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1 Gestão e Liderança Profa Dra Rita de Cássia Oliveira Podemos criticar a escola existente, mas temos excelentes motivos para dedicar-lhe o melhor de nossos esforços, para convertê-la não só em nosso objeto de estudo e trabalho, mas numa causa ampla, generosa, democrática (NOGUEIRA, 2002) Esta disciplina objetiva oferecer ao gestor elementos para acompanhar e aprimorar os processos internos de desenvolvimento pedagógico e organizacional das unidades escolares. Neste módulo, ganham centralidade os objetivos gerais: compreender a importância do gestor-líder nos processos educacionais democráticos; analisar a relação entre a gestão (do ensino, do espaço e tempos escolares) e o sucesso escolar dos discentes, conhecer a legislação que determina como dever ser a organização da oferta da educação escolar no Brasil e, mediante esses objetivos, discutir o papel do gestor nos processos de elaboração, implementação e avaliação do projeto político pedagógico. Para alcançar os objetivos desta disciplina elaboramos três unidades de estudo. A primeira unidade propõe o estudo da Liderança e gestão escolar, a partir do exame do papel que o gestor escolar deve assumir frente à instituição de ensino que dirige. O desdobramento desse estudo, na primeira unidade, se atém às condições internas da gestão escolar, mas nos leva a inquirir sobre as forças externas que influenciam a organização interna nas escolas. Por isso, a segunda unidade desta disciplina objetiva analisar, a partir da legislação que rege o ensino no Brasil, os princípios sob os quais a educação escolar deve ser organizada, as competências e atribuições dos entes federativos e os seus desdobramentos na oferta dessa educação escolar. A terceira unidade objetiva a continuidade desse estudo alcançando a prática da gestão democrática do ensino na escola. Como se pode ver, abordaremos aspectos fundamentais neste Curso de Especialização em Gestão e Avaliação da Educação Pública. 2 Módulo IV - Primeira unidade: Liderança e gestão escolar INTRODUÇÃO Como já anunciado, nesta primeira unidade o tema central será liderança e gestão escolar, ganhando atenção principal os aspectos organizacionais internos à escola. Nesse contexto, importa conhecer: a gestão do ensino, dos espaços e dos tempos da escola; as características promotoras de sucesso escolar; a importância da participação para o desenho dos planos de melhoria da escola; o planejamento financeiro e o gerenciamento de orçamentos escolares. É importante destacar que analisamos tais aspectos organizacionais internos sabendo que, para propor ações nas escolas, não é possível desconsiderar as influências externas ao cotidiano escolar. Essa dinâmica será abordada nesta disciplina por meio do estudo da legislação que, ainda que toque diretamente todos os tópicos desta primeira unidade, será analisada de forma pormenorizada nas duas unidades posteriores a esta. 1 – Gestão e liderança escolar Iniciamos esta seção propondo pensar a escola como uma instituição que, como qualquer outra deve ser governada e dirigida. Governada no sentido de que periodicamente grupos diferentes de pessoas assumem e a sua governança, por meio de eleições, concurso ou indicação política, e propõem ações alinhadas com as suas ideias. Dirigida no sentido de que essas ações levam a educação escolar a uma direção específica. Então, o grupo que assume o governo da escola influencia a direção das ações escolares no que se refere à qualidade do ensino ofertado e, nesse processo, ao modo como professores e alunos permanecem na escola. Como a escola pública deve ser governada? De acordo com o artigo 206 da Constituição Federal de 1988 (CF 1988) a gestão democrática é um dos princípios sob os quais a oferta do ensino será 3 organizada. Isto quer dizer que a direção do governo da escola, como instituição pública, deve ser escolhida por meio da participação de todos os profissionais do ensino que participam de determinada comunidade 1 escolar. Organizar a oferta do ensino sob tal princípio é opção que se opõe a qualquer forma de autoritarismo, linha tênue entre características de lideranças que podem tender desde à imposição de suas ideias até a total falta de intervenção no rumos da instituição. Ainda que muitos estudiosos empreendam esforços na distinção entre o que seja gestão escolar e liderança escolar (PENA, 2013), partindo da compreensão de para que dirigir uma escola é necessário compor um campo