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Problema 8 - Constipação intestinal e hemorroida

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Carla Bertelli – 4° Período 
– Revisar a morfofisiologia do reto e ânus 
– Compreender a epidemiologia, etiologia, fisiopatologia, 
manifestações clínicas, fatores de risco e diagnóstico da Constipação 
Intestinal e Hemorroidas 
 
 
Na pelve, o colo sigmoide se une ao reto, que desce ao longo 
da metade inferior do sacro em uma posição retroperitoneal. 
O reto não possui tênias, sua camada muscular longitudinal é 
completa e bem desenvolvida, de modo que ele consegue 
gerar fortes contrações para defecação. Apesar do nome, 
‘’reto’’, ele possui várias curvas fechadas. Internamente, essas 
curvas são representadas como três pregas transversas do 
reto (ou válvulas retais), que evitam que as fezes sejam 
eliminadas junto com o flato (gases) 
O canal anal é a última subdivisão do intestino grosso, tem 
cerca de 3cm de comprimento. Uma parte do levantador do 
ânus é responsável por manter o ângulo da junção anorretal, 
um ângulo agudo entre o ânus e o reto que contribui para a 
continência fecal. 
Internamente, existem pregas longitudinais da mucosa 
chamadas de colunas anais, e são essas colunas que contém 
as porções terminais da artéria e veia retais superiores – os 
vasos hemorroidais. Essas colunas se juntam e formam válvulas 
anais. Os bolsos superiores a essa válvula são os seios anais 
que liberam muco para auxiliar na passagem fecal. Existe uma 
linha pectinada (forma de pente), região insensível a dor. A 
parede do canal anal contém o músculo esfíncter interno do 
ânus (espessamento da camada muscular) e o esfíncter 
externo do ânus. O esfíncter externo contrai voluntariamente 
para inibir a defecação, já o esfíncter interno contrai 
involuntariamente, para impedir que as fezes saiam. 
Microscopicamente, sua parede se assemelha à do intestino 
delgado, com algumas alterações. 
• Epitélio mucoso simples prismático, contendo células 
caliciformes (muco) e absortivas (água e eletrólitos) 
• Não existem vilosidades 
• Contém mais tecido linfoide na submucosa, considerando 
sua ampla flora bacteriana 
O canal anal e uma zona de transição epitelial na qual o epitélio 
simples prismático do intestino muda para epitélio estratificado 
pavimentoso. Na extremidade mais inferior do canal anal, a 
mucosa se funde com a pele verdadeira que circunda o ânus. 
 
O reto geralmente fica vazio e os esfíncteres contraídos. 
Quando as fezes são impulsionadas para o reto, o estiramento 
da parede inicia o reflexo de defecação. Mediado pela medula 
espinal sacral, esse reflexo parassimpático sinaliza as paredes 
do colo, sigmoide e reto a contraírem o esfíncter interno do 
ânus e relaxar. Se uma pessoa decidir postergar a defecação, 
as contrações reflexas terminam e o reto relaxa. Outro 
movimento de massa ocorre alguns minutos depois, iniciando 
mais uma vez o reflexo da defecação, até que a pessoa decida 
defecar ou até que a vontade se torne inevitável. Durante a 
defecação, a musculatura do reto contraí para expelir as fezes. 
Esse processo é suplementado pela contração voluntária do 
diafragma e músculos da parede do abdome, aumentando a 
pressão intra-abdominal, e do músculo levantador do ânus, que 
ergue o canal anal, deixando as fezes em uma posição inferior 
ao ânus. 
A contração tônica do músculo puborretal é importante para 
manter a continência. Durante a defecação os nervos 
parassimpáticos sacrais relaxam este músculo, facilitando a 
retificação do ângulo retoanal. A distensão do reto resulta em 
relaxamento transitório do esfíncter anal interno por meio das 
 Carla Bertelli – 4° Período 
inervações simpática intrínseca e reflexa. A medida que as 
contrações sigmoides e retais, combinados com o esforço 
para evacuar, que aumenta a pressão intra-abdominal, elevam 
a pressão dentro do rato, o ângulo retossigmoide abre-se a 
15 graus. O relaxamento voluntário do esfíncter anal externo 
em resposta a sensação produzida pela distensão permite a 
evacuação das vezes. A defecação também pode ser 
postergada voluntariamente mediante a contrações do 
esfíncter anal externo. 
 
