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Políticas Educacionais

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Políticas Educacionais 
Prof a. Monica Maria Baruffi
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof a. Monica Maria Baruffi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
B295p
Baruffi, Mônica Maria
Políticas educacionais. / Mônica Maria Baruffi – Indaial: 
UNIASSELVI, 2021.
235 p.; il.
ISBN 978-65-5663-741-9
ISBN Digital 978-65-5663-742-6
1. Sistema educacional brasileiro. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
CDD 370
aPrEsEntação
Caro acadêmico, diante das inúmeras mudanças que estão ocorrendo 
no plano político-econômico mundial e simultaneamente em nosso país, 
faz-se necessária reformulação das leis que regem, particularmente, o sistema 
educacional brasileiro. Assim, é necessário que enquanto profissionais da 
educação e futuros professores, realizemos estudo e reflexão das políticas 
governamentais. 
Neste livro de estudos, você, acadêmico, reconhecerá as mudanças 
ocorridas até o momento na Educação Brasileira, a partir dos documentos que 
regem o sistema educacional brasileiro. Partimos da Constituição Brasileira, 
seguida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, ambos importantes no 
processo político educacional brasileiro. Com a perpetração destes dois 
documentos basilares busca-se a construção de outros documentos que 
serão elencados no transcorrer das unidades deste livro, demonstrando 
as mudanças que ocorreram e que ocorrem no cenário federal, estadual e 
municipal, influenciando nos programas e nas políticas públicas relacionadas 
à Educação, nosso foco de estudo. 
Trataremos neste livro as seguintes temáticas: na primeira unidade, 
trataremos das Políticas Públicas na educação, Constituição Federal e sua 
influência na Lei de Diretrizes e Bases da educação; reconheceremos o 
histórico da LDB/1996 e sua influência na estrutura educacional em todas as 
esferas governamentais.
Na segunda unidade apresentaremos a comunicação existente 
entre globalização e as políticas públicas; falaremos sobre as instituições 
formadoras do sistema educacional brasileiro, a nova Base Nacional Comum 
Curricular e a organização e gestão escolar coletiva. 
Na terceira unidade trataremos da identidade da escola, a organização 
e gestão frente às políticas públicas; identificaremos as competências 
do professor na escola e da equipe gestora; reconheceremos as áreas de 
atuação dos membros da escola e os instrumentos da estruturação política 
educacional na instituição escolar. 
Caro acadêmico, este livro tem a finalidade de auxiliar você em 
sua formação e auxiliar na discussão das temáticas referentes às políticas 
públicas na área educacional. Acreditamos que você poderá reconhecer 
no transcorrer da leitura a importância das políticas educacionais para 
sua formação.
Ótimo estudo!
Prof a. Monica Maria Baruffi
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO .................................................... 1
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL ............................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS? ............................................................................................ 3
2.1 COMO SE FAZEM AS POLÍTICAS PÚBLICAS? ....................................................................... 7
2.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A EDUCAÇÃO ................................................................... 11
3 LIGAÇÃO ENTRE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A LEI DE DIRETRIZES E 
BASES DA EDUCAÇÃO .................................................................................................................. 29
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 33
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 34
TÓPICO 2 — A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996 ............................. 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39
2 COMO SITUAR-SE SOBRE A LDB ............................................................................................... 39
3 A LDB E SUA ESTRUTURAÇÃO................................................................................................... 44
4 BREVE ANÁLISE DOS TÍTULOS DA LDB ................................................................................. 45
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 71
TÓPICO 3 — A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO 
COM AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS ............................................................... 75
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 75
2 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – HISTÓRICO ............................................................. 75
3 O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (2011 – 2020) ............................................................. 79
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 84
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 87
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................88
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 91
UNIDADE 2 — POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS .......... 93
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS .................95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 A GLOBALIZAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
EDUCACIONAIS .............................................................................................................................. 95
3 NOVAS REALIDADES SOCIAIS E AS REFORMAS EDUCATIVAS NO BRASIL .......... 101
4 REVOLUÇÃO INFORMACIONAL ............................................................................................. 104
5 NÍVEIS E MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO...................................................... 110
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 144
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 145
TÓPICO 2 — AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA EDUCACIONAL 
BRASILEIRO .............................................................................................................. 149
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 149
2 PROGRAMAS DO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO ...... 149
3 OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NACIONAL ............................................................ 152
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 156
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 157
TÓPICO 3 — A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR COLETIVA .................................. 159
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 159
2 CONCEITUANDO ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ................................................................... 159
3 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA PÚBLICA ............................................................................... 162
4 OBJETIVOS DA ESCOLA E AS PRÁTICAS DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ............... 163
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 166
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 169
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 170
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 173
UNIDADE 3 — A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS ........ 177
TÓPICO 1 — A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS ............ 179
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 179
2 A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: LUGAR DE APRENDIZAGEM ......................................... 179
2.1 PAPEL DO GESTOR ESCOLAR ............................................................................................... 182
2.2 PAPEL DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA ..................................................................... 183
2.3 PAPEL DO PEDAGOGO ........................................................................................................... 185
2.4 PAPEL DO ALUNO .................................................................................................................... 186
2.5 COLABORADORES ................................................................................................................... 186
3 A GESTÃO PARTICIPATIVA E A CULTURA ORGANIZACIONAL NA ESCOLA ......... 187
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 191
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 192
TÓPICO 2 — A APRENDIZAGEM E AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO 
E DA GESTÃO ESCOLAR ....................................................................................... 195
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 195
2 AS FUNÇÕES ESSENCIAIS NO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E DE GESTÃO 
ESCOLAR .......................................................................................................................................... 195
3 ORGANIZAÇÃO E DESEMPENHO DO CURRÍCULO ......................................................... 200
4 A FORMAÇÃO CONTINUADA .................................................................................................. 201
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 208
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 209
TÓPICO 3 — A GESTÃO PARTICIPATIVA CONTINUANDO A CONSTRUÇÃO E 
PLANEJAMENTO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA ................................. 213
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 213
2 OS MECANISMOS DA ESTRUTURAÇÃO POLÍTICA EDUCACIONAL NA ESCOLA ..... 213
2.1 CONSELHOS ESCOLARES ...................................................................................................... 214
2.2 GRÊMIOS ESTUDANTIS .......................................................................................................... 214
2.3 APPs – ASSOCIAÇÃO DE PAIS E PROFESSORES ............................................................... 215
2.4 A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA ESCOLA E DA APRENDIZAGEM ..................... 216
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 219
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 225
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 226
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 231
1
UNIDADE 1 — 
AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA 
EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer aspectos relacionados ao conceito de políticas públicas e sua 
funcionalidade;
•	 entender	 o	 que	 é	 a	 Constituição	 Federal	 e	 sua	 influência	 na	 Lei	 de	
Diretrizes e Bases da Educação;
•	 reconhecer	o	histórico	da	LDB	–	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação;
•	 conhecer	 o	 envolvimento	 entre	 a	 LDB	 e	 as	 esferas	 federal,	 estadual	 e	
municipal;
•	 entender	a	LDB	e	sua	organização	com	as	políticas	públicas.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO	1	–	 POLÍTICAS	PÚBLICAS	NO	CONTEXTO	EDUCACIONAL	
TÓPICO	2	–		A	LEI	DE	DIRETRIZES	E	BASES	DA	EDUCAÇÃO	DE	1996
TÓPICO	3	–	 A	EDUCAÇÃO	BRASILEIRA,	SUA	ORGANIZAÇÃO	E	
RELAÇÃO	COM	AS	POLÍTICAS	EDUCACIONAIS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure umambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
1 INTRODUÇÃO
Prezado	 acadêmico!	 Estamos	 iniciando	 o	 Livro	 Didático	 de	 Políticas	
Educacionais	e	queremos,	neste	tópico,	apresentar	alguns	conceitos	relacionados	
às	 políticas	 públicas	 e	 qual	 o	 seu	 envolvimento	 com	 a	 educação.	 Assim,	 a	
Constituição	Federal	também	fará	parte	deste	estudo,	além	de	nossa	carta	magna	
na	educação,	a	LDB	–	Lei	de	Diretrizes	e	Bases	da	Educação.
Afinal,	 que	 ligação	 tem	 as	 políticas	 públicas,	 a	 Constituição	 Federal	
e	a	LDB	para	o	 trabalho	desenvolvido	na	esfera	educacional?	É	 significativa	a	
interação	entre	elas	e	cabe	a	nós,	acadêmicos	e	futuros	profissionais	da	educação,	
compreendermos	esta	ligação,	que	determina	o	bom	funcionamento	ou	não	dos	
projetos	desenvolvidos	pelas	esferas	federais,	estaduais	e	municipais.
Cabe	 ressaltar,	 prezado	 acadêmico,	 que	 você	 está	 sendo	 convidado	 a	
analisar,	refletir,	questionar	e	construir	novas	ideias	a	partir	dos	conhecimentos	
que	serão	apresentados	a	partir	deste	momento.
Vamos	à	leitura!
2 O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS?
Acadêmico!	Se	você	fosse	perguntado	sobre	o	que	são	políticas	públicas,	
qual	seria	sua	resposta?	Acreditamos	que,	inicialmente,	pararia	e	refletiria	sobre	o	
tema.	É	algo	natural	do	ser	humano,	que	ao	ser	questionado,	por	alguns	segundos	
ou	minutos	pare	e	reflita	sobre	o	que	foi	perguntado.
A	esta	pergunta	pensamos	que	sua	resposta	possa	estar	relacionada	a	uma	
visão	prática	do	dia	a	dia,	mas	como?	Existem	outras	formas	de	visualizarmos	as	
políticas	públicas?	Vejamos!
As	políticas	públicas	possuem	sua	história	e	conceitos,	conforme	o	Manual	
de	 Políticas	 Públicas:	 conceitos	 e	 práticas	 do	 Sebrae,	 coordenado	 por	 Caldas	
(2008,	p.	5):
A	 função	 que	 o	 Estado	 desempenha	 em	 nossa	 sociedade	 sofreu	
inúmeras	transformações	ao	passar	do	tempo.	No	século	XVIII	e	XIX,	
seu	principal	objetivo	era	a	segurança	pública	e	a	defesa	externa	em	
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
4
caso	de	ataque	inimigo.	Entretanto,	com	o	aprofundamento	e	expansão	
da	 democracia,	 as	 responsabilidades	 do	 Estado	 se	 diversificaram.	
Atualmente,	é	comum	se	afirmar	que	a	função	do	Estado	é	promover	
o	bem-estar	da	sociedade.	Para	tanto,	ele	necessita	desenvolver	uma	
série	 de	 ações	 e	 atuar	 diretamente	 em	 diferentes	 áreas,	 tais	 como	
saúde,	educação,	meio	ambiente.
Assim,	 observa-se	que	o	Estado	passou	 e	passa	por	 transformações,	 as	
quais	são	acompanhadas	por	toda	a	sociedade.	Se	antes	a	preocupação	encontrava-
se	 direcionada	 à	 defesa	 do	 território,	 hoje,	 além	da	defesa	 do	 território	 nacional,	
as	preocupações	voltam-se	também	para	as	áreas	da	saúde,	segurança	pública,	
educação,	meio	ambiente.	Mesmo	que	saibamos	da	fragilidade	em	muitas	dessas	
áreas,	o	Estado	necessita	voltar	a	se	organizar	e	buscar	soluções	para	a	fortificação	
delas,	pois	a	população	necessita	dessas	ações.
