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Prévia do material em texto

ATIVIDADE FÍSICA 
EM TEMPOS DE 
PANDEMIA
Experiências, desafios e 
perspectivas
Márcio Flávio Ruaro, PhD
(Organizador)
Márcio Flávio Ruaro, PhD
(Organizador)
Editora Ilustração
Cruz Alta – Brasil
2020
ATIVIDADE FÍSICA EM TEMPOS DE PANDEMIA
EXPERIÊNCIAS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Responsável pela catalogação: Fernanda Ribeiro Paz - CRB 10/ 1720
2020
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora 
Ilustração. Todos os direitos desta edição reservados pela Editora Ilustração.
Rua Coronel Martins 194, Bairro São Miguel, Cruz Alta, CEP 98025-057
E-mail: eilustracao@gmail.com
www.editorailustracao.com.br
Copyright © Editora Ilustração
Editor-Chefe: Fábio César Junges
Diagramação: Fábio César Junges
Imagem da capa: Freepik
Revisão: Os autores
CATALOGAÇÃO NA FONTE
A872 Atividade física em tempos de pandemia : experiências,
desafios e perspectivas / organizador: Márcio Flávio Ruaro. - 
Cruz Alta : Ilustração, 2020.
221 p. ; 21 cm
ISBN 978-65-88362-48-8
DOI: 10.46550/978-65-88362-48-8
 
1. Atividade física. 2. Exercício físico. 3. Isolamento 
social. 4. Pandemia (COVID-19). I. Ruaro, Márcio 
 Flávio (org.). 
 CDU: 796
Conselho Editorial
Drª. Adriana Maria Andreis UFFS, Chapecó, SC, Brasil
Drª. Adriana Mattar Maamari UFSCAR, São Carlos, SP, Brasil
Drª. Berenice Beatriz Rossner Wbatuba URI, Santo Ângelo, RS, Brasil
Drª. Célia Zeri de Oliveira UFPA, Belém, PA, Brasil
Dr. Clemente Herrero Fabregat UAM, Madri, Espanha
Dr. Daniel Vindas Sánches UNA, San Jose, Costa Rica
Drª. Denise Tatiane Girardon dos Santos FEMA, Santa Rosa, RS, Brasil
Dr. Domingos Benedetti Rodrigues SETREM, Três de Maio, RS, Brasil
Dr. Edemar Rotta UFFS, Cerro Largo, RS, Brasil
Dr. Edivaldo José Bortoleto UNOCHAPECÓ, Chapecó, SC, Brasil
Drª. Egeslaine de Nez UFMT, Araguaia, MT, Brasil
Drª. Elizabeth Fontoura Dorneles UNICRUZ, Cruz Alta, RS, Brasil
Dr. Evaldo Becker UFS, São Cristóvão, SE, Brasil
Dr. Glaucio Bezerra Brandão UFRN, Natal, RN, Brasil
Dr. Gonzalo Salerno UNCA, Catamarca, Argentina
Dr. Héctor V. Castanheda Midence USAC, Guatemala
Dr. José Pedro Boufleuer UNIJUÍ, Ijuí, RS, Brasil
Dr. Luiz Augusto Passos UFMT, Cuiabá, MT, Brasil
Drª. Maria Cristina Leandro Ferreira UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil
Drª. Odete Maria de Oliveira UNOCHAPECÓ, Chapecó, SC, Brasil
Drª. Rosângela Angelin URI, Santo Ângelo, RS, Brasil
Drª. Salete Oro Boff IMED, Passo Fundo, RS, Brasil
Dr. Tiago Anderson Brutti UNICRUZ, Cruz Alta, RS, Brasil
Este livro foi avaliado e aprovado por pareceristas ad hoc.
DEDICATÓRIA
À minha esposa, Heloise, pelo amor, carinho e companheirismo.
Aos meus filhos João Gabriel, Samuel (In memorian), Benício (In 
memorian) e ao nosso primeiro anjo.
Aos meus pais e toda minha família!
Dedico em especial a todas as famílias que perderam seus entes 
queridos durante a pandemia COVID-19.
Dedico e agradeço aos colaboradores deste livro. Todos escreveram 
seus capítulos com muito carinho, contribuindo com sua experiência 
para entregar ao leitor o conhecimento sério e responsável sobre o 
desenvolvimento da atividade física durante a pandemia.
Vocês foram fantásticos, muito Obrigado!
Somos do tamanho dos nossos sonhos!
(Fernando Pessoa)
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..............................................................................17
Márcio Flávio Ruaro
A PANDEMIA ....................................................................................21
Natália Leão
ATIVIDADE FÍSICA EM TEMPOS DE PANDEMIA: O QUE 
DIZEM OS ESPECIALISTAS? ...........................................................23
Márcio Flávio Ruaro
Érico Chagas Caperuto
Cezar Grontowski Ribeiro
Andrey Portela
Aluísio Menin Mendes
Diogo Bertella Foschiera
Gesiliane Aparecida Kreve
SISTEMA IMUNOLÓGICO: A IMPORTÂNCIA EM REALIZAR 
EXERCÍCIOS FÍSICOS DURANTE O PERÍODO DE 
ISOLAMENTO SOCIAL ...................................................................39
Marcio Roberto Doro
Carlos Souza da Silva
Rômulo Martins
Camila de Melo Accardo
Marcio Flavio Ruaro
CORPO E MENTE: COMO MANTER A MOTIVAÇÃO PARA 
PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A PANDEMIA .....49
Adriana Ribas
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO FÍSICO NA COVID-19: 
FERRAMENTAS PARA O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO 
FÍSICA SE ADAPTAR AO “NOVO NORMAL” ..............................59
Bruno Nascimento-Carvalho
Adriano dos Santos
Thayna Fabiana Ribeiro-Batista
Maria Claudia Irigoyen
Iris Callado Sanches
ALIMENTAÇÃO DURANTE O ISOLAMENTO SOCIAL ..............75
Michael Martini
Bruno Nascimento Lopes
Brunno Cesar Timoteo Lira
ESTRATÉGIAS DE EMAGRECIMENTO ALÉM DO 
CONVENCIONAL ............................................................................87
Jozias Fortunato
SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR DURANTE O ISOLAMENTO 
SOCIAL ...............................................................................................97
Guilherme Andrade Lira Pereira
EXERCÍCIOS FÍSICOS EM CASA ..................................................111
Antonio Eraldo Alves Cardozo Junior
PELOS OLHOS DOS RESISTENTES EM TEMPOS DE 
PANDEMIA: DE QUEM, SOBRE QUEM E PARA QUEM 
ESTAMOS FALANDO? ....................................................................121
Milena Pedro de Morais
Vera Lúcia Teixeira Silva
Paulo Clepard Silva Januario
Gilberto Martins Freire
Graciele Massoli Rodrigues
ATIVIDADE ADAPTADA EM TEMPOS DE COVID-19 ..............131
Roger Octávio Ruaro
Jesse Budin
 
Atividade Física em Tempos de Pandemia
A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO PARA O IDOSO 
EM TEMPOS DE PANDEMIA ........................................................139
Waldir Aliot Júnior
CORRIDA DE RUA E SEUS BENEFÍCIOS EM ÉPOCAS DE 
ISOLAMENTO SOCIAL..................................................................149
Jeferson Oliveira Santana
Leandro Yanase Rocha
RECOMENDAÇÕES PARA O RETORNO E PRÁTICA 
DE ATIVIDADES AQUÁTICAS EM UM PERÍODO DE 
PANDEMIA ......................................................................................159
Bruno Allan Teixeira da Silva
Rubens Branquinho
Luís Antônio de Souza Júnior
Iris Callado Sanches
Marcelo Callegari Zanetti
ATIVIDADE FÍSICA E PANDEMIA: PENSANDO ESSE “TEMPO” 
PARA OS ADOLESCENTES ...........................................................175
Sabrina Lencina Bonorino
Silvester Franchi
Natálie Queiroz da Rosa
Deizi Domingues da Rocha
HIIT BODY WORK: O TREINAMENTO INTERVALADO DE 
ALTA INTENSIDADE COM PESO CORPORAL .........................189
Alexandre F. Machado
AULAS REMOTAS: ATIVIDADES PRÁTICAS EM TEMPO DE 
PANDEMIA ......................................................................................197
Adriana de Moura das Neves
Luis Felipe Cordeiro
Michely Mattia Tegoni
SOBRE OS AUTORES .....................................................................207
APRESENTAÇÃO
Falar em “Atividade Física em tempos de Pandemia” é um desafio, pois sua prática foi fortemente abalada 
pelo isolamento social e precisou se reinventar. Logo, a 
atividade física tão necessária para o equilíbrio do corpo, da 
mente, da qualidade de vida, é como capsulas de saúde que 
ingerimos diariamente e sentimos seus efeitos benéficos 
nos vários aspectos de nossa vida. Mas na pandemia, esta ingestão diária de 
saúde se viu prejudicada. 
Historicamente caracterizada pela coletividade de sua prática 
tanto nas aglomerações das academias, nos jogos coletivos, nos grupos de 
atletas profissionais ou amadores e inclusive na simples prática em espaços 
públicos ao ar livre, precisou se transportar para práticas individuais, 
solitárias, dentro de casa e com pouca estrutura.
Na preocupação de manter uma atividade física de qualidade, 
responsável e séria para a população que precisou recolher-se em suas casas 
e sabendo das consequências da mal elaboração e execução dos exercícios 
físicos, bem como das consequências desastrosas para a saúde física e mental 
que o sedentarismo pode ocasionar, foi que se motivou a organização desta 
obra. Que somente se tornou possível graçasà colaboração de muitas mãos 
de pesquisadores, especialistas, mestres e doutores na área da atividade física 
e saúde, que trouxeram sua experiência e excelência para um conhecimento 
pautado de cientificidade, buscando levar para dentro da casa do leitor não 
somente opções de atividades, mas sim cuidado, organização, segurança e 
principalmente qualidade de informação. 
