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7ºaula Direitos Humanos objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender o significado de Direitos Humanos; • compreender como os Direitos Humanos estão consagrados no Brasil; • entender a Relação entre Direitos Humanos e Cidadania; • verificar alguns Direitos vinculados à ideia de diferença; • entender qual a vinculação dos Direitos humanos e antropologia. Nesta aula, iremos ver que os Direitos Humanos são fruto das reivindicações históricas e das demandas apresentadas pela sociedade contemporânea. A mundialização da cultura decorrente do processo de globalização tornou imperioso a tutela dos direitos dos chamados “diferentes”, intensificando a efetividade dos Direitos Humanos. Assim, a presente aula apresentará o que significa DIREITOS HUMANOS, onde estão previstos os Direitos Humanos no Brasil, a relação entre Direitos Humanos e Cidadania, e ainda, alguns direitos vinculados à ideia de diferença e, por fim, a relação entre Direitos Humanos e antropologia. Bons estudos! Fonte: http://esbrasil.com.br/nova-lei-visa-proteger-melhor-criancas-vitimas-de-violencia/. Acesso em: 20 Abr. 2018. Fonte: https://andradetalis.wordpress.com/tag/fome-e-violencia/. Acesso em: 20 Abr. 2018. Fonte: https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/sindrome-de-down-uma-doenca-multifatorial/. Acesso em: 20 Abr. 2018. Fonte: https://racismoambiental.net.br. acesso em: 20 abr. 2018. Fonte: http://www.sfnoticias.com.br/racismo-e-injuria-racial-saiba-a-diferenca. Acesso em: 20 Abril. 2018. Fonte: https://www.google.com.br/search?biw=1024&bih=662&tbm=isch&sa=1&ei=pergWsmUOcOqwAT0gLzYBQ&q=preconceito+vilencia+burca. Acesso em: 20 Abr. 2018. Fonte: realidade-vidasempreconceito.blogspot.com.br/2011/08/os-homossexuais-sofrem-cotidianamente.html. Acesso em: 20 Abr. 2018. Fonte: http://www.alternativaversatil.com.br/violencia-contra-a-mulher/. acesso em: 20 abr. 2018. 46Ética Profissional seções de estudo 1 - O que são direitos humanos? 2 - Direitos Humanos no Brasil 3 - Relação entre Direitos Humanos e Cidadania 4 - Alguns Direitos vinculados à ideia de diferença 5 - Direitos Humanos e antropologia 1 - O que são direitos humanos? Observem as imagens acima e percebam que, entre muitos problemas presentes na sociedade contemporânea, está a violação dos Direitos Humanos. Pode-se ainda entender que muitas das imagens demonstram situações que ao longo da história humana ficaram camufladas e ora emergiram, ou seja, sofreram alterações ao longo do tempo, se intensificando ou se apassivando. Destaca-se, porém, que diferenças estão e estiveram presentes em todos os momentos. Mas qual o papel do direito diante desta realidade? Toda problemática presente também se intensificou diante do processo de mundialização da cultura, em um momento em que globalização e informação rompem com limites temporais e geográficos. De maneira que, esse processo leva e favorece uma mistura de identidades culturais que, ao mesmo tempo em que despertam processos de interação, cooperação e solidariedade, também causam competição, dominação e, consequentemente, conflitos. Assim, segundo as Nações Unidas, os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Logo, ao se compreender que não há raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou condição humana, entende-se a presença das chamadas Diferenças, que diante da tendência de mundialização, imposta pela dinâmica da sociedade contemporânea, se observa ainda, nos dias de hoje, a tentativa de predominância e ou imposição de culturas sobre as outras. Os argumentos que justificam a dominação de culturas são muitos, inclusive, aqueles que se pautam nas teorias vistas pelas escolas antropológicas, quais sejam: evolucionismo, estruturalismo, funcionalismo e estruturalismo marxista. Ocorre que, ao se falar em diferença, é imperioso se remeter aos Princípios da Igualdade e Dignidade. Nesse sentido, é preciso entender o que são direitos humanos, suas características, como surgiram e como se aplicam. Penteado Filho (2006) afirma que “Direitos humanos como um conjunto de prerrogativas e garantias inerentes ao homem, cuja finalidade básica é o respeito à sua dignidade, tutelando-o contra os excessos do Estado, estabelecendo um mínimo de condições de vida. São direitos indissociáveis da condição humana”. Charles Malik, reator da Comissão de Direitos Humanos da ONU, 1947, afirma que “a expressão ‘Direitos Humanos’ refere-se obviamente ao homem, e com ‘direitos’ só se pode designar aquilo que pertence à essência do homem, que não é puramente acidental, que não surge e desaparece com a mudança dos tempos, da moda, do estilo ou sistema. Deve ser algo que pertence ao homem como tal.” 1.1 - Características dos Direitos Humanos fundamentais É importante deixar claro que os direitos humanos fundamentais se relacionam com a não interferência estatal na esfera de individualidade, respeitando-se o valor ético da dignidade humana. A existência dos Direitos Humanos no ordenamento constitucional brasileiro, notadamente, sob a roupagem de normas-princípio, coloca-os em posição de destaque interpretativo, apresentando