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@KATIELLEMASC I MEDICINA OBJETIVOS REVISAR COMO OCORRE A PRODUÇÃO DAS FEZES Depois de permanecer no estômago de 2 a 4 horas, o alimento se torna uma massa semilíquida, que passa a ser chamada quimo, esse quimo é levado para o intestino delgado, após passar todas as transformações no intestino delgado, a digestão finaliza na região do jejuno e íleo, que sintetizam um suco intestinal composto pelas enzimas maltase e sacarose. Depois de passar todo esse processo o quimo passa a ser chamado de quilo, sendo assim os restos de alimentos que o nosso organismo não aproveita demoram até 9 horas para chegar ao intestino grosso, onde podem permanecer cerca de 1 a 3 dias. É no colón que há absorção de água e sais mineiras que porventura não foram absorvidos no intestino delgado, é também no colón que durante a permanência do quilo no IG, que ocorre a proliferação de milhares de bactérias que absorvem parte da água e dos sais do quilo, tornando-a sólida e transformando as fezes. As fezes são formadas por água e restos que o corpo não conseguiu digerir, como celulose. As fezes são eliminadas pelo reto, que possui uma abertura para o meio exterior através do ânus. RELACIONAR A ALIMENTAÇÃO RICA EM FIBRAS COM A FORMAÇÃO DE FEZES As fibras são substâncias não digeridas no intestino humano e não absorvidas, compondo as fezes e moldando sua consistência. As fibras são classificas em solúveis e insolúveis. As solúveis retêm líquido e formam um gel no trato digestivo. Elas são responsáveis por melhorar a digestão dos alimentos, principalmente açucares e gorduras, pois aumentam o tempo em que os alimentos permanecem no estômago: regularizar o trânsito intestinal: proteger contra inflamações intestinais e até câncer colorretal. Já as fibras insolúveis têm como função, aumentar o bolo fecal e melhorar o trânsito intestinal, prevendo a constipação e evitando que o bolo fecal permaneça por muito tempo parado no cólon, o que altera a flora intestinal e pode causar doenças. COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DA HEMORROIDA Apg Hemorroida Apg Hemorroida @KATIELLEMASC I MEDICINA Mamilos hemorroidários são estruturas anatômicas normais presentes nos seres humanos. O plexo hemorroidário se situa na porção distal do reto, no canal anal, mais comumente nos quadrantes laterais esquerdo, anterior direito e posterior direito do canal. Enquanto as hemorroidas estão presentes em todos os seres humanos, constituindo a anatomia normal, a doença hemorroidária (DH) surge quando esses mamilos prolapsam, inflamam e produzem sintomas. É uma doença que faz com que as veias ao redor do ânus ou reto inflamam e dilatam causando dor e sangramento. A causa da DH não é completamente entendida, porém há três teorias, descritas a seguir, que tentam explicar sua etiologia. A primeira postula que com o passar dos anos ou com situações agravantes, o tecido conjuntivo que ancora o plexo hemorroidário ao esfíncter, se deteriora. Eventualmente o plexo começa a deslizar pelo canal, levando ao aumento dos sintomas. A segunda sugere que os sintomas da DH surgem pela hipertrofia ou aumento dos tônus do esfíncter anal interno. Durante as evacuações, o bolo fecal forçaria o plexo hemorroidário contra o esfíncter interno, causando seu aumento e tornando-se sintomático. Já a terceira teoria atribui os sintomas ao edema dos coxins hemorroidários. Esses teriam propriedades anatômicas semelhantes àquelas do tecido erétil. Dentre os fatores etiológicos estão bloqueio evacuatório, fezes endurecidas e esforço evacuatório exagerado. Essa última causa ingurgitamento dos mamilos aumentando seu prolapso e, associado à degeneração senil do tecido de sustentação mantém o prolapso e deixa as estruturas suscetíveis a trauma. Os mamilos prolapsados ainda sofrem ação do esfíncter que, segundo demostrado por autores, estão hiperativos em pacientes com DH. Classificação das hemorroidas A mais utilizada está