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia E Fisiologia. 3ª Ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2009 
 
• Queixa comum na prática clínica que se refere à defecação 
difícil, infrequente ou aparentemente incompleta persistente. 
 
• Fezes endurecidas e em pelotas ocorrem com trânsito lento, 
enquanto fezes aquosas e amolecidas estão relacionadas a um 
trânsito rápido. 
É frequentemente tratada com base na impressão do 
paciente de que há um distúrbio na função intestinal. No 
entanto, o termo constipação tem significados variados 
para diferentes pessoas. As fezes podem ser muito duras 
ou muito pequena para alguns, enquanto para outros a 
defecação é muito difícil ou pouco frequente. A 
Constipação não é uma doença, é um sintoma, e como 
sintoma pode indicar várias doenças. 
Em outras palavras, muitas pessoas consideram a 
constipação a dificuldade para evacuar, fezes duras e 
diminuição na frequência das evacuações, porém é uma 
sensação subjetiva de difícil definição. Achados 
consideram a constipação como a evacuação intestinal 
abaixo de 3x na semana e na qualidade das fezes. Um 
estudo mais elaborado mostra a definição como: 
defecação insatisfatória caracterizada por reduzido 
número de evacuações e dificuldade para evacuar, pelo 
menos nos últimos 3 meses. Essa dificuldade para 
evacuar inclui: 
• Fezes endurecidas 
• Necessidade de esforço para evacuar 
• Sensação de evacuação incompleta 
• Necessidade de manobras manuais para facilitar 
a evacuação. 
 – Geralmente resulta da ingestão inadequada e 
fibras ou líquidos, ou distúrbios do trânsito colônico ou da 
função retal. Essas alterações são causadas por distúrbios 
neurogastrenterológicos, determinados fármacos e idade 
avançada, ou estão associados a um grande número de 
doenças sistêmicas que afetam o TGI. Constipação de 
inicio recente pode ser um sintoma de doença orgânica 
significativa, inclusive tumor, irritação ou estenose. 
 
 – Estudos na américa do Norte dizem 
que a prevalência varia de 2 a 27%. A constipação auto-
referida nos Estados Unidos e no Reino Unido é mais 
prevalente em mulheres e acima de 60 anos. Após ajuste 
para esses fatores, é mais comum em indivíduos com 
pouca atividade física diária, baixa renda e baixa 
escolaridade. A prevalência de constipação crônica 
aumenta com a idade, mais dramaticamente em 
pacientes com 65 anos de idade ou mais (relacionada a 
uma etiologia multifatorial). Nesta faixa etária mais 
avançada, aproximadamente 26% dos homens e 34% 
das mulheres queixam-se de constipação 
Na infância, meninos em geral apresentam maior 
incidência do que as meninas. Já na fase adulta essa 
situação inverte, sendo até duas vezes mais frequente 
na mulher. Pessoas mais sedentárias também tem 
dificuldade para evacuar, além da questão alimentar 
também contribuir para isso. 
Os fatores de risco para seu aparecimento incluem sexo 
feminino, inatividade física, baixo nível educacional e social, 
uso de medicamentos e depressão. Um estudo sugeriu 
 Carla Bertelli – 4° Período 
que adultos que consomem um baixo índice de calorias 
têm maior risco de desenvolver constipação. 
 – A constipação pode ser conceitualmente 
considerada como um movimento desordenado das 
fezes através do cólon ou anorreto, uma vez que, com 
poucas exceções, o trânsito através do trato 
gastrointestinal proximal geralmente é normal. A 
desaceleração do trânsito colônico pode ser idiopática ou 
pode ser devido a causas secundárias. 
 