as seguintes características, segundo Comparato (2003): Historicidade: os direitos fundamentais apresentam natureza histórica, advindo do Cristianismo, superando diversas revoluções até chegarem aos dias atuais. Universalidade: alcançam a todos os seres humanos indistintamente ou, como adverte o prof. Manoel Gonçalves Ferreira Filho, “pertencem a todos os homens, em consequência estendem-se por todo o campo aberto ao ser humano, potencialmente o universo’’. Imprescritibilidade: tais direitos não se perdem com o passar do tempo, pois são inerentes à condição humana. Inalienabilidade: não existe possibilidade de transferência a qualquer título desses direitos. Irrenunciabilidade: deles não poder haver renúncia, pois ninguém pode abrir mão da própria natureza. Inviolabilidade: não podem ser violados por leis infraconstitucionais, nem por ato de agente do Poder Público, sob pena de responsabilidade civil, penal e administrativa. Efetividade: a Administração Pública deve criar mecanismos coercitivos aptos à efetivação dos direitos fundamentais. Limitabilidade: os direitos não são absolutos, sofrendo restrições nos momentos constitucionais de crise (liberdade ambulatória X estado de sítio). Complementariedade: os direitos fundamentais devem ser observados não isoladamente, mas de forma conjunta e interativa com as demais normas, princípios e objetivos estatuídos pelo constituinte. Concorrência: os direitos fundamentais podem ser exercidos de forma acumulada, quando, por exemplo, um jornalista transmite uma notícia e expõe sua opinião (liberdade de informação, comunicação e opinião). Noções históricas dos Direitos Humanos: A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – 1948 NO DIZER DE COMPARATO A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi rescrita sob o impacto das atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, e cuja revelação só começou a ser feita e de forma muito parcial, ou seja, com omissão de tudo o que se referia à União Soviética e de vários abusos cometidos pelas potências ocidentais após o encerramento das hostilidades (COMPARATO, 2010). A Declaração, retomando os ideais da Revolução Francesa, representou a manifestação histórica de que se formara, enfim, em âmbito universal, o reconhecimento dos valores supremos da igualdade, da liberdade 47 e da fraternidade entre os homens, como ficou consignado em seu artigo I. Já se reconhece, aliás, de há muito, que a par dos tratados ou convenções, o direito internacional é também constituído pelos costumes e os princípios gerais de direito, como declara o Estatuto da Corte Internacional de Justiça (art. 38). Ora, os direitos definidos da Declaração de 1948 correspondem,Integralmente, ao que costume e os princípios jurídicos internacionais reconhecem, hoje, como normas imperativas de direito internacional geral (jus cogens). Inegavelmente, a Declaração Universal de 1948 representa a culminância de um processo ético que, iniciado com a Declaração de Independência dos estados Unidos e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, da Revolução Francesa, levou ao reconhecimento da igualdade essencial de todo ser humano em sua dignidade de pessoa, isto é, como fonte de todos os valores, independentemente das diferenças de raça, cor, sexo, língua, religião opinião, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição, como se diz em seu artigo II. E esse reconhecimento universal da igualdade humana só foi possível quando, ao término da mais desumanizadora guerra de toda a História, percebeu-se que a ideia de superioridade de uma raça, de uma classe social, de uma cultura ou de uma religião, sobre todas as demais, põe em risco a própria sobrevivência da humanidade. a Declaração Universal dos Direitos dos Povos (1976). Os direitos humanos de quarta geração são o direito à vida e à dimensão planetária. Significa o direito a uma vida saudável, em harmonia com a natureza. Protegem-se também princípios ambientais e de desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento dos direitos humanos de quarta geração somente foi possível graças às inovações tecnológicas, que criariam para a humanidade problemas de ordem, tal que o Direito, forçosamente, sob pena de alteração e deterioração do genoma humano, se veria instado a apresentar soluções, propondo limites e regulamentos às pesquisas e uso de dados com vistas à preservação do patrimônio genético da espécie humana. Com isso, o Direito estaria protegendo não só o homem enquanto indivíduo, mas também, e principalmente, como membro de uma espécie. Um documento que traz a expressão desse direito é a Carta da Terra, ou Declaração do Rio, de 1992. A bioética, a manipulação genética e a biotecnologia e bioengenharia também estão compreendidos nos direitos humanos de quarta geração. Portanto, a consagração dos Direitos, ao longo da história, perfaz o ideal de Liberdade, Igualdade, Fraternidade e Democracia. Fonte: Professor_Ivo/evoluo-histrica-dos-direitos-fundamentais-2. Acesso em: 15 de Abr. 2018. 