de liderança não separamos, como Nogueira (2003, p.3) e como Pena (2013. p. 156), o ato de governar do ato de dirigir a escola. Não separaremos, aqui, a gestão e a liderança escolar. Trataremos a liderança como uma qualidade da gestão democrática. Para que essa qualidade se torne real é necessário compreender, como Pena (2013. p. 156), a “liderança como um exercício de gestão democrática, coordenado pelo diretor e executado de forma compartilhada na escola”. A equipe gestora é composta, em geral, pelo diretor, vice-diretor e coordenador pedagógico. Dirigir, neste caso, diz respeito à escolha da direção a orientar os processos educacionais. Como se trata de uma gestão democrática, essa escolha deve ser compartilhada, bem como a execução das ações definidas. Qual a concepção de educação deverá orientar a proposta educacional da instituição? A escola fará adesão à determinada política? Qual a proposta curricular servirá de base para organizar a oferta da educação infantil, do ensino fundamental e do médio? Como serão organizados os espaços e os tempos para o desenvolvimento da proposta educacional? Como as propostas serão articuladas entre os anos escolares, entre os conteúdos das disciplinas curriculares e entre elas e as demais atividades da escola? Quando e com quais recursos materiais? Nota-se a impossibilidade de que, ainda que reunidos entre si, diretores, vice- diretores e coordenadores pedagógicos efetivem ações para a oferta do ensino escolar com a garantia do padrão de qualidade, conforme estabelece a CF 1988. Como esse quadro de dirigentes pode assegurar que o ensino seja de boa qualidade se tal ação 1 “(...) A noção de comunidade está mais relacionada a uma dada forma de relação entre as pessoas do que propriamente aos grupos que a compõem. O mais importante é o compartilhamento de um projeto educativo eleito por todos que dele desejem participar” (TEIXEIRA, 2010). 4 depende de um grupo de profissionais do ensino a atuar, diretamente, junto aos discentes nas salas de aulas? Cabe-nos pensar que, ao assumir a liderança como um exercício de gestão democrática, o diretor escolar passa a coordenar a execução compartilhada das ações na escola e nesse processo “são necessários: o permanente foco na aprendizagem, a adoção de ações de comunicação efetiva, de práticas administrativas eficientes e de atitudes positivas do diretor em relação à sua capacidade de liderança” (PENA, 2013, p.156). Emerge dessa compreensão a figura do gestor-líder, aquele que reúne as qualidades necessárias para dirigir a escola no sentido de garantir o direito de aprender aos alunos. O gestor-líder, então, é aquele que dirige a escola no sentido dessa garantia dos direitos às aprendizagens, a partir de práticas intencionais como já mencionado, e não de características pessoais. O gestor-líder traz para o primeiro plano a ação coletiva na instituição escolar, planeja e coordena a execução das ações a partir dos seus conhecimentos e os da comunidade escolar. Nesse processo, a comunicação efetiva é fundamental para manter o permanente foco na aprendizagem dos alunos. Comunicar efetivamente não é sinônimo de reuniões exaustivas, ao contrário, significa a prática de esclarecimento sobre o que deve ser realizado na escola para obter bons resultados nas práticaspedagógicas. Nesse contexto, há exigência de um repertório amplo de conhecimentos por parte do gestor líder. É preciso saber para poder propor. É preciso saber ouvir para compreender as dificuldades presentes e tanto aprender como ensinar o caminho. Como se vê, tudo isto só pode realizar-se quando há práticas coordenadas para uma participação que tenha sempre como objetivo central: as aprendizagens dos alunos. Tal aspecto caracteriza, amplamente, uma gestão democrática, pois não somente garante o espaço para a participação dos docentes, mas principalmente garante que a finalidade da educação escolar ganhe centralidade em todos os processos escolares, colocando em primeiro plano a garantia dos direitos dos alunos. Para essa garantia do padrão de qualidade na educação escolar o Ministério da Educação (MEC) tem proposto, a partir de 2007, com o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), diversas políticas que tocam diretamente a gestão do ensino nas escolas. Desde o Módulo I: Disciplina Políticas Públicas e Educação, esse contexto político tem sido proposta do estudo neste curso de especialização. Neste Módulo IV é 5 importante destacar que, além do Programa de