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Clínica Médica de Pequenos Animais Aline Oliveira Doenças Bacterianas da Pele: Componentes de defesa da pele: forma física (pele, estrato córneo); Química (ácido graxos, sais, proteínas, imunoglobulinas); Microbiológica (microrganismos, residentes, transitórios ou nômades). ➢ A maioria das infecções são causadas por residentes da pele como: Staphylococcus intermedius. Fatores que predispõem a infecção: ➢ Prurido, fricção, trauma (mecânico, queimaduras, congelamento); ➢ Umidade excessiva, sujidades acumuladas e pelos embaraçados; ➢ Seborreia, parasitas (sarne) e fungos; ➢ Alergia e doenças autoimunes; ➢ Alguns casos são idiopáticos (primária). A lesão infectada atrai moscas que podem agravar o quadro com miiases e mais contaminação. A maioria das piodermites bacterianas são secundárias SUPERFICIAIS: Quando acomete mais estrato córeno epiderme e infundíbulo folicular. ➢ Dermatite úmida aguda; ➢ Dermatite de dobras (pioderma mucocutâneo); ➢ Impetigo; ➢ Foliculie superficial; ➢ Piodermas superficiais. PROFUNDAS: Quando acomete mais derme e o folículo piloso (foliculite frunculose) ➢ Piodermite generalizada; ➢ Nasal; ➢ Fistulas perianais; ➢ Piodermites de calo; ➢ Abcessos; ➢ Pododermatite Obs.: os antibióticos sistêmicos são indicados nas piodermites profundas ou superficiais se extensa. DIAGNÓSTICO: ➢ Histórico e características das lesões; ➢ Citologia: diferenciar de processos estéreis (auto-imune); ➢ Cultura: cuidado na interpretação. ➢ Antibiograma: auxiliar na seleção do antibiótico. TRATAMENTO: ➢ Exclusão ou controle da causa desencadeante ➢ Aparar os pelos, realizar uma tricotomia ampla. ➢ Laavr abundantemente com solução fisiológica removendo secreções e crotas. USO EXTERNO: ➢ Utilizar uma solução sépticas (compressa e pedilúvio): peróxido de benzoíla a 2,5% (se não tem escamas não é necessário); Clorexidina gluconato 0,5 a 2%; sabão neutro, etc. USO INTERNO – ANTIBIÓTICO SISTÊMICA: ➢ Amoxicilina/clavulanato Clínica Médica de Pequenos Animais Aline Oliveira ➢ Azitromicina. Usado em papilomatose e hiperplasia gengival. ➢ Cefalosporina (cefalexina, cefadroxil, cefpodoxime, cefovecin); ➢ Clindamicina; Cloranfenicol; Doxicilcina. PIODERMITE E FOLICULITE SUPERFICIAL: Infecção bacteriana (Stapylococcus sp.) envolvendo folículo piloso e epiderme adjacente, comum em cães e pouco frequente em gatos. Quando acomete somente folículo piloso é classificado como foliculite (pústulas inflamatórias com pelos saindo do centro) podem ter como causa primária: dermatofitose, demodicose, etc. Causas: ➢ Manejo inadequado da pelagem; ➢ Parasitoses, agentes irritantes, alergias, seborreia ou fatores hormonais em cães jovens. ➢ Característica da lesão: distribuição focal, multifocal a generalizada; Prurido é variável, de nada a intenso; Infecções bacterianas secundárias em doenças endócrinas podem causar prurido mimetizando alergia de pele. Sinais clínicos: pápulas, pústulas, crostas, escamas e colaretes epidérmicos ou áreas circunscritas de eritema e alopecia podendo ter o centro pigmentado (lesão de alvo ou olho de boi). DERMATITE ÚMIDA AGUDA: ➢ Dermatite piotraumática, eczema úmido ou hot spots; ➢ Surgimento agudo e progressão rápida; ➢ Quando aparece é causada por traumatismo por prurido, alergia, puliciose, sarna sarcóptica. ➢ Cães com pelagem extensa são mais predispostos; ➢ Lesões alopécicas, delimitadas, erosão superficial, exsudativas com exsudato proteináceo. DERMATITE DE DOBRAS OU INTERTIGO: ➢ Acontece em dobras cutâneas por atrito, umidade e baixa ventilação; ➢ Pregas faciais (braquicefálico), corpóreas (cães obesos e Sharpei), cauda em “saca- rolha” (bulldog, Boston terrier, pug); ➢ Vulvares (cadela obesas e castradas cedo – vulva infantil); ➢ Lesão – eritema, umidade, exsudação e odor desagradável; ➢ Tratamento: cirúrgico e preventivo. DERMATITE PUSTULAR SUPERFICIAL (IMPETIGO): ➢ Infecção subcorneal comum caracterizada pela presença de pústulas não foliculares; ➢ Principal agente é o Staphylococcus intermedius; ➢ Cão: parasitismo, infecções virais, ambientes sujos ou má nutrição; ➢ Gatos: excesso de banho dado pela mãe; ➢ Adultos está correlacionada com doenças imunossupressoras – cinomose. ➢ Regiões de abdômen, gatos em pescoço e cabeça. Clínica