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BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB farmacologia dos imunomoduladores ELETIVA 2022- PROF NARA • A função fisiológica do sistema imune é a defesa contra microrganismos infecciosos; entretanto, mesmo substâncias estranhas não infecciosas e produtos de células danificadas podem elicitar respostas imunes • A defesa contra microrganismos é mediada por respostas sequenciais e coordenadas que são denominadas imunidade inata e adaptativa SISTEMA IMUNE INATO • A imunidade inata (também chamada de imunidade natural ou imunidade nativa) é essencial para a defesa contra microrganismos nas primeiras horas ou dias após a infecção, antes que as respostas imunes adaptativas tenham se desenvolvido • É mediada por mecanismos que já existem antes da ocorrência de uma infeção (por isso inata) e que facilitam rápidas respostas contra microrganismos invasores. • Não é antígeno específica • É a primeira linha de defesa contra patógenos invasores (p. ex., bactérias, vírus, fungos, parasitas) e consiste em componentes mecânicos, bioquímicos e celulares. • Componentes mecânicos → pele/epiderme e muco; • Componentes bioquímicos → peptídeos e proteínas antimicrobianas (p. ex., defensinas), complemento, enzimas (p. ex., lisozima, hidrolases ácidas), interferonas, pH ácido e radicais livres (p. ex., peróxido de hidrogênio, ânions superóxido); • Componentes celulares → neutrófilos, monócitos, macrófagos, células natural killer (NK) e células natural killer T (NKT). • Os macrófagos teciduais, assim como as células dendríticas, expressam receptores de reconhecimento de padrão (PRRs, de pattern recognition receptors) o Incluem os receptores semelhantes a Toll (TLR, de Toll-like receptors), os receptores semelhantes ao domínio de oligomerização de ligação de nucleotídeo (NOD, de nucleotide- binding oligomerization domain) (NLR, de NOD-like receptors), os receptores de depuração, os receptores de manose e a proteína de ligação de lipopolissacarídeos (LPS) • PRR →reconhecem componentes importantes do patógeno conservados pela evolução → padrões de moléculas associados a patógeno (PAMP de pathogen- associated molecular patterns) → estimulam a liberação de citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas e interferonas. • As células natural killer (NK), natural killer T (NKT) e gama delta T (γδT) recrutadas para o sítio inflamatório contribuem para a resposta inata → secreta, interferona-gama (IFN-g) e interleucina-17 (IL-17)*, que, respectivamente, ativam macrófagos teciduais e células dendríticas residentes e recrutam neutrófilos para eliminar com sucesso os patógenos invasores. • Células NK → capazes de reconhecer e destruir células normais infectadas por vírus e células tumorais, sem estimulação prévia • Quando as células NK se ligam às proteínas de classe I do MHC (expressas em todas as células nucleadas), esses receptores liberam sinais inibitórios, impedindo que elas matem as células normais do hospedeiro SISTEMA IMUNE ADAPTATIVO BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB • Em contraste à imunidade inata, há outras respostas imunes que são estimuladas pela exposição a agentes infecciosos e que aumentam em magnitude e capacidades defensivas após cada exposição sucessiva a um microrganismo em particular o Uma vez que essa forma de imunidade se desenvolve em resposta à infecção e a ela se adapta, é denominada imunidade adaptativa (também chamada imunidade específica ou imunidade adquirida) o O sistema imune adaptativo reconhece e reage a um grande número de substâncias microbianas e não microbianas chamadas antígenos. • A resposta imune inata aos microrganismos fornece os primeiros sinais de perigo que estimulam as respostas imunes adaptativas • as resposta imunes adaptativas frequentemente trabalham intensificando os mecanismos protetores da imunidade inata, tornando-os mais capazes de combater efetivamente os microrganismos. • Capacidade: • (1) responder a diversos antígenos, cada qual de uma maneira específica; • (2) discriminar entre antígenos estranhos (“não próprios”) (patógenos) e antígenos próprios do hospedeiro; • (3) responder a um antígeno previamente encontrado, de uma maneira aprendida, desencadeando uma vigorosa