Desenvolvimento da Escola (PDE Escola, atual PDDE Interativo) e outros programas formativos, os Programa Mais Educação, Mais Cultura, Escola Aberta, por exemplo, tem sido o meio de ampliar as oportunidades de aprendizagem dos alunos, devendo as atividades realizadas por meio deles serem articuladas com os conteúdos das disciplinas curriculares. Sem esta articulação perde-se de vista o objetivo central dessas políticas e também da escola: a oferta de um ensino de boa qualidade para os alunos (OLIVEIRA, 2014). No que se refere ao Programa Mais Educação (PME), podemos afirmar que tem sido a estratégia da União para melhorar a qualidade do ensino por meio da oferta da educação integral em tempo integral (OLIVEIRA, 2014). Há urgência formativa não somente para os professores, mas também para que os gestores possam lidar com esta nova realidade, sob pena de que os recursos humanos e materiais não sejam direcionados à finalidade precípua dessa política e, principalmente, da educação escolar (OLIVEIRA, 2014). No limite deste texto, trataremos a gestão do ensino nesse novo contexto na seção seguinte. 2 - Gestão do ensino: os espaços e os tempos na escola “a ampliação da jornada escolar dificilmente consegue influir na qualidade da educação, se não se constitui como uma Educação integral, entendida esta como formação completa do ser humano” (COELHO, 2012, p.75). Tomamos esta epígrafe como referência para continuarmos a pensar sobre a qualidade do ensino. Como vimos, o gestor-líder deve coordenar as a execução das ações para obtenção do fim específico da educação escolar: garantia do padrão de qualidade do ensino. Como o ensino precisa ser dirigido nesse sentido, a definição do currículo é fundamental para a organização das disciplinas, dos espaços e dos tempos na escola. Todos os esforços devem ser direcionados ao aspecto formativo dos alunos. Então, à gestão do ensino, ou gestão pedagógica, cabe lidar com a arquitetura organizacional para viabilizar a execução das ações que criem oportunidades de ensino e de aprendizagem na escola. Por isso, é sempre fundamental pensar sobre o modo 6 como os alunos e profissionais do ensino permanecem na escola. Boas práticas exigem condições adequadas a elas. Quando apontamos o fato de o Programa Mais Educação (PME) pretender induzir a educação integral por meio da ampliação do tempo do aluno na escola nos colocamos diante de um dilema: entendemos a educação integral como uma educação de boa qualidade, mas somente a ampliação do tempo do aluno na escola alcançaria esse tipo de educação? Destacamos, anteriormente, a importância de pensar o modo como os alunos e profissionais do ensino permanecem na escola. A educação integral somente pode ser intencionada sob os pilares: tipo de vivências escolares, infraestrutura adequada, formação continuada de todos os profissionais do ensino, projeto educacional construído e executado de forma intencional e conhecimento das experiências dos alunos. Como este tipo de educação toma como referência a formação integral do indivíduo, há alteração não somente no currículo das escolas, mas também, nos espaços, nos tempos e na gestão do ensino para oferta das atividades desse tipo de educação. Ainda sem ampliar essa jornada, não havia um modo efetivo de organizar os espaços e os tempos escolares de modo a alterar os resultados do ensino. Tal aspecto infraestrutural e organizacional não pode ser desprezado. Magrone (2008) considerou que, “na cadeia de fatores que define o sucesso ou o fracasso escolar, as condições físicas não são consideradas um fator desprezível”. Tais condições são relevantes porque “a degradação material, associada a outros fatores negativos, como a violência e as drogas, torna difícil a realização de qualquer ação pedagógica” (IDEM). Nesse contexto cabe lembrar que “o pior tipo de educação é aquela que naturaliza as circunstâncias humanamente degradantes” (IDEM). A razão para a oferta da educação escolar se opõe, fortemente, à essas circunstâncias. Superar situações inadequadas exige pensar alternativas para organização de um espaço escolar que amplie as condições de estar bem, do viver bem e de aprendizagens coesas com os direitos de cidadania dos alunos e dos profissionais do ensino (OLIVEIRA, 2014). A realidade atual impinge essa reflexão no cotidiano escolar, pois o PME foi proposto como maneira de, não somente melhorar a qualidade do ensino, mas de saldar o débito já constituído desde o início do século XX (COELHO, 2009a, CAVALIERE, 