Segundo o livro Gastro Essencial, podemos classificar a 
constipação intestinal em 3 grupos: Primária, Secundária 
ou Orgânica e Idiopática ou Funcional. 
Constipação Intestinal Primária – É 
provocada por situações inerentes aos hábitos de vida 
do paciente ou por circunstâncias geralmente banais. 
Nesse caso a anatomia do órgão está preservada. 
 – Ingesta reduzida de fibras 
e até mesmo pode apresentar desnutrição. A presença 
de fibrasacelera o trânsito colorretal, aumenta o peso 
das fezes e a frequência das evacuações. A ausência de 
ingesta da água também influencia na defecação. 
 – Não tem uma influência tão significativa, 
porém, a inatividade física, principalmente em idosos, 
associada à postura antifisiológica para defecar, colabora 
para a ocorrência de constipação. 
 – Pode ocorrer constipação devido alteração 
hormonal e compressão extrínseca do útero gravídico 
sobre o intestino. 
çã – O bloqueio voluntário e 
repetido do desejo de evacuar provoca alterações, por 
vezes definitivas, nos mecanismos sensoriais, de tal forma 
que a chegada de mais fezes no reto não é capaz de 
provocar o desejo de evacuar. Em pacientes com 
síndrome do cólon irritável, podem ocorrer alterações do 
limiar de sensibilidade à pressão provada pela distensão 
retal, apresentando hipoatividade do reflexo da 
defecação. 
çã – A posição ereta que o homem evolui com o 
passar do tempo reduziu a velocidade de progressão do 
bolo alimentar devido às angulações formadas no 
estômago e alças intestinais. 
 – Durante viagens, é comum a mudança de 
hábito intestinal. 
á – A inexistência de 
locais adequados pode inibir o reflexo da defecação. 
 
Constipação Intestinal Secundária – 
Ocasionada por uma doença sistêmica, iatrogenia, ou por 
problemas psicossociais. As situações mais frequentes 
são doença do cólon, doenças neurológicas, distúrbios 
endócrinos, medicamentos e distúrbios psiquiátricos. 
ç ó – Qualquer condição que provoque o 
estreitamento anatômico ou bloqueio mecânico do 
lúmen intestinal pode produzir constipação intestinal, 
como por exemplo em tumores, hérnias, estenoses, 
diverticulites, endometriose, cirurgias, prolapso interno do 
reto, retocele, proctite, fissura anal. (causas 
extraintestinais e extraluminais também) 
ç ó – Lesões no SNC ou SNP 
frequentemente produzem constipação intestinal. 
Quando a lesão é central ou medular podem evoluir para 
obstipação intestinal. Quando a lesão é central, a 
constipação intestinal se deve ao comprometimento 
neuromotor intestinal. Já nas lesões medulares, a 
magnitude do problema está na dependência do 
segmento acometido. 
 
ú ó ó – Os distúrbios 
metabólicos quase sempre geram uma diminuição de 
água no organismo, além de reduzir a peristalse. 
 Carla Bertelli – 4° Período 
 
 
Medicamentos – Um grande número de drogas, por 
diversos mecanismos, pode induzir a constipação 
intestinal. 
 
ú á – Pacientes que sofrem de 
ansiedade, depressão e outros distúrbios psiquiátricos 
mais sérios geralmente apresentam constipação. 
 
Constipação Intestinal Idiopática Não 
Funcional – Nessa situação não há nenhuma 
alteração na rotina diária do paciente que possa justificar 
o sintoma. Geralmente o problema é crônico, muitas 
vezes se iniciando na infância, e respondem mal ao 
tratamento convencional. É dividido em 3 grupos: 
Constipação intestinal com trânsito normal, com trânsito 
lento e obstrução anorretal. 
â – Trânsito colônico e frequência das 
evacuações são normais, porém os pacientes sentem 
dificuldade ao evacuar ou as fezes são endurecidas. 
â – Tempo prolongado no trânsito das fezes 
através do cólon, podendo ser devida a uma disfunção 
da musculatura colônica ou na inervação intrínseca. Isso 
diminui a peristalse, aumentando a permanência do bolo 
fecal no cólon. 
çã – Existe uma falência do mecanismo de 
coordenação da evacuação. Ocorre uma contração da 
musculatura da pelve, ao invés do relaxamento, durante 
a evacuação, resultando em acúmulo de bolo fecal na 
região retossigmoidiana. 
 