E assim, cada capítulo foi estrategicamente pensando, para oferecer 
conhecimento sério e responsável sobre como, quando e onde realizar 
atividade física. 
Logo no primeiro capítulo, os especialistas Márcio Flávio Ruaro, 
Érico Chagas Caperuto, Cezar Grontowski Ribeiro, Andrey Portela, 
Aluísio Menin Mendes, Diogo Bertella Foschiera e Gesiliane Aparecida 
Kreve abordam o título “Atividade Física em Tempos de Pandemia: O que 
dizem os especialistas?”, e repassam ao leitor um conhecimento, sério e 
responsável sobre a atividade física durante o período da pandemia, baseado 
nas suas experiências enquanto profissionais de educação física. Neste 
capítulo são discutidas estratégias de enfrentamento, comportamentos, 
planejamento, tipos de exercício físico e os efeitos psicossociais durante a 
18
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
pandemia.
O segundo capítulo, “Sistema Imunológico: A importância em 
realizar exercícios físicos durante o período de isolamento social”, Marcio 
Roberto Doro, Carlos Souza da Silva, Rômulo Martins, Camila de Melo 
Accardo e Marcio Flavio Ruaro abordam os aspectos importantes do 
exercício físico com enfoque na prevenção para fortalecimento do sistema 
imunológico, imprescindível para o enfrentamento da COVID-19. 
A psicóloga Adriana Ribas, autora do terceiro capítulo “Corpo e 
mente: Como manter a motivação para a prática de atividade física durante 
a pandemia”, traz a relação entre Corpo e Mente, os desafios de uma mente 
ansiosa, como trabalhar novos hábitos e de que forma podemos manter a 
nossa motivação para prática de atividade física tão essencial durante este 
período de isolamento social.
No quarto capítulo, “Benefícios do treinamento físico na COVID-19: 
ferramentas para o profissional de Educação Física se adaptar ao novo 
normal”, os autores Bruno Nascimento-Carvalho, Adriano dos Santos, 
Thayna Fabiana Ribeiro-Batista, Maria Claudia Irigoyen e Iris Callado 
Sanches contribuem com conhecimentos direcionados aos profissionais de 
Educação Física ao “novo normal”, com informações pertinentes sobre o 
controle do nível de atividade física total de seus alunos, sobre os efeitos 
deletérios induzidos pelo novo coronavírus no organismo, e os possíveis 
efeitos benéficos do treinamento físico na COVID-19, indicando métodos 
de controle para prescrição do treinamento físico à distância. 
Na sequência no capítulo “Alimentação durante o isolamento 
social”, os nutricionistas Michael Martini, Bruno Nascimento Lopes e 
Brunno Cesar Timoteo Lira abordam os principais fatores relacionados a 
alimentação durante a quarentena, que podem contribuir para o aumento 
de peso e gordura corporal. Também abordam as estratégias que podem 
ajudar com a manutenção do peso durante o isolamento social ou ainda, 
contribuir com a perda de peso durante um processo de emagrecimento. 
No sexto capítulo “Estratégias de emagrecimento além do 
convencional”, o professor de Educação Física e personal do emagrecimento 
Jozias Fortunato apresenta estratégias de emagrecimento que vão além 
do convencional, contribuindo para manutenção e cuidados com o peso 
durante o período da pandemia.
O nutricionista Guilherme Andrade Lira Pereira, traz em seu 
capítulo intitulado “Suplementação alimentar durante o isolamento 
social” recomendações e condutas sobre a necessidade ou não da 
 19
Atividade Física em Tempos de Pandemia
suplementação alimentar durante o isolamento social. Orienta da melhor 
forma possível a suplementação alimentar para praticantes de diferentes 
tipos de atividades físicas.
O oitavo capítulo “Exercícios físicos em casa”, o personal trainer 
Antonio Eraldo Alves Cardozo Junior traz estratégias e tipos de exercícios 
físicos para serem praticados em casa, contribuindo para que as pessoas 
mantenham-se ativas, mas com segurança. 
Na sequência o capítulo “Pelos olhos dos resistentes em tempos 
de pandemia: De quem, sobre quem e para quem estamos falando?”, os 
autores Milena Pedro de Morais, Vera Lúcia Teixeira Silva, Paulo Clepard 
Silva Januario, Gilberto Martins Freire e Graciele Massoli Rodrigues trazem 
uma reflexão sobre o distanciamento social para pessoas com deficiência 
(PCD) no contexto da Educação Física, na formação, no ensino e na 
educação inclusiva.
No décimo capítulo intitulado “Atividade adaptada em tempos de 
covid-19”, Jesse Budin e Roger Octavio Ruaro destacam a importância das 
atividades físicas adaptadas para pessoas com deficiência durante o período 
de pandemia. Os autores sugerem exemplos práticos de atividades físicas 
adaptadas para que este grupo populacional possa realizar em casa. 
O capítulo “A importância do Exercício Físico para o Idoso em 
tempos de Pandemia”, Waldir Aliot Júnior aborda aspectos importantes 
sobre o envelhecimento, velhice e o idoso. Tratando de um grupo de risco 
em tempos de COVID-19, Waldir enfatiza a importância do manter-se 
ativo durante esta fase da vida e demonstrando os cuidados necessários 
para uma boa manutenção do condicionamento físico em idosos. 
Os autores Jeferson Oliveira Santana e Leandro Yanase Rocha, 
abordam no décimo segundo capítulo “Corrida de rua e seus benefícios em 
épocas de isolamento social”, as vantagens dos praticantes desta atividade 
física no enfrentamento da COVID-19, além de abordar a questão do uso 
de máscara durante a prática. 
No capítulo “Recomendações para o retorno e prática de atividades 
aquáticas em um período de pandemia”, os autores Bruno Allan Teixeira 
da Silva, Rubens Branquinho, Luís Antônio de Souza Júnior, Iris Callado 
Sanches e Marcelo Callegari Zanetti abordam recomendações para 
professores e gestores subsidiarem a intervenção no retorno gradativo das 
práticas de atividades aquáticas. 
Na sequência o capítulo “Atividade física e pandemia: Pensando 
esse “tempo” para os adolescentes”, escrito pelas autoras Sabrina Lencina 
20
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Bonorino, Silvester Franchi, Natálie Queiroz da Rosa e Deizi Domingues 
da Rocha traz aspectos importantes sobre permanecia de adolescentes 
por longos períodos de tempo em isolamento social, afetando seu 
desenvolvimento. Enfatizam os cuidados necessários que devemos ter com 
os adolescentes, destacando o papel da atividade física durante este período 
da pandemia. 
No décimo quinto capítulo “HIIT BODY WORK: O treinamento 
intervalado de alta intensidade com peso corporal”, o autor Alexandre F. 
Machado destaca o uso do treinamento intervalado de alta intensidade 
para promover condicionamento da atividade física durante o período da 
pandemia.
Por fim, os autores Adriana de Moura das Neves, Luis Felipe Cordeiro 
e Michely Mattia Tegoni no capítulo “Aulas remotas: Atividades Práticas 
em tempo de pandemia”, sugerem e descrevem opções de atividades físicas 
que podem ser desenvolvida em casa durante o período de isolamento 
social.
Todos os capítulos foram cuidadosamente selecionados para 
compor esta obra, com um único objetivo: trazer a informação clara e 
coerente sobre a Educação Física na batalha contra a COVID-19. Por isso, 
teve-se o cuidado para que os capítulos comtemplassem um amplo leque 
de temas, abordando a atividade física para grupos de riscos, como idosos 
e pessoas com deficiência, trazendo informações para atletas amadores, 
como corredores de rua e nadadores, abrangendo questões nutricionais 
tanto para manutenção de peso como principalmente para busca pelo 
emagrecimento saudável. 
Sabendo que a prática da atividade física é um aliado neste momento 
atípico que a população mundial vem enfrentando e aprendendo a lidar 
dia-a-dia, e da sua contribuição para a minimização dos danos, tanto 
físicos quanto psicológicos,que a COVID-19 trouxe, recomenda-se a 
leitura desta obra, não somente para profissionais de educação física, mas 
sim para todos aqueles que encontram ou buscam no exercício físico um 
motivo para resistir e persistir. E assim, convido você a iniciar essa leitura 
com o texto escrito pela jornalista e amante de atividades físicas, Natália 
Leão, que retrata a pandemia. Boa leitura! 
Prof. Dr. Márcio Flávio Ruaro
A PANDEMIA
Natália Leão 
O coronavírus mudou tudo. Dizer isso agora - tanto tempo depois dos primeiros casos terem assustado o mundo - é quase redundante. 
Enquanto lê essas linhas é certo que você já sentiu na pele todas as 
mudanças de rotina impostas pela pandemia. No esporte não foi diferente: 
provas foram canceladas, academias fechadas, treinos ao ar livre restritos. 
Os atletas (profissionais e amadores) passaram por uma espécie de ciclo 
de luto em relação às suas práticas - da negação à raiva, passando pela 
negociação e depressão, até chegar à aceitação. Este último estágio, no 
entanto, aconteceu de forma surpreendente.