2 - Direitos Humanos no Brasil A Constituição Federal de 1988 consagra os Direitos Humanos Fundamentais no seu Art. 1º, prevendo que “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I. a soberania; II. a cidadania; III. a dignidade da pessoa humana; IV. os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V. o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. O artigo 5º, por sua vez, complementa, estabelecendo os princípios fundamentais, como direito à vida, à igualdade, à liberdade, trabalho, saúde, educação entre outros direitos fundamentais de natureza individual, social, coletiva e difusos. Desse modo, com o objetivo de garantir a cidadania e a 1.2 - GÊNESE dos Direitos Humanos Antes de se falar em direitos humanos de primeira geração, deve-se citar os princípios de convivência de justiça e a própria ideia humana. A preocupação com direitos humanos já se esboçava no Código de Hammurabbi, na cultura dos Gregos e dos Romanos, no cristianismo, entre outros. Os direitos de Primeira Geração são aqueles chamados individuais ou de liberdade. Foi o jusnaturalismo que se encarregou de espalhar essa doutrina dos direitos humanos de primeira geração pela Europa e pela América, servindo de base doutrinária para Declaração de Direitos da época. Dentre os documentos que reforçam os direitos humanos de primeira geração podemos citar: Declaração da Virgínia (Estados Unidos -1776) e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França - 1789). Os direitos humanos de Segunda geração, também chamados de direitos de igualdade ou coletivos, tiveram na Consolidação do Estado liberal seu florescer. A concepção iluminista de supervalorização da lei, o juspositivismo e o liberalismo trouxeram a ideia de que a Constituição deveria trazer a decisão dos poderes e a declaração dos direitos e suas garantias. Surgiram, assim, os direitos sociais, econômicos e culturais, como se pode depreender da Constituição Mexicana de 1917 e da Constituição Russa, de 1919. Os direitos humanos de terceira geração, também chamados de direitos dos povos ou direitos da solidariedade, nascem da internacionalização dos direitos humanos. A conjuntura que enseja a criação dos direitos humanos de terceira geração se dá diante do aumento da violação aos direitos dos países menos desenvolvidos. Daí porque se fez necessária a tutela na dimensão internacional. Como exemplos de direitos humanos de terceira geração temos Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU - 1948) e 48Ética Profissional dignidade humana, a Constituição defende princípios como: • igualdade entre gêneros; • erradicação da pobreza, da marginalização e das desigualdades sociais; • promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, gênero, idade ou cor; • racismo como crime imprescritível; • propôs direito de acesso à saúde, à previdência, à assistência social, à educação, à cultura e ao desporto; • reconhecimento de crianças e adolescentes como pessoas em desenvolvimento; • estabelecimento da política de proteção ao idoso, ao portador de deficiência e aos diversos agrupamentos familiares; • orientação de preservação da cultura indígena. 3 - Relação entre Direitos Humanos e Cidadania Cidadania Cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cidadão, o indivíduo está sujeito no seu relacionamento com a sociedade em que vive. O termo cidadania vem do latim, “civitas” que quer dizer cidade. A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas pelos direitos humanos. A cidadania esteve e está em permanente construção; Disponível em: http://oitavoalphaexpressao2013.blogspot.com.br/2013/05/. acesso em: 20 abr. 2018. Dada a complexidade do conceito de cidadania é importante entender seu significado: Disponível em: http://www.saci.ufscar.br/servico_clipping?id=24089. Acesso em: 17 Dez. 2017. 49 Deste modo, seja qual o for o significado dado a cidadania, está vinculada a ideia de cidadão. E ser cidadão implica em direitos e obrigações. O que é cidadania hoje? Ser cidadão é ter direitos e deveres e é ser reconhecido como um membro pleno e igual da sociedade. Já a cidadania é a conquista de tais direitos e o cumprimento dos deveres. É através da cidadania que o indivíduo pode exercer seu papel fundamental no desenvolvimento da sociedade, lutando por melhores garantias individuais e coletivas e por direitos essenciais como: o direito à vida, à liberdade, à propriedade, e à igualdade. A cidadania também não e dada, mas construída em um processo de organização, participação e intervenção social de indivíduos ou grupos sociais. Além disso, a cidadania hoje é marcada pelo processo de democratização de direito e eliminação de diferenças por meio de princípios juridicamente garantidos. Fonte: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/origem-evolucao- cidadania.htm. Acesso em: 14 de Jan. 2018. POR QUE DEVEMOS ENTENDER A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE CIDADANIA? O processo de desenvolvimento da cidadania, ao longo da história, permite entender como o conceito adquiriu distintos significados em cada época e em cada sociedade, repercutindo na consagração de Direitos, em especial DIREITOS HUMANOS. Mas o que é ser cidadão? Segundo Carlos Fontes, “ser um cidadão é assumir- se como pertencente a uma dada comunidade e contribuir, dentro das suas possibilidades, para a melhoriadas condições de vida coletivas”. 