ó – Deve ser realizada em 3 planos: 
orgânico, funcional e psicológico. 
â Inclui saber no quadro clínico a história a 
respeito do inicio dos sintomas. Indagar sempre sobre os 
hábitos alimentares e a realização de atividade física e 
ingestão de água. Pacientes constipados apresentam 
sintomas como: sensação de evacuação incompleta, 
necessidade de esforço, fezes endurecidas, necessidade 
de manobras manuais, diminuição da frequência das 
evacuações, desconforto abdominal ou retal, flatulência, 
estufamento e dor abdominal. Em casos de constipação 
intestinal crônica o paciente pode apresentar cefaleia, 
irritabilidade, distensão abdominal, anorexia, desânimo. 
No exame físico deve ser realizado no sentido de excluir 
doença orgânica. O exame do abdome releva distensão, 
hérnias, massas palpáveis ou sinais de fecaloma. A 
ausência de sensações cutâneas ao redor do ânus pode 
indicar lesão neurológica. Importante realizar a inspeção 
perianal. O toque retal fornece informações sobre o 
tônus dos esfíncteres, calibre do canal anal, presença de 
lesões, abcessos, tumores e fístulas. 
• í ó – Avaliação da 
glicemia em jejum e testes de avaliação da tireoide. 
Exame de sedimento urinário e urocultura também 
são importantes devido a frequente associação 
entre constipação intestinal e infecção urinária 
• – Observa a mucosa retal, 
utilizada com intuito de afastar doenças orgânicas 
• – Casos suspeitos de malignidade 
• ó como Enema Opaco (afastar 
possibilidade de carcinoma, avalia tamanho do 
intestino, presença de divertículos, megacólon, 
estenoses). Defecografia, que permite avaliar a 
anatomia e a dinâmica da evacuação, podendo 
diagnosticar prolapso retal, enterocele, retocele. 
 
• çã â ô – permite 
entender o movimento do bolo fecal através do 
cólon. Utiliza-se a técnica de administração por via 
oral de um marcador radiopaco realizando 
 Carla Bertelli – 4° Período 
radiografias seriadas. Considera-se patológica a 
retenção de 20% do contraste ao final do 5° dia. 
• – Mede a pressão da região 
anorretal. 
• ó – Registra a atividade elétrica 
do cólon 
• í
• çã â çã – pode ser feito 
através da defecografia. Permite avaliar o 
comprimento e a pressão da abertura do canal anal 
e estudar o ângulo anorretal. 
ó : É necessário levar em conta os elementos 
imaginários do paciente. É essencial obter uma história 
de vida do paciente, no sentido de detectar algum trauma 
ou conflito não resolvido. 
O livro do Harrison traz como exames para investigação 
da constipação grave a Avaliação do Trânsito Colônico 
(com marcadores radiopacos, método válido e simples 
onde é feito uma radiografia simples do abdome 5 dias 
depois da ingestão do marcador, devendo indicar 80% 
da eliminação do marcador) e Exames Anorretais e do 
Assoalho Pélvico (manometria anorretal, defecografia e 
teste neurológico) 
 
 
WALD, Arnold. (2022). Etiology and evaluation of chronic 
constipation in adults - UpToDate. 
https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-evaluation-
of-chronic-constipation-in-
adults?search=constipa%C3%A7%C3%A3o%20intestinal&s
ource=search_result&selectedTitle=6~150&usage_type=def
ault&display_rank=6 
DANI, Renato; PASSOS, Maria do Carmo F. 
Gastroenterologia Essencial, 4ª edição. Grupo GEN, 2011. 
978-85-277-1970-4. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-
277-1970- 
Hemorroidas são vasos dilatados do plexo hemorroidário no canal 
anal. Os sintomas consistem em irritação e sangramento. A trombose 
hemorroidária geralmente é dolorosa. O diagnóstico é feito por 
inspeção ou anuscopia. O tratamento é sintomático ou com banda 
elástica, escleroterapia por injeção, fotocoagulação infravermelha ou, 
às vezes, cirurgia. 
• A pressão aumentada nas veias da área anorretal leva a 
hemorroidas. 
• As hemorroidas podem ser externas ou internas. 
• As hemorroidas externas estão localizadas abaixo da linha 
dentada e são recobertas por epitélio escamoso. 
• Normalmente ocorrem nas zonas anterior direita, posterior 
direita e lateral esquerda. 
 