Ao contrário de aceitarem passivos a inatividade aparentemente 
inevitável, os praticantes de atividade física se adaptaram. Na tentativa 
de nos mantermos ativos dentro de casa recorremos aos aplicativos: nos 
Estados Unidos o MIRROR, um espelho que “transmite” treinos on-
line de forma interativa - e custa US $ 1.495 - quase dobrou suas vendas 
durante o surto de coronavírus. Por aqui, o BTFIT, app da rede BodyTech 
de academias, teve mais de 500 mil novos downloads em três meses de 
pandemia e o Nike Training Club (NTC) experimentou, entre os meses 
de março e julho, um aumento de 770% no número de treinos realizados 
dentro do app em comparação com 2019, além de um boom de 700% 
de membros. Esportes ao ar livre, como corrida e ciclismo também viram 
crescer os números de adeptos: no Strava, app mania entre ciclistas e 
corredores, mais de 3 milhões de novos atletas chegaram desde o começo 
de 2020 e a funcionalidade “rotas”, que mapeia percursos próximos ao 
usuário se tornou uma das preferidas dos assinantes; entre 15 de junho e 15 
de julho, as vendas de bikes aumentaram 118% no Brasil em comparação 
ao mesmo período do ano passado, segundo uma pesquisa realizada pela 
Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike). 
Os motivos que levaram tantos brasileiros antes inativos a 
ingressarem na atividade física exatamente neste período parecem ser 
aqueles que os atletas assíduos já conhecem e vivenciam: a prática esportiva 
tem benefícios que vão muito além da manutenção da saúde física; mexer o 
corpo é, também, questão de saúde mental. Fechados em casa com nossas 
famílias ou sozinhos, livres do trânsito das grandes cidades, das horas 
extras nos escritórios, das demandas externas e das possíveis desculpas, nos 
22
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
vimos obrigados a olhar para dentro, para os nossos hábitos, e muitos não 
gostaram do que viram. Por décadas colocamos as demandas externas à 
frente das internas. Quando perguntadas porque não praticavam atividade 
física as pessoas poderiam listar, facilmente, todos os afazeres mais urgentes 
ou importantes como impeditivos. Até o coronavírus nos lembrar do que 
é realmente urgente. Aparentemente, olhar a morte tão de perto, nos 
fez olhar também para a vida. Quanta vida estávamos deixando passar 
imóveis? Repensamos nossas relações, inclusive aquela com nosso corpo 
e, consequentemente, com o esporte. Vimos que, da porta de casa para 
dentro, o bem estar importa muito mais que a estética; que construir 
hábitos saudáveis tem muito mais a ver com médio e longo prazo que 
com imediatismo; que mover-se pode oxigenar não apenas as células, mas 
também as ideias. 
 À medida que a pandemia de coronavírus arrefecer - sim, um dia 
ela será apenas a lembrança de um vírus mortal - é provável que voltemos à 
nossa rotina de trânsito, reuniões intermináveis, compromissos inadiáveis. 
Que bom será se mantivermos algumas conquistas positivas desses tempos 
pandêmicos, como a consciência de que nosso corpo é o guardião de um 
sopro de vida, tão intenso e potente quando sensível e frágil; que a vida 
deve ter movimento e que, em muitos casos, ele pode ser o remédio que nos 
livra dos remédios; que a real motivação para se envolver com um esporte 
deve ser íntima e não dependente de aplausos ou estímulos externos; que 
nosso tempo é finito e deve ser usado com sabedoria e, finalmente, que o 
seu bem estar, físico e mental, deve ser prioridade todos os dias. 
Natália Leão é jornalista especializada em esporte, saúde e bem estar. 
Passou por dezenas de redações como repórter e editora até chegar à GQ, 
onde editou por 6 anos conteúdos de esporte, saúde, beleza e bem-estar. 
Desde 2019 é CEO da própria vida e cofundadora do Inspira e Transpira, 
plataforma de conteúdos e encontros para unir e empoderar mulheres 
através do esporte. O surfe é seu esporte do coração e o tênis sua nova paixão, 
embora já tenha corrido meias maratonas, feito natação em águas abertas e 
encaixe outras modalidades esportivas na rotina sempre que possível. 
ATIVIDADE FÍSICA EM TEMPOS DE PANDEMIA: 
O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS?
Márcio Flávio Ruaro
Érico Chagas Caperuto
Cezar Grontowski Ribeiro
Andrey Portela
Aluísio Menin Mendes
Diogo Bertella Foschiera
Gesiliane Aparecida Kreve 
Este capítulo foi escrito por docentes universitários, pesquisadores, especialistas, mestres e doutores 
na área da atividade física e saúde. Cada um deles 
procurou contribuir com sua experiência entregando 
ao leitor o conhecimento correto, sério e responsável 
sobre a atividade física durante o período da pandemia.
A PANDEMIA DA COVID-19: O EXERCÍCIO 
FÍSICO COMO ESTRATÉGIA DE 
ENFRENTAMENTO DA DOENÇA
Prof. Dr. Márcio Flávio Ruaro (IFPR)
Prof. Dr. Érico Chagas Caperuto (USP)
Em dezembro de 2019, indivíduos em Wuhan, capital da província de Hubei, no República da China, apresentou sintomas 
semelhantes aos da pneumonia de etiologia desconhecida. Várias semanas 
mais tarde, foi relatada a primeira morte atribuível a esta doença, com a 
causa confirmada como um romance cepa de vírus, síndrome respiratória 
aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2). O vírus rapidamente espalhou-
se por todos os continentes causando sofrimento generalizado, pânico, 
agitação social e econômica instabilidade. Em 20 de abril de 2020, o 
Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE) na Johns Hopkins. 
24
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
A universidade declarou que a pandemia mortal (renomeada COVID-19 
pela World Health Organização), infectou 2.475.841 pessoas em todo 
o mundo, resultando em 170.261 mortes. A taxa de o diagnóstico e a 
mortalidade continuam a aumentar, sem nenhuma vacina viável atualmente 
disponível. Vários fatores parecem estar associados a um risco aumentado 
de hospitalização e mortalidade em pacientes com COVID-19 incluindo 
idade avançada (60 anos), obesidade, diabetes, hipertensão, doença 
cardiovascular, a história de tabagismo e doença pulmonar obstrutiva 
crônica. Comum a estes A condição é um estado de inflamação crônica 
de baixo grau. Recentemente, foi sugerido que o mundo está enfrentando 
duas pandemias simultaneamente, a pandemia COVID-19 e um estado 
físico de inatividade durante a pandemia. Ambas as pandemias causam 
efeitos adversos à saúde da população, atacando os sistemas de saúde. 
A pandemia da COVID-19 colocou restrições sem precedentes na 
atividade física e estilo de vida da População brasileira. Essas restrições 
tiveram objetivo de minimizar o risco de transmissão da COVID-19, 
mas, levaram a diminuição à atividade física. Populações que envolvem 
programas de exercícios terapêuticos foram significativamente afetados. A 
revisão do Lancet, indicou que os principais efeitos da quarentena relatados 
no estudo efeitos psicológicos negativos, incluindo sintomas de estresse 
pós-traumático, confusão e raiva. Restrição de movimento, perda da rotina 
habitual e redução social e o contato físico com outras pessoas foram 
frequentementemostrado para causar tédio, frustração e uma sensação 
de isolamento. Os pacientes podem perguntar sobre as intervenções, que 
eles poderiam implementar sob condições de movimento limitado, para 
reduzir o risco de contrair a própria infecção, diminuir alguns dos efeitos 
da quarentena e manter a saúde. E no meio dessa guerra contra o vírus, nós 
temos uma arma poderosa, o “exercício físico”. 
Algumas áreas podem se beneficiar do exercício físico, como por 
exemplo, os sintomas relacionados à ansiedade e depressão, manutenção 
de peso, melhora do sistema cardiovascular, melhora do condicionamento 
físico e sistema imunológico.
O exercício físico provoca efeitos potentes e abrangentes sobre o 
sistema imunológico, melhorando seus efeitos anti-inflamatórios. Na 
verdade, o treinamento físico oferece proteção contra o desenvolvimento 
de várias doenças metabólicas crônicas, incluindo o estado de resistência 
à insulina que normalmente acompanha obesidade e diabetes. Indivíduos 
que possuem essas comorbidades, mas, melhoram seus níveis de aptidão 
física cardiorrespiratória, podem aumentar a defesa imunológica do 
 25
Atividade Física em Tempos de Pandemia
hospedeiro contra SARS-CoV-2 e reduzir potencialmente o risco de 
infecção na fase inicial da doença. Consideramos que altos níveis de 
aptidão cardiorrespiratória induzida pelo treinamento físico anterior 
podem proporcionar alguma proteção imunológica inata contra Covid-19, 
atenuando a “síndrome da tempestade de citocinas”, muitas vezes 
experimentado por indivíduos em risco.
COMPORTAMENTO EM TEMPOS DE COVID-19: 
ATIVIDADE FÍSICA, ALIMENTAÇÃO, RELAÇÕES 
SOCIAIS E SAÚDE MENTAL
Prof. MSc. Cezar Grontowski Ribeiro (IFPR)
Entendendo a situação
A rápida disseminação e a gravidade do COVID-19 submeteram a população a um distanciamento que impactou nas rotinas de 
diferentes maneiras. Em pouco tempo, tivemos cerceada nossa liberdade 
de escolha por medidas preventivas de governo (extremamente necessárias, 
diga-se), sendo preciso reorganizar as formas de trabalhar, de estudar, de 
adquirir produtos e serviços, e até mesmo de nos relacionarmos uns com os 
outros. Esse distanciamento provocou reações variadas nas pessoas, como 
ansiedade, estresse, frustração, tédio, por exemplo, que podem levar a um 
quadro de saúde negativo.
É preciso destacar que estamos vivendo (a maioria da população) um 
período de distanciamento social. Assim, a recomendação de permanecer por 
mais tempo em casa trouxe uma mudança significativa de comportamento 
em diferentes aspectos, como veremos a seguir.