4 - Alguns Direitos vinculados à ideia de diferença Nesta seção, destacam-se alguns Direitos vinculados à ideia de diferença, vejamos a seguir: o qual: “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”. Estabelece também o texto constitucional que a pena deverá ser cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado, e, ainda, que é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral (artigo 5º, incisos XLVIII e XLIX). Existem, ainda, as garantias constitucionais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, estabelecidos no artigo 5º da Magna Carta, em seus incisos LIV e LV. Traz a Magna Carta no seu artigo 5º, inciso LXII que “a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada”. CRIANÇA O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Convenção sobre os direitos da criança, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Destacam-se alguns dos principais direitos: § ter uma educação de boa qualidade; § ter acesso à cultura e aos meios de comunicação e informação; § poder brincar com outras crianças da nossa idade; § não ser obrigado a trabalhar como adulto; § ter uma boa alimentação que dê ao nosso organismo todos os nutrientes que precisamos para crescer com saúde e energia; § receber assistência médica gratuita nos hospitais públicos sempre que precisarmos de atendimento; § ser livre para ir e vir, conviver em sociedade e expressar nossas ideias e sentimentos; § ter a proteção de uma família que nos ame, seja ela natural ou adotiva, ou de um lar oferecido pelo Estado se, por infelicidade, perdermos os nossos pais e parentes mais próximos; § não sofrer agressões físicas ou psicológicas por parte daqueles que são encarregados da nossa proteção e educação ou de qualquer outro adulto; Disponível em: http://www.turminha.mpf.mp.br/direitos-das-criancas/ cidadania/quais-sao-os-direitos-e-deveres-da-crianca. Acesso em: 20 Abr. 2018. UNIÃO HOMOAFETIVA Por unanimidade, pelo placar 10 votos a 0, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceram a união estável para casais do mesmo sexo. A partir de agora, companheiros em relação homoa- fetiva duradoura e pública terão os mesmos diretos e deveres das famílias formadas por homens e mulheres. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2011.../leia-voto-ministra-carmen- lucia-uniao-homoafetiva. Acesso em: 20 Abr. 2018. POVOS INDÍGENAS Thais Colaço, nesse sentido, realiza uma interessante análise histórica acerca das transformações dos direitos indígenas em nosso ordena- mento jurídico. Inicialmente, explica que desde o processo de coloniza- ção, na América, “não havia nenhuma preocupação em garantir os di- reitos das populações autóctones, mas sim em normatizar e regularizar as relações de exploração do colonizador em relação aos colonizados.” Primeiramente, quanto à legislação, destaca-se o Alvará de 14 de abril de 1755, que buscava igualar os direitos dos colonos e dos índios em relação ao trabalho, facilitava o casamento inter-racial e tornava a lín- gua portuguesa a língua oficial da colônia, proibindo, assim, o uso das línguas nativas. GÊNERO Constituição de 1988 prevê em seu Art. 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. (…) § 5º – Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. (…) § 8º – O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. PRESIDIÁRIOS Destaca-se em prol do detento, como sendo seu direito, o texto constitucional contido no inciso III do artigo 5º da Magna Carta, segundo 50Ética Profissional Posteriormente, cumpre observar que a Lei de 27 de outubro de 1831 atribuía a competência aos Juízes de Paz no que concerne à liberdade dos índios e aos Juízes de Órfãos quanto às questões trabalhistas. Já em 1833, uni-se “as duas tutelas, a individual – ligadas às questões da liberdade e do trabalho – e a coletiva – ligada às questões da terra indígena.” Aliás, vale observar que “no decurso do século XIX os interesses se vol- tam para as terras indígenas em vez da exploração de mão-de-obra.” A legislação sobre o índio era escassa e geralmente preconceituosa, a Carta Régia de 1808 legitimava a violência e a escravidão indígena. Colaço destaca, ainda, que, “em 1845, a única norma indigenista geral do governo imperial era o Regulamento das Missões”. Posteriormente, a Lei de Terras de 1850[ agravou esse situação expropriando os índios de suas terras, já que não reconhecia a posse. O Código Civil de 1916, os classificava entre os incapazes. Pode-se lembrar, ainda, a criação do Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacio- nais (SPI-LTN), em 1910: “Por meio do SPI conteve-se a repressão e o extermínio, alguns ter- ritórios foram reservados e muitas populações foram contatadas. No entanto, com o tempo, a instituição foi-se burocratizando, a ponto de não sabermos mais o que fazer com os indígenas contatados e ainda havendo denúncias de seus funcionários estarem envolvidos com a di- lapidação do patrimônio e o extermínio indígena.” Com isso, diante de tais constatações cria-se, em 1967, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), substituindo