
porém, não havendo essa equipe essa é uma tarefa a ser supervisionada pelo 
responsável pelo trabalho; 
• garantir que haja ventilação no local de trabalho, de modo a eliminar os 
gases decorrentes do processo. A ventilação pode ser natural ou forçada 
dependendo do tipo de ambiente; 
• soldagem em áreas confinadas requer cuidados redobrados dado o risco de 
haver baixa concentração de oxigênio. Para tanto, por precaução, é importante 
recorrer às recomendações da NR-33 (espaços confinados);
• verificar se o metal de base não possui em sua composição meais tóxicos, tais 
como: zinco, berílio, cádmio etc. 
• para as soldas que utilizam cilindros de gás observar os cuidados relativos à 
instalação e posicionamento (longe de fontes elétricas e mantido na vertical), 
bem como cuidados no controle de pressão (usar regulador de pressão 
adequado par ao gás de trabalho). Além desses cuidados básicos, seguir 
outras orientações prestadas pelo fornecedor do gás. 
FIGURA 19 – ITENS DE SEGURANÇA NO AMBIENTE QUE DEVEM ESTAR NA CABEÇA DO SOLDADOR
FONTE: O autor 
28
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
5 REGRAS DE SEGURANÇA RELATIVAS AO PESSOAL 
ENVOLVIDO 
Se o processo de soldagem pode trazer riscos na sua interação com 
o ambiente, conforme foi explicado no subtópico anterior, quando se trata do 
cuidado com a segurança pessoal, as exigências são ainda maiores sem contar que 
a negligência com a segurança do operador pode levar a consequências negativas 
imediatas. Os equipamentos de proteção individual requeridos para esse tipo de 
trabalho são requeridos pela norma regulamentadora 6 (NR6) e devem conter 
um certificado de aprovação (CA), documento este que deve ser observado na 
aquisição do equipamento (BRASIL, 2018). 
O primeiro dos cuidados a serem tomados se refere à exposição do 
operador a fontes de energia elétrica. A corrente elétrica, contínua ou alternada, 
usada no aparato de soldagem pode oferecer riscos ao operador caso não sejam 
seguidas instruções de segurança básica. O primeiro ponto a ser observadoé se 
a instalações elétricas seguem as normas de instalações elétrica, a exemplo da 
norma NBR-5410 (2004). Para tanto, devem ser seguidos os cuidados relativos a: 
• proteger-se e isolar-se dos contatos elétricos;
• providenciar o aterramento da máquina;
• usar equipamento de proteção individual que também proteja contra 
descargas elétricas;
• assegurar-se que todos os contatos elétricos estejam firmes, tanto nos cabos 
quanto dos quadros de conexão elétricos
Na Figura 20 estão destacados os equipamentos de proteção individual 
utilizados pelo profissional durante a soldagem. 
FIGURA 20 – EPI USADO PARA SOLDAGEM
FONTE: O autor 
TÓPICO 2 — PRINCIPIOS DE SOLDAGEM
29
Na Tabela 1 estão listados os EPIs apresentados na Figura 20, como 
também suas respectivas finalidades. 
TABELA 1 – RELAÇÃO DE EPIS E SUA RESPECTIVA FUNÇÃO
Conforme indicado 
na 20 EPI Finalidade (proteção)
A luva de raspa de couro mãos
B touca cabelos e ombros
C máscara olhos
D mangotes braços e antebraços
E avental tronco
F filtro UV olhos
G botas pés
H perneiras pernas, abaixo do joelho
FONTE: Adaptado de Cardoso Júnior (2017)
30
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem diferentes especificações e códigos ligadas à soldagem que são usadas 
para garantir a boa uniformidade e qualidade do produto. Bem como existe 
ainda as regras de segurança para o local de trabalho, segurança coletiva e 
segurança pessoal, todas com as devidas normas a serem seguidas.
• Os códigos e as especificações fazem parte das mais diferentes etapas do 
processo, por exemplo: especificação de material do metal de base e do 
consumíveis; projeto e preparação da junta; fabricação de estruturas e 
equipamentos; qualificações de procedimento e de operador; procedimentos 
de inspeção e avaliação de descontinuidades.
• Existem normas que orientam o engenheiro acerca dos pontos a serem 
cumpridos para atuar corretamente: a norma regulamentadora 34 (NR34) 
determina condições e meio ambiente de trabalho na indústria. 
• Nas normas constam orientações sobre as condições para proteção do 
trabalhador em vários processos industriais, dentre eles, a soldagem. Além da 
NR34, existem outras normas brasileiras que regulamentam outras operações 
que fazem parte do escopo do processo de soldagem.