Atividade física
A reclusão ocasionada pelo distanciamento social tende a fazer 
com que as pessoas sejam ainda menos ativas, o que pode ocasionar, 
por exemplo, ganho de peso e o surgimento ou ampliação dos efeitos de 
doenças relacionadas ao estilo de vida (hipertensão, diabetes, entre outras). 
A atividade física não evita que a pessoa seja contaminada, mas fortalece 
26
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
o organismo de maneira geral, protegendo contra doenças que podem 
potencializar a ação do coronavírus1.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que as pessoas realizem 
pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada (aquela 
que faz aumentar sua respiração e batimentos cardíacos, mas você ainda 
consegue conversar ou cantar) e/ou de atividade física vigorosa (aquela em 
que a respiração e os batimentos cardíacos aumentam muito e para realizá-
la você não consegue conversar ou cantar).
Para se manter ativo no período de distanciamento social, procure 
uma atividade que você considera prazerosa. Alguns exemplos são brincar 
com as crianças e/ou animais domésticos, dançar, subir e descer escadas, 
entre outras inúmeras atividades possíveis de realização na própria casa. 
Existem vários aplicativos e vídeos na internet com exercícios e atividades 
que podem ser realizados sem a necessidade de equipamentos ou orientação 
especializada. Isso ajudará a diminuir o impacto do distanciamento social 
e permitirá melhorar sua relação com a família, ao mesmo tempo em que 
efetua uma atividade saudável. Se não conseguir realizar 30 minutos de 
atividade física diariamente, seja o mais ativo que puder!
Dê uma atenção especial às crianças e adolescentes
A tecnologia tem transformado a forma como as crianças brincam, 
conversam e se relacionam. Na pandemia, o tempo de uso dos aparelhos 
tecnológicos (inclusive pelos adultos) aumentou significativamente. No 
entanto, é importante que os pais estejam atentos ao conteúdo e ao tempo 
de tela dos menores. Ficar muito tempo sentado ou deitado, fazendo 
movimentos repetitivos em computador, celular ou outro aparelho, pode 
trazer prejuízos à saúde.
O ideal é que você crie propostas de atividade física ou de lazer que 
possam ser compartilhadas em família, que envolvam movimento. Assim, 
não somente vai ajudar a criança a manter uma boa saúde, como também 
poderá se divertir e fortalecer os vínculos entre todos. Lembre-se: uma 
criança ativa é o primeiro passo para um adulto saudável e feliz.
Olhe para a vida de forma positiva
A forma como vamos olhar para o mundo quando a situação se 
estabilizar, não será mais a mesma. Nem por isso se deve perder a esperança 
ou o otimismo em dias melhores. Ficar na zona de conforto e reclamar da 
situação é visivelmente mais fácil. Porém, aqueles que estão usando esse 
 27
Atividade Física em Tempos de Pandemia
tempo para pensar em soluções criativas, certamente sairão na frente, seja 
no trabalho, nas relações sociais ou familiares.
Apesar do cenário de caos que nos é apresentado todos os dias pelos 
meios de comunicação, é preciso olhar para essa pandemia como um 
aprendizado positivo. Valorizar ainda mais o lar, a família e as boas relações. 
Ver que os empregos e o dinheiro são importantes, mas não compram o 
sorriso de um filho ou o abraço de uma pessoa querida. É preciso viver com 
entusiasmo, alegria, confiança na própria capacidade, utilizando o tempo 
de distanciamento para otimizar sua vida e suas ações.
Por fim, a melhor recomendação a se fazer é a manutenção de um 
comportamento saudável, o pensamento positivo, as ações firmes em seus 
propósitos e a crença de que a vida sempre encontra um meio. Em breve 
isso passará, mas não podemos esquecer jamais que estamos nesse mundo 
com um único objetivo: sermos felizes.
BUSCAR UM PLANO PARA MANTER-SE EM 
FORMA DURANTE A PANDEMIA É ESSENCIAL
Profª. Me. Gesiliane Aparecida Lima Kreve (IFPR) 
Buscar um plano para manter-se em forma e ter saúde durante a pandemia, parece algo inalcansável para indivíduos que 
sempre foram sedentários. Vemos em vários estudos que o covid19 está 
sendo menos agressivo com indivíduos saudáveis e mais cruel com os que 
apresentam comorbidades relacionadas ao sedentarismo. O sedentarismo 
é há muito tempo fator determinante para que os indivíduos desenvolvam 
doenças crônicas como, diabetes, hipertensão arterial, obesidade entre 
outros, não esqueçamos que portadores de tais doenças estão sendo tratados 
como população de risco para o covid-19. Como manter-se saudável em 
tempos tão difíceis? Ao argumentr sobre o que fazer estando trancados em 
suas casas, há o entendimento que poucas pessoas terão condição física e 
emocional para desenvolver práticas saudáveis em seus lares, quer seja na 
questão de alimentação, quer seja na questão da prática de exercícios físicos, 
pois as tarefas do home ofice estão ocupando o dia todo de muitos, onde 
tarefas do trabalho se misturam com as familiares e domésticas causando 
sobrecarga física e psicológica. Existe a dificuldade natural dos indivíduos 
28
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
manterem-se saudáveis, sendo que muitos só obtém resultados positivos ao 
contratarem profissionais que os levam à rotinas sistemáticas de exercícios 
físicos e cuidados alimentares, obrigando-os a se exercitarem regulamente. 
Um ponto crucial é, alguém que não conseguia executar diariamente 
exercícios físicos mesmo com a ajuda de um profissional, conseguiria fazê-
losozinho? A resposta não parece tão simples, os indivíduos naturalmente 
possuem dificuldade de se exercitar sozinhos, levados pela falta de 
conhecimento técnico, pela “falta de tempo” ou por questões motivacionais, 
geralmente as mais comuns. Na verdade, a pandemia trouxe à indivíduos 
pouco saudáveis muita apreensão, já que estes estão sendo acometidos 
pelos sintomas mais graves do covid-19. Os mais saudáveis aparentemente 
estão sendo menos prejudicados. Porém, é difícil imaginar que alguém 
que não praticava exercícios e não cuidava de seus hábitos alimentares, 
pudesse agora sozinho conseguir tamanha façanha. Parece que a discussão 
deve permear o conceito de que, mais importante do que tentar motivar 
alguém a se exercitar em casa, é motivá-lo a mudar seus hábitos ao término 
da pandemia, pois teorias relatam que existe imensa dificuldade dos seres 
humanos mudarem hábitos impregnados em suas vidas por décadas. Não 
parece plausível culpá-los, pois leigos não conseguiriam sozinhos tomar 
atitudes saudáveis sem a ajuda de um educador físico, assim como não 
conseguem curar-se de uma doença sem a ajuda de um médico. Ambas 
as profissões almejam a profilaxia das doenças, onde cada uma tem sua 
função específica dentro das questões da saúde humana. Tais profissionais 
existem para ajudar os indivíduos a desenvolverem hábitos mais saudáveis 
e aprenderem a cuidar de suas vidas com discernimento e coerência. Mais 
complexo do que a preocupação com os hábitos saudáveis durante a 
pandemia será recuperar a condição que os indivíduos adquiriram durante 
a mesma, pois já é visível a quantidade de adultos e crianças com sobrepeso 
e obesidade neste período. A sobrecarga do home office ocasionou uma 
condição de mal-estar e desequilíbrio em todos os aspectos na vida dos 
indivíduos. Neste contexto, os profissionais da educação física deverão ser 
protagomistas das ações voltadas à saúde dos mesmos após a pandemia. Tais 
profissionais da saúde devem instigar as pessoas a desenvolverem práticas 
saudáveis em seu dia a dia, o que os levaria a um patamar alto de saúde, 
qualidade de vida e o afastamento das doenças. A manutenção de hábitos 
saudáveis vai garantir aos indivíduos o distanciamento das enfermidades. 
Uma questão latente é, a educação física será capaz de mudar antigos 
paradigmas impregnados em uma sociedade sedentária? Ao término da 
pandemia valores serão modificados, principalmente aos que se referem 
à saúde, outras pandemias virão e certamente modificará velhos hábitos, 
 29
Atividade Física em Tempos de Pandemia
substituindo-os por mais saudáveis. Hábitos nefastos serão repensados por 
indivíduos que temem a próxima pandemia, sendo que esta, é só uma 
questão de tempo!
PARA SE PROTEGER DO COVID-19... EXERCÍCIO 
FÍSICO NA NATUREZA!
Prof. Dr. Andrey Portela (UFSC)
Em momentos da pandemia do Coronavírus Covid-19, cuidar de si mesmo é essencial para manter a saúde em dia, principalmente 
quando em quarentena e pertencendo a um grupo de risco. É importante 
que as pessoas invistam nisso, cultivando hábitos positivos como, por 
exemplo, filtrando o excesso de notícias, acalmando a mente, não deixando 
de ter contato com as pessoas, mesmo que à distância; mantendo rotinas 
como o horário de dormir, de fazer refeições; desenvolvendo habilidades, 
cuidando da alimentação, tendo momentos de lazer, além de se manter 
ativo fisicamente. 
Quanto ao fato de se manter ativo fisicamente, sabemos que a 
prática adequada e regular de exercícios físicos é muito importante para 
possibilitar e manter a saúde física e/ou mental, proporcionando inúmeros 
benefícios, onde muitos estudos investigam, inclusive, a relação positiva 
entre o exercício e a resposta imunológica do corpo humano. 
