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Resenha A Revolta de Stonewall

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Atividade: Assistir ao documentário “A Revolta de Stonewall” de Leon Hirszman e escrever um comentário de até três laudas digitadas sobre o filme, relacionando-o aos textos discutidos.
Stonewall: quando os oprimidos reagem à opressão
Exibido em 2014, o documentário “A Revolta de Stonewall” apresenta a realidade vivida durante anos pelos membros da comunidade LGBTQIA + nos Estados Unidos e como se deu a primeira mobilização deste grupo no país, a fim de reivindicar seu devido respeito e espaço na sociedade. 
O vídeo começa retratando cenas fortes, de como a homossexualidade era vista como uma doença psiquiatra durante décadas, levando as pessoas que tinham tal orientação sexual a sessões de torturas que eram apresentadas como “processos de cura”, já que a sociedade os consideravam então como doentes por não manifestarem a heterosexualidade, que era a única orientação então aceita socialmente. 
A proibição das consideradas “tendências homossexuais”, desde a infância até a vida adulta, fazia com que gays, lésbicas, travestis e demais pessoas que de alguma forma fossem consideradas ameaças à heteronormatividade fossem reprimidas e perseguidas durante suas vidas, impedidas de serem elas mesmas. Tal repressão chegava ao nível de gerar prisões, agressões físicas, e, continuamente, violências simbólicas e institucionais pelos órgãos públicos. 
Após tal contextualização e resgate histórico, o documentário passa a mostrar como os bares gays eram os únicos espaços onde tais pessoas podiam de fato encontrar-se e manifestar sua própria identidade, embora sempre sob perseguições, medos, submetidas a lugares insalubres e situações de risco para que de fato pudessem fazê-lo. A considerada “Revolta de Stonewall” propriamente dita se deu quando, após vários anos tendo que suportar o cenário de violências e perseguições, o grupo se reuniu e pela primeira vez reagiu de fato, enquanto grupo oprimido, às opressões então vividas, enfrentando as forças policiais do Estado e se recusando a deixar as ruas que frequentavam. Deste movimento em diante, o grupo de fato se organizou de forma política, a reivindicar suas pautas e exigir aceitação na sociedade. 
Tal revolta foi a semente pela qual se germinaram as paradas do Orgulho Gay em diversos países, inclusive o Brasil. É um movimento de reconhecimento - adotando o conceito de Nancy Fraser - legítimo, ou seja, que exige seu reconhecimento enquanto um grupo social igualmente merecedor de direitos como são todo o conjunto heteronormativo da sociedade.
As autoras Regina, Íris e Stephanie, em artigo no qual são analisados os movimentos negro, feminista e LGBTI no Brasil, apontam como:
Nos últimos 40 anos, passamos a conviver, no Brasil, com um conjunto de iniciativas que foram identificadas na literatura como “novos movimentos sociais” ou “alternativos”, por oposição a formatos “mais tradicionais” de participação política. Tais movimentos foram, algumas vezes, classificados, ainda, como “identitários”, sendo também recorrentemente acusados de divisionismo. (FACCHINI, CARMO e LIMA, 2020)
	Por não se enquadrarem na categoria de movimento social tradicional, ou seja, os grupos que historicamente reivindicavam pautas vinculadas à questão da luta de classes, estes novos movimentos são considerados novos. No entanto, suas pautas são tão necessárias quanto às do anterior, uma vez que não se pode pensar em uma sociedade com garantia de redistribuição na qual grupos como as mulheres, a população negra e LGBTQIA + não tenham seus direitos fundamentais devidamente garantidos. 
Um conceito recente das ciências sociais, ainda sobre esta temática, é o de interseccionalidade. Este aponta sobre como estes três grupos muitas vezes precisam ser levados em consideração de maneira conjunta, já que mulheres negras sofrem problemas sociais de forma diferente de mulheres brancas, por exemplo; da mesma forma que um homem gay negro tem barreiras de racismo para enfrentar além da sexualidade, o que não ocorre com os gays brancos, etc. 
Desta forma, o documentário é essencial para compreender as origens e a importância da mobilização do grupo LGBTQIA +, e nos permite identificar as necessidades de políticas públicas que assegurem os direitos deste grupo e de todos os que de alguma forma sofrem significativa opressão social e negação de acesso à espaços públicos. 
Referências 
· A Revolta de Stonewall
· movimentos feminista, negro e lgbti no brasil: sujeitos, teias e enquadramentos

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