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Introduçã� à� Fratura� Tipos de Osso ● Ossos longos - Fêmur, úmero, tíbia, fíbula ● Ossos curtos - Ossos do carpo e do tarso ● Ossos chatos, planos ou laminares - Escápula, ossos da pelve e do crânio ● Ossos irregulares - Vértebras e osso temporal Histologia Pode ser dividido em Osso cortical (compacto, formado por lâminas de tecido ósseo fortemente unidas) e Osso trabecular ou esponjoso (composto por lâminas menos unidas, sendo separadas por lacunas). Anatomia do osso ● Diáfise - É o corpo do osso ● Epífise - Extremidade que articula com o outro osso ● Metáfise - Parte mais alargada situada entre a diáfise e a epífise Tipos de Fratura Podemos classificar ainda quanto a: ● Relação com a articulação - Intra ou extra articular ● Relação com partes moles - Aberta ou fechada ● Extensão da linha de fratura - Completa (linha de fratura se estende de uma cortical a outra) ou incompleta (fratura em galho verde) ● Orientação da linha de fratura - Ver imagem ● Desvio - Anguladas, cavalgadas, rodadas, com desvio lateral e com diastase Tipos especiais de fratura: ● Fratura patológica - Decorrente de um trauma de baixa energia em um osso doente (Ex: mieloma múltiplo e osteoporose) ● Fratura por estresse - Decorrente de traumas de baixa energia que exercem força sobre o osso de forma repetida ● Fraturas intra-articulares - merecem uma atenção especial, pois exigem uma redução anatômica perfeita. Além disso, dependem da recuperação da cartilagem, que é um tecido avascular. ● Fraturas abertas ou expostas - Oferecem maior risco ao paciente pelo risco de infecção (osteomielite) Consolidação das Fraturas Desde que os fatores necessários estejam presentes, o osso tem um potencial de recuperação muito bom, em cerca de 4 a 8 meses, uma fratura pode ser reconstituída sem deixar cicatriz. Fases da consolidação secundária: ● Fase precoce (hematoma fraturário) - A fratura provoca o rompimento de pequenos vasos do osso e do periósteo, o sangue que extravasa dos vasos forma um hematoma, o qual envolve os fragmentos. Esse hematoma é invadido por pequenos vasos (angiogênese), os quais trazem células mesenquimais pluripotentes que servirão como base para o processo de regeneração do osso. ● Fase do calo fraturário mole - Dentro das primeiras 2 semanas forma-se um tecido fibrocartilaginoso que se interpõe entre os fragmentos. Apesar de não aparecer na radiografia, esse tecido dá estabilidade à fratura. ● Fase do calo fraturário duro (calo ósseo) - Osteoblastos começam a produzir tecido ósseo, processo que se inicia no periósteo (reação periosteal). Ao completar 6 semanas, é possível ver o calo ósseo na radiografia e uma linha tênue de fratura, é nesse momento que temos a chamada consolidação clínica do osso. Sendo que a consolidação radiológica só ocorre após 4 a 8 meses. O calo ósseo à medida que o osso vai se modelando, a tendência ́ é ele desaparecer. No caso da consolidação primária - O tecido ósseo novo é formado a partir do próprio osso fraturado e do endósteo. Este tipo de consolidação ocorre quando temos aposição perfeita dos fragmentos por meio de parafuso ou placa. Apresentação Clínica ● História de trauma ● Dor e impotência funcional ● O mecanismo da fratura da uma dica sobre o osso que está acometido ● Tumefação e equimoses ● Crepitação local ● Avaliar pulsos periféricos, e cor e temperatura da pele - Visando excluir isquemia devido a ruptura de alguma artéria. Abordagem inicial 1. A abordagem inicia no ABCDE (mais especificamente no E) 2. Imobilização provisória da fratura para transporte ao hospital 3. Nos casos de fratura exposta, o paciente deve ir para o centro cirúrgico rapidamente logo após um exame radiológico. 4. No restante dos casos, realiza-se o exame clínico minucioso e o exame radiológico em pelo menos 2 projeções perpendiculares entre si (a tala provisória não deve ser retirada para o exame) Tratamento Definitivo Os principais objetivos são: ● Alívio da dor ● Redução da fratura ● Estabilização - Tala gessada, órtese ou cirurgia Redução da Fratura Visa realinhar os fragmentos fraturários, buscando oferecer melhores condições para a consolidação óssea. Pode ser feita de duas maneiras: ● Redução incruenta (fechada) ● Redução cruenta (aberta ou cirúrgica) - Indicada nos casos de fratura mais complicadas, bem como fraturas muito cominutivas e instáveis e fraturas intra-articular. Redução Fechada ● Por manipulação - Enquanto um auxiliar segura uma das extremidades, o médico ortopedista realiza uma tração longitudinal na outra extremidade, realizando um movimento que inicialmente acentua o desvio para depois “engrenar” os fragmentos. ● Por tração contínua - Realiza-se uma tração que permanece por mais ou menos 2 semanas, podendo ser feita de 2 maneiras; tração esquelética (um pino ou um fio são introduzido através do osso e ligado a um tensor ) e tração cutânea (feita por meio de esparadrapo) - Essa técnica vem sendo substituída pela cirurgia, devido a necessidade de internação prolongada e os riscos de infecção. Após as manobras de redução fechada, deve-se solicitar uma radiografia para avaliar se a manobra foi efetiva. Estabilização da Fratura Contenção externa: ● Pode ser feito por meio do aparelho de gesso (mais comum) ou por meio de órtese plástica ● O membro deve permanecer imobilizado por, geralmente, 6 semanas, quando ocorre a consolidação clínica da fratura. ● Possíveis complicações: Isquemia (recomenda-se a retirada do gesso) e úlcera por pressão (deve-se confeccionar uma janela no gesso e preenchê-la com algodão) Fixação externa - Pinos são fixados no osso acima e abaixo da fratura, esses pinos são mantidos unidos através de barras que ficam posicionadas externamente. Fixação interna - Fixação feita internamente por meio de parafusos, canulados ou deslizantes, placas de fixação (que seguram parafusos transfixantes), pinos, fios de Kirschner, cerclagem, bandas de tensão, hastes intramedulares. Substituição por endoprótese - Em alguns casos o osso pode ser substituído por uma prótese, principalmente aqueles que possuem um suprimento vascular é precário ,e a manipulação cirúrgica pode causar necrose (Ex: cabeça do fêmur) Complicações das Fraturas Lesão Arterial (rara) ● Apresentação - Palidez cutânea, dor e cianose em extremidade ● Tratamento - Cirurgia imediata ● Locais mais comuns de ocorrer - artéria axilar (fraturas e luxações do ombro), artéria braquial (fratura supracondiliana do úmero), artéria femoral (fratura diafisária do fêmur), artéria poplítea (fratura da extremidade distal do fêmur ou proximal da tíbia), artéria dorsal do pé ou pediosa (fraturas do antepé). Osteomielite e artrite séptica ● Pode ocorre em casos de fratura exposta ou fraturas com tratamento cruento ● Apresentação - Dor no membro fraturado, febre, fístula cutânea, saída de pus pelo dispositivo, leucocitose, PCR e VHS elevados. ● Radiografia - Área hiperdensa de osso morto cercada por áreas hipodensas de reabsorção óssea. ● Diagnóstico - Estudo bacteriológico ● Tratamento - Antibioticoterapia, retirada dos dispositivos de fixação e desbridamento ósseo. Síndrome Compartimental ● Fisiopatologia - Síndrome decorrente de um aumento na pressão dentro do compartimento miofascial, podendo ser devido a um hematoma ou edema. Esse aumento de pressão pode causar isquemia e dano tecidual. ● O músculo em geral resiste até 4 horas de isquemia, a partir disso, os danos passam a ser irreversíveis. ● Quadro clínico - Dor que não melhora com analgésicos e piora com o estiramento do compartimento afetado. Pode haver parestesia e hipossensibilidade nas extremidades. O compartimento muscular encontra-se rígido e edemaciado. Uma das manifestações mais tardias é a fraqueza motora. O pulso geralmente é preservado apesar do aumento de pressão. ● Tratamento - Fasciotomia Necrose Avascular (Asséptica) ● Também chamada de osteonecrose, sendo uma complicação comum em fraturas do colo do fêmur ● Decorrente da lesão de pequenas artérias que nutrem o osso ● Quadro clínico - Dor articular que pioracom a movimentação ● Radiografia - Hiperdensidade óssea (hipotransparência), cercada ou não de uma área de reabsorção (hipertransparência), constituindo o sequestro ósseo. Outros achados: cistos ósseos, “sinal do crescente” (fratura subcondral). ● Tratamento - Pode ser concervador (muletas, analgesicos e observação), descompressão óssea, osteotomia, ou substituição por endoprótese, tudo vai depender do estágio da doença. Distrofia simpaticorreflexa (Algodistrofia) ● Dor inexplicável no membro afetado, podendo ser do tipo queimação ou pulsátil, associada a edema e alterações cutâneas (pele fria, úmida, lisa, moteada e brilhante) Embolia gordurosa ● Mais comum de ocorrer em fraturas de quadril e de ossos longos (sobretudo do fêmur) ● Apresentação clínica - Taquidispneia súbita, petéquias disseminadas predominando em tronco e rebaixamento do sensório. Ocorre geralmente de 24 a 72h do evento traumático, mas pode ocorrer até 2 semanas depois. ● Tratamento - Suporte e sintomático, sendo que o uso de corticoterapia apresenta resultados promissores na prevenção da embolia. TEP e TVP - Estão associados a imobilização Consolidação anormal ● Consolidação viciosa - A consolidação ocorre mas de maneira inadequada, com certa deformidade. ● Consolidação retardada - A consolidação ocorre num prazo maior que 6-8 semanas para consolidação clínica e 4 a 8 meses para a consolidação radiológica. ● Pseudoartrose - Nesse caso há persistência do espaço entre os fragmentos, formando uma nova articulação. Sendo causada por infecção, necrose ou imobilização inadequada. Referências Medcurso 2018 - Ortopedia - Volume único Autor Matheus Furlan Chaves
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