Diante das preocupações colocadas em tempos de Covid-19, a 
imunologia tornou-se motivo ainda maior de discussão, buscando-se o 
desenvolvimento ou aprimoramento/manutenção desta para combater 
eficientemente o vírus, em caso de contaminação. No entanto, no que 
diz respeito a prática dos exercícios físicos para este fim, além de algumas 
indefinições como o tipo, a intensidade, a frequência e a duração adequada 
de exercícios, outras barreiras se apresentam neste momento de pandemia, 
como a falta de espaços adequados para a prática, pois as academias tiveram 
que fechar suas portas; a falta de equipamentos e motivação para treinar 
em casa somado a falta de orientação/acompanhamento de um profissional 
de Educação Física, a impossibilidade de aglomeração social, entre outros. 
Desta forma, devemos pensar em estratégias que auxiliem no 
rompimento destas barreiras momentâneas para que possamos continuar 
30
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
ativos fisicamente, usufruindo dos importantes benefícios agudos e 
crônicos do exercício físico, estando protegidos das possíveis consequências 
do contágio por Covid-19. 
Umas das formas disto acontecer é tomarmos como iniciativa a 
prática de exercícios em ambientes naturais, ou seja, em meio a natureza. 
Certamente, para quem se exercita ao ar livre, os benefícios são muitos. O 
simples contato com a natureza já traz benefícios para saúde e pode servir 
como um estímulo a mais para se movimentar, podendo, inclusive, ser 
mais saudável e eficiente do que outros ambientes de prática, ainda, com 
a vantagem de não estar em um local fechado, frequentado por muitas 
pessoas, aumentando o risco de contaminação. 
Tendo como foco a estratégia de desenvolver nas pessoas o hábito de 
buscarem os ambientes naturais para o desenvolvimento de suas atividades 
físicas, para a prática de seus exercícios ou esportes, orientando a forma 
correta para que isto ocorra, além de diminuir as chances de contato com o 
vírus, de não ter os prejuízos do sedentarismo, vamos além dos tradicionais 
benefícios de se ter uma vida ativa. A começar pela luz do sol que, por 
exemplo, faz nosso organismo produzir vitamina D, que constantemente 
tem sido intimamente ligada a eficiência do sistema imunológico e combate 
ao Covid-19. 
Inúmeras pesquisas comprovam que se exercitar rotineiramente ao 
ar livre, em contato com a natureza, além de benefícios físicos, auxilia 
no combate à depressão, ansiedade, estresse, melhorando o humor, a 
autoestima, estando associado a melhora de parâmetros hormonais e de 
neurotransmissores do bem-estar como a dopamina e a serotonina. O 
terreno irregular, a variação de temperatura e a resistência do vento, fazem 
com que o corpo gaste mais calorias, não havendo rotina. Diferente de uma 
modalidade de academia de ginástica, por exemplo, onde as pessoas ficam 
em média se exercitando por sessenta minutos, na natureza tais práticas 
podem ser tão prazerosas, tão variadas em estímulos, que se perde a noção 
do tempo, ou seja, a partir deste maior envolvimento a atividade se torna 
mais duradoura. 
As opções para esse tipo de atividades são inúmeras e para todos os 
gostos, indo desde uma simples caminhada a beira do mar até a prática de 
esportes de aventura. Podemos usufruir de locais como academias ao ar livre, 
praças e parques, ou ambientes mais rústicos como montanhas, trilhas em 
meio a mata, praias, cachoeiras, costões, entre outros ambientes naturais. 
Porém, destaca-se o fato de que, além dos tradicionais procedimentos 
que devemos tomar para a prática de qualquer exercício físico, como 
 31
Atividade Física em Tempos de Pandemia
um alongamento/aquecimento prévio, hidratação, alimentação... ao se 
exercitar em meio a natureza devemos ter alguns cuidados a mais, evitando 
acidentes. 
Por mais simples que pareça a atividade, o ambiente natural demanda 
alguns cuidados para a segurança do praticante. Uma boa opção é buscar 
modalidades conduzidas por pessoas experientes, que conheçam o trajeto/
modalidade, especialmente se for um iniciante. Por mais atenção que se 
tenha, não dá para garantir que estará livre de uma pedra solta, um galho 
fora do lugar, uma correnteza inesperada, uma mudança climática, um 
terreno muito irregular, criando situações que são suficientespara causar, 
por exemplo, quedas e lesões. Em meio a natureza pense com carinho 
nas vestimentas e equipamentos que utilizará, por exemplo, optando por 
roupas confortáveis que deem conta das adversidades climáticas e calçados 
resistentes e antiderrapante. Não esqueça detalhes importantes como 
repelente, protetor solar e, dependendo a proposta de prática, um kit de 
primeiros socorros. 
Como a tendência é que você fique mais tempo praticando exercícios 
na natureza com níveis de exigência física que podem oscilar mais, além 
de estudar o local de prática avalie se sua preparação física está adequada 
ao percurso/atividade que escolheu, considerando a duração, distância, e 
altitude que enfrentará. Preferencialmente pratique sempre acompanhado 
por outra pessoa e sempre informando alguém que você irá realizar tal 
atividade e o local. 
Por fim, vá com calma! Estabeleça um ritmo, curta as paisagens e 
respeite a natureza. A realização de exercícios no meio natural não deve ser 
considerada apenas uma opção para quem busca a emoção dos esportes de 
aventura, mas deve ser uma prática acessível, estimulada e adotada como 
um hábito de vida por todos, sendo mais uma estratégia para manutenção 
da saúde em tempos de pandemia. Sabemos que é preciso encontrar um 
equilíbrio nas ações para que se estabeleça um ótimo aproveitamento dos 
exercícios, e, como foi abordado, se exercitar em contato com a natureza 
é uma ótima opção, até porque, os fatos têm demonstrado que os sujeitos 
ativos fisicamente se recuperam mais rapidamente do Covid-19 que os 
sedentários. 
32
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
ALONGAMENTO – NECESSÁRIO PARA O CORPO 
E PARA MENTE 
Prof. Me. Aluísio Menin Mendes (IFPR)
 Com a pandemia mundial do COVID-19 nos obrigamos a adotar ações, atitudes e posturas que não eram comuns anteriormente. 
Em relação a postura, convém reportar que a palavra remete a referência no 
posicionamento de parte do corpo ou dele próprio em relação a localização 
no espaço e, também, ao modo de agir ou pensar, atitude e comportamento. 
A postura está diretamente ligada a como uma pessoa confiante, 
por exemplo, anda com a cabeça elevada ou alguém tímido, se “esconde” 
no próprio tronco, quando permanece encurvado. No cotidiano, 
assumimos diversas posições (posturas) que são específicas ao que estamos 
realizando, seja dormir, fazer jardinagem ou qualquer outra atividade. 
E, independentemente destas inúmeras ações, a grande maioria acabam 
alterando um posicionamento corporal que seria normal e natural, criando 
fragilidades e encurtamentos nas nossas estruturas do aparelho locomotor. 
Isto limita a amplitude dos movimentos articulares e, entre diversos 
problemas, pode prejudicar especialmente nossa coluna vertebral. Antes 
deste surto mundial do COVID-19 se dizia que 80% da população teria, 
pelo menos, um episódio de lombalgia na sua vida. Agora, certamente 
isto se agravou. Adicionando ainda sensações como medo, incertezas, 
ansiedade, sentimentos esses, comuns neste período de pandemia. Esta 
tensão toda transmite-se para a musculatura provocando dores leves e 
podendo inclusive agravar-se.
Desde que o vírus se disseminou pelo mundo, ficamos menos ativos 
fisicamente do que éramos. Impossibilitados de sair pelos isolamentos 
e limitados pelo distanciamento social, que foram solicitados pelas 
autoridades sanitárias, ficamos mais reclusos nos lares e uma infinidade de 
pessoas buscou formas de distrair-se, ocupar o tempo ou, mesmo trabalhar 
em home-office, mantendo posições constantes durante grande parte do 
dia. Nestas ações, independentemente da situação, as posturas adotadas 
e assumidas, se não forem alteradas com frequência regular e ainda por 
ser posturas ruins, possivelmente trarão efeitos nocivos a nossa estrutura 
de coluna vertebral e seus componentes como: ligamentos, discos, tecido 
conjuntivo, músculos e até vértebras. Os paramorfismos (alterações 
 33
Atividade Física em Tempos de Pandemia
reversíveis) podem se transformar em dismorfismos (alterações irreversíveis) 
(VANÍCOLA; GUIDA, 2014). 
Mas, ainda bem que, para combater e minimizar esta situação temos 
os exercícios físicos específicos e apropriados denominados: alongamentos. 
Exercícios que exigem um relaxamento de um grupo muscular a ser 
trabalhado para que permitam movimentar em amplitudes maiores do 
que as costumeiras, nas articulações onde estes atuam. Desta maneira, 
um exercício de alongamento que mantém uma posição de 15, 30 ou 
mais segundos e que objetiva recuperar ou até aumentar a amplitude de 
movimento articular, repetido de 3 a 4 vezes, já é capaz de proporcionar 
relaxamento e bem estar. No alongamento o objetivo é atuar nas estruturas 
encurtadas, nos músculos que ficaram tensos. E mesmo que seja um tempo 
relativamente curto, é possível obter benefícios percebíveis.
Por isso, precisamos imaginar quanto uma postura qualquer 
num sofá vendo uma série de tv, sentada numa cadeira inadequada de 
um escritório improvisado no trabalho em casa, ou mesmo atrás de um 
volante de caminhão pode ser danosa. Especialmente pelo tempo desta 
mesma posição manter-se, às vezes, durante horas. Quão perniciosas estas 
posições constantes e que provocam desvios na coluna são prejudiciais 
para o organismo humano? A ACSM (2018), reporta que 50% do dia de 
um indivíduo comum envolve atividades associadas a períodos longos em 
posição sentada. Imagine isto sendo repetido durante semanas; comumente 
meses, quanto prejuízo.