2010) e oficializado no artigo 34 da LDBEN de 1996, que diz respeito à oferta da 7 educação integral. A adesão das escolas ao PME significa também aderir a seus princípios, fundamentalmente, à educação integral em tempo integral (OLIVEIRA, 2014). Tal aspecto exige mudanças profundas no modo como a educação escolar tem sido organizada no interior das escolas e pensada na formulação das políticas. De tal aspecto é que entendemos a chegada do PME como uma exigência factual de esforço maior ante a organização interna da escola. Há que se ter espaços adequados à realização das atividades, por exemplo, teatro, dança, laboratórios de ciências e de aprendizagem, atividades esportivas, jogos lúdicos, atividades específicas para os alunos com deficiências etc. Além das salas de aula há exigência desses espaços específicos para que todos possam ter vivências qualitativas no período de tempo ampliado na escola. Além dos saberes para o ensino dos conteúdos das disciplinas curriculares os professores precisam conhecer métodos para articular esses conteúdos àqueles das atividades socioeducativas e vice-versa (OLIVEIRA, 2014). Como se pode ver, tomamos essa realidade nova para pensar desafios que não haviam sido superados antes dessa pressão por maior tempo de permanência dos alunos nas escolas. Tal esforço abarca as ações da gestão escolar e conflui no mesmo contexto de implementação do atual PDDE Interativo. Foi preciso incluir essa pequena incursão para uma abordagem mais ampla da gestão do ensino no tempo atual. Nesse sentido, a separação entre as ações escolares e as experiências da vida social dificulta intervir nos rumos do ensino. Com isso, reafirma-se a necessidade do conhecimento da cultura da comunidade na acepção mais ampliada (TEIXEIRA, 2010) para a construção das propostas educacionais nas instituições escolares. A cultura escolar é organizada, sistematizada, didatizada não somente a partir dos conhecimentos científicos e das culturas das escolas e das comunidades, mas é influenciada pelo contexto mais amplo, o Estado. Emanam do poder público políticas e propostas construídas a partir dos ideáriosdo governo, que chegam às escolas por meio dos institutos legais, em outras palavras, das políticas. Em busca dessa coerência entre o discurso e a realidade, as questões que dizem respeito à implementação dos processos didático-pedagógicos ganham materialidade, quando perguntamos: o que precisamos fazer para implementar um ensino de boa qualidade? Então, como exposto anteriormente, sabemos que é necessário que a escola 8 se oriente por um currículo que não negue aos alunos o ensino dos conteúdos que eles têm direito a conhecer, que é necessário que o professor conheça o conteúdo que está proposto no currículo, que o professor saiba tanto ensinar quanto reconhecer a forma como os seus alunos aprendem. Nesse panorama, a gestão da escola deve saber se organizar em torno dos processos pedagógicos e administrativos de modo a assumir, como figura central da instituição escolar, a elaboração coletiva de um currículo adequado às concepções de educação a que se aderiu. A partir disso é que devem ser organizados os espaços e os tempos na escola, priorizando sempre o direito de aprendizagem dos alunos e jamais os interesses externos à proteção desse direito. 3 - Sucesso escolar e a importância da participação no desenho dos planos de melhoria do ensino e na sua execução o projeto político pedagógico é um meio de engajamento coletivo para integrar ações dispersas, criar sinergias no sentido de buscar soluções alternativas para diferentes momentos do trabalho pedagógico- administrativo, desenvolver o sentimento de pertença, mobilizar os protagonistas para a explicitação de objetivos comuns definindo o norte das ações a serem desencadeadas, fortalecer a construção de uma coerência comum, mas indispensável para que a ação coletiva produza seus efeitos (VEIGA, 2003, p. 275) A epígrafe mostra que o trabalho escolar deve produzir efeitos por meio da ação coletiva. Tratamos aqui do sucesso escolar dos alunos como efeito que justifica esse esforço coletivo e como direito dos alunos. As ações intencionais para a obtenção de bons resultados escolares, que signifiquem sucessos individuais para os alunos, exigem o seu planejamento por meio do trabalho coletivo dos profissionais do ensino. Nessa perspectiva, Veiga (2003, p.274) considera que o valor do processo de construção coletiva do PPP nas escolas está relacionado ao modo de sua