resposta de memória • Resposta adaptativa →produção de anticorpos, que são os efetores da imunidade humoral, e na ativação de linfócitos T, que são os efetores da imunidade mediada por células • A indução de resposta imune adaptativa específica requer a participação das células apresentadoras de antígenos (APC), incluindo células dendríticas (DCs), macrófagos e linfócitos B. o As APC ingerem e processam os antígenos (A– D) e apresentam fragmentos às células T CD4 naive em conjunto com as moléculas MHC classe II, ou às células T CD8 naive em conjunto com as moléculas MHC classe I, ativando-as • Capacidade de fagocitar antígenos particulares (p. ex., patógenos) ou de realizar a endocitose de antígenos proteicos e digeri-los enzimaticamente para gerar peptídeos, que são, então, carregados nas proteínas MHC de classe I ou de classe II e “apresentados” ao receptor de células T (TCR) de superfície celular • Células TCD8 → reconhecem os complexos de peptídeo e MHC de classe I • Células TCD4 → reconhecem os complexos de peptídeo e MHC de classe II. • Pelo menos dois sinais são necessários para a ativação de células T • PRIMEIRO SINAL o O primeiro sinal é produzido após o acoplamento do TCR a moléculas MHC ligadas a peptídeo o Na ausência de um segundo sinal, as células T se tornam não responsivas (anérgicas) ou sofrem apoptose • SEGUNDO SINAL o envolve a ligação de moléculas coestimuladoras (CD40, CD80 [também conhecida como B7-1] e CD86 [também conhecida como B7-2]) sobre as APC aos seus respectivos ligantes (CD40L para CD40, CD28 para CD80 ou CD86) o A ativação das células T é regulada por uma alça de retroalimentação (feedback) negativa envolvendo outra molécula conhecida como antígeno 4 associado ao linfócito T citotóxico (CTLA-4) o Após o acoplamento da CD28 com CD80 ou CD86, o CTLA-4 no citoplasma é mobilizado até a superfície da célula, onde, em decorrência de sua maior afinidade de ligação com a CD80 e a CD86, supera ou desloca a CD28, resultando em supressão da ativação e da proliferação da célula T • Dois subgrupos de linfócitos T auxiliares (Th1 e Th2) → baseados nas citocinas que secretam após a ativação o Th1 produz caracteristicamente IFN-g, IL-2 e IL-12, e induz a imunidade celular por ativação de macrófagos, linfócitos T citotóxicos (CTL) e células NK o Th2 produz IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10 (por vezes, IL-13), que induzem a proliferação e a diferenciação das células B em células plasmáticas secretoras de anticorpos. • A IL-10, produzida pelas células Th2, inibe a produção de citocinas pelas células Th1 por meio de infrarregulação da expressão do MHC pelas APC. BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB • Interferon- gama → produzido por Th1 inibe proliferação de Th2 • As células T reguladoras (Treg) formam uma população de células T CD4 essencial para evitar autoimunidade e alergia, bem como para manter a homeostasia e a tolerância aos antígenos próprios. o Essa população celular existe como células Treg naturais (nTreg), derivadas diretamente do timo, e como células Treg induzidas (adaptativas) (iTreg), geradas a partir de células T CD4 virgens na periferia • Os linfócitos T CD8 reconhecem os peptídeos processados endogenamente e apresentados por células infectadas por vírus ou por células tumorais o Esses peptídeos geralmente são fragmentos derivados do vírus ou de antígenos tumorais proteicos no citoplasma e são carregados sobre as moléculas MHC de classe I no retículo endoplasmático • Em contraste, as moléculas MHC de classe II apresentam peptídeosderivados de patógenos extracelulares (exógenos) às células T auxiliares CD4. • Após a ativação, as células T CD8 induzem a morte da célula-alvo por meio de enzimas granulosas líticas (“granzimas”), perforinas e vias de apoptose do ligante Fas-Fas (Fas-FasL) • Os linfócitos B sofrem seleção na medula óssea, durante a qual os clones autorreativos são deletados, ao passo que clones de células B específicas para antígenos não próprios são preservados e expandidos. • Após o encontro com um antígeno, uma célula B madura se liga a ele, internalizando e processando o antígeno, e apresentando seus peptídeos – ligados ao MHC de classe II – às células auxiliares CD4, que, por sua vez, secretam IL-4 e IL-5 