As veias do plexo venoso retal varicosas no canal anal se 
chamam hemorroidas; muitas vezes elas resultam do 
esforço no parto ou na defecação. Como elas estão 
esticadas e inflamadas, as veias intumescidas latejam e 
incham na luz do canal anal. As hemorroidasinternas 
ocorrem acima da linha pectinada e as hemorroidas 
externas ocorrem abaixo dela. As hemorroidas externas 
coçam e doem mais, mas apenas as hemorroidas 
internas tendem a sangrar. Cerca de 75% dos 
americanos desenvolvem hemorroidas em algum 
momento de suas vidas. Várias hemorroidas costumam 
ser tratadas amarrando-as em sua base com pequenas 
tiras de borracha — depois desse procedimento, elas 
murcham e caem. Elas também podem ser injetadas 
com um agente endurecedor ou expostas à eletricidade 
ou luz infravermelha forte para coagular o sangue no seu 
interior. Os tratamentos que parecem desagradáveis são 
simples e eficazes, tendo eliminado em grande parte as 
difíceis remoções cirúrgicas que antes eram realizadas. 
As características da doença hemorroidária incluem 
sangramento, prurido anal, prolapso e dor devido à 
trombose. As hemorroidas são estruturas vasculares 
normais no canal anal, originadas de um canal de tecido 
conjuntivo arteriovenoso que drena para as veias 
hemorroidais superior e inferior. 
https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-evaluation-of-chronic-constipation-in-adults?search=constipa%C3%A7%C3%A3o%20intestinal&source=search_result&selectedTitle=6~150&usage_type=default&display_rank=6
https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-evaluation-of-chronic-constipation-in-adults?search=constipa%C3%A7%C3%A3o%20intestinal&source=search_result&selectedTitle=6~150&usage_type=default&display_rank=6
https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-evaluation-of-chronic-constipation-in-adults?search=constipa%C3%A7%C3%A3o%20intestinal&source=search_result&selectedTitle=6~150&usage_type=default&display_rank=6
https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-evaluation-of-chronic-constipation-in-adults?search=constipa%C3%A7%C3%A3o%20intestinal&source=search_result&selectedTitle=6~150&usage_type=default&display_rank=6
https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-evaluation-of-chronic-constipation-in-adults?search=constipa%C3%A7%C3%A3o%20intestinal&source=search_result&selectedTitle=6~150&usage_type=default&display_rank=6
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-1970-
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-1970-
 Carla Bertelli – 4° Período 
Existe uma classificação em: Hemorroidas Externa e 
Hemorroidas Internas 
As hemorroidas internas são classificadas de acordo com 
o prolapso do canal anal: 
• – Visualizadas na anoscopia e 
podem inchar no lúmen, porém não ocorre prolapso 
para baixo da linha denteada. 
• – Prolapsam para fora do canal 
anal com defecação ou esforço, mas reduzem 
espontaneamente 
• – Prolapsam para fora do canal 
anal com defecação ou esforço e requerem 
redução manual 
• – São irredutíveis e podem 
estrangular 
As hemorroidas costumam ser assintomáticas ou podem ser 
ligeiramente protrusas. As hemorroidas não costumam causar 
prurido anal, a menos que estejam significativamente prolapsadas. 
Pode ocorrer trombose nas hemorroidas externas, causando edema, 
congestão e dor. Raramente, elas ulceram e produzem sangramento 
leve. A higiene da região perianal pode se tornar difícil. 
As hemorroidas internas tipicamente se manifestam com 
sangramento após a evacuação; o sangue pode ser notado no papel 
higiênico e algumas vezes no vaso sanitário. As hemorroidas internas 
podem ser desconfortáveis, mas não são tão dolorosas quanto a 
trombose hemorroidária externa. As hemorroidas externas às vezes 
provocam produção e perda de muco e sensação de eva- cuação 
incompleta. 