construção, no qual se configuram a particularidade e a singularidade da instituição escolar que tem como centro os alunos que permanecem nela. Entretanto, assim como Fonseca e Oliveira (2003) perceberam as fragilidades da gestão escolar na construção da proposta educacional coletiva, ou seja, do PPP, Vieira e Vidal (2010) destacaram a dificuldade dos gestores em identificar e definir os resultados 9 das suas escolas no “amplo espectro das dimensões da gestão escolar”, o que mostra a negligência deles sobre os aspectos negativos e sobre os fatores que levaram a esses resultados. Vieira e Vidal (2010) concluíram que, para obter sucesso é necessário que os esforços sejam centrados na aprendizagem dos alunos. Dessa forma, é preciso retirar da escola a sobrecarga de “missões” sociais, além de ter, toda a equipe, a atenção centralizada nessa aprendizagem. Então, o planejamento educacional precisa ser direcionado nesse sentido, devendo ser construídas estratégias para superar os desafios que impedem centralizar a atenção de toda a equipe escolar na aprendizagem dos alunos. Aqui cabe destacar que, O “fracasso escolar” não existe, o que existe são alunos fracassados, situações de fracasso, histórias escolares que terminal mal. Esses alunos, essas situações, essas histórias é que devem ser analisadas, (CHARLOT, 2000, p. 16 ). Apoiando-se nessa perspectiva, Andrade e Raitz (2012) neutralizaram os argumentos que reforçam essa ideia do fracasso escolar dos alunos e estudaram histórias de escolas públicas com bons resultados, ou seja, com alunos bem sucedidos ao final das etapas de aprendizagem escolar. Destacam importantes práticas que caracterizam escolas bem sucedidas no Brasil: eficácia e eficiência no trabalho do gestor, do professor e dos demais profissionais do ensino; a participação dos pais e da comunidade em geral na vida escolar dos alunos; o aperfeiçoamento profissional dos docentes; boa infraestrutura institucional e a responsabilidade dos profissionais do ensino pelo seu uso adequado; processos ativos de interlocução entre os profissionais do ensino, os alunos e seus responsáveis por eles; sensibilidade para conhecer a realidade dos alunos e correspondente esforço para produzir conhecimentos e comunicar por meio das experiências desses discentes e de suas famílias. Além dessas características é importante destacar a definição coletiva de um currículo escolar e da organização das disciplinas e dos seus conteúdos. Nesse processo é que se define “o quê” os professores devem ensinar para os alunos. Nessa definição há uma relação intrínseca com a direção a ser encaminhada para o ensino na escola. Altas expectativas em relação ao que os alunos devem aprender exigem correspondente esforço para que todo o bloco de características, elencado no parágrafo anterior, retratem uma instituição escolar bem sucedida. Lembrando a primeira seção, na qual tratamos a gestão e a liderança escolar, podemos afirmar que compete ao gestor-líder coordenar a execução de ações para que, 10 independente do público que frequenta a escola pública, os alunos tenham oportunidades de acesso ao ensino de boa qualidade, tendo, assim, bons resultados durante a sua vida escolar. Para executar essas ações o gestor-líder precisará coordenar um processo de construção coletiva do planejamento escolar. Nesse processo é imprescindível a participação de todos os profissionais do ensino, uma vez que não podemos executar bem aquilo que não conhecemos. Pode-se ver que a participação é imprescindível não só porque a LDBEN de 1996, no seu artigo 13 2 , a tornou obrigatória para os professores, principalmente, na construção da proposta pedagógica da escola. Ela é dever dos docentes e pode definir o sucesso ou o fracasso do ensino no interior das escolas. Aqui tratamos essa participação, no contexto de formulação e execução da proposta de ensino, como “ativa”, no sentido de que todos os partícipes da educação escolar devem buscar meios para superar os desafios, a partir do conhecimento, sensibilidade, cooperação e planejamento coletivo. Sempre entendendo que a finalidade da escola é garantir o direito de aprendizagem dos alunos. 4 – Orçamento e planejamento financeiro e o papel dos colegiados no fortalecimento da autonomia escolar e na promoção da gestão participativa Nesta seção adentramos o campo do suprimento das condições materiais adequadas para gerir a educação de boa qualidade. Objetivamos examinar esse aspecto analisando a gestão financeira, a autonomia escolar e a gestão participativa. Na primeira seção admitimos haver o governo da escola. Também uma direção. A 2 Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos; IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. 