o Essas interleucinas estimulam a proliferação e a diferenciação das células B em células B de memória e em células plasmáticas secretoras de anticorpo. o A resposta de anticorpo primária consiste, em sua maior parte, de imunoglobulinas da classe IgM o A estimulação antigênica subsequente resulta em uma vigorosa resposta de “reforço”, acompanhada por mudança da classe (isotipo) para produzir anticorpos IgG, IgA e IgE com diversas funções efetoras • Os anticorpos medeiam suas funções ao atuarem como opsoninas para aumentar a fagocitose e a citotoxicidade celular, e ao ativarem o complemento para gerar uma resposta inflamatória e induzir a lise bacteriana TIPOS DE ENXERTOS BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB • Transplante → Processo de retirada de células, tecidos ou órgãos, chamados enxertos, de um indivíduo e a sua inserção em um indivíduo (geralmente) diferente. • Enxerto autólogo ou auto-enxerto → Transplantado de um indivíduo para si mesmo o Não se desenvolve reações de rejeição o Exemplos: Ponte de Safena/Mamária; Enxertos de pele • Singênicos → Transplante de órgãos ou tecidos entre indivíduos geneticamente idênticos o Não se desenvolve rejeição • Alogênicos ou aloenxertos o Transplantes entre indivíduos geneticamente diferentes porem da mesma espécie o Grande maioria dos enxertos o Enxerto é rejeitado o Antígenos são chamados de aloantígenos • Xenogênicos o Transplantes entre indivíduos de espécies diferentes o Enxerto fortemente rejeitado o Antígenos são chamados de xenoantígenos o Ex: porco para humano O TRANSPLANTE ALOGÊNICO • O receptor do enxerto é capaz de reconhecer as células do doador e montar uma resposta contra elas • Os principais responsáveis pelos processos de rejeição são as moléculas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC). • Essas moléculas são codificadas por genes altamente polimórficos que são amplamente expressas • 1- Apresentação direta o Apresentação direta da molécula do MHC pela APC no enxerto o Onde o MHC alogênico é apresentado intacto ao TCR por Células Apresentadoras de Antígenos (APCs) do doador o Moléculas do MHC alogênicas com peptídeo ligado podem imitar o determinante formado por uma molécula de MHC própria e peptídeo estranho o A apresentação direta de moléculas do MHC estranhas é uma reação cruzada de um receptor de célula T normal(TCR), que foi selecionado para reconhecer uma molécula do MHC própria e um peptídeo estranho, com uma moléculado MHC alogênica e um peptídeo. • 2- Apresentação indireta o Onde o MHC alogênico é processado e apresentado como um antígeno comum por APCs do receptor o Moléculas do MHC alogênicas podem ser processadas e apresentadas por APCs do receptor que penetram nos enxertos, e as moléculas do MHC processadas são reconhecidas por células T como antígenos proteicos estranhos convencionais. o Como as moléculas do MHC alogênicas diferem estruturalmente das do hospedeiro, podem ser processadas e apresentadas da mesma maneira que qualquer antígeno proteico estranho, gerando peptídeos estranhos associados a moléculas do MHC próprias na superfície das APCs do hospedeiro IMUNOSSUPRESSORES • Princípios da abordagem geral para o transplante de órgãos • Indicações clínicas: o Transplante de Órgãos o Doenças autoimunes • Fármacos usados o Glicocorticoides o Agentes antiproliferativos/antimetabólitos o Inibidores da calcineurina o Biológicos (anticorpos) • Elevado grau de sucesso clínico no tratamento dos distúrbios como rejeição imune aguda dos órgãos transplantados e doenças autoimunes BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB • Imunossupressores → São fármacos que devem ser utilizados por toda a vida → Suprimem inespecificamente todo o sistema imune → Maiores riscos de infecção e câncer GLICOCORTICOIDES • 1960- introdução como imunossupressores tornou possível os transplantes de órgãos • Prednisona, prednisolona • Terapia imunossupressora de 1ª linha para receptores de transplante de órgão sólido e de células-tronco hematopoiéticas • Usados em combinação com outros imunossupressores para evitar e tratar a rejeição de transplantes • Pulsoterapia: Os pulsos com doses altas do succinato sódico de metilprednisolona intravenoso são utilizados para reverter a rejeição do transplante e as