As hemorroidas estranguladas ocorrem quando a protrusão e a 
constrição diminuem o suprimento sanguíneo. Podem causar dor, 
ocasionalmente seguida por necrose e ulceração. 
 - A verdadeira prevalência de 
hemorroidas é incerta, pois o desconforto anorretal é 
frequentemente atribuído a hemorroidas 
sintomáticas. Em uma grande pesquisa transversal 
realizada nos Estados Unidos, a prevalência autorrelatada 
de hemorroidas sintomáticas foi de 4,4%. A prevalência 
foi igual em ambos os sexos, com pico entre as idades 
de 45 e 65 anos e declinando a partir de então. O 
desenvolvimento de sintomas antes dos 20 anos foi 
incomum. 
 – As veias hemorroidárias são estruturas 
anatômicas localizadas na camada submucosa no reto 
inferior e podem ser externas ou internas dependendo 
de estarem abaixo ou acima da linha denteada. Ambos os 
tipos de hemorroidas coexistem frequentemente. 
As hemorroidas surgem de um plexo ou almofada de 
canais arteriovenosos dilatados e tecido conjuntivo. 
As hemorroidas internas surgem do coxim hemorroidário 
superior. Suas 3 localizações primárias (lateral esquerda, 
anterior direita e posterior direita) correspondem aos 
remos terminais das veias e é inervado visceralmente, 
portanto essas hemorroidas não são sensíveis à dor, 
toque ou temperatura. 
As hemorroidas externas surgem do plexo 
hemorroidário inferior. Eles são cobertos por epitélio 
escamoso modificado (anoderma), que contém 
numerosos receptores somáticos de dor, tornando-as 
extremamente dolorosas na trombose. 
As hemorroidas internas e externas se comunicam e 
drenam para as veias pudendas internas, e finalmente 
para VCI. 
O desenvolvimento de hemorroidas sintomáticas tem 
sido associado ao avanço da idade, diarreia, gravidez, 
tumores pélvicos, sentar por muito tempo, esforço, 
constipação crônica e pacientes em uso de 
anticoagulação e terapia antiplaquetária, embora não 
esteja claro se a associação é causal 
A patogênese das hemorroidas internas sintomáticas não 
é bem compreendida, mas pode ser devido aos 
seguintes fatores: 
• Deterioração do tecido conjuntivo que ancora 
hemorroidas 
• Hipertrofia ou aumento do tônus do esfíncter anal 
interno 
• Distensão anormal das anastomoses arteriovenosas 
dentro dos coxins hemorroidários 
• Dilatação anormal das veias do plexo venoso 
hemorroidário interno. 
çõ í – Aproximadamente 40% das 
pessoas acometidas são assintomáticas. 
O sangramento hemorroidário é quase sempre indolor e 
está associado a uma evacuação, embora possa ser 
espontâneo. O sangue é tipicamente vermelho brilhante 
e cobre as fezes no final da defecação ou pode pingar 
no vaso sanitário. Ocasionalmente, o sangramento pode 
ser abundante e pode ser exacerbado por esforço. Em 
casos raros, a perda crônica de sangue pode causar 
anemia por deficiência de ferro com sintomas associados 
de fraqueza, dor de cabeça, irritabilidade e graus variados 
de fadiga e intolerância ao exercício 
 Carla Bertelli – 4° Período 
Os pacientes podem queixar-se de incontinência fecal 
leve, secreção de muco, umidade ou sensação de 
plenitude na área perianal devido a uma hemorroida 
interna prolapsada. 
Irritação ou coceira da pele perianal é um sintoma 
comum da doença hemorroidária. 
Os pacientes podem apresentar início agudo de dor 
perianal e um "caroço" perianal palpável de trombose. A 
trombose é mais comum com hemorroidas externas em 
comparação com hemorroidas internas. As tromboses 
das hemorroidas externas podem estar associadas à dor 
excruciante, pois a pele perianal sobrejacente é 
altamente inervada e torna-se distendida e inflamada 
As hemorroidas internas trombosadas também podem 
causar dor, mas em menor grau do que as hemorroidas 
externas. Uma exceção é quando as hemorroidas 
internas se tornam prolapsadas, estranguladas e 
desenvolvem alterações gangrenosas devido à falta de 
suprimento sanguíneo associada. 
 