11 governança em uma gestão democrática exige a participação. A gestão da escola precisa coordenar os meios para que sejam executadas ações participativas naescolha da direção a ser tomada, aqui, no que diz respeito aos recursos financeiros recebidos nas escolas públicas. Ao falar sobre o orçamento e os recursos financeiros destacamos que, desde o aspecto mais amplo, há correlação com os acontecimentos nas escolas públicas, dado que como instituições elas são partes do Estado. O que é orçamento e gestão financeira? A escola tem autonomia financeira? Os projetos políticos pedagógicos (PPP) podem ser tomados como base para o planejamento financeiro das escolas? Qual o papel do colegiado escolar? Pensando a escola pública como instituição, assim como parte do Estado, cabe esclarecer o que seja orçamento público 3 : uma peça legal constituída pela previsão de receitas e de despesas, ou seja, do que as instituições públicas terão de recursos financeiros e de gastos para realizar as ações necessárias no município, estado e União. Os recursos destinados ao ensino integram os orçamentos da União, dos estados e dos municípios. Desde a origem esses recursos financeiros são atrelados à consecução de fins específicos. No nosso caso, a garantia do padrão de qualidade no ensino. No poder executivo desses entes federativos, os órgãos responsáveis pelo planejamento preparam a previsão das receitas e das despesas, a partir de metodologias específicas para conhecer os custos, por exemplo, da manutenção dos serviços públicos, das obras, dos projetos que o governo pretende desenvolver etc. No primeiro ano de cada novo governo há formulação do Plano Plurianual (PPA), contendo as ações propostas e a explicitação das fontes de recursos para realiza-las, por cada novo governo para um período de quatro anos. A concretização desses preceitos mais amplos do planejamento público é realizada por meio da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA). Tanto o PPA quanto a LOA são elaborados pelo poder executivo, que em forma de minuta de lei, apresenta ao poder legislativo o que pretende fazer e quais os recursos financeiros serão utilizados para tal. Cabe ao poder legislativo analisar e aprovar essas leis orçamentárias propostas pelo poder executivo para governar. Nas escolas públicas as despesas são planejadas a partir de um plano para o governo da escola? Todos os profissionais do ensino conhecem e opinam sobre este planejamento? Quem aprova os gastos nas escolas? Qual a importância de estudar este assunto? 3 Constituição Federal de 1988, art. 165 a 169. Lei 4.320 de 1964, Lei de Responsabilidade Fiscal. Plano Plurianual (PPA), Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA). 12 Ainda tomando como referência o orçamento público, lembramos que a sua elaboração possibilita a programação econômica e financeira das instituições públicas. Assim, constitui instrumento dinâmico de planejamento público, pois deve ser elaborado por meio de debates entre os mais diversos seguimentos da sociedade. Em função da exigência de aumento do teor participativo na sua elaboração, execução e controle, passou a orientar o modo como são realizados os gastos públicos, ou seja, trouxe à tona a qualidade das despesas. Essa, a importância de pensar sobre os recursos financeiros na escola. Há qualidade nos gastos quando eles são realizados para promover ações que viabilizem, direta ou indiretamente, a melhoria do ensino. Como os profissionais do ensino são aqueles que realizam as atividades educacionais junto aos alunos é imprescindível que eles opinem sobre o quê, como e quando comprar, ou seja, é imprescindível que participem do planejamento e dos processos decisórios. Importa conhecer esse aspecto a partir da história da educação brasileira que, mostra o início do recebimento dos recursos financeiros nas escolas somente a partir de 1995. Antes, todos os processos eram centralizados. Houve crescente descentralização até que, com o Plano de Desenvolvimento da Educação, em 2007, as escolas passaram a gerir recursos financeiros para a implementação de políticas educacionais. Nota-se a crescente necessidade de que o gestor-líder crie estratégias para planejar com base nos recursos disponíveis. Já não mais por sua