Desta	forma,	falar	em	políticas	públicas	para	alguns	é	o	mesmo	que	ser	
utópico,	 pois	 elas	 não	 surtem	 efeitos	 desejáveis.	 Sim,	 vivemos	 uma	 realidade	
delicada	e	repleta	de	problemas,	os	quais	precisam	ser	passados	a	limpo.	Mesmo	
que	 muitos	 não	 acreditem,	 já	 se	 deixaram	 levar	 pelo	 descrédito	 da	 política,	
mesmo assim são necessários movimentos que reformulem todo o sistema em 
que	o	Estado	se	encontra,	para	assim	determinarmos	as	ações	e	os	programas	
para	a	melhoria	e	estabilidade	das	áreas	de	segurança	pública,	saúde,	educação,	
dentre	outras.
E	como	afirma	Oscar	Wilde	em	uma	de	suas	célebres	 frases	e	utilizada	
por	Mário	Luiz	Neves	de	Azevedo	(2008,	p.	9)	na	apresentação	do	livro	Políticas	
Públicas	Contemporâneas:	 “Isto	é	utópico?	Um	mapa-múndi	que	não	 inclua	a	
Utopia	não	é	digno	de	consulta”.
Neste	 livro	 didático,	 a	 utopia	 em	 sua	 mais	 elevada	 significação	 será	
utilizada	e	levará	você,	acadêmico,	a	refletir	sobre	como,	por	que	e	para	que	são	
utilizadas	as	políticas	públicas	e	como	elas	influenciam	em	nosso	cotidiano.
Ainda	conforme	Azevedo	(2008,	p.	18),	“escrever	sobre	Políticas	Públicas	
é	tratar,	essencialmente,	sobre	projetos	em	construção	que	dependem	da	visão	de	
mundo	dos	seus	promotores”.
Afinal,	 o	 que	 são	 essas	 políticas	 públicas?	 Vamos	 buscar	 respostas	 em	
nosso	dia	a	dia.
Em	cada	momento	de	nossa	vida,	em	nosso	cotidiano,	estamos	envoltos	
por	regras	que	determinam	nossa	maneira	de	agir,	pensar,	conviver	e	determinam	o	
processo	de	construção	econômica,	política	e	social	de	um	país,	de	nossas	vidas	e	da	
sociedade	num	todo.
Em	 muitos	 momentos	 estas	 políticas	 passam	 despercebidas,	 mas	 elas	
encontram-se	 dentro	 da	 história	 da	 humanidade.	 Podemos	 relatar	 também	
forte	 influência	na	Grécia	Antiga,	onde	a	palavra	política	 tem	seu	berço,	onde	
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
5
filósofos	 como	Aristóteles	 e	 Platão	 foram	 os	 precursores	 desta	 ciência.	 Cabe,	
aqui,	perguntarmos:	política	é	uma	ciência?	Sim,	a	política	é	uma	ciência,	que	
“determina	 quais	 são	 as	 ciências	 necessárias	 nas	 cidades,	 quais	 as	 que	 cada	
cidadão	deve	aprender”	(ABBAGNANO,	2000,	p.	773).
Perante	o	apresentado	na	citação,	podemos	perceber	que	as	políticas	são	
as	regras	de	organização	e	de	convivência	necessárias	para	que	uma	cidade,	um	
estado	e	país	consigam	se	desenvolver	e	viver	em	harmonia,	sendo	os	governantes	
os responsáveis pelos caminhos a serem traçados para a melhoria da qualidade 
de	vida	da	população	envolvida.
Ao	buscarmos	respostas	referentes	ao	que	é	Política	Pública,	encontramos	
diversas	definições	que	nos	remetem	à	organização,	a	estudos	voltados	às	ações	a	
serem	empregadas	para	o	bem-estar	da	sociedade.
Como	afirma	Santos	(2012,	p.	5):	“Políticas	públicas	são	ações	geradas	na	
esfera	do	Estado	e	que	têm	como	objetivo	atingir	a	sociedade	como	um	todo	ou	
partes	dela”.
Cabe ressaltar que as políticas públicas são também de nossa 
responsabilidade,	enquanto	cidadãos,	que	buscam	melhoria	de	vida.	As	políticas	
públicas	terão	eficácia,	a	partir	do	momento	que	os	cidadãos	compreendam	como	
ocorre	a	criação	dessas	políticas	(ações,	programas)	nas	esferas	federais,	estaduais	
e	principalmente	nas	que	estão	bem	próximas	de	cada	um	de	nós,	e	que	estão	
sendo	desenvolvidas,	as	municipais.	Estas	ações	também	ocorrem	dentro	e	fora	
de	nossas	residências,	e	somos	nós,	também	responsáveis	pela	sua	aplicabilidade,	
transparência	e	eficácia.
Como?	Eu	responsável	por	políticas	públicas?	Isso	não	compete	somente	
aos	governantes?	Sim,	compete	a	eles,	mas	também	a	cada	cidadão,	que	possui	a	
responsabilidade	de	cobrar	e	de	fazer	cumprir	as	leis	através	de	ações.
Fica	 claro	que	a	política,	 segundo	Santos	 (2012,	p.	 2),	 “[...]	 sempre	está	
ligada	ao	exercício	do	poder	em	sociedade,	seja	em	nível	individual,	quando	se	
trata	das	ações	de	comando,	seja	em	nível	coletivo,	quando	um	grupo	(ou	toda	
sociedade)	 exerce	 o	 controle	 das	 relações	 de	 poder	 em	 uma	 sociedade”.	 De	
acordo	com	o	mesmo	autor,	podemos	perceber	que,	independentemente	do	nível,	
seja	individual	ou	coletivo,	a	política	está	presente	e	vem	acompanhada	de	outra	
palavra,	que	é	o	poder.
O	poder	é	algo	que	se	encontra	impregnado	dentro	de	todas	as	áreas	de	
estruturação	profissional	ou	política.	Este	poder	pode	ser	compreendido	como	
algo	positivo	ou	negativo.	Positivo	no	 sentido	de	 ser	 compreendido	como	um	
processo	de	transformação	de	uma	sociedade,	voltada	às	bem	feitorias,	à	visão	de	
uma	sociedade	em	que	todos	possuam	seus	direitos	e	seus	deveres.
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
6
No	 aspecto	 negativo,	 pode	 levar	 o	 detentor	 do	 poder	 a	 tornar-se	 um	
dominador,	sem	a	preocupação	com	a	qualidade	de	vida	da	população.	Conforme	
Santos	(2012,	p.	2),	o	termo	poder	é	“capacidade	ou	propriedade	de	obrigar	alguém	
a	 fazer	alguma	coisa”.	O	autor	ainda	expõe	que:	“Nesse	sentido,	é	 importante	
ressaltarque	o	poder	(em	suas	mais	variadas	manifestações)	pode	ser	exercido	
mediante	o	uso	da	coação	e/ou	da	persuasão.	Em	matéria	de	política,	ambas	as	
opções	são	tidas	como	válidas,	tudo	depende	de	quem	exerce	o	poder	e	de	como	
opta	por	exercê-lo”	(SANTOS,	2012,	p.	2).
Diante	do	exposto,	observa-se	que	a	política	possui	várias	possibilidades,	
dentre elas nos deparamos com as que nos levam a construir uma sociedade com 
direitos	e	deveres	bem	estruturados,	ou	a	que	nos	leva	a	termos	uma	sociedade	
totalmente	desestruturada	e	mantida	como	refém	de	suas	ações.
Frente	 a	 isso,	 as	políticas	públicas	 são	as	 ações	que	determinam	como,	
por	 que	 e	 para	 que	 servirão.	 Elas,	 conforme	 Marinho	 (2006,	 p.	 1),	 são	 de	
“responsabilidade	do	Estado,	com	base	em	organismos	políticos	e	entidades	da	
sociedade	civil,	se	estabelece	um	processo	de	tomada	de	decisões	que	resultam	
nas	normatizações	do	país,	ou	seja,	nossa	Legislação”.
Assim,	as	políticas	públicas	retratam	não	só	questões	acerca	da	economia,	
mas	do	envolvimento	de	diversos	segmentos,	contendo	condições	e	possibilidades	
de	desenvolver	mecanismos	que	auxiliem	no	crescimento	e	qualidade	de	vida	da	
população.
Cabe	 ressaltar	 que	 as	 políticas	 públicas	 recebem	 diversas	 definições,	
Souza	(2006,	p.	26)	as	define	como:
O	 campo	do	 conhecimento	 que	 busca,	 ao	mesmo	 tempo,	 ‘colocar	 o	
governo	 em	 ação’	 e/ou	 analisar	 essa	 ação	 (variável	 independente)	
e,	 quando	 necessário,	 propor	 mudanças	 no	 rumo	 ou	 curso	 dessas	
ações	 (variável	 dependente).	 A	 formulação	 de	 políticas	 públicas	
constitui-se	 no	 estágio	 em	 que	 os	 governos	 democráticos	 traduzem	
seus	 propósitos	 e	 plataformas	 eleitorais	 em	 programas	 e	 ações	 que	
produzirão	resultados	ou	mudanças	no	mundo	real.
Assim,	 podemos	 definir	 políticas	 públicas	 como	 as	 ações	 que	 os	
governantes	utilizam	para	realizar	um	governo	voltado	à	melhoria	da	qualidade	
de	vida	da	população,	da	economia,	da	educação,	da	segurança	pública,	enfim,	
dando	ao	seu	país,	estado	ou	município	possibilidades	de	crescimento.
Tendo	 essas	 ações	 e	 programas	 voltados	 a	 esses	 segmentos,	 pode-se	
perceber	que	todos,	independentemente	de	nível	econômico,	terão	possibilidades	
de	crescimento	e	de	manutenção	da	qualidade	de	vida.
Agora	surge	outra	pergunta:	como	são	elaborados	os	programas,	como	se	
fazem	as	políticas	públicas?
Vamos	elucidar	essas	dúvidas!
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
7
2.1 COMO SE FAZEM AS POLÍTICAS PÚBLICAS?
Seguindo	o	raciocínio,	observamos	que	as	políticas	públicas	são	as	ações,	
programas	desenvolvidos	pelos	governantes,	as	quais	são	prioridade.
[...]	 as	 Políticas	 Públicas	 são	 a	 totalidade	 de	 ações,	 metas	 e	 planos	
que	 os	 governos	 (nacionais,	 estaduais	 ou	 municipais)	 traçam	 para	
alcançar	o	bem-estar	da	sociedade	e	o	interesse	público.	É	certo	que	as	
ações	que	os	dirigentes	públicos	(os	governantes	ou	os	tomadores	de	
decisões)	selecionam	(suas	prioridades)	são	aquelas	que	eles	entendem	
serem	as	demandas	ou	expectativas	da	sociedade,	ou	seja,	o	bem-estar	
da	 sociedade	 é	 sempre	definido	pelo	 governo	 e	 não	pela	 sociedade	
(CALDAS,	2008,	p.	5).
Independentemente das participações ou não da sociedade nas ações que 
envolvem	a	melhoria	do	bem-estar	da	sociedade,	enquanto	cidadãos	necessitamos	
nos	manter	atentos	e	participativos	nas	ações	que	os	governantes	desenvolvem	em	
nosso	país,	estado	e	município.