o antigo SPI. No que tange às questões constitucionais, Thais Colaço destaca que a Constituição de 1824 “sequer mencionava a existência de índios no Brasil.” Somente com a Constituição de 1934 os índios alcançam reconheci- mento no plano constitucional, “sendo estabelecida a competência da União para legislar sobre a integração do índio à comunidade nacional. Também ficou garantida a posse da terra onde os ‘silvícolas’ se achas- sem localizados e proibiu-se a sua alienação.” Ainda, a Constituição de 1937 suprimiu o item relativo à integração indí- gena. A Constituição de 1946, por sua vez, aborda a questão da posse da terra e atribui à União a competência legislativa sobre a inserção dos índios na comunidade nacional. A Carta Constitucional de 1967 passa a permitir “o direito ao usufruto dos recursos naturais das terras indígenas e todas as suas utilidades.” E o Ato Institucional n. 1, traz mudanças quanto a matéria em seus arti- gos: 4º., IV; 8º., XVIII, o; 198, §§ 1º. e 2º. A autora destaca, ainda, o Estatu- to do Índio (Lei n. 6.001/1973).[ Contudo, a grande mudança deu-se com a Constituição da República de 1988. “Pela primeira vez uma constituição estabelece novos elemen- tos jurídicos para fundamentar as relações entre os índios e os não -índios e garantir a manutenção de seus direitos diante da sociedade nacional.” Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_ link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9134. Acesso em: 20 Abr. 2018. QUILOMBOLAS As comunidades quilombolas são grupos étnicos – predominantemen- te constituídos pela população negra rural ou urbana –, que se auto- definem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias. Estima-se que em todo o País existam mais de três mil comunidades quilombolas. Conforme o artigo 2º do Decreto 4887/2003, “consideram-se remanes- centes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetó- ria histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionadacom a resistência à opressão histórica sofrida”. Disponível em: www.incra.gov.br/quilombola. acesso em: 20 abr. 2018. PESSOAS COM DEFICIÊNCIA As pessoas com deficiência têm seus direitos garantidos pela Constituição federal, por Decretos e Leis federais, e Convenções internacionais. De acordo com a Constituição Federal de 1988 (art. 24), compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre a proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 23) cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência. A Lei Federal 7.853, de 24 de outubro de 1989: Estabelece os direitos básicos das pessoas portadoras de deficiência. O Decreto 3.956, de 08 de outubro de 2001, promulga a Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Essa Convenção reafirma que as pessoas portadoras de deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras pessoas, e que constitui um direito do portador de deficiência, inclusive, não ser alvo de discriminação, uma vez que dignidade e igualdade são inerentes a todo ser humano. Como qualquer cidadão, a pessoa com deficiência tem direito a educação pública e gratuita assegurada por lei, preferencialmente, na rede regular de ensino e, se for o caso, à educação adaptada às suas necessidades em escolas especiais, conforme estabelecido na Lei Federal 9.394/96 ( art. 4 incisos III E VII), no Decreto 3.298/99 (art. 24) e também na Lei nº 7.853/89 (art. 2º).} O Decreto 5.296/04, art. 24 define que os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários. A Lei Federal 9.394/96 (art. 59, IV) e o Decreto nº 3.298/99 (art. 28) asseguram o acesso do portador de deficiência à educação especial para o trabalho, tanto em instituição pública quanto privada, que lhe proporcione efetiva integração na vida em sociedade. Nesse caso, as instituições são obrigadas a oferecer cursos de formação profissional de nível básico, condicionando a matrícula do portador de deficiência à sua capacidade de aproveitamento e não ao seu nível de escolaridade. As instituições deverão, ainda, oferecer serviços de apoio especializado para atender às peculiaridades da pessoa portadora de deficiência, como adaptação de material pedagógico, equipamento e currículo; capacitação de professores, instrutores e profissionais especializados; adequação dos recursos físicos, como eliminação de barreiras ambientais. O Poder Público está obrigado a fornecer uma rede de serviços especializados em habilitação e reabilitação, bem como garantir o acesso aos estabelecimentos de saúde públicos e privados, conforme a Lei Federal 7.853/89 (art. 2º, parágrafo único, alíneas “c” e “d”); o Decreto Federal 3.298/99 (art. 17, 18, 21 e 22) e Lei Federal 8.213/91 (art. 89) regulamentada pelos Decretos 3.048/99 e 3.668/00. A Lei Federal 8.742/93 define, em seu Art. 1º, a assistência social como um direito do cidadão e dever do Estado e possui como objetivo, dentre outros, a habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras 51 de deficiência, e a promoção de sua integração à vida comunitária.