relacionada com localização do mamilo hemorroidário no canal anal, sendo denominada: Mamilo hemorroidário externo = localizadas na extremidade inferior do canal anal, abaixo da linha pectínea. Caracteriza-se por dilatações dos vasos subcutâneos do anoderma, formando abaulamento de consistência mole, indolor e, às vezes, de coloração vinhosa. Mamilo hemorroidário interno = localizadas acima da linha pectínea, porém não se exterioriza. Mamilo hemorroidário mistos = apresentam tanto o componente externo quanto o interno. No entanto, as internas são divididas conforme o grau de prolapso: @KATIELLEMASC I MEDICINA Primeiro grau = o que não prolaba pelo canal anal quando da evacuação ou aos esforços. Segundo grau = o que prolaba através do canal anal durante o esforço evacuatório, exteriorizando – se pelo ânus, porém, retorna espontaneamente quando cessado esse esforço. Terceiro grau = o que prolaba à evacuação e/ou aos esforços e não retorna espontaneamente, necessitando ser recolado digitalmente para o interior do canal anal. Quarto grau = o mamilo interno permanentemente prolabado pelo canal anal, sem possibilidade de ser recolocado para o interior do canal anal. FATORES DE RISCO, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E COMPLICAÇÕES DA HEMORROIDA FATORES DE RISCO- Idade- as hemorroidas, apesar de poderem surgir em qualquer idade, são mais frequentes a partir dos 45 anos de idade, porque os tecidos que suportam as veias do reto e ânus enfraquecem e esticam com o envelhecimento. Postura ereta por longos períodos- a postura ereta por períodos prolongados favorece a estase vascular e influencia aumentando a pressão nas veias do ânus, o que as leva a dilatar. Dieta pobre em fibras- as fibras são importantes para o bom funcionamento do organismo, sendo responsáveis por regular o intestino, assim uma alimentação pobre em fibras pode levar a diminuição dos movimentos intestinais e às fezes ressecadas e endurecidas, o que requer esforço para evacuar. Gestantes @KATIELLEMASC I MEDICINA Sexo anal Herança genética- pessoas com casos de hemorroidas na família têm mais chances de desenvolver a doença. Manifestações Clínicas Os principais sintomas são sangramento e prolapso dos mamilos hemorroidários. Outros sintomas incluem dor, incontinência fecal leve, prurido e volume perianal. O sangramento é vermelho vivo, junto às fezes, no papel higiênico, em gotejamento no vaso sanitário ou em jato principalmente durante as evacuações, porém não depende do ato evacuatório, podendo surgir antes, durante ou após o mesmo. Não existe relação entre a gravidade do sangramento e o tamanho dos mamilos hemorroidários. O prolapso é caracterizado pela exteriorização do mamilo hemorroidário interno para fora do canal anal, durante o ato evacuatório ou durante as atividades físicas. Complicações Trombose hemorroidária: caracteriza-se pela presença de nódulo perianal bem delimitado, usualmente azulado e doloroso. A pele sobre a hemorroida trombosada pode necrosar e ulcerar, causando sangramento ou saída de secreção. Crise hemorroidária: é o quadro doloroso causado pelo prolapso de hemorroidas internas de grau III e IV que se tornam encarceradas devido a edema prolongado. Pode estar associado com trombos hemorroidários. Endoflebite APONTAR COMO SE DÁ O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HEMORROIDA Diagnóstico O diagnóstico de doença hemorroidária é clinico. Além dos sintomas, é importante questionar ao paciente sobre o funcionamento intestinal (presença de diarreia ou constipação), ingesta de fibras na dieta e hábitos de higiene anal. O exame físico deve ser sempre realizado e inclui inspeção anal e toque retal. À inspeção podem ser identificados outros achados como: fissuras, fístulas, abscessos e plicomas (hipertrofias da pele perianal em resposta a processo inflamatório crônico, ver TeleCondutas No15 – Fissura Anal). A manobra de Valsalva é útil para verificar o prolapso de mamilos internos. O toque retal deve