Alguns	poderão	estar	incomodados	com	a	apresentação	da	última	parte	
da	citação	de	Caldas	(2008,	p.	5):	“o	bem-estar	da	sociedade	é	sempre	definido	
pelo	governo	e	não	pela	sociedade”.	Por	que	isso	ocorre?	O	autor	explica:
Isto	ocorre	porque	a	 sociedade	não	consegue	se	expressar	de	 forma	
integral.	 Ela	 faz	 solicitações	 (pedidos	 ou	 demandas)	 para	 os	 seus	
representantes	(deputados,	senadores	e	vereadores)	e	estes	mobilizam	
os	membros	do	Poder	Executivo,	que	também	foram	eleitos	(tais	como	
prefeitos,	governadores	e	inclusive	o	próprio	Presidente	da	República)	
para	 que	 atendam	 às	 demandas	 da	 população.	 As	 demandas	 da	
sociedade	são	apresentadas	aos	dirigentes	públicos	por	meio	de	grupos	
organizados,	 no	 que	 se	 denomina	 de	 Sociedade	 Civil	 Organizada	
(SCO),	a	qual	inclui,	conforme	apontado	acima,	sindicatos,	entidades	
de	 representação	 empresarial,	 associação	de	moradores,	 associações	
patronais	e	ONGs	em	geral	(CALDAS,	2008,	p.	5-6).
Dessa	 forma,	 nós,	 cidadãos,	 necessitamos	 nos	 organizar	 em	 nossa	 rua,	
através	de	associação	de	bairros,	para	ir	em	busca	de	soluções	para	os	problemas	
que	 envolvem	 nossa	 comunidade.	 Sabemos	 das	 dificuldades	 financeiras	 que	 as	
instituições	governamentais	passam,	principalmente	as	municipais,	são	inúmeras.
[...]	os	recursos	para	atender	a	todas	as	demandas	da	sociedade	e	seus	
diversos	grupos	(a	SCO)	são	limitados	ou	escassos	.	Como	consequência,	
os	 bens	 e	 serviços	 públicos	 desejados	 pelos	 diversos	 indivíduos	
se	 transformam	 em	 motivo	 de	 disputa.	 Assim,	 para	 aumentar	 as	
possibilidades	de	êxito	na	competição,	 indivíduos	que	 têm	os	mesmos	
objetivos	tendem	a	se	unir,	formando	grupos	(CALDAS,	2008,	p.	6).
Observe,	 acadêmico,	 que	 as	 palavras	 de	 Caldas	 nos	 remetem	 à	 ideia	
de	 competição,	 embate	 na	 possibilidade	 de	 busca	 de	 resultados	 que	 deem	 à	
população	melhores	condições	de	vida.	Ainda	ressalta	Caldas	 (2008,	p.	6)	com	
relação à questão do embate:
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
8
Não	se	deve	imaginar	que	os	conflitos	e	as	disputas	na	socieda	de	sejam	
algo	 necessariamente	 ruim	 ou	 negativo.	 Os	 conflitos	 e	 as	 disputas	
servem	 como	 estímulos	 a	 mudanças	 e	 melhorias	 na	 sociedade,	 se	
ocorrerem dentro dos limites da lei e desde que não coloquem em 
risco	as	instituições.
Com	 isso,	 podemos	 determinar	 que	 a	 organização	 da	 sociedade	 civil	
precisa	estar	presente	na	formulação	das	ações	que	auxiliem	na	melhoria	de	todos	
os	setores	que	envolvem	a	sociedade.
Já sabemos que as políticas públicas são desenvolvidas a partir do 
interesse	dos	governantes	e	recebidas	as	ideias	da	sociedade	organizada.	Outro	
fator a ser observado na elaboração das políticas públicas é que nem sempre as 
ações	desenvolvidas	ou	solicitadas	pela	sociedade	civil	organizada	são	atendidas,	
e	 a	 sociedade	 necessita	 buscar	 ajuda	 ou	 apoio	 em	 outros	 grupos	 organizados	
para	que	suas	reivindicações	sejam	aceitas.	Em	outro	momento,	pode	ocorrer	um	
embate,	conforme	apresentado	anteriormente	por	Caldas	(2008),	e	isso	não	deve	
ser	visto	como	um	momento	de	revolta,	mas	de	busca	de	soluções.
Estes	 embates	 ocorrem	 devido	 ao	 que	 nos	 apresenta	 Caldas	 (2008,	 p.	
6),	 quando	 diz	 que:	 “as	 sociedades	 contemporâneas	 se	 caracterizam	 por	 sua	
diversidade,	tanto	em	termos	de	idade,	religião,	etnia,	língua,	renda,	profissão,	
como	de	 ideias,	 valores,	 interesses	 e	 aspirações”	 e	 acabam	 também	 tendo	 sua	
maneira	de	pensar	e	agir	com	relação	a	determinadas	situações.	Para	alguns,	ações	
como a melhoria da pracinha do bairro não é condizente com os seus interesses e 
preferem	 que	 as	 melhorias	 sejam	 realizadas	 em	 outros	 setores.	 Para	 que	 não	
ocorram	embates	mais	fervorosos	é	preciso	o	diálogo	e	a	organização.	Quem	são	
os	atores	que	criam	essas	Políticas	Públicas?	Qual	é	a	logística	desse	processo?
No	processo	de	discussão,	criação	e	execução	das	Políticas	Públicas,	–	
encontramos	basicamente	dois	 tipos	de	atores:	 os	 ‘estatais’	 (oriundos	
do	 Governo	 ou	 do	 Estado)	 e	 os	 ‘privados’	 (oriundos	 da	 Sociedade	
Civil).	Os	atores	 estatais	 são	aqueles	que	exercem	 funções	–	públicas	
no	Estado,	tendo	sido	eleitos	pela	sociedade	para	um	cargo	por	tempo	
determinado	(os	políticos),	ou	atuando	de	forma	permanente,	como	os	
servidores	públicos	(que	operam	a	burocracia)	(CALDAS,	2008,	p.	8).
Cada	um	desses	atores	possui	uma	função	determinada.	Os	atores	estatais	
(os	políticos)	buscam	no	período	das	campanhas	políticas	apresentarprogramas	e	
ações	que	poderão	vir	a	ser	desenvolvidas,	sendo	que	as	Políticas	Públicas	são	
definidas	pelo	poder	legislativo.
Entretanto,	 as	 propostas	 das	 Políticas	 Públicas	 partem	 do	 Poder	
Executivo,	 e	 é	 esse	 Poder	 que	 efetivamente	 as	 coloca	 em	 prática.	
Cabe	aos	 servidores	públicos	 (a	burocracia)	oferecer	as	 informações	
necessárias	 ao	 processo	 de	 tomada	 de	 decisão	 dos	 políticos,	 bem	
como	 operacionalizar	 as	 Políticas	 Públicas	 definidas.	 Em	 princípio,	
a	 burocracia	 é	 politicamente	 neutra,	 mas	 frequentemente	 age	 de	
acordo	 com	 interesses	 pessoais,	 ajudando	 ou	 dificultando	 as	 ações	
governamentais.
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
9
Assim,	 o	 funcionalismo	público	 compõe	um	 elemento	 essencial	 para	 o	
bom	desempenho	das	diretrizes	adotadas	pelo	governo	 (CALDAS,	2008,	p.	8).	
Os	atores	privados	(sociedade	civil)	são	os	que	não	possuem	ligação	direta	com	o	
setor	administrativo	do	Estado.	São	eles:
•	 A	imprensa.
•	 Os	centros	de	pesquisa.
•	 Os	grupos	de	pressão,	os	grupos	de	interesse	e	os	lobbies.
•	 As	Associações	da	Sociedade	Civil	Organizada	(SCO).
•	 As	entidades	de	representação	empresarial.
•	 Os	sindicatos	patronais.
•	 Os	sindicatos	de	trabalhadores.
•	 Outras	 entidades	 representativas	 da	 Sociedade	 Civil	 Organizada	 –	 (SCO)	
(CALDAS,	2008,	p.	9).
Além	dos	que	 foram	apresentados,	existem	outros	atores,	 como	os	que	
fazem	parte	da	área	do	turismo,	da	cultura,	que	também	são	da	área	privada	e	
podem	fazer	parte	desse	processo.
Com	o	que	foi	apresentado	até	o	momento,	sabemos	quem	são	os	atores	
do	processo.	Cabe	agora	determinarmos	os	caminhos,	os	estágios	ou	fases	que	
são	necessários	seguir	para	a	formulação	até	a	execução	das	Políticas	Públicas.
As	Políticas	Públicas	possuem	seus	estágios,	os	quais	assim	se	apresentam,	
segundo	Caldas	(2008,	p.	7):
•	 Primeira	fase	–	Formação	da	Agenda	(Seleção	das	Prioridades).
•	 Segunda	 fase	 –	 Formulação	 de	 Políticas	 (Apresentação	 de	 Soluções	 ou	
Alternativas).
•	 Terceira	fase	–	Processo	de	Tomada	de	Decisão	(Escolha	das	Ações).
•	 Quarta	fase	–	Implementação	(ou	Execução	das	Ações).
•	 Quinta	fase	–	Avaliação.
Cabe	ressaltar	que	estas	fases	possuem	uma	ligação,	elas	estão	somente	
apresentadas	separadamente	para	melhor	compreensão	do	processo.
Com	 relação	 às	 fases,	 vamos	 identificá-las	 uma	 a	 uma	 e	 assim	 você,	
acadêmico,	 compreenderá	melhor	 esse	 processo	 de	 criação	 de	 novas	 Políticas	
Públicas.
Segundo	 Caldas	 (2008),	 a	 primeira	 fase,	 determinada	 como	 Formação 
da Agenda,	 busca	 organizar	 e	 detectar	 quais	 são	 os	 problemas	 existentes	 na	 
sociedade e	determinar	os	valores	necessários	para	a	sua	elaboração.	Caldas	(2008,	
p.	10-11)	defende	que	“tal	processo	envolve	a	emergência,	o	reconhecimento	e	
a	definição	das	questões	que	serão	 tratadas	e,	 como	consequência,	quais	 serão	
deixadas	de	lado”.
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
10
Na	segunda	 fase,	 temos	a	Formulação	de	Políticas,	quando	ocorrem	as	
possíveis	alternativas	para	solucionar	os	problemas	alavancados.
Cabe	observar	que	nesta	fase	é	importante	uma	relação	de	dialogicidade	
com	todos	os	setores	envolvidos,	pois	sabendo	ouvir	as	partes	envolvidas,	no	caso	
os	segmentos	administrativos	e	econômicos,	conseguir-se-á	determinar	se	estas	
ações	são	ou	não	possíveis	de	serem	levadas	adiante.	“Outra	análise	importante	
se	 refere	 aos	 riscos	 que	 cada	 alternativa	 traz,	 desenvolvendo	 uma	 forma	 de	
compará-las	e	de	medir	qual	é	mais	eficaz	e	eficiente	para	atender		ao	objetivo	e	
aos	interesses	sociais”	(CALDAS,	2008,	p.	13).
Já na terceira fase temos o Processo de Tomada de Decisões,	 em	 que	 os	
governantes	junto	às	Políticas	Públicas	tomam	decisões.	Segundo	Caldas	(2008,	p.	13):
[...]	a	fase	de	tomada	de	decisões	pode	ser	definida		como	o	momento	
onde se escolhe alternativas de ação/intervenção em resposta aos 
problemas	 definidos	 na	Agenda.	 É	 o	momento	 onde	 se	 define,	 por	
exemplo,	 os	 recursos	 e	 o	 prazo	 temporal	 de	 ação	 da	 política.	 As	
escolhas	feitas	nesse	momento	são	expressas	em	leis,	decretos,	normas,	
resoluções,	dentre	outros	atos	da	administração	pública.