} Por essa lei, fica garantido 01 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência, que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família (cuja renda mensal per capta seja inferior a 1/4 do salário mínimo). Para ter acesso ao benefício deve-se comprovar incapacidade para a vida independente e para o trabalho, através de laudo expedido por serviço que conte com equipe multiprofissional do INSS.} O benefício não poderá ser acumulado com qualquer outro, no âmbito da seguridade social, salvo o da assistência médica. Disponível em: https://aacd.org.br/wp-admin/images/GuiaDireitosbeneficios. pdf. https://pt.slideshare.net/WildeteSilva/direito-das-pessoas-com-deficincia. acesso em: 20 abr. 2018. autonomia dos indivíduos. Logo, para muitos estudiosos com Boaventura, Barreto, não há de se falar em universalidade dos direitos humanos já que eles foram elaborados, tomando-se como base conceitos ocidentais, deixando de lado concepções de outras culturas com relação a dignidade da pessoa humana. Para tanto, Boaventura diz: Uma vez que todos estes pressupostos são claramente ocidentais e facilmente distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em outras culturas, há que se averiguar as razões pelas quais a universalidade se transformou em uma das características marcantes dos direitos humanos. Corroborando neste sentido Barreto afirma: [?] que a leitura antropológica dos direitos humanos não consegue provar a sua universalidade, pois existem pluralidades de manifestações culturais, mas essas manifestações culturais expressam de forma diferente um número mínimo de valores humanos. Verificamos, assim, que não se encontra uma mesma resposta sobre a natureza dos direitos humanos, quando ficamos prisioneiros da experiência cultural e particular de cada povo. Trata-se de uma questão que deverá ser solucionada no plano propriamente da reflexão filosófica e não no terreno da pesquisa social empírica, onde casos particulares per se não confirmam, nem desmentem, a possibilidade ou não da universalidade de valores e normas. Quando se aborda o tema direitos humanos, pode-se realizar duas análises, como se pode ver na leitura de Barreto: [?] em primeiro lugar, à teoria jurídica dessa categoria de direitos, que tem a ver com o conjunto de tratados, convenções e legislações cujo objeto é a definição desses direitos, bem como a regulação dos mecanismos, internacionais e nacionais, garantidores dos direitos fundamentais da pessoa humana; por outro lado, a teoria dos direitos humanos trata, também, da análise dos chamados fundamentos desses direitos, tema que ganha na atualidade papel de destaque na filosofia social e política contemporânea. 3 - A VISÃO DA ANTROPOLOGIA: relativismo Cada povo possui seus costumes, sua maneira particular crer, de ver o mundo, de interpretar suas leis, neste sentido Novaes e Lima ensinam: “O conceito de cultura, tal como utilizado por Herder? um precursor da antropologia neste sentido? fornece um exemplo da valorização cultural e do respeito a ela. Ao postular a descontinuidade cultural entre os povos, Herder abre caminho para a consideração em torno da necessidade de preservação da identidade cultural de cada grupo humano”. Devido a este pensamento Novaes e Lima afirmam ainda que preservar a “identidade particular de um povo sem que isso implique em legitimação da desigualdade social torna-se um imperativo ético no pensamento antropológico contemporâneo”. Logo, falar de direitos humanos universais, sem ponderar sobre as peculiaridades de cada povo, é não respeitar suas particularidades. Barreto, citando o filósofo Frances Jacques Maritain, afirma que “não poderia haver uma concordância a respeito dos fundamentos dos direitos humanos entre concepções religiosas, culturais e políticas diversas da natureza da pessoa humana e da sociedade”. Para tanto, faz-se relevante conhecer o desenvolvimento das diferentes sociedades, seus costumes e cultura, bem como, seus pensamentos e ideais. E com isso se nota que a universalidade dos direitos tem que ser repensada, como se vê no pensamento de Barreto: O argumento mais usualmente aceito contra a universalidade dos direitos humanos é o elaborado pelas correntes relativistas, que se 5 - Direitos humanos e antropologia A cultura faz parte doser humano e da sociedade em que ele está inserido. As características de cada grupo desde a sua origem, cor, raça ou credo e outras devem ser respeitadas, inclusive sob a perspectiva dos direitos humanos. Tais direitos foram elaborados na expectativa de melhor aplicar os direitos para todos os homens, bem como demonstrar que todos, sem distinção, são iguais. Com o advento da globalização, a interação entre as culturas se ampliou, gerando diversos tipos de manifestações culturais, repercutindo de forma direta e indireta na consagração dos Direitos Humanos. Portanto, a sociedade vive o chamado pluralismo cultural, inerente ao Direito Humano, a “diferença”. Deste modo, o respeito ao multiculturalismo reflete a proteção da identidade cultural de cada grupo. Antropologia e direitos humanos: levando-se em conta a cultura Gustavo Medeiros Mota Andrade 1 - INTRODUÇÃO Todos os povos, independentemente, de sua origem, cor, raça ou credo e outras características devem ter