31
1 Os equipamentos de proteção coletiva, ou EPC, proporcionam segurança 
ao trabalhador e a outras pessoas circulando em locais de trabalho que 
possam oferecer riscos. São exemplos de EPC:
a) ( ) Escadas móveis, extintores de incêndio, proteção de partes móveis de 
máquinas e equipamentos.
b) ( ) Sinalização de segurança, elevadores, proteção de partes móveis de 
máquinas e equipamentos.
c) ( ) Sinalização de segurança, extintores de incêndio, proteção de partes 
móveis de máquinas e equipamentos.
d) ( ) Escadas móveis, extintores de incêndio, elevadores.
e) ( ) Sinalização de segurança, mangueiras de incêndio, elevadores.
2 O Equipamento de Proteção Individual (EPI), utilizado na proteção de um 
soldador contra os perigos específicos à operação de soldagem, compreende:
a) ( ) Avental, luva e máscara.
b) ( ) Avental, porta-eletrodo e grampo terra.
c) ( ) Cabo de solda, grampo terra e luva.
d) ( ) Cabo terra, luva e perneira.
e) ( ) Máscara, perneira e porta-eletrodo.
3 Sobre a definição de um Equipamentos de Proteção Individual (EPI), 
marque a alternativa CORRETA:
a) ( ) Dispositivos ou produtos de uso coletivo utilizados pelo trabalhador, 
destinados à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a 
saúde no trabalho e de terceiros.
b) ( ) Dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, 
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a 
saúde no trabalho.
c) ( ) Somente o calçado de segurança é considerado equipamentos de pro-
teção individual (EPI).
d) ( ) Somente proteção respiratória é considerada equipamento de prote-
ção individual (EPI).
e) ( ) Somente máscara é obrigatório como EPI.
4 Sabe-se que existem Equipamentos de proteção individual (EPIs) para cada 
parte do corpo de um soldador, neste contexto, para a proteção do tronco 
são usados os EPIs:
AUTOATIVIDADE
32
a) ( ) Vestimentas tipo colete à prova de balas, para proteção do tronco 
contra riscos de origem mecânica.
b) ( ) Vestimentas para proteção do tronco contra vibrações.
c) ( ) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem biológica.
d) ( ) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem elétrica.
d) ( ) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem cortante 
e perfurante.
5 São Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para proteção da cabeça, 
dos membros inferiores e superiores, respectivamente:
a) ( ) Óculos, calça e creme protetor.
b) ( ) Luva, perneira e manga.
c) ( ) Capacete, calça e luva.
d) ( ) Capuz, cinturão e luva.
e) ( ) Capacete, calçado e colete à prova de balas.
6 Em todos os processos de soldagem por fusão, os riscos à que o soldador se 
expõe são imenso. Entre estes riscos, assinale a alternativa que os descrevem 
CORRETAMENTE:
a) ( ) Poluição por fumos de soldagem; radiação visível e invisível; ruídos 
excessivos; choques elétricos; incêndios e explosões.
b) ( ) Poluição por gás de soldagem; radiação visível e invisível; ruídos 
mesmo que pouco; choques elétricos; incêndios e explosões.
c) ( ) Poluição por fumos de soldagem; radiação visível e invisível; ruídos 
excessivos; choques elétricos; incêndios e explosões.
d) ( ) Apenas poluição por fumos de soldagem e radiação visível.
e) ( ) Poluição por fumos de soldagem; radiação visível e invisível; ruídos 
excessivos; poucos choques elétricos; incêndios e explosões.
33
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
ELEMENTOS DA METALURGIA DA SOLDAGEM
1 INTRODUÇÃO
Olá, querido acadêmico! Estamos iniciando agora o Tópico 3. Na 
introdução, aprenderemos sobre os metais, esclarecendo a ideia de que alguns dos 
processos químicos que ocorrem durante a fabricação dos metais, especialmente 
o aço, ocorrem também durante a soldagem, de modo que a metalurgia da 
soldagem pode ser encarada imaginando-se a soldagem ao arco elétrico como a 
miniatura de uma siderúrgica (ESAB, 2005).
Você deve entender que a soldagem requer do profissional que a executa o 
domínio das técnicas necessárias para fornecer calor e/ou pressão à junta soldada, 
de modo a promover a união dos metais. É comum vir à mente do estudante de 
engenharia que basta esse nível de conhecimento para que se domine a área de 
soldagem. Esse raciocínio, tão comum, é estimulado pelos fatores macroscópicos 
do processo que levam a uma ideia diferente de pensar que soldagem é apenas 
isso. No entanto, é importante saber que a missão do engenheiro não é apenas 
supervisionar um trabalho de soldagem. Muitas vezes, esse profissional é 
requisitado para buscar melhorias na eficiência da soldagem, evitar problemas 
pós soldagem ou ao menos, investigar as causas de problemas de soldagem. 