Outro	passo	importante,	nessa	fase,	é	definir	como	se	dará	o	processo	de	
tomada	de	decisões,	ou	seja,	qual	é	o	procedimento	que	se	deve	seguir	antes	de	
decidir	algo.	Primeiramente,	deverá	se	decidir	quem	participará	do	processo,	se	
este	será	aberto	ou	fechado.
Quando	Caldas	(2008)	trata	da	participação	ou	não	no	processo	de	tomada	
de	decisões,	ele	está	apresentando	a	possibilidade	dos	governantes	de	abrirem	
espaço	para	a	sociedade	civil	participar	ou	não.	Se	for	uma	participação	aberta,	os	
governantes	necessitam	determinar	se	haverá	consulta	dos	favorecidos.
No	 caso	 de	 se	 prever	 tal	 tipo	 de	 consulta	 (como,	 por	 exemplo,	 no	
Orçamento	Participativo),	é	necessário	estabelecer	se	a	decisão	será	ou	
não	tomada	por	votação,	as	regras	em	torno	da	mesma,	o	número	de	
graus	(direta	ou	indireta)	que	envolverá	a	consulta	que	será	feita	aos	
eleitores	etc.	Essa	definição	é	fundamental	pelo	fato	de	que	diferentes	
formas de decisão podem apresentar diferentes controladores da 
Agenda	e	resultar	em	decisões	diferentes	(CALDAS,	2008,	p.	14).
Na	quarta	fase	temos	a	Implementação,	na	qual	as	ações	serão	realizadas,	
é	o	momento	de	colocar	o	projeto	em	ação.	Para	isso	o	setor	administrativo	passa	
a	 executar	 o	 projeto.	 Cabe	 salientar	 que	 durante	 o	 processo	 de	 execução	 do	
projeto	podem	ocorrer	mudanças	drásticas,	 dependendo	da	postura	do	poder	
administrativo.
Por	último,	temos	a	fase	de	Avaliação,	a	qual	deve	estar	em	permanente	
ação,	desde	o	primeiro	momento	do	estágio	ou	fases	da	elaboração	das	Políticas	
Públicas.
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
11
A	 avaliação,	 em	 sua	 estrutura,	mostra	 aos	 gestores	 quais	 as	 ações	 que	
foram	bem	desenvolvidas	e	as	que	deixaram	lacunas.	Dessa	forma,	a	avaliação	
acaba sendo uma ferramenta de aprendizado e dando aos administradores 
respostas	das	ações	ali	empregadas.
De	maneira	 geral,	 o	 processo	de	 avaliação	de	uma	política	 leva	 em	
conta	 seus	 impactos	 e	 as	 funções	 cumpridas	 pela	 política.	 Além	
disso,	busca	determinar	sua	relevância,	analisar	a	eficiência,	eficácia	e	
sustentabilidade	das	ações	desenvolvidas,	bem	como	servir	como	um	
meio	de	aprendizado	para	os	atores	públicos	(CALDAS,	2008,	p.	19).
Diante	do	exposto,	podemos	perceber	que	as	Políticas	Públicas	serão	realmente	
determinantes	e	eficazes	se	ocorrer	uma	boa	administração	política.	Segundo	Caldas	
(2008,	p.	19),	ela	será	uma	boa	política	se	cumprir	as	seguintes	funções:
• Promover e melhorar os níveis de cooperação entre os atores 
envolvidos.
•	 Constituir-se	num	programa	factível,	isto	é,	implementável.
•	 Reduzir	a	incerteza	sobre	as	consequências	das	escolhas	feitas.
• Evitar o deslocamento da solução de um problema político por meio 
da	transferência	ou	adiamento	para	outra	arena,	momento	ou	grupo.
•	 Ampliar	 as	 opções	 políticas	 futuras	 e	 não	 presumir	 valores	
dominantes e interesses futuros nem predizer a evolução dos 
conhecimentos.	 Uma	 boa	 política	 deveria	 evitar	 fechar	 possíveis	
alternativas	de	ação.
Você	deve	se	perguntar:	para	que	eu	necessito	saber	destas	questões?
A	 partir	 do	 momento	 que	 você	 inicia	 um	 processo	 de	 reconhecimento	
das	ações	que	 são	desenvolvidas	e	 elaboradas	pelo	 sistema	governamental,	 seja	
ele	em	nível	federal,	estadual	ou	municipal,	você	poderá	compreender	e	dar	sua	
parcela	de	participação	no	processo	de	construção	de	novas	ações	e	programas,	
principalmente,	no	que	diz	respeito	às	áreas	que	são	de	maior	importância	para	
você,	sua	comunidade	e	com	relação	a	sua	vida	profissional.
Frente	 ao	 exposto,	 vamos	 seguir	 nosso	 caminho,	 pois,	 depois	 de	
reconhecermos	 o	 que	 são	 as	 Políticas	 Públicas,	 sua	 função	 e	 sua	 elaboração,	
passaremos a tratar de outro documento em que também foi necessáriaa 
participação	 dos	 vários	 segmentos	 da	 sociedade	 civil	 organizada	 para	 sua	
elaboração.	Estamos	falando	da	Constituição	Federal.
2.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A EDUCAÇÃO
A	 Constituição	 Federal	 é	 a	 carta	 magna	 de	 um	 Estado	 Democrático,	
nela	estão	contidas	todas	as	leis	que	regem	o	sistema	governamental.	Conforme	
Machado	e	Cunha	(2016,	p.	23),	“a	Constituição	de	um	Estado	Democrático	é	a	
cartilha na qual os cidadãos apreendem os fundamentos e a proteção de seus 
direitos,	a	disciplina	da	atuação	e	dos	limites	do	Poder	Estatal	e	a	função	social	
da	comunidade”.
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
12
Nosso	 país,	 o	 Brasil,	 possui	 sua	 Constituição,	 por	 ser	 um	 Estado	
Democrático,	 e	 nessa	 constituição	 estão	 elencados	 todos	 os	 segmentos	 que	
formam	a	estrutura	governamental.	A	Constituição	Brasileira	foi	promulgada	em	
5	de	outubro	de	1988	“fruto	da	convocação	da	Assembleia	Nacional	Constituinte	
pela	Emenda	n°	26,	de	17.11.1985,	e	de	sua	posterior	aprovação	por	essa	mesma	
Assembleia	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	23).
No	 que	 diz	 respeito	 a	 sua	 organização,	 a	 Constituição	 da	 República	
Federativa	do	Brasil	de	1988	estava	assim	composta	em	sua	composição	original,	
conforme	Machado	e	Cunha	(2016,	p.	23):
[...]	com	245	artigos	em	suas	Disposições	Permanentes	(note-se	que	
inúmeros	 artigos	 são	 compostos	 de	 vários	 incisos,	 parágrafos	 e	
alíneas,	tais	como	os	arts.	5°,	271,	22,	24,	155,	entre	outros)	e	70	artigos	
em	suas	Disposições	Transitórias	(também	com	incisos	e	parágrafos,	
a	exemplo	dos	arts.	27	e	47).
Observa-se	 que	 a	 Constituição	 Brasileira	 possui,	 após	 seus	 21	 anos	 de	
existência,	uma	nova	roupagem,	sendo	que:
[...]	 foram	 aprovadas	 62	 emendas	 constitucionais,	 além	 de	 seis	
emendas	de	revisão.	[...]	Enfim,	a	Constituição	em	vigor	conta	agora	
com	250	artigos	na	Parte	Permanente	(alguns	artigos	ainda	acrescidos	
ao	 texto	 com	numeração	 sequencial	 alfabética	 –	 103-A,	 146-A	 etc.)	
e	 97	 artigos	 no	 Ato	 das	 Disposições	 Transitórias	 (MACHADO;	
CUNHA,	2016,	p.	24).
Outro fator importante a ser ressaltado nesta etapa da construção da 
Constituição Federal são os princípios fundamentais,	que	cada	cidadão	brasileiro	
deve	saber	e	que	são	a	base	da	Constituição.
O	 vocábulo	 princípio,	 do	 latim	 principium, traz à mente a noção 
genérica	 de	 início,	 começo,	 origem	 ou	 causa.	 Em	 sentido	 jurídico,	
princípio	 é	norma	que	 expressa	os	valores	mais	 altos	da	 sociedade,	
de	tal	forma	que,	integrado	na	ordem	Constitucional,	passa	a	orientar	
todas	 as	 demais	 normas	 e	 regras	 do	 ordenamento	 jurídico	 que	 ela	
baliza	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	3).
Ainda	 conforme	 Machado	 e	 Cunha	 (2016,	 p.	 3),	 “os	 princípios	 são	 os	
fundamentos	com	base	nos	quais	serão	previstas	as	regras	que	tem	por	finalidade	
fazê-los	efetivos	em	determinada	ordem	de	disciplina”.
Assim,	 deverão	 ser	 seguidas	 as	 regras,	 sob	 “pena	 de,	 não	 o	 fazendo,	
ser	 considerada	 inconstitucional,	 justificando	 sua	 exclusão	 do	 ordenamento	 
jurídico”	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	3).
Caro	 acadêmico,	 podemos	 observar	 com	 estes	 parágrafos	 iniciais	 que	
estamos diante de um documento no qual se estabelece a identidade de um 
Estado	Democrático,	que	deve	ser	seguido,	conseguindo	assim	manter	a	ordem	e	
o	progresso	de	um	país.
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
13
Após	 este	 momento	 de	 reflexão,	 e	 de	 percebermos	 como	 cidadãos	
conscientes	 de	 nossos	 direitos	 e	 deveres,	 para	 assim	 podermos	 realizar	 as	
cobranças	de	mudança	em	nosso	país,	em	todas	as	suas	esferas,	vamos	continuar	
nossos	estudos	caminhando	dentro	desse	documento	maior	–	que	é	a	Constituição	
–	e	verificar	que	em	seus	títulos	há	um	que	será	nosso	foco,	que	é	o	Título	VIII,	
que	se	refere	à	Ordem	Social.
Neste	 título	 encontramos	 oito	 capítulos,	 que	 são	dispostos	 na	 seguinte	
ordem:
QUADRO 1 – DISPOSIÇÕES DO TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL
FONTE: A autora (2021).
CAPÍTULO DA ORDEM SOCIAL ARTIGOS
Capítulo I Disposições	Gerais Art.	193
Capítulo II Da	Segurança	Social,	composto	pelas	Seções	I,	II,	III	e	IV 	Arts.	194	a	214
Capítulo III 
Da	Educação,	da	Cultura	e	do	Desporto.
Composto por:
Seção	I	–	Da	Educação
Seção	II	–	Da	Cultura
Seção	III	–	Do	Desporto
Atrs.	205	a	217
Arts.	205	a	214
Arts.215	a	216
Art.	217
Capítulo IV Da	Ciência,	tecnologia	e	Inovação Arts.218	a	219
Capítulo V Da	Comunicação	Social Art.	220	a	224
Capítulo VI Do	Meio	Ambiente Art.225
Capítulo VII Da	Família,	da	Criança,	do	Adolescente,	do	Jovem	e	do	Idoso Arts.	226	a	230
Capítulo VIII Dos	Índios Arts.	231	a	232
Observando	o	quadro	anterior,	destacamos	o	Capítulo	 III,	no	qual	 está	
exposto	na	Seção	I,	o	que	diz	respeito	à	Educação,	nos	artigos	205	a	214.	Daremos	
maior	ênfase	a	esta	seção,	pois	é	a	que	se	relaciona	ao	nosso	trabalho,	com	nossas	
vivências	enquanto	profissionais	da	educação.