exacerbações agudas de alguns distúrbios autoimunes • Limitam a reações alérgicas ocorridas com outros agentes imunossupressores • Usos clínicos: doença enxerto versus hospedeiro, artrite reumatóide, LES, psoríase, exacerbações de esclerose múltipla MECANISMO DE AÇÃO • Os glicocorticoides lisam (em algumas espécies) e induzem a redistribuição dos linfócitos, resultando na redução rápida e transitória das contagens dessas células no sangue periférico. • Para produzir respostas prolongadas, os esteroides ligam-se aos receptores existentes dentro das células; esses receptores, as proteínas induzidas pelos glicocorticoides ou as proteínas de interação regulam a transcrição de muitos outros genes • O complexo entra no núcleo e regula a transcrição do DNA. Entre os genes afetados, estão os envolvidos com as respostas inflamatórias. • Um efeito fundamental é que as citocinas pró- inflamatórias essenciais (p. ex., IL-1 e IL-6) são hiporreguladas. • Os linfócitos T ficam impedidos de produzir IL-2 e proliferar. TOXICIDADE • catarata • diabetes • hipertensão • osteoporose • dificuldade na cicatrização de feridas • aumento do risco de infecção • glicocorticoides + inibidor da calcineurina: redução das doses ou a suspensão rápida dos esteroides → menos morbidades induzidas por esteroides INIBIDORES SELETIVOS DA PRODUÇÃO E DA FUNÇÃO DAS CITOCINAS • As citocinas são proteínas sinalizadoras solúveis, antígenos não específicos, que se ligam a receptores, na superfície celular, em várias células • O termo “citocina” inclui interleucinas (ILs), interferonas (IFNs), fatores de necrose tumoral (FNTs), fatores transformadores de crescimento e fatores estimulantes de colônias. • É de interesse particular a IL-2, um fator de crescimento que estimula a proliferação das células T (auxiliares) marcadas pelo antígeno, que subsequentemente produzem mais IL-2, IFN-γ e FNT-α • Essas citocinas ativam coletivamente células natural killers, macrófagos e linfócitos T citotóxicos • Fármacos que interferem na produção ou na atividade da IL-2 reduzem significativamente a resposta imune e, assim, diminuem a rejeição de transplantes • Esses fármacos podem ser divididos ainda em três classes: o 1) inibidores da calcineurina (ciclosporina e tacrolimo), o 2) bloqueadores de coestimulação (belatacepte); o 3) inibidores de mTOR (sirolimo e everolimo). INIBIDORES DA CALCINEURINA • Ciclosporina, tacrolimo • Agentes imunossupressores mais eficazes em uso rotineiro • Atuam nas vias sinalizadoras induzidas em consequência da ativação dos receptores dos linfócitos T • inibem a transdução dos sinais das células T normais • não atuam como agentes imunossupressores intrínsecos → ligam-se a umaimunofilina (ciclofilina no caso da ciclosporina, ou FKBP-12 para o tacrolimo, resultando na interação subsequente com a calcineurina para bloquear a atividade da fosfatase BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB • A desfosforilação catalisada pela calcineurina é necessária ao movimento de um componente do fator nuclear dos linfócitos T ativados (NF AT) para dentro do núcleo • Por sua vez, o NFAT é necessário à indução de alguns genes das citocinas, incluindo-se o da interleucina-2 {IL- 2), um protótipo do fator de crescimento e diferenciação dos linfócitos T. • A desfosforilação catalisada pela calcineurina é necessária ao movimento de um componente do fator nuclear dos linfócitos T ativados (FNCTA) para dentro do núcleo → FNcTA induz produção de citocinas (IL-2) MECANISMO DE AÇÃO • Inibição da síntese de IL-2 e outras citocinas pela interação com imunofilinas CICLOSPORINA • Administração: VO, IV • Usos clínicos: transplantes de órgãos, tratamento da doença do enxerto versus hospedeiro, tratamento de distúrbios autoimunes • Pode ser usada na uveíte, artrite reumatóide e psoríase • Uso de forma isolada ou associada a outros agentes imunossupressores • A ciclosporina geralmente é combinada com outros fármacos, principalmente glicocorticoides e azatioprina ou micofenolato e, mais recentemente, com o sirolimo. • Mecanismo de ação o Esse fármaco inibe preferencialmente a transdução de sinais iniciada pelo antígeno nos linfócitos T, dificultando a expressão de muitas linfocinas (inclusive IL-2) e das proteínas antiapoptose. o A ciclosporina