seus direitos respeitados, na abrangência maior os direitos humanos. Tais direitos foram elaborados na expectativa d melhor aplicar os direitos para todos os homens, bem como demonstrar que todos, sem distinção são iguais. Isso posto buscou-se com este estudo analisar as características dos direitos humanos, a visão dos antropólogos com relação a tais direitos e ainda a aplicação em consonância com os costumes de cada povo. Como metodologia realizou-se uma pesquisa teórica a fim de fundamentar e conduzir o estudo. Para tanto, foram pesquisados autores como Barreto, Boaventura, Novaes e Lima, Oliveira e documentos como a declaração universal dos direitos humanos, a lei nº 6001/73 e a Constituição Federal. Ao final do estudo, espera-se estabelecer um paralelo entre a universalidade dos direitos humanos e o relativismo dos antropólogos. 2 - UNIVERSALIDADE DOS DIREITOS HUMANOS Para Boaventura, o conceito de direitos humanos está baseado em um aglomerado de pressupostos basicamente ocidentais, tais como uma natureza humana universal; uma dignidade absoluta e irredutível; 52Ética Profissional socorrem de uma leitura redutora do multiculturalismo encontrado na humanidade. A ideia central do relativismo consiste em afirmar que nada pode atender ao bem-estar de todo ser humano, isto porque, os seres humanos, no entendimento relativista, não são semelhantes em nenhuma aspecto que comporte generalizações. Esse argumento resulta de uma constatação antropológica, isto é, a existência na humanidade de diferentes valores, hábitos e práticas sociais, que se expressam sob variadas formas culturais. O autor segue afirmando que não é preciso se analisar de forma reducionista: [?] do ponto de vista antropológico, entretanto, pode ser lida de forma não-reducionista, quando diferenciamos entre as necessidades que originam respostas diversas em culturas diferenciadas, e aquelas que têm a mesma resposta em todos os grupos humanos, ainda que essas respostas possam aparecer sob formas diferentes, mas todas indicando a existência de uma mesma natureza humana. E para tanto a antropologia, enquanto disciplina que busca estudar o homem em seus diversos contextos se faz imprescindível para a ponderação e garantia destes direitos. “Aos Direitos Humanos interessam particularmente a Antropologia Social, a Cultural e a Filosófica”. Para Oliveira a antropologia social, cultural e filosófica engloba respectivamente: A primeira explica os fundamentos e o desenvolvimento das instituições sociais, enquanto sugere soluções para os problemas que esse desenvolvimento acarreta; a segunda estuda os instrumentos e os processos criados pelo homem para viver no ambiente natural e social em que se instala [...]; a terceira põe o homem em face de si mesmo na busca de conhecer-se [...]. Fester fala que a antropologia estuda o “relativismo cultural, ethos ou hierarquia dos valores”. Tal relativização para este autor resulta da “confrontação entre categorias ou agrupamentos humanos com valores diferenciados”. Neste contexto os ocidentais, orientais, tribos africanas, tribos indígenas possuem costumes e características diferentes, logo, faz-se necessário perceber e respeitar a peculiaridade de cada um para que se possa tratar as diferenças e se falar de direitos. Para Semprini o multiculturalismo retrata a questão da diferença e interpreta que o “multiculturalismo privilegia sua dimensão especificamente cultural”. 4 - DIREITOS HUMANOS, LEIS BRASILEIRAS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO A CULTURA INDÍGENA Em seu preâmbulo se reconhece a dignidade inerente a todos os homens, bem como afirma que os “direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, justiça e da paz no mundo”. Adiante em seus artigos primeiro e segundo afirma: “Art. I ?Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.? Art. II ?Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição?”. Todos os povos indígenas constituintes da família humana como são, estão também, respaldados por tais direitos, isso implica que têm direitos, incluindo o direito de não perderem sua identidade cultural em detrimento da identidade dos ditos civilizados homens brancos. Os índios são regidos por lei especial e a Constituição Federal guarda um capítulo para eles. O artigo 231, em seu parágrafo 2º diz que “as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes”. Isso para que possam transmitir sua herança cultural e suas tradições a seus descendentes. No Brasil, a Lei 6001 de 1973 regula a situação jurídica dos índios, em seu artigo 1º diz que a lei tem o “propósito de preservar a sua cultura [...]”. Com tal propositura se faz relevante conhecer determinadas características com a finalidade de não impor outra cultura. Em se tratando de educação, esta lei determina a alfabetização dos índios, através do ensino no país, mas deixa claro que se faz imprescindível fazer as adaptações necessárias, assim percebe-se o respeito pela forma particular deste povo. Assim, percebe-se a busca em associar as particularidades destes indivíduos com o aprendizado destinado a todos os demais, garantindo o aprendizado de sua língua original, preservando assim suas raízes. 