Você,	 acadêmico	de	 licenciatura,	 que	 está	 buscando	 construir	 sua	 vida	
profissional,	 ou	 que	 já	 esteja	 nesta	 área	 e	 busca	 novos	 conhecimentos,	 é	 de	
suma	importância	perceber-se	 integrado	nestes	artigos	que	serão	apresentados	 
nesta	unidade.
Quando	tratamos	da	Constituição	Federal	nos	deparamos	com	a	Educação,	
ponto	crucial	no	desenvolvimento	de	um	país.	Se	buscamos	ordem	e	progresso	
necessitamos	de	uma	educação	que	esteja	voltada	à	melhoria	da	qualidade	de	
vida	de	seus	confederados.
Assim,	 iniciamos	 com	 o	 Artigo	 205:	 “A	 educação,	 direito	 de	 todos	 e	
dever	do	Estado	e	da	família,	será	promovida	e	incentivada	com	a	colaboração	
da	sociedade,	visando	ao	pleno	desenvolvimento	da	pessoa,	seu	preparo	para	o	
exercício	da	cidadania	e	sua	qualificação	para	o	trabalho”	(BRASIL,	1988).
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
14
Observa-se,	neste	artigo,	dois	dos	grandes	princípios	da	Constituição,	que	
são:	o	direito	e	o	dever.	O	direito,	inicialmente,	à	educação	para	todos.	Conforme	
Machado	e	Cunha	(2016,	p.	1081):
Assim,	podemos	afirmar	que	foi	atribuído	a	todo	indivíduo	brasileiro	
uma	prerrogativa	legal	de	exigir	do	Estado	e	da	família	esse	direito.	
Ousamos	afirmar	ainda,	que	esse	direito	está	incorporado	ao	patrimônio	
do	indivíduo,	sem	possibilidade	de	reversão,	por	força	da	lei.	Desse	
modo,	todos	podem	exigir	do	Estado	e	da	família	o	referido	direito,	
porque	 o	 legislador	 incumbiu-lhes	 tal	 dever,	 ou	 seja,	 tal	 obrigação	
refere-se	à	regra	imposta	por	lei.	Resumindo:	o	legislador	constituinte	
incumbiu	ao	Estado	e	à	família	o	dever	de	prestar	educação	a	todos.	
Caberá ao Estado a complementação da educação recebida em casa 
pelas	pessoas.
Cabe ressaltar que a família também é responsável diretamente pela 
educação	 das	 crianças,	 sendo	 ela	 uma	 parceira	 do	 Estado	 nesse	 processo.	No	
entanto,	 observam-se	 ainda	muitas	 lacunas	 referentes	 a	 essa	 situação,	 pois	 ao	
referir-se	ao	dever	da	família	na	educação	dos	filhos,	estes	em	muitos	momentos	
transferem	 essa	 responsabilidade	 somente	 às	 escolas	 (Estado),	 tornando	
fragilizado	o	processo	de	ensino-aprendizagem.
Mesmo	 diante	 de	 algumas	 lacunas,	 a	 Constituição	 Federal	 foi	 e	 é	 um	
documento	 que	 apresentou	 e	 apresenta	 grandes	 avanços	 na	 área	 educacional	
“e	a	partir	daí	novas	 leis	 surgem	para	 regulamentar	os	 artigos	 constitucionais	
e	 estabelecer	 diretrizes	 para	 a	 educação	 do	 Brasil”	 (MACHADO;	 CUNHA,	 
2016,	p.	1081).
Como	 exemplo,	 podemos	 citar	 a	 LDB	 –	 Lei	 de	 Diretrizes	 e	 Bases	 da	
Educação	(Lei	n°	9.394,	de	20.12.1996)	e	a	Lei	n°	10.172,	que	aprovou	o	PNE	–	
Plano	Nacional	de	Educação,	documentos	que	trataremos	com	mais	proximidade	
nas	próximas	páginas	e	unidades.
Ainda	 tratando	das	questões	 relacionadas	ao	ensino	e	dever	deste	pelo	
Estado	e	família,	vejamos	o	artigo	206	da	Constituição	(BRASIL,	1988):
Artigo	206.	O	ensino	será	ministrado	com	base	nos	seguintes	princípios:
I-	 igualdade	de	condições	para	o	acesso	e	permanência	na	escola;
II-	 liberdade	 de	 aprender,ensinar,	 pesquisar	 e	 divulgar	 o	
pensamento,	a	arte	e	o	saber;
III-	 pluralismo	de	ideias	e	de	concepções	pedagógicas,	e	coexistência	
de instituições públicas e privadas de ensino;
IV-	 gratuidade	do	ensino	público	em	estabelecimentos	oficiais;
V-	 valorização	 dos	 profissionais	 da	 educação	 escolar,	 garantidos,	
na	forma	da	lei,	planos	de	carreira,	com	ingresso	exclusivamente	
por	concurso	público	de	provas	e	títulos,	aos	das	redes	públicas;	
(Redação	dada	pela	Emenda	Constitucional	n°	53,	de	2006)
VI-	 gestão	 democrática	 do	 ensino	 público,	 na	 forma	 da	 lei;	 VII	 –	
garantia	de	padrão	de	qualidade;
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
15
VIII-	piso	 salarial	 profissional	 nacional	 para	 os	 profissionais	 da	
educação	 escolar	 pública,	 nos	 termos	 de	 lei	 federal.	 (Incluído	
pela	Emenda	Constitucional	n°	53,	de	2006)
Parágrafo	 único.	A	 lei	 disporá	 sobre	 as	 categorias	 de	 trabalhadores	
considerados	 profissionais	 da	 educação	 básica	 e	 sobre	 fixação	 de	
prazo	para	a	elaboração	ou	adequação	de	seus	planos	de	carreira,	no	
âmbito	da	União,	dos	Estados,	do	Distrito	Federal	e	dos	Municípios.	
(Incluído	pela	Emenda	Constitucional	n°	53,	de	2006).
Ressalta-se,	 neste	 artigo,	 caro	 acadêmico,	 que	 a	 garantia do ensino, a 
qualidade, a igualdade quanto ao acesso e permanência na escola,	a	liberdade 
de	aprender,	 o	pluralismo	de	 ideias,	 gratuidade	do	ensino	público,	 a	gestão	 e	
valorização	dos	profissionais	da	educação	estão	garantidos	nesses	princípios.	No	
que	diz	respeito	à	igualdade,	Machado	e	Cunha	(2016,	p.	1082)	afirmam	que:
A	igualdade	–	um	dos	fundamentos	básicos	inerentes	à	própria	noção	
de	República	 (art.,	 1°	da	CF)	 e,	portanto,	do	 estado	democrático	de	
Direito,	 pois	 não	 é	 possível	 falar	 em	 dignidade	 da	 pessoa	 humana	
sem	o	respeito	à	igualdade	e	à	liberdade	–	tratada	neste	inciso,	vem	
a	ser	a	relação	de	paridade,	ou	uniformidade,	a	relação	de	igualdade	
entre todas as pessoas para que possam usufruir as mesmas condições 
de	 ensino.	Afinal,	 quando	os	homens	 se	propuseram	a	 formar	uma	
república,	 fizeram-na	 desde	 que	 sob	 um	 Estado	 que	 outorgasse	 a	
si	 mesmo,	 por	 intermédio	 de	 uma	 Constituição,	 instituições	 que	
respeitassem	 a	 igualdade,	 vista	 como	 postulado	 básico	 à	 própria	
formação	do	regime	republicano.
No	 que	 diz	 respeito	 à	 “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e 
divulgar o pensamento, a arte e o saber”	(BRASIL,	1988),	podemos	observar	que 
todos	possuem	o	direito	e	a	liberdade	de	fazer	o	que	quiserem.
A	 palavra	 liberdade,	 em	 sentido	 amplo,	 vem	 a	 ser	 a	 ausência	 de	
constrangimento	alheio,	ou	seja,	é	livre	o	homem	que	faz	aquilo	que	
quer	e	não	o	que	o	outrem	determine	que	 faça.	O	homem,	segundo	
esse	princípio,	não	deve	sofrer	nenhum	tipo	de	constrangimento	social	
quando	 estiver	 aprendendo,	 ensinando,	 pesquisando	 e	 divulgando	
o	 seu	 pensamento,	 sua	 arte	 e	 o	 seu	 saber	 (MACHADO;	 CUNHA,	 
2016,	p.	1083).
É	 importante	ressaltar	que	o	princípio	da	 liberdade	está	relacionado	ao	
princípio	da	legalidade,	estabelecido	no	inciso	II	do	art.	5°	da	CF	(BRASIL,	1988):
Art.	 5°	 Todos	 são	 iguais	 perante	 a	 lei,	 sem	 distinção	 de	 qualquer	
natureza,	garantindo-se	 aos	brasileiros	 e	 aos	 estrangeiros	 residentes	
no	País	a	inviolabilidade	do	direto	à	vida,	à	liberdade,	à	igualdade,	à	
segurança	e	à	propriedade,	nos	termos	seguintes:
I-	 homens	e	mulheres	são	iguais	em	direitos	e	obrigações,	nos	termos	
desta Constituição;
II-	ninguém	 será	 obrigado	 a	 fazer	 ou	 deixar	 de	 fazer	 alguma	 coisa	
senão	em	virtude	de	lei;	[...]
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
16
Cabe	ressaltar	que	a	 liberdade	aqui	apregoada	se	trata	de	perceber	que	
cabe	ao	cidadão	ser	livre	de	realizar	ou	não	determinadas	ações	sem	ser	coagido	
em	qualquer	situação.	Esta	situação	nos	remete	à	posição	do	professor	em	sala	de	
aula,	ao	ensinar	é	preciso	que	ele	tenha	liberdade	de	pensamento:
[...]	 para	 desenvolver	 modelos	 pedagógicos	 os	 quais	 se	 adaptem	
às	 necessidades	 de	 seus	 alunos,	 ou,	 até	 mesmo,	 ter	 liberdade	 para	
reconhecer que muitas vezes ensinar é levar o aluno a aprender por 
si	 só,	 como	 é	 o	 caso	 do	 professor	 orientador,	 ou	 maiêutico,	 para	
relembrarmos	Sócrates	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	1083).
Ainda	cabe	ressaltar	que	o	professor	possui	a	responsabilidade	de	buscar	
o	conhecimento	e	instigar	a	pesquisa,	conseguindo	assim	o	aprimoramento	dos	
trabalhos	desenvolvidos	na	escola	 com	os	alunos.	Transformando	as	aulas	em	
momentos	de	criatividade,	descoberta	e	de	instigar	a	curiosidade	do	aluno.	Para	
tanto	o	professor	necessita	ter	vontade	e	competência	pedagógica.