escassez, mas porque chegam às escolas para realizar ações específicas e, somente são recebidos porque a gestão escolar diz que realizará essas ações. Atualmente, no campo mais amplo do Estado, o “orçamento programa 4 ” permite, à administração pública, avaliar os efeitos e os impactos da execução das despesas orçamentárias na sociedade, ajudando a melhorar a qualidade do processo de implementação das políticas públicas. Há orientação legal para que a ação obtenha determinados resultados. Numa correlação com a gestão da escola fica claro que os recursos recebidos foram previstos, desde o início do planejamento local ou estadual, por meio do “orçamento programa” que objetiva não somente suprir os gastos necessários, mas também, alcançar os resultados que justificaram a liberação de determinadas quantidades de recursos financeiros para determinadas atividades. Então, podemos pensar que esse financiamento está atrelado à proteção do direito educacional, 4 Descrição normativa dos recursos financeiros para alcançar metas. 13 principalmente, à garantia do padrão de qualidade do ensino. O orçamento deve ser instrumento observado para planejar e, assim, objetivar a eficiência, a eficácia e a efetividade das atividades na escola. O correlato nas escolas públicas diz respeito aos instrumentos construídos para o seu governo. Para que os instrumentos sirvam para dar uma direção ética à qualidade do ensino, todos os profissionais do ensino devem conhecer o currículo da escola, a proposta de ensino, os espaços onde as atividades serão realizadas, como devem ser realizadas, as necessidades dos alunos e da escola. Assim, poderão opinar, nessa direção, no processo de construção de um planejamento educacional, o que tradicionalmente é denominado como PPP. Contudo, é possível afirmar que o PPP não tem sido capaz de induzir ações que melhorem o ensino e nem pode ser tomado como referência para as decisões sobre o planejamento financeiro na escola. Isto ocorre porque, na cultura das escolas, o ato de planejar está desvinculado do ato de executar. Todas as abordagens sobre o processo orçamentário no campo do Estado mostram o contrário. Então, há necessidade de que os PPPs sejam projetos para a ação, afinal essa é a natureza do planejamento e dos projetos: apontar para o futuro, mudar, o que supõe ação (OLIVEIRA, 2014). Nesse contexto é que lembramos Barroso (1996) para quem a autonomia é um conceito relacional. A autonomia das escolas é constituída numa relação de dependência entre elas e os sistemas educacionais a que se vinculam. Além disso, pode uma instituição ser mais ou menos autônoma em relação à outra (BARROSO, 1996). Então, só podemos pensar a autonomia da escola a partir da sua relação com os sistemas de ensino a que se vinculam. Por isso, há normas, ou regras, para a realização das ações de natureza pública, como é o caso da educação. Assim, a escola tem autonomia relativa a essas normas. A esse respeito, a LDBEN de 1996, no seu artigo 15, estabelece: os sistemas de ensino devam assegurar às unidades escolares públicas de educação básica, que os integram, progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público. Então, em contrapartida à progressiva autonomia da escola, há exigência da progressiva participação e responsabilização pelo cumprimento das normas gerais do direito financeiro. Fica claro que as escolas prestarão contas das suas ações tanto ao governo do sistema à que ela se vincula como à comunidade escolar. 14 Por tudo que já analisamos, podemos dizer que a construçãoparticipativa, lúcida e consciente, do Projeto Político Pedagógico (PPP) constitui o principal espaço de autonomia das escolas, porque é esse o centro das suas definições políticas. Esse projeto tem, em princípio, uma dimensão ampla quando objetiva a transformação dessa instituição em um espaço representativo dos interesses da coletividade, buscando formar cidadãos capazes de compreender criticamente a sociedade, aptos a assumir os desafios do mundo do trabalho e preparados para enfrentar lucidamente o mundo competitivo e excludente em que estamos inseridos. Mas também tem uma dimensão específica, quando pode se tornar referência para a tomada de decisão na escola e para o planejamento das ações, sem os quais essa organização institucional não tem uma orientação definida e o trabalho se dissolve, ou fragmenta, não alcançando o fim específico da educação escolar. Contudo, além de Oliveira (2014), Fonseca e Oliveira (2003 e 2004), Vieira