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PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS GT 6 pulmonares CONCEITO • Neoplasia: Crescimento de um tecido novo, anormal e autônomo sem função e com crescimento descontrolado. Podem ser benignas ou malignas e se diferem pela capacidade de causar metástase. • Ambas levam a morte EPIDEMIOLOGIA • 85-90% de todos os tumores que ocorrem no pulmão. • Responsável por, aproximadamente, 13% de todos os tipos de câncer no mundo. • Pico de incidência ocorre aos 60 anos de idade (infrequente antes dos 40 anos e raro abaixo dos 30 anos). • Mais prevalente no sexo (proporção tem diminuído por maior hábito tabágico entre as mulheres). • Sobrevida varia pelo estadiamento do tumor (média varia de 12 a 14% de chance de sobreviver em 5 anos). FATORES DE RISCO etiopatogênese • Tabagismo: principal causa. • Poluição atmosférica (indoor e outdoor) é responsável por pequena porcentagem das neoplasias pulmonares malignas. Contém inúmeras substâncias carcinogênicas, como arsênico, cobre, cádmio e ácido sulfúrico + hidrocarbonetos policíclicos aromáticos derivados da queima de fósseis. Fisiopatologia Classificação Carcinoma pulmonar de células pequenas • Mais comum em durante a 6ª ou 7ª década de vida • Constitui cerca de 13% dos tumores malignos de pulmão. • Associação com tabagismo. • No diagnóstico, já existem metástase linfo nodais e na medula óssea Carcinoma pulmonar de células não pequenas – epidermoide • + comum em • Associação direta com o tabagismo • Possui menor variação morfológica. Câncer de pulmão Neoplasia maligna consumptiva natureza epitelial ocorre no trato respiratório inferior Tabagismo ativo: • fator de risco mais importante. 90% dos casos de CB ocorrem em indivíduos fumantes atuais ou ex-fumantes. Tabagismo passivo: • 1,5 vezes + chances de desenvolver câncer do que os que nunca foram expostos. Exposições ocupacionais e ambientais a agentes carcinogênicos: • Radiações ionizantes, materiais radioativos. Menor significado, mas não são desprezíveis. Colesterol Histórico familiar de carcinoma brônquico: • apesar de são ser considerada uma doença genética no padrão de herança mendeliana, descendentes de 1º grau de indivíduos que tiveram CB têm de 2 a 3 vezes mais chances de tê-lo também. Doença pulmonar preexistente • DPOC aumenta o risco de CB em quatro vezes, devido à inflamação crônica na gênese dos tumores. Fatores ambientais Alterações genômicas múltiplas Câncer Ta b ag is m o Responsável por cerca de 90% dos casos de câncer do pulmão em ♂ e 70% em ♀. Substâncias contidas na fumaça do cigarro de ↑ poder carcinogênico Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (carcinoma de células escamosas) Nitrosaminas (adenocarcinomas) Fumantes apresentam alterações celulares que antecedem o surgimento do tumor invasivo Cigarro + carcinógenos alteram sequências genéticas e epigenéticas perde-se o controle normal dos mecanismo de crescimento celular Perda do controle dos mecanismos de crescimento celular mutação de oncogenes ativação e ganho de função. ↑ estimulação dos processos de divisão e proliferação celular. estimulam fatores de crescimento murações de geneses supressores tumorais perda de função. divisão celular descontrolada, com consequente formação de tumores. leva a Classificação Carcinoma pulmonar de células pequenas Carcinoma pulmonar de células não pequenas Carcinoma epidermoide (escamoso ou espinocelular): Adenocarcinoma Carcinoma de grandes células Pior prognóstico dentre os tumores pulmonares. Localização central Secreção tumoral ACTH, serotonina, hormônio antidiurético, calcitonina, estrógenos e hormônio de crescimento. Resultando em diversas manifestações paraneoplásicas. Histologia Formado por células pequenas e uniformes. Células com núcleo denso, redondo ou oval, nucléolo de difícil visualização e citoplasma escasso. PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS GT 6 Carcinoma pulmonar de células não pequenas – Adenocarcinoma • + comum em • + prevalente • Menor associação com o tabagismo • Localização: periferia – envolve a pleura visceral • Pode ser dividido em bem, moderadamente e pouco diferenciado. Carcinoma pulmonar de células não pequenas – Grandes células • - Frequente • Indiferenciado e é altamente agressivo, evoluindo rapidamente para óbito. Manifestações clínicas Tumores centrais • Iniciam-se com espessamento da mucosa, que se torna brancacenta, verrucosa e friável. • Lesão cresce para a luz ou para fora do brônquio. • Antes de haver obstrução brônquica os tumores centrais são oligossintomáticos e manifestam-se por tosse seca por irritação da mucosa. • Ulceração e necrose do tumor, aliadas a dificuldade na drenagem de secreções pela obstrução brônquica, favorecem infecções. Bronquite, bronquiectasia, broncopneumonia, abscesso pulmonar e pleurite são frequentes. Podem mascarar o próprio tumor. • Neoplasia invade o mediastino, pericárdio, vasos (cava superior, ázigo) e nervos (frênico) e atinge o esôfago (estenose e/ou fístula). Tumores periféricos • Tumores periféricos causam sintomatologia quando atingem a pleura (dor, derrame pleural) ou brônquio. • Podem