Com relação ao pluralismo de ideias, de concepções pedagógicas e 
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino (BRASIL,	1988),
podemos compreender que vivemos rodeados por diversas maneiras 
de	ver,	ouvir,	pensar,	dando	possibilidades	infinitas	de	construirmos	
e	conhecermos	novas	culturas	e	elaborarmos	novos	pensamentos.	O	
respeito às diferenças nos leva a compreender que a educação não 
pode	 ser	 vista	 de	maneira	 homogênea,	 dentro	de	uma	 sala	de	 aula	
estão	presentes	diversas	 culturas,	 ninguém	é	 igual	 a	 ninguém.	Aí	 é	
que	 reside	 a	 beleza	da	 construção	do	 ensino.	Conforme	 este	 inciso,	
que	trata	do	pluralismo	de	ideias,	Machado	e	Cunha	(2016,	p.	1084)	
afirmam	que:
Os	 seres	 que	 formam	 o	 mundo	 são	 diversos,	 individuais,	 diferentes,	
múltiplos,	heterogêneos	e,	assim	sendo,	jamais	poderão	ser	considerados	
dentro	 de	 uma	 realidade	 absoluta.	 As	 pessoas	 pensam	 de	 maneiras	
diferentes.	O	 ensino	 não	 pode	 ser	 pautado	 em	 ideias	 homogêneas,	 em	
concepções	pedagógicas	únicas	e	absolutas,	pois	estaríamos	diante	de	um	
empobrecimento	 cultural	 e	 intelectual.	Ademais,	 ao	 professor	 é	 preciso	
liberdade	 de	 aprender,	 ensinar,	 pesquisar	 e	 divulgar	 seu	 pensamento	
para	que	 lhe	 seja	possível	 a	 criação	de	estratégias	pedagógicas	as	quais	 
se	amoldem	às	necessidades	dos	alunos.
Acreditamos	 que	 você,	 acadêmico,	 tenha	 percebido	 que	 a	 presença	 da	
liberdade leva tanto as instituições públicas como privadas a construir dentro 
das	escolas	o	respeito	às	ideias	do	outro	e	a	noção	também	de	igualdade.	Assim,	
conseguimos	 construir	 os	 valores	 de	 democracia	 social	 que	 são	 representados	 
pelo	 pluralismo	 de	 ideias	 e	 pelas	 concepções	 pedagógicas	 (MACHADO;	 
CUNHA,	2016).
No	 inciso	 IV	do	 art.	 206,	 que	 trata	 da	gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos oficiais,	 podemos	 compreender	 que	 o	 Estado	 está	 proibido	 de 
realizar qualquer cobrança de valores relacionados à oferta da educação escolar 
básica.	Ressaltamos	que	a	escola	pública	é	uma	instituição	que	todo	e	qualquer	
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
17
indivíduo	 poderá	 se	 matricular	 independentemente	 de	 classe	 social,	 religião	
ou	raça.	Estas	instituições	são	mantidas	pelo	Poder	Público	“por	intermédio	da	
gestão	de	recursos	públicos”	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	1084).
As	escolas	públicas	são	escolas	pagas	com	os	 impostos	cobrados	da	
população,	mas	não	são	privadas,	 isto	é,	não	visam	ao	 lucro,	mas	a	
atender	uma	demanda	social.	O	direito	ao	ensino	público	e	gratuito	
não	foi	afastado	daqueles	que	podem	pagar	pela	prestação	de	serviços	
educacionais,	 pois	 se	 de	 outra	 forma	 ocorresse	 seria	 discriminação,	
mas	aqueles	que	podem	pagar	pelo	ensino	têm	recebido	uma	educação	
de	melhor	qualidade,	já	que	o	Estado	tem	se	afastado	de	sua	obrigação	
de empreender ações capazes de ampliar tanto o oferecimento como 
a	 qualidade	 da	 educação	 escolar,	 nos	 termos	 constitucionalmente	
estabelecidos	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	1084-1085).
Caro	acadêmico,	vamos	tratar	agora	de	outro	inciso	de	relevante	significado	
a	cada	um	de	nós,	estamos	falando	do	 inciso	V,	que	 trata	“da valorização dos 
profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira,com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das 
redes públicas” (BRASIL,	1988).	Conforme	consta	na	Constituição	Federal,	este	
inciso	 foi	modificado	na	data	de	19	de	dezembro	de	2006,	através	da	Emenda	
Constitucional	n°	53.
Esta	nova	redação,	dentre	outras	já	ocorridas,	“demonstra	que	o	legislador	
não	sabe	como	valorizar	o	profissional	do	ensino”	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	
p.	1085).
A	 nova	 redação	 do	 inciso	 substitui	 a	 expressão	 ‘profissionais	 do	
ensino’	 por	 ‘profissionais	 da	 educação’,	 que	 possui	 um	 sentido	
mais	 amplo,	 já	 que	 não	 só	 trata	 do	 magistério,	 mas	 de	 todos	 os	
profissionais	 de	 educação	 escolar	 pública.	 O	 novo	 texto	 também	
prevê	que	a	valorização	se	aplica	aos	profissionais	do	ensino	privado,	
mesmo	 que	 as	 garantias	 especificadas	 não	 os	 alcancem.	 Além	
disso,	 pela	 leitura	 do	 inciso	 sob	 comento,	 todos	 esses	 profissionais	
deverão	 contar	 com	 remuneração	 condigna	 aos	 objetivos	 de	 sua	
profissão,	bem	como	condições	adequadas	de	trabalho	(MACHADO;	 
CUNHA,	2016,	p.	1085).
Ressalta-se,	 ainda,	 que	 cada	 estado	 da	 federação	 possui	 sua	 legislação	
relativa	aos	profissionais	do	magistério,	mas	que	devem	ser	respeitadas	todas	as	
leis	previstas	na	Constituição	Federal.
No	que	tange	ao	inciso	VI,	que	trata	da	“gestão democrática do ensino 
público, na forma da lei”	(BRASIL,	1988),	este	inciso	tem	o	objetivo	de	demonstrar 
a	cada	cidadão	que	o	conceito	de	democracia	implica	“um	processo	de	convivência	
social	em	que	o	poder	emana	do	povo	e	é	por	ele	exercido	direta	ou	indiretamente	em	
seu	próprio	proveito”	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	1085).
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
18
O	princípio	democrático	é	aquele	que	assegura	aos	cidadãos	o	pleno	
direito	de	participação	nas	tomadas	de	decisão,	e	essas	noções	devem	
ser	difundidas	no	ensino	público	e	permear	o	cotidiano	dos	educandos.	
A	 adoção	 desse	 princípio	 pode	 significar	 a	 introdução	 de	 eleições	
diretas	 para	 reitores	 e	 todas	 as	 demais	 autoridades	 universitárias,	
assim	 como	 a	 participação	 paritária	 de	 estudantes,	 funcionários	 e	
professores	 em	 órgãos	 colegiados,	 configurando	 a	 participação	 de	
todos	na	questão	educacional	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	1085).
Cabe	 ressaltar	 ainda	 que,	 conforme	 apresentado	 anteriormente,	 cada	
estado,	em	sua	organização,	pode	apresentar	em	sua	proposta	curricular	elementos	
que	 configurem	 a	 possibilidade	 de	 existirem	 eleições	 diretas	 para	 diretor	 das	
unidades	escolares,	dando	assim,	maior	abertura	democrática	no	espaço	escolar.
Continuando	nosso	estudo,	chegamos	ao	inciso	VIII,	que	trata	do	“piso 
salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, 
nos termos de lei federal”	(BRASIL,	1988).	Este	inciso	também	foi	acrescentado 
pela	Ementa	Constitucional	n°	53,	de	19	de	dezembro	de	2006.
Este	 inciso	 tem	 o	 intuito	 de	 diminuir	 as	 desigualdades	 salariais	 dos	
profissionais	 da	 educação	 existentes	 entre	 os	 estados	 da	 federação.	 Conforme	
Machado	e	Cunha	(2016,	p.	1086),	“este	novo	inciso,	em	verdade,	quer	assegurar	
o	caráter	nacional	do	piso	salarial	dos	profissionais	da	educação.	Tal	previsão,	
que	pelo	caráter	peremptório	do	texto,	revela	ser	um	princípio	e	demonstra	uma	
conquista	dos	profissionais	da	educação”.
Chegamos	ao	parágrafo	único	do	art.	206,	no	qual	“a lei disporá sobre 
as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica 
e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de 
carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” 
(BRASIL,	1988).
Este	parágrafo	 foi	 acrescentado	pela	Emenda	Constitucional	 n°	 53,	 de	 19	de	
dezembro	de	2006,	e	conforme	Machado	e	Cunha	(2016,	p.	1087),	“este	parágrafo	
deve	 ser	 regulamentado	por	 lei	 federal	 e	prevê	 as	 categorias	de	 trabalhadores	
profissionais	 que	 atuam	na	 educação	 básica	 e	 a	 definição	dos	 valores	 de	 seus	
pisos	salariais	e	de	seus	respectivos	planos	de	carreira”.
Quando	 tratamos	 dos	 planos	 de	 carreira,	 é	 necessário	 compreender	
que	 eles	 “são	 um	 instrumento	 de	 gestão	 que	 objetiva	 o	 desenvolvimento	 dos	
profissionais	da	educação	das	 instituições	de	ensino	vinculadas	ao	MEC	–	são	
fundamentais	para	que	a	atividade	educacional	não	se	torne	apenas	um	ganho	
avulso	ou	uma	tarefa	ocasional”	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	1087).
Ainda	tratando	da	Seção	I,	vamos	nos	ater	ao	artigo	207,	que	assim	trata:
“Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-pedagógica, 
administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão aos princípios 
de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”	(BRASIL,	1988).	Neste 
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
19
artigo	 apresentam-se	 questões	 relativas	 à	 autonomia,	 palavra	 que	 denota	 a	
liberdade	de	trabalho	em	todos	os	âmbitos	universitários.	Cabe	aqui	uma	ressalva,	
antes	da	Constituição	de	1988,	as	universidades,	em	nosso	país:
[...]	 surgiram	por	 iniciativa	do	poder	do	Estado	 e	por	muito	 tempo	
estiveram	 sob	 sua	 ingerência,	 principalmente	 durante	 a	 Ditadura	
Militar	 de	 1964	 ao	 início	 dos	 anos	 1970,	 para	 atender	 objetivos	
estratégicos	dos	militares,	o	que	nos	faz	concluir	que	as	universidades	
eram	muito	mais	estatais	que	públicas,	já	que	nesse	período	houve	um	
êxodo	de	profissionais	do	ensino	por	razões	de	perseguição	política,	
principalmente dos que quiseram manter autonomia de sua cátedra 
(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	1087).
Mesmo	 depois	 desse	 caminho	 percorrido	 pelas	 universidades,	 após	 a	
Ditadura	Militar,	com	a	Constituição	de	1988	se	definiu	a	autonomia	universitária,	
mas	as	universidades	continuam	se	compondo	como	uma	extensão	administrativa	
do	poder	estatal	“posto	que	a	natureza	pública	dos	seus	serviços	exige	alguma	
forma de controle e avaliação por parte do Estado e da sociedade mesmo que isso 
não	signifique	ingerência”	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	1087).