Para isso é necessário que haja o mínimo conhecimento de engenharia 
aplicada nas áreas térmica e da metalurgia. Esse conhecimento dará ao 
engenheiro elementos para ir além do macroscópico e iluminar a solução para 
seus desafios. De forma geral, é importante saber que as propriedades do material 
e a microestrutura resultante após a soldagem é função da quantidade de energia 
fornecida, da velocidade com a qual essa energia é fornecida e consequentes 
reações de solidificação do metal fundido. 
Entenderemos sobre a transferência de calor no processo de soldagem, 
bem como sobre o aporte térmico e o ciclo térmico de soldagem, que fazem parte 
da metalurgia de soldagem. Compreenderemos também como se comportam os 
aços durante aquecimento e resfriamento, para que seja possível o entendimento 
da soldabilidade deles.
34
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
2 TRANSFERÊNCIA DE CALOR E APORTE DE ENERGIA NA 
SOLDAGEM
A junta a ser soldada requer o aporte de calor necessário para que haja a 
fusão dos metais.Esse calor origina-se de fonte externa, mas nem todo ele é usado 
para fusão dos metais: parte se perde por radiação e parte por convecção. Essas 
perdas não são exclusivas da soldagem, ocorrem em outros processos térmicos. 
Logo, entra o conceito de eficiência. Um sistema é mais eficiente que outro se este 
primeiro apresentar menores perdas. Considerando uma solda a arco elétrico, 
fica mais fácil compreender esse conceito, utilizando a equação a seguir:
Em que, numa junta soldada, a máquina fornece:
I corrente (A);
V tensão (V);
P energia fornecida (W);
ea eficiência do arco;
Como nem toda a energia fornecida é usada para fundir o metal, devido 
às perdas já citadas, considera-se um parâmetro chamado eficiência do arco ea. 
Assim, a energia fornecida pelo arco elétrico á junta soldada P é calculada.
A soldagem a arco elétrico foi citada pela facilidade em modelar a energia 
fornecida a partir do produto da tensão com a corrente elétrica. Contudo, o 
conceito de eficiência energética é geral e se estende a outras técnicas de soldagem. 
Na Figura 21, é apresentado o comparativo de eficiência entre vários processos 
soldagem além do arco elétrico. Observe que nenhum dos processos apresentados 
possui eficiência de 100%. 
FIGURA 21 – GRÁFICO DE VALORES COMPARATIVOS DE EFICIÊNCIA DE ALGUNS PROCESSOS 
DE SOLDAGEM
FONTE: Adaptador de Wainer (1992, p. 360)
TÓPICO 3 — ELEMENTOS DA METALURGIA DA SOLDAGEM
35
3 CONDUÇÃO DE CALOR EM CHAPAS GROSSAS E FINAS 
Para o estudo térmico acerca da região envolvida na solda, recorre-se à 
teoria de transferência de calor. Wainer (1992) apresenta as equações que modelam 
a transferência de calor em chapas finas e grossas e que auxiliam no traçado das 
linhas isotérmicas, que são linhas de mesma temperatura na superfície que recebe 
calor, conforme presente na Figura 22.
FIGURA 22 – ISOTERMAS NA SOLDAGEM DE CHAPAS
FONTE: Adaptado de Wainer (1992)
O conhecimento acerca da distribuição de temperatura da região soldada 
decorre do fato que as propriedades do material dependem dos processos pelo 
qual esse material passou, sobretudo das transformações de fase induzidas pelo 
aporte de calor durante a soldagem. 
Durante a soldagem, a região de solda passa por intensas variações 
de temperatura que provocam alterações microestruturais. Essas alterações 
de microestrutura alteram as propriedades mecânicas do material. Como as 
propriedades mecânicas da junta soldada devem atender às condições de trabalho 
do componente soldado, uma das condições está na forma se dá a transferência 
de calor na soldagem que influencia diretamente na qualidade final do trabalho. 
Este fato se encontra demonstrado no gráfico da Figura 23, em que o limite de 
escoamento do aço sofre mudança no limite de escoamento em decorrência da 
velocidade de resfriamento empregada. 
36
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
FIGURA 23- GRÁFICO DO LIMITES DE ESCOAMENTO X VELOCIDADE DE RESFRIAMENTO DE 
UM AÇO (0,8% C), AQUECIDO A 900°C/H
FONTE: Marques et al. (2009, p. 83)
A velocidade de resfriamento depende da taxa de transferência de calor 
do material, que, por sua vez, depende de diversos fatores como: geometria, 
espessura do material, velocidade do ar e as condições de processo afetam a 
microestrutura do material (MARQUES, 2009).