e Vidal (2010), mostraram que os PPPs não têm sido construídos, tampouco servido aos fins que os justificam, conforme regulamentado na LDBEN de 1996. Os resultados de tais pesquisas mostram as dificuldades não somente dos gestores atuarem como líderes, mas também a fragilidade na participação nos Conselhos Escolares, instâncias deliberativas e propositivas na escola. Segundo Oliveira (2014) não há participação da comunidade no Conselho Escolar, no que se refere às decisões financeiras. Isto ocorre porque, em geral, os membros desse Conselho não têm conhecimentos específicos sobre as políticas. Também porque os gestores planejam como os recursos serão gastos antes das deliberações colegiadas. Não havendo sobre o que deliberar, essa participação ocorre somente para legitimar a prestação de contas da escola. Contudo, para que exista uma gestão democrática há necessidade de que o gestor-líder estimule a participação ampla da comunidade escolar na definição das propostas e dos procedimentos relacionados às ações pedagógicas, administrativas e financeiras. Essa ação contribui, também, para haver a responsabilização dos sujeitos educacionais no sentido da capacidade de responder pela instituição escolar, ou seja, sobre as decisões tomadas nela. A gestão democrática amplia a participação, também a responsabilização pelos processos escolares por parte de todos os profissionais da escola. É tarefa do gestor-líder esclarecer sobre esse aspecto. Nesse sentido, no que se refere à melhoria da qualidade do ensino, é possível destacar a necessidade de um esforço maior para o deslocamento do interesse particular para o coletivo. 15 Considerações finais Ainda que não responsável único, o diretor escolar é aquele que, além de responder oficialmente pela condução dos processos educacionais no interior das escolas, deve conduzir processos formais e institucionais que levem à participação substantiva da comunidade escolar. Assim, cabe a ele criar oportunidades para que o planejamento participativo ocorra. Após essa etapa, deve organizar as condições necessárias para que a comunidade escolar realize as ações planejadas. Esse processo exige que o líder seja alguém disposto e capaz de vivenciar as práticas democráticas. É imperativo pensar o papel dos dirigentes educacionais no exercício da autonomia conquistada na escola e na sociedade, no contexto histórico e político em que estão inscritos, o que traz para a escola a necessidade de formulação de um planejamento que se direcione no sentido da superação das contradições sociais e, portanto, para a redução de suas desigualdades sociais, buscando não reproduzi-las dentro da escola. Há condições que extrapolam a ação da gestão escolar e dos partícipes do processo educacional na escola. No limite desta abordagem, podemos afirmar a exigência de que as equipes gestoras liderem o processo de criação de grupos colaborativos comprometidos com o trabalho escolar e a sua finalidade: proteção do direito dos alunos às aprendizagens dos conteúdos das disciplinas escolares. Entre essas condições externas podemos incluir a influência exercida pela dinâmica normativa, ou processo legislativo. Por isso, na próxima unidade de estudos teremos o objetivo de analisar as bases sob as quais a educação escolar é ofertada pelo Estado. Também buscaremos esclarecer sobre possíveis meios para o aprendizado dinâmico sobre a legislação que rege o ensino no Brasil e analisaremos os princípios sob os quais a educação escolar deve ser organizada, as competências e atribuições dos entes federativos e os seus desdobramentos na oferta dessa educação escolar. 16 REFERÊNCIAS BARROSO, João. O estudo da autonomia da escola: da autonomia decretada à autonomia construída. IN: J. Barroso (org). O estudo da escola. Porto: Porto Editora, 1996. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Texto Constitucional, de 05 de outubro de 1988. Disponível em <www.planalto.gov.br> Acesso em: 05/05/2015 ______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 23 de dezembro de 1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br> Acesso em: 05/05/2015 ______. Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, de que trata o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; altera a Lei n o 10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga dispositivos das Leis n os 9.424, de 24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de março de 2004. 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