 
ó - Deve-se suspeitar de hemorroidas 
sintomáticas em pacientes com sangue vermelho vivo 
no reto, prurido anal e/ou início agudo de dor perianal. O 
diagnóstico é estabelecido pela exclusão de outras causas 
de sintomas semelhantes e pela visualização de 
hemorroidas. 
ó í — O sangramento hemorroidário é 
caracterizado pela passagem indolor de sangue vermelho 
vivo pelo reto com a evacuação. A defecação dolorosa 
não está associada a hemorroidas, a menos que seja 
trombosada, e é sugestiva de fissura anorretal,proctite, 
fístula perirretal, abscesso, síndrome da úlcera retal 
solitária, câncer retal ou pólipo anal. O início agudo de dor 
perianal com edema perianal sugere a presença de uma 
hemorroida trombosada. 
í — Começamos inspecionando 
cuidadosamente a borda anal e a área perianal para 
hemorroidas externas, hemorroidas internas prolapsadas, 
fissuras, fístulas, abcessos, neoplasias e condilomas. O 
toque retal deve ser realizado em decúbito ventral ou 
lateral esquerdo em repouso e com esforço. 
O toque retal deve incluir palpação de massas, flutuação, 
sensibilidade e caracterização do tônus do esfíncter 
anal. As hemorroidas internas geralmente não são 
palpáveis no exame digital na ausência de trombose. Uma 
hemorroida trombosada é extremamente sensível à 
palpação e um trombo pode ser palpável dentro da 
hemorroida. A presença de espessamento ou cicatriz na 
linha média posterior ou rugosidade do anoderma liso é 
sugestivo de uma fissura anal parcialmente cicatrizada. 
 – Realizada para avaliar o canal anal e o reto 
distal. Os feixes hemorroidários internos aparecem como 
veias azul-arroxeadas salientes. As hemorroidas internas 
prolapsadas aparecem como massas rosa-escuras, 
brilhantes e às vezes dolorosas na margem anal. 
çã - O exame laboratorial contribui 
pouco e não é recomendado rotineiramente, mas se for 
realizado e for identificada anemia ou deficiência de ferro, 
a avaliação endoscópica deve ser realizada. 
çã ó - Em pacientes com menos de 40 
anos com mínimo de sangue vermelho vivo por reto e 
sem anemia, deficiência de ferro, dor abdominal, diarreia, 
sintomas sistêmicos, fatores de risco para câncer 
colorretal ou doença inflamatória intestinal ou outras 
indicações para encaminhamento para avaliação 
endoscópica, não realizamos nenhuma avaliação 
endoscópica adicional se forem encontradas hemorroidas 
no exame físico ou na anoscopia. No entanto, em 
pacientes com mais de 40 anos, realizamos uma 
colonoscopia 
• Anuscopia 
• Algumas vezes, sigmoidoscopia ou colonoscopia 
As hemorroidas mais dolorosas, trombosadas, ulceradas ou não, são 
observadas à inspeção do ânus e reto. A anuscopia é essencial na 
avaliação das hemorroidas sangrantes ou não. O sangramento retal 
só deve ser atribuído a hemorroidas depois da exclusão de 
condições mais graves (por sigmoidoscopia ou colonoscopia). 
 
Hemorrhoids: Clinical manifestations and diagnosis - 
UpToDate. (n.d.). Retrieved August 25, 2022, from 
https://www.uptodate.com/contents/hemorrhoids-clinical-
manifestations-and-diagnosis?source=bookmark

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