ser feito com lidocaína gel ou lubrificante. A anuscopia, embora pouco disponível na APS, auxilia para observar a presença de mamilos hemorroidários internos. Geralmente não se utiliza nenhum preparo, além do uso de lidocaína gel ou lubrificante, pois o uso de laxativos costuma deixar as fezes líquidas, @KATIELLEMASC I MEDICINA dificultando a avaliação. Se houver conteúdo fecal no reto, esse pode ser limpo durante o exame com auxílio de gazes. Tratamento Clínico → Medidas higienodietéticas: orientar os hábitos evacuatórios do paciente, provocar o amolecimento das fezes e a diminuição do tempo de trânsito intestinal, evitando o trauma local e o esforço evacuatório; indicar a ingestão abundante de líquidos e a supressão do consumo de bebidas alcoólicas, pimentas e condimentos, por suas ações irritantes nas mucosas. → Cuidados locais: proibir a utilização de papel higiênico para limpeza anal, substituindo-o por banhos de assento com água morna. → Medicação tópica: é indicada para aliviar o desconforto local, fazendo-se uso de pomadas e/ou supositórios à base de anestésicos e anti-inflamatórios. → Drogas vasoativas: a administração oral de drogas vasoativas na doença hemorroidária está indicada para complementar o tratamento clínico e, muitas vezes, nas crises de agudização. Na ausência de hemorroidas externas sintomáticas, as hemorroidas de tipo B e algumas do tipo C podem ser tratadas ambulatorialmente com procedimentos que produzem fixação mucosa. Invasivo → Ligadura elástica = é uma técnica simples, rápida e efetiva para tratar hemorroidas dos tipos B e C. Consiste na aplicação de anéis de borracha que causam necrose isquêmica e cicatrização do tecido hemorroidário, gerando fixação do tecido conjuntivo à parede do canal anal. As complicações são sangramento leve pela ulceração mucosa, retenção urinária, trombose hemorroidária externa e, raramente, sepse pélvica. → Fotocoagulação de radiação infravermelha = consiste em uma unidade elétrica e um aplicador manual tipo pistola. A energia infravermelha penetra nos tecidos e é convertida em calor, e coagula os vasos irrigadores do mamilo. Formam-se, no local da aplicação, pequenas úlceras que cicatrizam e, por meio de fibrose, aumentam a aderência da mucosa redundante à muscular adjacente. Por suas características, os infravermelhos são indicados para hemorroidas do tipo A e B. → Escleroterapia = consiste na injeção de agentes esclerosantes no interior do mamilo hemorroidário criando cicatrização, fibrose, redução e fixação das hemorroidas por obliterar sua vascularização. As complicações são infrequentes e usualmente estão relacionadas à injeção incorreta do esclerosante. Funciona melhor em DH de tipo A e B. @KATIELLEMASC I MEDICINA → Hemorroidectomia cirúrgica = está indicada no tratamento de pacientes com hemorroida externa sintomática mista ou interna com prolapso permanente, principalmente em pacientes que não responderam a outro tipo de tratamento. Existem diversas técnicas cirúrgicas, todas apresentam elementos essenciais como ligadura do suprimento arterial, ressecção dos plexos hemorroidários dilatados, remodelagem do anoderma com excisão da pele redundante, indução de inflamação e fibrose. Os riscos de infecção e sangramento póscirúrgicos ficam em torno de 5%, e a retenção urinária em 10 a 32%. REFERÊNCIAS: → RODRIGUES, Milena; KATZ, Agostinho; CLÁUDIA, Ana; et al. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em: → Tratado de gastroenterologia. 2° ed. Ed. Atheneu. 2016 → Atlas de anatomia. Sobotta. 24° ed. Ed Guanabara Koogan.2019 → DEUS, J. R.; PEREIRA, A.; SILVA, P. Doença hemorroidária. Revista Portuguesa de Coloproctologia, p. 28-31, 2010. → DURÉ, Carolina Lançanova; VIEIRA, Yuri Zamban; FILLMANN, Lúcio Sarubbi. Doença hemorroidária. Acta méd.(Porto Alegre), p. [5]-[5], 2013. → FONSECA, André Gonçalo Novais Moreira. Hemorróidas: terapêuticas instrumentais não cirúrgicas. 2021.
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