 Entre tantas estruturas e sistemas afetados, a coluna vertebral não 
escapa ilesa. Devido a localização (central), pelo número de articulações 
(são 33 vértebras), e por proteger e permitir o direcionamento da medula 
espinhal e seus ramos nervosos, precisa ter conservadas suas curvaturas 
fisiológicas para permanecer saudável e indolor. Alterações como 
hipercifoses, escoliose, cervicalgias e demais desconfortos por pressão 
intradiscal excessiva, levam ao mal estar e podem trazer consequências 
para o resto da vida. Por isso, termos atenção a postura nos locais onde 
permanecemos, mesmo considerando até o posicionamento deitado que, 
embora reduza a pressão intradiscal, pode trazer problemas se a densidade 
do colchão não for adequada ao indivíduo, é um fator a considerar, 
pensando na qualidade de vida. 
É preciso que tenhamos consciência de que nossa postura, agora 
referindo-se a ação e atitude, precisa ser de mudança, de recuperação. A 
flexibilidade articular perdida é apenas um dos problemas a considerar, 
pois há também a força muscular que é afetada diretamente quando 
34
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
não nos exercitamos regularmente. Um músculo atrofia muito mais 
rapidamente do que se imagina e, músculos enfraquecidos e encurtados 
não sustentam, nem protegem nossas estruturas de coluna como deveriam. 
Trazem inicialmente desconforto, podendo levar a dores e deformações 
crônicas. “Em relação à função musculoarticular, não é vantajoso ser 
forte e encurtado ou ser flexível e frágil” (ACHOUR JÚNIOR, 2017, 
p. 115). A combinação de exercícios que trabalham as duas capacidades 
físicas expressas aqui seria uma forma para manter a integridade da coluna 
vertebral. 
 Alinhar-se, fortalecer e alongar, ganhar mobilidade é necessário; 
gradativamente, respeitando seu condicionamento físico atual. 
Constantemente estamos recebendo informações a respeito de nos 
mantermos fisicamente ativos. Chegou a hora de não deixar para depois. 
Nosso corpo e mente precisam de cuidados, comecemos pela região central, 
nossa coluna vertebral é uma coluna de sustentação. Que sirva para organizar 
todo o resto. Que a postura corporal melhorada, através de exercícios 
regulares que considerem a individualidade, a idade, as preferências e o 
nível atual de preparo físico, sob orientação e acompanhamento de um 
profissional da Educação Física, seja possível a todos. 
Assim como alongar significa “ir além”, que para contribuir nesta 
adequação da postura, estejam a esperança e o otimismo para superar este 
período de pandemia.OS EFEITOS PSICOSSOCIAIS DA (IN)ATIVIDADE 
FÍSICA EM TEMPOS DE PANDEMIA
Prof. Esp. Diogo Bertella Foschiera (IFPR)
A prática regular da atividade física oferece ao ser humano muito mais do que a possibilidade de ativação do seu tecido 
muscular ou o aumento da sua frequência cardíaca. O prazer da prática 
do esporte favorito, o encontro com os amigos no futebol do final de 
semana, o crescimento pessoal decorrente da prática das lutas ou o 
senso de cuidado com a própria saúde durante sessões de musculação 
podem ser apontados como bons exemplos das necessidades humanas 
atendidas pela prática regular da atividade física. Estes vários efeitos 
 35
Atividade Física em Tempos de Pandemia
positivos que a prática da atividade física oferece para o homem, 
acabam por torna-la indispensável para uma rotina saldável (GUEDES, 
1999; WEINBERG; GOULD, 2017)”title”:”Fundamentos da 
Psicologia do Esporte e do Exercício”,”type”:”book”},”uris”:[“http://
www.mendeley.com/documents/?uuid=9f936998-ab25-4298-9a8c-
af87c279dd0a”]},{“id”:”ITEM-2”,”itemData”:{“DOI”:”10.5016/66
19”,”ISSN”:”1980-6574”,”abstract”:”11 alcançarem metas voltadas à 
educação para a saúde, mediante seleção, organização e desenvolvimento 
de experiências que possam propiciar aos educandos não apenas situações 
que os tornem crianças e jovens ativos fisicamente, mas, sobretudo, que os 
conduzam a optarem por um estilo de vida saudável ao longo de toda a 
vida. SAÚDE NO CONTEXTO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO A nível 
conceitual, com freqüência o termo saúde tem sido caracterizado dentro de 
uma concepção vaga e difusa, o que incentiva interpretações arbitrárias e, 
por vezes, carente de uma visão didática-pedagógica mais consistente. Essa 
arbitrariedade tem oferecido uma multiplicidade de opiniões, programas 
e procedimentos relacionados à promoção da saúde no meio educacional. 
Em vista disso, os conceitos elaborados quanto ao que vem a ser saúde 
devem ser objeto de cuidadosa reflexão, para que se possa perceber e atuar 
de forma coerente no sentido de contribuir efetivamente na formação dos 
educandos. Mais recentemente, o documento produzido na Conferência 
Internacional sobre Exercício, Aptidão e Saúde, realizada no Canadá em 
1988, com a finalidade de estabelecer consenso quanto ao estado atual 
do conhecimento nessa área, procurou definir saúde como condição 
humana com dimensões física, social e psicológica, caracterizada por um 
continuum com pólos positivos e negativos. A saúde positiva está associada 
à capacidade de apreciar a vida e de resistir aos desafios do cotidiano, e 
não meramente a ausência de doenças; enquanto a saúde negativa está 
associada à morbidez e, no extremo, à mortalidade (Bouchard et alii, 1990.
Mesmo com todos os benefícios decorrentes da prática da atividade 
física, é um desafio para a sociedade moderna a promoção dessa atividade, 
seja pela preferência das pessoas por atividades tecnológicas (GRECA; 
SILVA; LOCH, 2016), pela falta de interesse em exercícios físicos (DE 
LIZ et al., 2010) ou ainda, por falta de acesso, recursos e possibilidades 
diversificadas de atividades. Ademais, um aspecto agravante deste quadro 
no ano de 2020 é a pandemia do vírus COVID-19, a qual resultou no 
distanciamento físico das pessoas e, como consequência, na diminuição 
do nível de atividade física da população de uma maneira geral (COSTA 
et al., 2020).
36
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
Se por um lado a prática regular da atividade física oferece uma 
série de benefícios nas mais variadas dimensões humanas, a inatividade 
física e o sedentarismo decorrem em problemas nos campos físico, social e 
psicológico do ser humano (SAMULSKI, 2009). A falta de contato físico 
afeta negativamente os praticantes de atividade física voltada à saúde, os 
atletas amadores ou de fim de semana e até mesmo os atletas profissionais. 
Do mesmo modo, os aspectos emocionais e cognitivos podem sofrer 
impactos negativos decorrentes da diminuição da prática regular da 
atividade física (VORRABER, 2010; WEINBERG; GOULD, 2017).
No campo social, o distanciamento físico e a falta do comportamento 
pró-social, naturalmente, impactam de maneira negativa na sociabilidade 
das pessoas, causando efeitos nocivos em suas respostas emocionais 
(KAVUSSANU; AL-YAARIBI, 2019) e capacidades cognitivas 
(STANGER; KAVUSSANU; RING, 2016). Efeitos estes que podem 
decorrer em problemas de autoestima e, principalmente, depressivos, os 
quais comprometem a saúde mental e a capacidade operacional da pessoa 
em suas atividades diárias. 
No campo psicológico, o comprometimento do equilíbrio emocional 
é causando, tanto pela falta da atividade física, como pela redução do 
convívio social. Esse desequilíbrio diminui a capacidade de processamento 
dos estímulos ambientais, privando a pessoa de tomar as decisões mais 
assertivas nas mais variadas tarefas do seu dia a dia (SAMULSKI, 2009; 
WEINBERG; GOULD, 2017). Uma vez comprometida a condição 
emocional, as capacidades cognitivas de atenção, concentração, raciocínio, 
memória, dentre muitas outras, acabam tornando-se menos efetivas, ou 
seja, a performance da pessoa, no campo esportivo ou fora dele, acaba sendo 
reduzida significativamente (TREVELIN; ALVES, 2019; VORRABER, 
2010).
Nesse sentido, fica evidente a necessidade de manter-se fisicamente 
ativo, mesmo no período da pandemia (PITANGA; BECK; PITANGA, 
2020), uma vez que, os efeitos nocivos da inatividade podem comprometer 
a saúde física, social, emocional e cognitiva das pessoas. Entretanto, torna-
se fundamental observar as recomendações sanitárias das instituições 
nacionais e internacionais acerca da não contaminação pelo COVID-19. 
Do mesmo modo, seguir recomendações para uma qualidade mínima de 
atividade física faz-se necessário para garantir os benefícios desta prática. 
Algumas sugestões interessantes para a atividade física no período 
da pandemia incluem: A) a prática das atividades na própria residência, 
em locais abertos (como parques) ou espaços devidamente higienizados; 
 37
Atividade Física em Tempos de Pandemia
B) a realização de atividades aeróbicas, combinadas com anaeróbicas e 
alongamentos, sempre respeitando os próprios limites corporais e seguindo 
orientações de profissionais; C) uma duração média diária de 30 a 60 
minutos (PITANGA; BECK; PITANGA, 2020). O equilíbrio entre o 
cuidado sanitário em tempo de pandemia e a prática regular e segura da 
atividade física pode contribuir com a manutenção da saúde física, social, 
emocional e cognitiva das pessoas.