forma um complexo com a ciclofilina, uma proteína receptora citoplasmática presente nas células alvo o Esse complexo liga-se à calcineurina e inibe a desfosforilação do componente citosólico do NFAT, que é estimulada pelo Ca2+ o Quando o NF AT citoplasmático é desfosforilado, ele é transferido ao núcleo e forma complexos com os componentes nucleares necessários à ativação completa dos linfócitos T, inclusive a transativação do gene da IL-2 e de outras linfocinas. o A atividade da calcineurina fosfatase fica inibida depois da interação física com o complexo ciclosporina-ciclofilina. BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB o Isso impede a desfosforilação do NFAT, de tal forma que ele não entra no núcleo, a transcrição genética não é ativada e o linfócito T não consegue responder à estimulação antigênica específica. • Metabolismo CYP450: interações medicamentosas → Variabilidade de biodisponibilidade interpacientes • Toxicidade o Nefrotoxicidade → Monitorar função renal e hepática nos usuários o hipertensão o hiperglicemia o disfunção hepática o hiperpotassemia o alteração do estado mental o convulsões o hirsutismo o Infecções e linfomas podem ser comuns em usuários TACROLIMO • Administração: VO, IV • Mecanismo de ação o inibe a ativação de células T inibindo a calcineurina o O tacrolimo liga-se a uma proteína intracelular, a proteína de ligação ao FK506 (FKBP-12), uma imunofilina estruturalmente relacionada com a ciclofilina o Em seguida, forma-se um complexo de tacrolimo-FKBP-12, Ca2+, calmodulina e calcineurina e a atividade da fosfatase calcineurina é inibida o a inibição da atividade de fosfatase impede a desfosforilação e a translocação nuclear de NFAT e inibe a ativação de células T. • Usos clínicos: transplantes de órgãos, tratamento da doença do enxerto versus hospedeiro, tratamento de distúrbios autoimunes o profilaxia de rejeição do aloenxerto de órgão sólido • Destaque: transplante de órgãos e de células-tronco • 10 a 100x mais potente na inibição de resposta imune do que a ciclosporina • Metabolismo CYP450 → Interações medicamentosas • Toxicidade: o nefrotoxicidade (menor do que na ciclosporina) o hipertensão o hiperglicemia o hiperpotassemia o neurotoxicidade o queixas gastrointestinais o Risco aumentado de Infecções oportunistas e tumores secundários em usuários • Pomada de tacrolimo é usada na terapia da dermatite atópica e da psoríase AGENTES ANTIPROLIFERATIVOS • Sirolimo, everolimo • Inibem o sinal de proliferação das células T • Mecanismo de ação: Bloqueio de mTOR (via de sinalização intracelular para crescimento e proliferação da célula, angiogênese e metabolismo) • Os PSI se ligam à imunofilina circulante proteína 12 de ligação do FK506 resultando em um complexo ativo que bloqueia o alvo molecular da rapamicina (Mtor) • O mTOR é um componente essencial de uma complexa via de sinalização intracelular envolvida nos processos celulares como crescimento e proliferação da célula, angiogênese e metabolismo • Dessa maneira, o bloqueio do mTOR pode, por fim, levar à inibição da proliferação da célula T derivada da interleucina • A inibição da mTOR bloqueia a progressão do ciclo celular na transição das fases G1→S. • • Sirolimo o Usos clínicos: Profilaxia e tratamento da DEVH aguda e crônica, refratária a esteroides, em receptores de transplante de células-tronco hematopoiéticas o indicado para a profilaxia da rejeição do transplante de órgãos geralmente em combinação com uma dose reduzida de inibidor da calcineurina e glicocorticoides • Everolimo BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB o Eficácia clínica semelhante à do sirolimo em receptores de transplante de órgão sólido o Muitas semelhanças clínicas e químicas com o sirolimo → diferença na farmacocinética → meia vida mais curta • Uso isolado e em combinação com outros imunossupressores para evitar rejeição de aloenxertos de órgãos sólidos • Toxicidade o Mielossupressão profunda (principalmente trombocitopenia), hepatotoxicidade, diarreia, hipertrigliceridemia, pneumonite e cefaleia AGENTES ANTIMETABÓLITOS • Azatioprina, Micofenolato de mofetil, ciclofosfamida • • Agentes citotóxicos • Interferem no DNA da célula → Interferem na proliferação clonal dos linfócitos T e B → Interferem na replicação