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se perceber que é de grande relevância conhecer a individualidade de um povo, bem como seus costumes e tradições, para que se possa associar e inserir nestas particularidades a visão dos direitos humanos. Logo se faz necessário repensar o prisma universalista dos direitos humanos, podendo-se tê-los como universal em se tratando de sua abrangência, pois todos os homens podem se valer de tais direitos e levar em consideração o que já foi exposto acima, quando se trata das peculiaridades dos diferentes povos. Leia mais em: https://www.webartigos.com/artigos/antropologia-e-direitos- humanos-levando-se-em-conta-a-cultura/64610#ixzz5AnZ8RnhR. Acesso em: 20 jan. 2018. Nesse sentido, deve-se entender que há uma linha tênue entre os direitos humanos e o multiculturalismo. Por outro lado, esse fenômeno também gerou a homogeneização. Então, resta a pergunta: É possível falar, então, em direitos humanos universais? Não, já que foram criados e fazem parte da cultura ocidental. Mas, também isso não significa, que porque esses direitos nasceram no mundo ocidental devam ficar presos somente à essa cultura. Outros países também podem ter como parâmetro alguns desses direitos, havendo uma troca entre culturas. O que não pode e não deve ocorrer é o fenômeno do imperialismo cultural. É importantetambém que haja reflexão e que se possa perceber através do princípio da dignidade da pessoa humana quando uma cultura «se veste» de cultura para oprimir, gerar desigualdades e dominar os seres humanos. Portanto, é de extrema importância que as culturas dialoguem entre si. Além disso, os estudantes, os operadores do Direito devem tentar aplicar o conceito de multiculturalismo, mas com o respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, que, embora seja difícil, já que as sociedades possuem conceitos morais distintos, pode ser possível. A comunidade internacional deve desenvolver a conscientização das diversas formas de manifestação de cultura que ocorrem por várias partes do mundo com o objetivo de que novos princípios que abarquem a todos sejam construídos e aplicados. Fonte: A LINHA TÊNUE ENTRE OS DIREITOS HUMANOS E O MULTICULTURALISMO. Nathalia Lutterbach Pires Moreira. Disponível em: Https://portalseer.ufba.br/ index.php/CEPEJ/article/download/22049/14205. Acesso em: 09 Abr. 2018. 53 Portanto, é necessário conhecer e respeitar a individualidade de um povo, bem como seus costumes e tradições, para que se possa associar e inserir nestas particularidades, a visão dos direitos humanos. retomando a aula Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar a esta aula, vamos recordar os temas que foram abordados: 1 - O que são direitos humanos? Nessa seção, aprendemos que Direitos Humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Que possuem características de Historicidade, Universalidade, Imprescritibilidade, Inalienabilidade, Irrenunciabilidade, Inviolabilidade, Efetividade, Limitabilidade, Complementariedade e Concorrência. Além disso, são divididos em gerações de Direitos. 2 - Direitos Humanos no Brasil Nessa seção, estudamos que os Direitos Humanos no Brasil estão consagrados especialmente nos Artigos 1 e 5º da Constituição Federal de 1988. 3. Relação entre Direitos Humanos e Cidadania Nessa seção, verificamos que cidadania se refere ao papel que o indivíduo pode exercer visando o desenvolvimento da sociedade, lutando por melhores garantias individuais e coletivas, e por direitos essenciais como: o direito à vida, à liberdade, à propriedade e à igualdade. E ainda, que esses direitos são uma construção histórica e representam o ideal de Direitos a serem tutelados pelo estado, no caso, os Direitos Humanos. 4. Alguns Direitos vinculados à ideia de diferença Aqui, conhecemos alguns direitos vinculados à ideia de diferença e sua proteção legal, entre eles: GÊNERO, PRESIDIÁRIOS, CRIANÇA, UNIÃO HOMOAFETIVA, POVOS INDÍGENAS, QUILOMBOLAS e PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Destaca-se ainda, que existem muitos outros e que possuem normativas específicas para sua proteção. 5. Direitos humanos e antropologia Por último, aprendemos que “Todos os povos, independentemente, de sua origem, cor, raça ou credo e outras características devem ter seus direitos respeitados, na abrangência maior os direitos humanos. Tais direitos foram elaborados na expectativa de melhor aplicar os direitos para todos os homens, bem como demonstrar que todos, sem distinção, são iguais”. Logo, a essa ideia vincula-se a conquista e pleito pela consagração dos direitos humanos ao longo da história. De modo que, o estudo da requisição, luta e conquista desses direitos, refletem os aspectos culturais em que o homem vive, cabendo assim, a antropologia compreendê-los. Disponível em: www.global.org.br/wp-content/ uploads/2016/.../RPU-Coalizão-Direitos-Indígenas.pdf. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/ direitos-humanos/noticia/2017-04/povos-indigenas- conheca-os-direitos-previstos-na-constituicao. Vale a pena acessar Vale a pena Minhas anotações
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