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SISTEMA IMUNOLÓGICO: A IMPORTÂNCIA EM 
REALIZAR EXERCÍCIOS FÍSICOS DURANTE O 
PERÍODO DE ISOLAMENTO SOCIAL 
Marcio Roberto Doro
Carlos Souza da Silva
Rômulo Martins
Camila de Melo Accardo
Marcio Flavio Ruaro
Introdução
A COVID-19 é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo coronavírus da síndrome respiratória 
aguda grave 2 (SARS-CoV-2). A rápida e incontrolável 
disseminação do Covid19 pelo mundo aliada à sua 
gravidade e consequências para saúde, bem como sua 
letalidade, fez com que, no dia 11 de março de 2020, 
o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde 
(OMS) caracterizasse a situação como pandemia (WHO; 2020). 
Esta pandemia que atualmente se caracteriza como uma emergência 
de saúde pública apresentou sua eclosão em Whuan, na China, em 
dezembro de 2019, e segundo dados da OMS foram confirmados no 
mundo 32.037.207 casos de COVID-19 (231.396 novos em relação ao 
dia anterior) e 979.435 mortes (5.559 novas em relação ao dia anterior) 
até 25 de setembro de 2020.
Contudo, a complexidade dos casos, divide-se como uma maioria 
leve (81%), 14% com necessidade de internação e cerca de 5% evolui 
com gravidade, necessitando de cuidados intensivos, e dentre estes últimos 
identifica-se uma mortalidade de 61%, chegando a 81% nos pacientes que 
necessitam de ventilação mecânica invasiva (SANTOS, et al, 2020).
Embora este vírus cause uma taxa de mortalidade menor que a 
síndrome respiratória aguda grave (SARS), sua transmissão entre indivíduos 
é muito mais prevalente, outro fator preocupante, é o fato de uma parcela 
da população infectada ser assintomáticos ou desenvolver a forma leve da 
doença. Por esse motivo, o isolamento social é essencial no controle de 
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
novos infectados (SHEN, et al, 2020).
Neste período de reclusão domiciliar a população em geral tende 
a adotar uma rotina sedentária, sabe-se que os fatores associado ao 
sedentarismo, obesidade, doenças cardiovasculares, depressão, ansiedade 
entre outros, associados ao Covid 19 aumenta o risco de letalidade. 
A importância de incentivar a manutenção de uma rotina de vida 
fisicamente ativa no período de isolamento social como uma medida 
preventiva para a saúde física e mental, se tornou de vital importância, pois 
como sabemos, a prática regular de exercícios físicos é uma estratégia não-
farmacológica para o tratamento e prevenção de diversas doenças, sejam 
elas de caráter metabólico, físico e/ou psicológico (LUAN, et. al., 2019), 
além do fortalecimento do sistema imune.
Ademais, é sugerido que a prática regular de exercícios físicos 
fortalece o sistema imunológico, inclusive diminuindo a incidência de 
doenças transmissíveis, como o novo COVID-19 (WU et al., 2020). 
Já existem evidências que o risco de infecção do trato respiratório 
superior por coronavírus é potencialmente maior na presença de deficiência 
do sistema imunológico (CHANNAPPANAVAR, 2017). O Colégio 
Americano de Medicina do Esporte (ACSM, 2020) divulgou um guia 
onde sugere a prática de atividade física de intensidade a moderada deva 
ser mantida no período de quarentena, salientando a importância para a 
saúde de cada minuto fisicamente ativo.
A importância desta revisão está relacionada ao fortalecimento do 
sistema imunológico proporcionado pela prática do exercício físico regular, 
pois até o momento as únicas defesas que temos contra o Covid 19 são 
o isolamento social e um sistema imunológico forte. A atual pesquisa se 
torna relevante para destacar o que encontramos na literatura neste período 
de 6 meses de pandemia relacionados ao sistema imune, exercício físico e 
isolamento social.
Para atender aos objetivos da nossa revisão foi realizada uma busca 
nas bases de dados Pubmed, Scielo e Lilacs, utilizando as palavras chaves 
“immune system, physical exercise, covid 19” e estabelecendo como critérios 
de inclusão artigos publicados nos últimos seis meses.
 Foram encontrados 20 artigos que após os critérios de análises se 
reduziram a 5 (cinco) artigos que serão discutidos nesta revisão.
 41
Atividade Física em Tempos de Pandemia
Autor Título Periódico Ano
Denay KL, Breslow 
RG, Turner MN, 
Nieman DC, 
Roberts WO, Best 
TM.
ACSM Call to Action Statement: 
COVID-19 Considerations for 
Sports and Physical Activity 
Current sports 
Medicine 
Reports 
2020
Yousfi N, Bragazzi 
NL, Briki W, 
Zmijewski P, 
Chamari K.
The COVID-19 pandemic: how 
to maintain a healthy immune 
system during the lockdown – a 
multidisciplinary approach with 
special focus on athletes 
Biol Sport 2020
Jesus I, Vanhee V, 
Deramaudt TB, 
Bonay M. 
Promising effects of exercise on 
the cardiovascular, metabolic and 
immune system during COVID-19 
period
J. of Human 
Hypertension 
2020
Silveira MP, 
Fagundes KKS, 
Bizuti MR, Starck 
E, Rossi RC, Silva 
DTR.
Physical exercise as a tool to help the 
immune system against COVID-19: 
an integrative review of the current 
literature
Clinical and 
Experimental 
Medicine 
2020
Onagbiye SO, 
Mchiza ZJR, 
Bassett SH, Travill 
A, Eijnde BO.
Novel coronavirus and regular 
physical activity involvement: 
Opinion 
African J. of 
Primary health 
care & Family 
Medicine
2020
Revisão de literatura
Coronavírus é uma grande família de vírus que causam doenças 
respiratórias que variam de resfriado comum a doenças pulmonares mais 
graves. SARS-CoV-2 é um vírus altamente transmissível que se espalha 
principalmente por meio de gotículas transportadas pelo ar quando 
infectadas (NIEMAN DC, 2020). O vírus ataca o tecido vascular por todo 
o corpo, causando isquemia lesões e reações inflamatórias que destroem 
células e tecidos (ACKERMANN M, VERLEDEN SE, KUEHNEL M, 
et al, 2020). Estudo aponta que aponta que para algumas pessoas, o SARS-
COV-2 se comporta similar ao HIV, infectando linfócitos TCD4, que 
compromete a imunidade adaptativa e resposta na produção de anticorpos 
que também faz parte desta imunidade, (DAVANZO et. al.,2020).
O mesmo também causa dano direto ao tecido, e o sistema 
imunológico do corpo pode responder excessivamente à infecção, resultando 
em uma tempestade de citocinas capaz de destruição significativa, a 
tempestade de citocinas é um termo genérico, aplicado à liberação excessiva 
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
de citocinas, que são proteínas do sistema imunológico, em resposta à um 
quadro infeccioso ou outros estímulos que o organismo interprete como 
agressão. A patogênese deste evento inclui a perda do controle da produção 
de citocinas pró-inflamatórias, como a IL-6, seja local ou sistêmico (QING 
et al, 2020) Ainda não se sabe se o vírus expressará uma variação sazonal, 
como a gripe, ou ser uma ameaça constante o ano todo, ao que tudo indica 
ele não tem relação com as estações e deve se manter ativo durante o ano 
todo. 
Ademais o COVID-19 está sendo visto como uma sindemia 
(interação mutuamente agravante entre problemas de saúde em populações 
em seu contexto social e econômico), isso é importante, pois a nova 
classificação visa à interação do vírus com o contexto social e ambiental. 
As intervenções até o momento foram mirando nas rotas de transmissão 
para controle de disseminação, mas nesse novo contexto trás a tona a 
necessidade de novas medidas.
 A análise de fator de risco paraos casos mais graves de COVID-19 
indicam uma ligação à obesidade, condições relacionadas à obesidade, como 
hipertensão e diabetes mellitus tipo 2, idade avançada, status de minoria 
racial e étnica, e inatividade física (NIEMAN DC, 2020; HAMER M, 
et al, 2020). No tangente a obesidade é importante destacar que não é 
qualquer tipo de célula que o SARS-COV-2 infecta é preciso que ela tenha 
o ACE-2, (KASSIR, 2020), estudos preliminares demonstram que a célula 
que o SARS-COV-2 parece utilizar como reservatório são as do tecido 
adiposo, quanto mais tecido, mais partículas virais.
 Até o momento, não foi encontrada vacina e nem uma cura para 
o COVID -19, portanto a melhor maneira de combater a contaminação 
ainda é o isolamento social e manter o sistema imunológico forte.
 Neste contexto está muito bem estabelecido na literatura que a 
atividade física regular traz benefícios físicos e mentais a curto, médio 
e longo prazo. Tais benefícios podem contribuir a melhorar o sistema 
respiratório, reduzir o aumento de peso, bem como atuar contra a depressão 
e sofrimento psicológico. 
 Foi relatado que o exercício físico o pode proteger contra alguns dos 
sintomas de infecções respiratórias, diminuindo a inflamação e melhorando 
a reação imunológica a infecções virais respiratórias (MARTIN SA, 
PENCE BD, WOODS JA, 2009).
Há fortes evidências que sugerem que o sistema imunológico 
responde ao exercício físico (NIEMAN DC, WENTZ LM, 2018). 
 43
Atividade Física em Tempos de Pandemia
Nieman tem mostrado por muito tempo que a relação entre o risco de 
infecção e a extensão do exercício segue uma curva J (Nieman DC, 1994). 
Isso significa que fazer regular moderado o exercício por um curto período 
reduz o risco de infecções comparado a nenhuma forma de atividade física. 
Contudo, aumentar a dose de atividade ou exercício muito alto, e fazer 
isso por um longo período, aumenta o risco de infecções constantemente 
até que se torne mais vulnerável do que se eles fossem inativo em primeiro 
lugar (NIEMAN DC, 1994).