 
Na maioria dos processos de soldagem, a junta precisa ser aquecida até 
uma temperatura adequada. Na soldagem por fusão, particularmente, trabalha-
se com fontes de calor (o arco elétrico ou uma chama, por exemplo) de elevada 
temperatura (1.000 a 20.000 °C), concentradas (superfície de contato com a junta 
de poucos milímetros quadrados) e, portanto, de elevada intensidade, as quais, 
ao serem deslocadas ao longo da junta, resultam na formação da solda pela fusão 
e solidificação localizadas da junta. Temperaturas elevadas; altos gradientes 
térmicos; e variações bruscas de temperaturas (MONDENESI, 2003).
Essa transferência de calor da fonte para a junta causa alterações de 
temperatura na solda e nas regiões adjacentes da metal base, que dependem da 
forma com que o calor é difundido para o restante do material sendo soldado 
(MONDENESI, 2003).
A velocidade de resfriamento e de aquecimento de uma junta, determinará 
suas propriedades mecânicas. 
IMPORTANT
E
TÓPICO 3 — ELEMENTOS DA METALURGIA DA SOLDAGEM
37
Ainda segundo Mondenesi (2003), essas variações de temperatura 
causam, além da fusão e solidificação do cordão de solda, variações dimensionais 
e alterações microestruturais localizadas que podem resultar em efeitos 
indesejáveis, tais como:
• Tensões residuais e distorção.
• Deterioração de propriedades mecânicas (ductilidade, tenacidade, resistência 
mecânica etc.).
• Formação de trincas devido a (a) e (b).
• Deterioração de propriedades físicas, químicas etc.
Para um bom esclarecimento sobre o processo de soldagem, tem-se 
numa primeira etapa o Aporte Térmico (energia de soldagem ou Heat input) 
que é definido como a quantidade de energia fornecida à junta por unidade de 
comprimento da mesma (MARQUES, 2009). Para soldagem a arco é definida 
como descrito na equação 3 e apresentado na Figura 24.
Em que:
H - a energia de soldagem (J/mm);
η - é a eficiência do processo;
V- é a tensão no arco (V);
I - É a corrente de soldagem (A);
Ѵ-velocidade de soldagem (mm/s);
Na segunda etapa, a dissipação do calor ocorre principalmente por 
condução, na peça, das regiões aquecidas para o restante do material. A evolução 
de temperatura em diferentes pontos, devido à soldagem, pode ser estimada 
teórica ou experimentalmente (MARQUES, 2009).
FIGURA 24 – APORTE TÉRMICO NO PROCESSO DE SOLDAGEM
FONTE: Adaptado de Brito (2009)
38
UNIDADE 1 — METALURGIA DA SOLDAGEM
Cada ponto do material localizado próximo à junta experimentara uma 
diferente variação de temperatura devido à passagem da fonte de calor, como 
mostra a Figura 25. Essa curva e chamada de “ciclo térmico de soldagem” e 
pode ser considerada como o “tratamento térmico” que o ponto sofreu durante a 
soldagem (MARQUES, 2009).
Segundo Marques (2009), os ciclos térmicos de soldagem e a repartição 
térmica dependem de diversas variáveis, são elas:
• Tipo do material de base: quando o material apresenta alta condutividade 
térmica, ocorre também uma maior dissipação de calor da região da solda 
para a peça, dificultando a formação da poça de fusão. Já se a condutividade 
térmica for baixa, tem-se uns gradientes térmicos abruptos no aquecimento e, 
por consequência, tem-se baixa velocidade de resfriamento, assim, a energia 
térmica é mais bem aproveitada para a fusão localizada.
• Geometria da junta: os ciclos térmicos de soldagem e a repartição térmica 
dependem de variáveis, como a espessura da junta. Se espessura da junta 
for alta, ocorrerá o fácil escoamento de calor da região da solda (até uma 
espessura limite a qual não dependerá da espessura da solda).
• Energia de soldagem e temperatura inicial da peça: com a alta energia de 
soldagem e alta temperatura inicial da peça, ocorre a diminuição da velocidade 
de resfriamento (repartição térmica mais larga). Esses dois parâmetros 
geram um controle sobre a velocidade de resfriamento, microestrutura e por 
consequência as propriedades mecânicas.
• A zona fundida: pode ser formada pelas mais diversas condições, um exemplo 
é a soldagem a arco com eletrodo consumível, onde o metal de adição fundido 
é transferido para a poça de fusão na forma de gotas, aquecidas a temperaturas 
muito elevadas, acima de 2.000 °C (para aços). Nas partes mais quentes da 
poça de fusão, localizadas logo abaixo do arco, o metal de adição é misturado, 
sob intensa agitação, ao metal de base fundido. Na parte posterior da poça, 
a temperatura cai e ocorre a solidificação. Nas regiões superaquecidas ocorre 
uma intensa interação do metal fundido com os gases e escorias presentes 
na região do arco. Essas interações envolvem a absorção de gases (por 
exemplo, hidrogênio pelo aço, alumínio ou cobre), a redução de óxidos, com 
a transferência de oxigênio para o metal,