No	 que	 tange	 à	 autonomia didático-científica, administrativa e 
patrimonial,	Machado	e	Cunha	(2016,	p.	1087,	grifos	do	original)	afirmam	que:
A	autonomia didático-pedagógica	de	que	trata	o	artigo	vem	a	ser	a	liberdade	
que	as	universidades	devem	 ter	de	definir	 currículos;	 abrir	 e	 fechar	
cursos,	 tanto	 de	 graduação	 como	 de	 pós-graduação	 e	 de	 extensão;	
e	definir	 suas	 linhas	prioritárias	e	mecanismos	de	financiamento	da	
pesquisa,	 de	 acordo	 com	 as	 regras	 internas.	 Portanto,	 diz	 respeito	
à possibilidade de as universidades conduzirem sem restrições as 
atividades	de	ensino	e	aprendizado.	Quanto	à	autonomia administrativa,	
as	universidades	poderão	se	organizar	internamente,	da	maneira	que	
melhor	lhes	convier,	com	estatutos	próprios	e,	também,	organização	
de	 planos	 de	 carreira	 para	 o	 magistério	 público	 nas	 universidades	
federais	 (art.	 206,	 V,	 da	 CF),	 enfim,	 trata-se	 da	 possibilidade	 de	
autogovernar-se.	 Já	 em	 relação	 à	 autonomia	 de	 gestão	 financeira	 e	
patrimonial,	refere-se	à	dotação	orçamentária	e	à	plena	liberdade	de	
remanejamento	de	recursos.	A	autonomia	patrimonial	está	vinculada	
à	ideia	de	constituição	de	patrimônio	próprio,	liberdade	para	obtenção	
de rendas de vários tipos e utilização de tais recursos da forma 
que	 convier	 às	 universidades.	 O	 encaminhamento	 da	 autonomia	
universitária	deve	se	dar	com	base	na	indissociabilidade	entre	ensino,	
pesquisa	e	extensão,	já	que	esses	três	itens	se	complementam.
Diante	 do	 exposto,	 podemos	determinar	 que	 as	 universidades,	mesmo	
possuindo	 sua	 autonomia,	 devem	 se	manter	 ligadas	 ao	MEC	 –	Ministério	 da	
Educação,	e	à	Constituição	Federal,	como	também	à	LDB	–	Lei	de	Diretrizes	e	
Bases	da	Educação,	a	qual	será	estudada	na	próxima	unidade.
Mesmo	possuindo	autonomia,	toda	e	qualquer	autarquia	pública	necessita	
do	controle	e	da	avaliação	de	seus	serviços,	da	sociedade	e	do	Estado.
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO20
Dá-se,	 ainda,	 às	 universidades	 o	 direito	 de	 admitir	 professores,	
técnicos	 e	 cientistas	 estrangeiros,	 na	 forma	 da	 lei,	 apresentado	 no	
parágrafo	1°,	o	qual	 foi	acrescentado	pela	Ementa	Constitucional	n°	
11,	de	30	de	abril	de	1996.	Neste	parágrafo	ainda	se	encontra	atrelado	
o	parágrafo	2°	que	prevê	também	a	pesquisa	científica	e	 tecnológica	
federais	(MACHADO;	CUNHA,	2016,	p.	1088).
Caro	acadêmico,	você	talvez	venha	a	se	questionar:	para	que	eu	preciso	
saber	destes	artigos,	parágrafos	e	incisos?	Independentemente	de	sua	licenciatura,	
necessita	sim	ter	o	conhecimento	das	leis,	as	quais	regem	nosso	trabalho	e	vida	
profissional.	Nada	é	demais.	Saber	das	leis	demonstra	que	estamos	cada	vez	mais	
preparados	para	caminhar	neste	espaço	chamado	educação.
Passaremos	a	 tratar	do	artigo	208,	onde	se	encontram	os	deveres	que	o	
Estado	possui	com	a	educação	escolar	pública.	Dedicaremos	uma	atenção	especial	
a	este	artigo,	pois	trata	de	questões	relativas	à	obrigatoriedade	e	gratuidade	da	
educação	básica.
Art.	208.	O	dever	do	Estado	com	a	educação	será	efetivado	mediante	
a	garantia	de:
I-	 educação	 básica	 obrigatória	 e	 gratuita	 dos	 4	 (quatro)	 aos	 17	
(dezessete)	anos	de	idade,	assegurada	inclusive	sua	oferta	gratuita	
para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
II-	 progressiva	universalização	do	ensino	médio	gratuito;
III- atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência,	preferencialmente	na	rede	regular	de	ensino;
IV-	 educação	infantil,	em	creche	e	pré-escola,	às	crianças	até	5	(cinco)	
anos de idade;
V-	 acesso	aos	níveis	mais	elevados	do	ensino,	da	pesquisa	e	da	criação	
artística,	segundo	a	capacidade	de	cada	um;
VI-	 oferta	de	ensino	noturno	regular,	adequado	às	condições	do	educando;
VII-	atendimento	 ao	 educando,	 em	 todas	 as	 etapas	da	 educação	básica,	
por	meio	de	programas	suplementares	de	material	didático	escolar,	
transporte,	alimentação	e	assistência	à	saúde	(BRASIL,	1988).
Observa-se	que	nesse	artigo	se	encontra	o	conteúdo	relativo	aos	deveres	
do	Estado	para	 com	a	população	brasileira,	que	é	de	prestar	 educação	escolar	
pública	de	qualidade	e	gratuita.
Quando	tratamos	da	educação	básica	estamos	nos	referindo	ao	nível	de	
ensino	 que	 abrange	 os	 primeiros	 anos	 de	 educação	 formal,	 que	 corresponde	
ao	direito	de	todos	os	brasileiros	à	formação	comum	necessária	ao	exercício	de	
cidadania	e	a	sua	qualificação	para	o	trabalho	e	a	continuidade	de	seus	estudos.
Outro	fator	a	ser	ressaltado	é	que	para	existir	este	movimento	possuímos	
dois	documentos	principais	que	abarcam	a	educação	básica,	que	 são:	 a	Lei	de	
Diretrizes	 e	 Bases	 da	 Educação	Nacional	 –	 LDB,	 Lei	 n°	 9.394	 de	 20.12.1996,	 e	
o	Plano	Nacional	de	Educação	 –	PNE,	Lei	 n°	 10.172/2001,	 ambos	 regidos	pela	
Constituição	da	República	Federativa	do	Brasil.	Conforme	Abrão	(2016,	p.	1089):
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
21
De	 acordo	 com	 a	 Classificação	 Internacional	 Normatizadora	 da	
Educação (International Standard Classification of Education – Isced), a 
educação	básica	 inclui:	 (1)	 a	 educação	primária,	 ou	 seja,	 o	primeiro	
estágio	 da	 educação	 básica,	 correspondente	 à	 aprendizagem	 básica	
da	 leitura,	 da	 escrita	 e	 das	 operações	matemáticas	 simples;	 e	 (2)	 o	
ensino	secundário	 inferior,	 isto	é,	o	segundo	estágio	do	processo	de	
escolarização,	 correspondente	 à	 consolidação	da	 leitura	 e	da	 escrita	
e	 às	 aprendizagens	 básicas	 na	 área	 da	 língua	 materna,	 história	 e	
compreensão	do	meio	social	e	natural	envolvente.
No	que	diz	respeito	a	questões	relativas	ao	sistema	educativo	brasileiro	
e	de	países	em	desenvolvimento,	Abrão	(2016,	p.	1089)	apresenta	que:	“Alguns	
sistemas	 educativos,	 em	particular	 os	de	países	 em	desenvolvimento,	 incluem	
na	educação	básica	a	educação	pré-escolar	e	os	programas	de	ensino	de	segunda	
oportunidade	destinada	à	alfabetização	de	adultos”.	Neste	caso	encontramos	a	
EJA	(Educação	de	Jovens	e	Adultos),	programa	que	auxilia	na	alfabetização	de	
jovens	e	adultos	em	nosso	país.
Podemos	 ainda	 dizer	 que	 o	 Plano	 Nacional	 de	 Educação	 –	 PNE	
desenvolvido	no	Brasil,	contempla	como	educação	básica	a	Educação	Infantil,	o	
Ensino	Fundamental	e	o	Ensino	Médio.	Abrão	(2016,	p.	1089)	ressalta	que:
[...]	a	educação	Infantil	compreende	a	faixa	etária	de	0	a	6	anos,	porém,	
em	nosso	país	há	tratamento	diferenciado	entre	as	faixas	etárias	de	0	a	
3	anos	e	de	4	a	6	anos	para	a	pré-escola;	além	disso	as	creches	deverão	
adotar	 objetivos	 educacionais,	 transformando-se	 em	 instituições	 de	
educação,	 segundo	 as	 Diretrizes	 Curriculares	 Nacionais	 emanadas	
do	 Conselho	 Nacional	 de	 Educação.	 Essa	 determinação	 segue	 a	
melhor	pedagogia,	pois	é	nessa	idade,	precisamente,	que	os	estímulos	
educativos	 têm	 maior	 poder	 de	 influência	 sobre	 a	 formação	 da	
personalidade	e	o	desenvolvimento	da	criança.	Trata-se	de	um	tempo	
que	não	pode	ser	descurado	ou	mal	orientado.
Frente	ao	exposto,	podemos	perceber	que	para	o	PNE,	este	 tema	é	 sua	
“menina	 dos	 olhos”,	 pois	 a	 formação	 da	 criança	 ocorre	 desde	 os	 primeiros	
momentos	 de	 sua	 vida,	 e	 quando	 entra	 na	 educação	 formal,	 os	 profissionais	
da	 educação	 devem	 organizar-se	 determinando	 objetivos	 que	 auxiliem	 no	
desenvolvimento	 global	 da	 criança,	 possibilitando	 uma	 sequência	 educativa	 
de	qualidade.
Importante	saber,	caro	acadêmico,	que	a	Emenda	Constitucional	n°	59/2009	
estabeleceu	duas	diretrizes	com	relação	à	educação	básica,	assim	apresentadas	
por	Abrão	 (2016,	 p.	 1089):	 “[...]	 é	 dever	 do	 Estado	 prestá-la;	 e	 é	 obrigatória	 e	
gratuita	dos	4	(quatro)	aos	17	(dezessete)	anos	de	idade,	assegurada	inclusive	sua	
oferta	gratuita	para	todos	os	que	a	ela	não	tiveram	acesso	na	idade	própria”.
Cabe	ressaltar	que	os	estrangeiros,	como	os	brasileiros,	possuem	o	direito	
à	gratuidade	na	educação	básica,	que	estejam	na	idade	própria	(7	a	14	anos).	Os	
pais	ou	responsáveis	pelas	crianças	poderão	exigir	isso	do	Estado,	pois	a	educação	
básica	é	obrigatória,	independente	também	da	idade.
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
22
No	que	diz	respeito	ao	 inciso	II,	que	trata	da	progressiva universalização 
do ensino médio gratuito,	podemos	determinar	que	este	dá	a	possibilidade	de 
continuidade	dos	estudos	de	maneira	gratuita	aos	adolescentes.	Conforme	Abrão	
(2016,	p.	1090):
[...]	atendendo	o	princípio	estabelecido	no	art.	206,	I,	do	texto	Maior,	
o	qual	prevê	 ‘a	 igualdade	de	condições	ao	acesso	e	permanência	na	
escola’.	 Entretanto,	 estabeleceu	 o	 constituinte	 com	 tal	 inciso	 que	 o	
Estado	não	deve	ficar	inerte	em	relação	ao	prosseguimento	do	ensino	
dos	 educandos	 [...]	 e	 deverá	 construir	 escolas	 e	 oferecer	 condições	
necessárias para atender o maior número possível de educandos no 
ensino	médio,	sempre	considerando	a	realidade	de	cada	ente	federado.