Como já apresentado na introdução a complexidade dos casos, apenas 
5% dos casos, evolui com gravidade, necessitando de cuidados intensivos, 
e dentre estes identifica-se uma mortalidade de 61%, chegando a 81% 
nos pacientes que necessitam de ventilação mecânica invasiva (SANTOS, 
et al, 2020). Relatos médicos tem evidenciado que estes 5% apesentam 
alguma doença pré-existente, em geral “doenças cardiovasculares, câncer, 
obesidade”.
Assim é possível identificar uma ligação metabólica e endócrina 
direta entre diabetes tipo 2 mellitus (DM2), hipertensão e SARSCoV- 2 
(BORNSTEIN SR, et al, 2020). Também é importante destacar que com 
4 bilhões de pessoas em confinamento no mundo, o surto de COVID-19 
pode resultar em tempo excessivo de sedentarismo, especialmente na 
população de sujeitos vulneráveis e deficientes. Em muitos distúrbios 
crônicos e doenças, incluindo DM2 e hipertensão, efeitos benéficos 
cardiovasculares, metabólicos e imunológicos de intervenções de exercícios 
foram relatadas (NIEMAN DC, WENTZ LM, 2019).
A intensidade, volume e modo de exercício podem exercer 
diferentes ativações do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, do sistema 
nervoso autônomo e do sistema imunorregulador resultante hormônios 
que influenciam a resposta imunológica. Intervenções de exercícios podem 
afetar a sensibilidade à infecção, já que foram mostrados para modificar 
monócitos e linfócitos, fenótipo e produção de citocinas 
 Efeitos agudos e crônicos do exercício no sistema imunológico 
resposta tem sido extensivamente estudada em atletas (NIEMAN DC, 
WENTZ LM, 2019). Quando feito em excesso, o exercício pesado está 
associado a aumento do risco de doença, atribuído à disfunção imunológica. 
Aumento de biomarcadores inflamatórios e aumento do risco de infecções 
do trato respiratório superior foram observadas após sessões de exercícios 
intensos e prolongadas em atletas. Durante o período pós-corrida, o 
aumento da suscetibilidade foi correlacionado para suprimir a produção 
de imunoglobulina A salivar, diminuição da atividade das células natural 
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Márcio Flávio Ruaro (Org.)
killer e redução das células T e B.
Ao contrário, moderado agudo e crônico mudanças imunes 
induzidas por exercícios têm estado envolvidas em os efeitos benéficos da 
atividade física na prevenção do câncer e do desenvolvimento de doenças 
cardiovasculares (NIEMAN DC, WENTZ LM, 2019, SHARMAN 
JE, ET AL, 2019, PEDERSEN BK, 2017). Células Imune em respostas 
antinflamatórias estão ligadas à mitocôndria oxidação de ácidos graxos 
(Weinberg SE, Sena LA, Chande lNS, 2015). 
 Recentemente, melhora de respiração dependente da oxidação 
de ácidos graxos foi relatado em células mononucleares do sangue periférico 
de voluntários saudáveis com um estilo de vida sedentário durante exercícios 
de baixa intensidade (LIEPINSH E, 2020). 
Mais estudos são necessários para avaliar o potencial anti-
inflamatório do exercício de baixa intensidade em pacientes com doenças 
cardiometabólicas. Sobre saúde global efeitos benéficos do baixo volume 
de atividades físicas de lazer atividade, um grande estudo observacional 
mostrou que 15 min / dia por 6 dias por semana de atividade de baixo 
volume reduzida todas as causas mortalidade em 14%, mortalidade por 
câncer em 10% e mortalidade de doenças cardiovasculares em 20%, em 
comparação com os indivíduos no grupo inativo (WEN CP, et al, 2011).
Dados epidemiológicos sugerem que o exercício moderado diminui 
a mortalidade e a incidência taxa de infecção por influenza (WU S, ET AL, 
2016, WONG CM, ET al, 2008). Infecções Respiratórias viral, incluindo 
coronavírus, induzem inflamação grave, que é parcialmente desencadeada 
por oxigênio reativo produção de espécies e disfunção do antioxidante 
do hospedeiro defesa (KHOMICH AO, et al, 2018). Curiosamente, 
as intervenções de exercícios podem estimular resposta antioxidante, 
particularmente via Nuclear fator de transcrição do fator 2 relacionado 
ao eritroide 2 (Nrf2) que estiveram envolvidos na defesa antimicrobiana e 
cardiovascular risco em doenças metabólicas (VARGAS-MENDOZA N, 
ET AL, 2019, BONAY M, DERAMAUDT TB, 2015).
 Neste contexto, exercício crônico moderado e adaptado pode 
ser duplamente benéfico no DM2 e doenças cardiovascular para prevenir 
a inflamação e vias respiratórias virais infecção, incluindo infecção por 
coronavírus (Fig. 1). As alta taxas de incidência de pacientes com sobrepeso 
e obesidade são observado em unidades de terapia intensiva COVID-19 
e muitos dados sugerem que comorbidades pré-existentes, incluindo 
hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares aumentam a gravidade 
e taxa de mortalidade de COVID-19. Programas de treinamento físico, 
 45
Atividade Física em Tempos de Pandemia
como intervenções preventivas secundárias após cura, conferiria proteção 
imunológica aos pacientes com doença cardiovascular e metabólica em 
comparação com doenças sedentárias controles, mereceriam investigações 
adicionais. A localização dos programas de treinamento de exercícios, 
dentro ou fora de casa, também deve ser avaliado. 
 A atividade física moderada a vigorosa (AFMV) diminuiu durante 
as fases iniciais da pandemia COVID-19, e um retorno gradual é encorajado 
enquanto segue a mitigação diretrizes (MEYER J, MCDOWELL C, 
LANSING J, et al., 2020, NIEMAN DC, 2020, WALSH NP, GLEESON 
M, PYNE DB, et al., 2011). 
Durante esta pandemia, tem sido recomendado para aqueles com 
saúde normal e também portadores de doença crônica, atividade física 
de 30 minutos a 60 minutos na maioria dos dias da semana dentro dos 
limites do distanciamento social, mas afinal, como conseguir esta meta 
de atividade física, especialmente aqueles que convalescem de doenças 
graves. É possível que seja necessário semanas ou possivelmente meses para 
restaurar a tolerância ao exercício. 
 Está evidente na literatura que exercício aeróbico estimula o 
miocárdio e melhora a função do coração e é efeiciente para melhorar atroca gases, esta função parece sugerir que tais exercícios podem contribuir 
para melhorar a eficácia dos pulmões como meio de reabilitação.
 Neste contexto o isolamento social imposto pelo COVID-19 
requer uma abordagem flexível para aspectos de atividades físicas, baseada 
na necessidade de distanciamento social combinada com mudanças nas 
demandas e ambientes pessoais. Isso pode incluir atividade física de formas 
não habituais com atividades ao ar livre, grupos familiares ou alternativos 
fora do pico vezes. 
 No entanto, um estudo que avaliou a eficácia de um programa 
de treinamento de exercícios cardiorrespiratórios e desempenho 
musculoesquelético, bem como relacionado à saúde qualidade de vida 
dos pacientes que estavam se recuperando da SARS, revelou que o 
programa foi eficaz na melhoria de ambos na saúde cardiorrespiratória e 
musculoesquelética (LAU HM, et al, 2005).
Considerações finais
Esta breve revisão vem elucidar a importância do exercício físico 
nesse período de isolamento social. Foi visto que o Covid-19 tem um índice 
de fatalidade maior em obesos, portadores de doenças cardiovasculares ou 
46
Márcio Flávio Ruaro (Org.)
outras comorbidades pré-existentes. Já está bem estabelecido na literatura 
que o exercício físico é um potente tratamento não farmacológico para 
essas doenças, o que pode atenuar a gravidade do vírus. Além disso o 
exercício físico também tem importante atuação no fortalecimento do 
sistema imunológico, o que dificulta o alojamento do vírus. Portanto, 
embora mais estudos sejam necessários é possível apontar o exercício físico 
como aliado não farmacológico ao combate do Covid-19.
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2.
CORPO E MENTE: COMO MANTER A 
MOTIVAÇÃO PARA PRÁTICA DE ATIVIDADE 
FÍSICA DURANTE A PANDEMIA
Adriana Ribas
A pandemia de COVID -19 trouxe ao sujeito, diversas mudanças significativas, as quais acabam 
por despertar no mesmo, a consciência de sua 
vulnerabilidade e do quanto à sociedade prioriza áreas 
que não são decisivas e negligencia outras que lhes 
custam a vida. Nossa mente primitiva sabe que algo 
ruim está acontecendo, algo que não se pode ver e 
isso rompe nosso senso de segurança. É esperado que estejamos sempre 
em estado de alerta, estressados, preocupados, com alguma sensação de 
impotência diante dos acontecimentos ou nos sentindo inertes. Essa 
sensação de estar estagnado neste momento é uma falácia. Nossa mente 
não para, está permanentemente em busca de respostas ou saídas para 
encontrar o tão sonhado equilíbrio emocional. 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a saúde mental 
como “o estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza as suas 
capacidades, pode fazer face ao stress normal da vida, trabalhar de forma 
produtiva e frutífera e contribuir para a comunidade em que se insere“. 
Nesse contexto ela está associada ao bem-estar, capacidade de amar, manter 
relações interpessoais, à forma como o sujeito reage às exigências, desafios 
e mudanças da vida e ao modo como harmoniza suas ideias e emoções. 
Diariamente, vivenciamos uma série de emoções, como lidamos com elas 
é o que determina como está a qualidade da nossa saúde mental. Portanto, 
ter saúde mental, está muito longe de somente ausência de transtornos 
mentais. 
Sempre foi um grande desafio

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