Médica de Pequenos Animais Aline Oliveira Tratar causa desencadeante da infecção. ➢ Rompem com facilidade liberando um exsudato e formando crostas amareladas e coleretes epidérmicos. PIODERMITES PROFUNDAS: ➢ Acometem camadas mais profundas da pele e folículos pilosos; ➢ Mais comuns em cães e raras em gatos. SINAIS CLÍNICOS: ➢ Lesões focais, multifocais ou generalizadas; ➢ Aumento dos linfonodos – linfadenopatia; ➢ Sepse: febre, anorexia e depressão; ➢ Todo corpo: queixo, ponte nasal, pontos de pressão (calos) e os pés. Histopatologia pode auxiliar no diagnóstico diferencial de enfermidades autoimunes. ➢ Acometem camadas mais profundas da pele. Pode ter presença de pápulas, pústulas, celulites, descoloração do tecido, alopecia, erosões, ulceras e crostas. FOLICULITE E FURUNCULOSE: ETIOPATOGENIA: ➢ Proveniente da foliculite superficial e ocorre um agravamento; ➢ Procurar causa primária: dermatofitose, demodicose e etc; ➢ Pastor alemão: doença familial, excesso de linfócitos CD8 e deficiência de CD4 e CD21; CARACTERÍSTICAS DA LESÃO: ➢ Rompimento folicular: furunculose; ➢ Tratos fistulosos: infecções em planos tissulares; ➢ Exsudato purulento. ➢ Celulite: infecção é supurativa profunda e severa, pouco definida, desseca-se em plano tissulares. edema, pele friável, descolorada e desvitalizada PIODERMITE DE QUEIXO (ACNE CANINA): A piodermite não é uma acne verdadeira semelhante ao homem, mas sim uma furunculose traumática, por lambedura de piso áspero ou fricção. ➢ Comum em cães de 3- 12 meses de raças de pêlo curto: Bulldog, Boxer, Dinamarqueses e Dobermann. ➢ Apresentam pápula, pústula, comedos ou tratos ulcerativos com exsudato serosanguinolento em queixo, lábios. PIODERMITE NASAL: Secundária a trauma ou picada de inseto. ➢ Predisposição nas raças: Collie, Pastor Alemão, Pointer e caçadores. ➢ Foliculite furunculose profunda e dolorosa (pápulas, pústulas e furúnculos); ponte nasal e região em torno das narinas. ➢ Diferenciar: demodicose, dermatofitose, hipersensibilidades e doenças auntoimunes. Clínica Médica de Pequenos Animais Aline Oliveira PIODERMITE DOS CALOS: Os calos (ver distúrbios de queratinização) podem desenvolver úlcera e fissuras que podem infeccionar. PODODERMATITES: Causa: ➢ Traumas, agente irritantes, fungos, parasitas (Demodex), alergias, autoimune, psicológicas ou idiopática. Pode ocorrer em qualquer idade, sexo ou raça, entretanto observa-se uma predisposição em macho de pelo curto e principalmente patas dianteiras. Característica de lesão: ➢ Alopecia, eritema, edema, nódulos, úlceras, fístulas, umidade, exsudato seroso, sero- sanguinolento, prurido/dor, claudicação, paroníquia e fibrose crônica. Tratamento adjuvante específico: ➢ Pedilúvio de 10 a 15 minutos diário com uma solução de clorexidina 0,025%, solução de providente 0,4% ou sulfato de magnésio (30 mg/L de água) por 5 a 7 dias. ➢ Pode ser de difícil tratamento, comum resistência ao antibiótico. Tratar mais 2 semanas depois da remissão dos sintomas. FÍSTULAS PERIANAIS MÚLTIPLAS: ➢ Lesões múltiplas erosivas e profundos tratos fistulosos, região perianal e junção muco- cutânea. Dor, tenesmo, constipação ou diarréia, sangramento retal, mal odor e lambidas e mordidas as lesões. ➢ Pastor Alemão é a· raça predisposta a afecção (colite concomitante). Tratamento: ➢ Ciclosporina: alto custo; ➢ Corticosteroides: raramente efetivo; ➢ Cetoconazole + ciclosporina (reduz o custo); ➢ Antibioticos: clindamicina;➢ Dieta hipoalergenica pode ajudar na terapia; ➢ Cirúrgico. ABCESSOS PERCUTÂNEOS: Processo infeccioso capsulado. Causas traumatismo por mordedura, perfuração contaminada. ➢ Frequente em gatos machos inteiros de vida livre, principalmente em pescoço. ➢ Sinais sistêmicos: febre, anorexia, apatia e adenopatia. Aumento de volume delimitado, quente e doloroso, de crescimento gradativo, pode ser bem firme ou mais amolecido "maduro". ➢ Punção diagnóstica: conteúdo branco amarelado/ avermelhado espesso ou avermelhado e fétido (anaeróbias) Tratamento: ➢ Acelerar maturação com compressas quentes, quando maduro, lancetar em um ponto flutuante. ➢ Drenagem de todo o canteúdo; ➢ Lavagem com solução anti-séptica: clorexidine ou iodopolvidine diluído. ➢ Antibioticoterapia: sinais sistêmicos (amoxicilina/clavulanato; clindamicina)