Já	 no	 inciso	 III,	 se	 apresenta	 como	 dever	 do	 Estado	 o	 “atendimento 
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente 
na rede regular de ensino”	(BRASIL,	1988).	Ressaltamos	que	mesmo	possuindo	
todos estes direitos	com	as	 leis,	cabe	ao	estado	dar	condições	tanto	pedagógicas	
como	 físicas	 para	 que	 os	 profissionais	 da	 educação	 e	 as	 crianças	 a	 serem	
atendidas	possuam	condições	dignas	de	trabalho	e	de	permanência	nos	espaços	
escolares.	 Independentemente	 de	 ser	 escola	 pública	 ou	 privada,	 a	 educação	
precisa	ser	desenvolvida	e	as	crianças	muito	bem	recebidas,	conseguindo	assim,	 
avanços	educacionais.
Conforme	 a	 Constituição,	 a	 Lei	 de	 Diretrizes	 e	 Bases	 da	 Educação,	 o	
Conselho	Nacional	de	Educação	por	meio	do	parecer	CNE/CEB	n°	17/2001	e	da	
Resolução	CNE/CEB	n°	 2/2001,	 ditou	 aos	 sistemas	 de	 ensino,	 seja	 ele	 privado	
ou	público,	a	responsabilidade	de	matricular	todas	as	crianças	com	necessidades	
educacionais	especiais.
Em	seu	 art.	 5°,	 essa	Resolução	prescreveu	o	 conteúdo	da	 expressão‘educando	 com	 necessidades	 educacionais	 especiais’,	 como	 sendo	
os	 alunos	 que,	 durante	 o	 processo	 educacional	 apresentarem:	
I	 –	 dificuldades	 acentuadas	 de	 aprendizagem	 ou	 limitações	 no	
processo	de	desenvolvimento	que	dificultem	o	acompanhamento	das	
atividades	curriculares,	compreendidas	em	dois	grupos:	a)	aquele	não	
vinculado	 a	 uma	 causa	 orgânica	 específica;	 b)	 aqueles	 relacionados	
a	 condições,	disfunções,	 limitações	ou	deficiências;	 II	 –	dificuldades	
de	comunicação	e	sinalização	de	linguagens	e	códigos	aplicáveis;	III	–	
altas	habilidades/	superdotação,	grande	facilidade	de	aprendizagem	
que	 os	 leve	 a	 dominar	 rapidamente	 conceitos,	 procedimentos	 e	
atitudes	(ABRÃO,	2016,	p.	1091).
O	 educando	 possui	 o	 direito	 de	 se	 matricular	 e	 frequentar	 a	 escola,	
independentemente	de	ser	pública	ou	privada,	e	sempre	lembrando	da	necessidade	
de	 a	 escola	 possuir	 uma	 estrutura	 adequada	 para	 o	 receber,	 e	 perceber	 que	
independentemente	de	seu	problema,	é	importante	a	sua	permanência	e	convívio	
saudável	na	escola.	Cabe	ressaltar	que	o	entendimento,	com	relação	ao	“educando	
com	necessidades	educacionais	especiais”,	como	se	apresenta	no	art.	5°,	trata	não	
só	dos	educandos	com	dificuldades	físicas	ou	intelectuais	elevadas,	mas	sim,	de	
todos	que	de	uma	maneira	ou	outra	possuem	alguma	dificuldade	educativa	de	
compreensão	ou	socialização.
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
23
O	 inciso	 IV	 trata	 da	 garantia	 de	 educação infantil, em creche e pré-
escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade,	 observamos	que	 ocorreu	uma	
nova	redação, ficando	assim,	apresentada	nas	palavras	de	Abrão	(2016,	p.	1091):
O	texto	deste	inciso,	alterado	pela	EC	n.	53/2006,	incorpora	a	educação	
infantil	como	dever	do	Estado	brasileiro.	A	prescrição	sob	comentário,	
em	 verdade,	 adéqua	 seu	 texto	 da	 Lei	 n.	 11.274/2006	 –	 que	 alterou	
alguns	 dispositivos	 da	 Lei	 de	 Diretrizes	 e	 Bases	 da	 Educação	 -,	 já	
que inclui as crianças de seis anos de idade no ensino fundamental 
obrigatório	com	duração	de	nove	anos.
Com	relação	a	esse	inciso,	podemos	perceber	que	as	crianças	que	completam	
seis	anos	no	ano	letivo	deverão	ser	matriculadas	no	Ensino	Fundamental,	dando	
continuidade	ao	processo	educacional	voltado	à	alfabetização	e	letramento.
FIGURA 1 – ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
FONTE: <http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2012/04/o-processo-de-
alfabetizacao-na-historia.html>. Acesso em: 19 set. 2016.
Caro	 acadêmico,	 ao	 tratarmos	 do	 assunto	 alfabetização	 e	 letramento,	
indagamos:	o	que	é	alfabetização	e	letramento?	São	sinônimos?
Vamos	refletir	 sobre	 isso,	pois	é	de	extrema	 importância	buscarmos	esse	
entendimento.	Quando	falamos	em	alfabetização	e	letramento,	estamos	tratando	
do	 que	 nos	 é	 apresentado	 no	 PNAIC	 –	 Pacto	Nacional	 pela	Alfabetização	 na	 
Idade	Certa.
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
24
FIGURA 2 – CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
FONTE: <http://pt.slideshare.net/CamilaRibeiro35/alfabetizaao-e-letramento-pnaic>. 
Acesso em: 25 jul. 2016.
Podemos	perceber	que	o	alfabetizar	e	 letrar	se	confundem,	estão	interligados,	 
de	 acordo	 com	 Magda	 Soares	 (1998,	 p.	 47):	 “Alfabetizar	 e	 letrar	 são	 duas	 ações	
distintas,	mas	 são	 inseparáveis,	 ao	 contrário,	 o	 ideal	 seria	 alfabetizar	 letrando,	 ou	
seja:	ensinar	a	ler	e	escrever	no	contexto	das	práticas	sociais	da	leitura	e	da	escrita,	de	
modo	que	o	indivíduo	se	tornasse,	ao	mesmo	tempo	alfabetizado	e	letrado”.
O slide da figura anterior e os demais que o compõe, são de Camila Ribeiro, 
pedagoga da Prefeitura Municipal de Araucária, e se encontram na íntegra no link: <http://
pt.slideshare.net/CamilaRibeiro35/alfabetizaao-e-letramento-pnaic>.
DICAS
Com	este	entendimento	sobre	alfabetização	e	letramento,	podemos	perceber	
que	todo	educando	necessita	dos	profissionais	da	educação	comprometidos	e	que	o	
Estado	dê	a	estes	profissionais	condições	de	aprimoramento	e	entendimento.
No	que	diz	respeito	ao	inciso	“V – acesso aos níveis mais elevados do 
ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”; 
e ao inciso “VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do 
educando”	(BRASIL,	1988);	observamos	que	a	cada	indivíduo	é	dado	o	direito	de 
participar	ou	acessar	a	universidade,	a	pesquisa,	que	muito	se	fala	na	atualidade,	
como uma das necessidades mais presentes na esfera educacional e das criações 
Alfabetização: 
• Domínio do sistema 
alfabético-ortográfico;
• relação entre pauta sonora 
e as letras 
Letramento:
• conjunto de conhecimentos, 
atitudes e capacidades 
necessários para usar a 
escrita em práticas sociais
TÓPICO 1 — POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL
25
artísticas.	Conforme	Abrão	 (2016,	p.	 1091-1092):	 “[...]	 tal	direito	 será	 conferido	
àqueles que demonstram capacidade de acordo com os mecanismos de aferição 
que	lhes	forem	impostos”.
Já	o	inciso	VI,	apresentado	anteriormente,	denota	que	o	Estado	tem	o	dever	
de	criar	ações	que	atendam	à	igualdade	de	condições	para	o	acesso	e	permanência	
do	 educando	na	 escola,	 “oferecendo	a	 ele	 o	 ensino	noturno	 regular	 adequado	
as	suas	condições,	já	que,	normalmente,	os	cursos	noturnos	são	procurados	por	
pessoas	com	mais	idade,	as	quais	trabalham	durante	o	dia	e	necessitam	estudar	à	
noite”	(ABRÃO,	2016,	p.	1092).
E,	por	último,	o	inciso	VII,	que	trata	do	“atendimento ao educando, em 
todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de 
material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”.	Este 
inciso	 trata	 do	 que	 anteriormente	 comentamos,	 de	 nada	 adianta	 mantermos	
os	educandos	em	sala	de	aula,	lhes	dando	o	direito	à	matrícula,	gratuidade	do	
ensino,	se	não	lhes	são	dadas	condições	físicas	e	pedagógicas	para	tanto.	Como	
assim?	Da	seguinte	forma,	conforme	nos	prescreve	Abrão	(2016,	p.	1092):
Esse	 preceito	 constitucional	 é	 de	 suma	 importância,	 pois	 não	 basta	
garantir	o	direito	ao	ensino	público	gratuito,	porque	por	si	só	ele	não	
se	 efetiva.	 São	 necessários	 programas	 suplementares	 para	 que	 seja	
possível	manter	um	estudante	na	escola.	Diante	da	miserabilidade	de	
parcela	significativa	da	população	brasileira,	os	programas	de	oferta	
de	material	 escolar,	 transporte,	 saúde	 e	 alimentação	 não	 podem	 se	
dissociar	do	direito	à	educação,	porque	se	de	outra	forma	ocorresse,	
este	último	não	se	realizaria.
A	autora	ainda	nos	apresenta	de	maneira	bem	clara:
Um	aluno	com	fome	não	consegue	assimilar	as	lições	de	seu	professor,	
sem	saúde,	não	consegue	estudar,	sem	transporte	não	chega	à	escola	e	
sem	material	não	acompanha	a	lição.	Desse	modo,	para	que	o	ensino	
seja	 ministrado,	 não	 basta	 o	 princípio	 da	 igualdade	 de	 condições	
ao	 acesso	 e	permanência	na	 escola,	 o	Estado	deverá	 ser	 chamado	 a	
dar	 condições	 concretas	 e	 efetivas	 para	 viabilizar	 esse	 princípio.	
Para	 tanto,	 o	 constituinte	 atribui	 ao	 estado	 o	 dever	 de	 promover	
ações,	e,	 todas	as	etapas	da	educação	básica,	para	garantir	de	forma	
suplementar	o	material	didático-escolar,	o	 transporte,	a	alimentação	
e	a	assistência	à	saúde	dos	educandos.	Mas	deixemos	bem	claro	que	
a	atuação	do	Estado,	por	meio	de	programas	para	promoção	dessas	
ações,	é	suplementar,	pois	deverá	atingir	somente	os	educandos	que	
não	tenham	condições	de	se	autossustentar	(ABRÃO,	2016,	p.	1092).
Nas	próximas	unidades	trataremos	dos	programas	que	o	Estado	promove	
para	auxiliar	no	desenvolvimento	e	melhoria	da	vida	educacional	dos	educandos.
Caro	acadêmico,	parece	um	pouco	cansativo	este	processo	de	estudo,	mas	
saiba	que	 é	necessário	para	 sua	 formação,	 enquanto	profissional	da	 educação.	
Desta	forma,	vamos	dar	continuidade,	agora	apresentando	outro	artigo.
UNIDADE 1 — AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
26
Art. 209 – O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes 
condições”	(BRASIL,	1988):
I- cumprimento das normas

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