de genes envolvidos na resposta imune • Usados geralmente em associação com corticoides e inibidores da calcineurina AZATIOPRINA • Antimetabólito da purina e derivado imidazolil da 6- mercaptopurina • Administração: VO, IV • Usos clínicos: o coadjuvante na profilaxia da rejeição dos órgãos transplantados e no tratamento da artrite reumatoide grave • Transplante: dose inicial habitual varia de 3-5 mg/kg/dia • Artrite reumatóide: doses iniciais menores (1 mg/kg/dia) • Mecanismo de ação o Depois da exposição aos nucleófilos como a glutationa, a azatioprina é clivada em 6- mercaptopurina que, por sua vez, é convertida em outros metabólitos que inibem a nova síntese das purinas o A 6-tio-IMP, um falso nucleotídeo, é convertida em 6-tio-GMP e finalmente em 6- tio-GTP, que é incorporado ao DNA. o Dessa forma, a proliferação celular fica inibida e várias funções linfocitárias são suprimidas • Toxicidade o Principal efeito adverso é a mielossupressão (leucopenia, trombocitopenia e/ou anemia) o O hemograma completo e as provas de função hepática devem ser monitorados o Outros: ▪ aumento da suscetibilidade às infecções (principalmente vírus varicela e herpes simples) ▪ hepatotoxicidade ▪ alopecia ▪ toxicidade GI ▪ pancreatite ▪ aumento do risco de desenvolver neoplasias • Interação Medicamentosa o alopurinol x azatioprina: (metabolismo da xantina oxidase) o aumento do tempo de ação e dos efeitos tóxicos da 6-mercaptopurina o A xantina oxidase, uma enzima fundamental ao catabolismo dos metabólitos da azatioprina, é bloqueada pelo alopurinol. CICLOFOSFAMIDA • Uso clínico: casos graves de artrite reumatoide em que todas as outras terapias falharam; transplante de medula óssea • Administração: VO e EV • Inibição da síntese de DNA • Grupos alquila formam ligações covalentes entre grupos eletronegativosdo DNA • Destrói células em proliferação de linfócitos T e B por alquilação do DNA • A ciclofosfamida destrói as células linfoides em proliferação, mas também parece alquilar algumas células em repouso • Mecanismo de ação • Toxicidade o mielosupressão, cistite hemorrágica MICOFENOLATO DE MOFETIL (MMF) BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB • Usos clínicos: profilaxia da rejeição dos transplantes e geralmente é utilizado com glicocorticoides e um inibidor da calcineurina • 1ª linha para prevenção ou redução da vasculopatia crônica em aloenxerto nos receptores de transplante cardíaco • Inibe as respostas dos linfócitos T e B, inclusive as respostas mitogênica e linfocitária mista • Alternativa para a ciclosporina ou o tacrolimo nos pacientes que não toleram esses fármacos • Mecanismo de ação o O MMF é um pró-fármaco rapidamente hidrolisado no fármaco ativo, MPA, que é um inibidor seletivo, não competitivo, reversível da monofosfato de inosina desidrogenase (IMPDH) o Essa enzima é importante para a nova via de sintese dos nucleotídeos de guanina o Bloqueio da formação de guanosina monofosfato (GMP) → Inibição da síntese de purinas nos linfócitos B e T o o medicamento inibe as respostas dos linfócitos T e B, inclusive as respostas mitogênica e linfocitária mista, provavelmente por meio de inibição da síntese de purinas • Administração: VO e EV • Pró-fármaco: geração de ácido micofenólico (molécula ativa) • Metabolismo não envolve o CY450 mas apresenta IM • Toxicidade o Distúrbios gastrintestinais (náuseas e vômitos, diarreia, dor abdominal) o Cefaleia o hipertensão o mielossupressão reversível (principalmente neutropenia) LEFLUNOMIDA • Uso clínico: tratamento da artrite reumatóide em adultos; prevenção da rejeição de transplantes • Efeito inibitório sobre a ativação dos linfócitos T • Metabólito ativo → Teriflunomida • Mecanismo de ação o Inibição da enzima diidro-orotato desidrogenase → Inibe a síntese de pirimidinas • Administração: VO • O fármaco é teratogênico e contraindicado na gravidez • Toxicidade: o elevação das enzimas hepáticas com algum risco de lesão hepática e de comprometimento renal ANTICORPOS • Os anticorpos policlonais e monoclonais dirigidos contra os antígenos de superfície dos linfócitos são amplamente utilizados na profilaxia e no tratamento da rejeição dos transplantes de órgãos ANTICORPOS POLICLONAIS • Produzidos por injeções repetidas dos timócitos (GAT) ou linfócitos (globulina antilinfócitos, GAL) humanos em animais como cavalos, coelhos, ovelhas ou cabras • Fração purificada coletada é usada como imunossupressor • Ação: citotoxicidade direta nos linfócitos circulantes • Altamente eficazes, porém variam quanto à eficácia e à toxicidade de um lote para outro ANTICORPOS MONOCLONAIS • São criados a partir dos linfócitos B (de camundongos ou hamsters imunizados) fundidos a células tumorais o As células híbridas resultantes podem ser clonadas individualmente, e cada clone produz anticorpos direcionados contra um único tipo antigênico BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB MUROMONABE-CD3 (OKT-3) • Anticorpo murino anti-CD3 • Os anticorpos dirigidos contra a cadeia e do CD3, uma molécula trimérica situada ao lado do receptor das células T na superficie dos linfócitos T humanos, têm sido utilizados com eficácia significativa nos transplantes humanos • Uso clínico: tratamento da rejeição aguda dos transplantes de órgãos • Usado pra reverter episódios de rejeição resistentes aos glicocorticoides • Mecanismo de ação o liga-se à cadeia do CD3, um componente monomórfico do complexo do receptor das células T envolvido no reconhecimento dos antígenos e na sinalização e proliferação celulares o O tratamento com esse anticorpo provoca a interiorização rápida do receptor das células Te, dessa forma, impede o reconhecimento subsequente dos antígenos o Logo depois da administração do anticorpo, há depleção e extravasamento da maioria das células T presentes na corrente sanguínea e nos órgãos linfoides periféricos como linfonodos e baço. • A administração repetida causa imunização do paciente contra os determinantes murinos do anticorpo e isso pode neutralizar e anular sua eficácia imunossupressora • Dose recomendada: 5 mg/dia (adultos) em injeção intravenosa única durante 10-14 dias • Toxicidade: o Síndrome de liberação de citocinas (febre alta, cefaleia, fraqueza generalizada) o *Adm. de glicocorticoides para prevenção da reação o Aumento da suscetibilidade à infecções DACLIZUMABE (25% MURINO E 75% HUMANO) /BASILIXIMABE (90% HUMANO) • Uso clínico: profilaxia da rejeição aguda dos transplantes em pacientes adultos • O basiliximabe é uma IgG1 quimérica murina-humana que se liga ao CD25, o receptor de cadeia a da IL-2 nos linfócitos ativados • O daclizumabe é uma IgG1 humanizada, que também se liga à subunidade a do receptor de IL-2. • Ambos os agentes funcionam como antagonistas da IL- 2, impedindo que ela se ligue aos linfócitos ativados e são, portanto, imunossupressores • Anticorpos antirreceptor de IL-2 (anti-CD25) • Mecanismo de ação: o provavelmente resulta da ligação ao receptor da IL-2 dos linfócitos T ativados • Toxicidade o Nenhuma síndrome de liberação das citocinas foi observada com esses anticorpos, mas podem ocorrer reações anafiláticas o Incidência baixa de infecções oportunistas e distúrbios linfoproliferativos BETALECEPTE • O belatacepte, um bloqueador de coestimulação de segunda geração, é uma proteína de fusão BIA GUIMARÃES TURMA XVI MED UESB recombinante que atinge o segundo sinal da cascata de ativação da imunidade • Uso clínico: transplante de órgãos – tratamento imunossupressor de longa duração • Pode substituir os inibidores da calcineurina para evitar as complicações cardiovasculares, metabólicas e renais de longa duração e prejudiciais • Mecanismo de ação o O belatacepte bloqueia a coestimulação dos linfócitos T mediada por CD28 (segundo sinal), ligando-se ao CD80 e ao CD86 nas CAAs. o Isso impede os sinais estimulantes e promove a sobrevivência e a proliferação das células T e a produção de IL-2. • Uso IV e dosificado em duas fases o Fase inicial: dose alta → administrada em intervalos mais frequentes o Fase de manutenção: dose diminui→ administrada uma vez por mês • Contraindicado para pacientes que nunca foram expostos ao vírus Epstein-Barr (EBV) o A titulação sorológica para o EBV é obtida para confirmar a exposição o vírus Epstein-Barr (EBV, do inglês Epstein-Barr virus) → causa comum de DLPT • Toxicidade o aumenta o risco de distúrbio linfoproliferativo pós-transplante (DLPT), particularmente no SNC ▪ efeitos comuns: anemia, diarreia, infecção do trato urinário e edema •
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