invadir costelas e coluna vertebral. • Tumores do ápice podem infiltrar o tecido conjuntivo do pescoço, vasos linfáticos, ramos do plexo braquial e cadeia simpática cervical. Causando a síndrome de Horner Caracteriza-se por dor no ombro e no braço, paralisia no território dos nervos ulnar e mediano, ptose palpebral, miose e anidrose no lado da lesão. Localização central (tende a aparecer nos grandes brônquios) Crescimento Mais lento que os demais. Metástases ocorrem nos linfonodos regionais. Disseminação hematogênica é tardia. Macroscopia Lesão que varia desde pequena tumoração endobrônquica obstrutiva até grandes massas que sofrem cavitação e hemorragia, por causa da necrose frequente. Neoplasia tende a invadir a parede brônquica e o parênquima pulmonar adjacente. Histologia Tumor formado por células epiteliais. Contendo pontes intercelulares e ceratinização individual ou sob a forma de pérolas córneas. Mucosa adjacente exibe áreas de metaplasia escamosa, displasia ou carcinoma in situ (natureza broncogênica da neoplasia). Tu m o re s p o d em s er Bem diferenciado Mostra características cito e histológicas das células escamosas. Estratificação ordenada. Pontes intercelulares evidentes. Ceratinização com formação de pérolas córneas. Moderadamente diferenciado Características intermediárias entre o bem e o pouco diferenciado. Pouco diferenciado Produção de ceratina e/ou a presença de pontes intercelulares discerníveis com dificuldade. Células são indiferenciadas. Localização periférica Envolve muitas vezes a pleura visceral. Associa-se a lesões destrutivas e cicatrizes no parênquima pulmonar. Associa-se à hiperplasia de pneumócitos, que são os locais de origem de focos adenomatosos. Maioria dos adenocarcinomas origina-se nas vias respiratórias periféricas. A partir de células claviformes – club-cell (células epiteliais colunares não ciliadas) ou de pneumócitos do tipo II Macroscopia Lesão com superfície de corte homogênea, sólida e de coloração marfim. Aspecto translúcido devido à produção de muco. Histologia Apresenta diferenciação glandular e produção de muco. Dividido nos padrões: Acinar; Papilífero; Carcinoma sólido com formação de muco; Bronquioloalveolar; Micropapilífero. Localização: periférica, subpleural. Não se associa a segmento brônquico. Macroscopia: tendência a formar grandes massas com áreas de necrose e hemorragia. Histologia: Composta de grandes células. Contendo núcleos grandes e centrais, com nucléolo evidente e citoplasma abundante. Dispneia:devido a obstrução de grandes vias aéreas. Hemoptise: quando há necrose do tumor, ulceração da mucosa, erosão de vasos intratorácicos. Dor torácica: ocasionada por invasão da pleura parietal, parede torácica ou mediastino. Paralisia diafragmática: envolvimento do nervo frênico. Rouquidão: comprometimento do nervo laríngeo recorrente. Emagrecimento. Tumores centrais Fase avançada Crescimento para fora do brônquio. Invasão do parênquima e vasos linfáticos peribrônquicos. Obstrução brônquica Incompleta: hiperinsuflação pulmonar por mecanismo valvular Completa: atelectasia SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS Distúrbios sistêmicos ocasionados pela existência do tumor. Podem se manifestar antes detecção clínica e laboratorial Carcinoma de células pequenas é o mais associado à essa síndrome. SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR Causada pela compressão extrínseca da VCS. Relacionada ao carcinoma localizado no LSD do pulmão Edema de face e extremidades superiores + Rubor facial + Circulação colateral visível SÍNDROME DE DYERINE KLUMPKI Acomete do plexo braquial pelo tumor. Caracteriza-se por: Dor facial + Impotência funcional do MMSS SÍNDROME DE CLAUDE-BERNARD-HORNER: Acometimento da cadeia simpática e cervical e do gânglio estrelado, devido a expansão do tumor. caracterizada por miose, ptose, enoftamia SINDROMES SÍNDROME DE PANCOAST-TOBIAS: Localizado em ápice (atinge C8 a T1). destruição da 1ª e 2ª costela. Caracteriza-se por: Dor no ombro e/ou escápula ipsilateralmente Metástase ocorrem primeiramente nos linfonodos do hilo pulmonar. Mais tarde, atingem linfonodos cervicais e abdominais, pleura e pericárdio. Metástases hematogênicas ocorrem principalmente no fígado, ossos, cérebro e suprarrenais (adrenais). PAULA LARISSA LOYOLA SOUZA BLOCO SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS GT 6 Diagnóstico Estadiamento • Avalia extensão da lesão neoplásica + prognóstico + sobrevida • Estadiamento visa conhecer a extensão anatômica do tumor. • Elementos biológicos inerentes ao próprio tumor podem contribuir para seu comportamento e evolução. • De todos os fatores disponíveis para se estimar a sobrevida, o estadiamento do tumor é o mais importante. Sistema TNM – carcinoma de células não pequenas Sistema veterans administrations (estadiamento anatômico) – carcinoma de células pequenas Estadiamento fisiológico • Refere-se à capacidade de suportar o tratamento proposto (cirurgia, quimio e/ou radioterapia). • Pacientes com câncer de pulmão em geral têm outras condições comórbidas relacionadas com tabagismo, como doença cardiovascular e DPOC. Tratamento Sinais clínicos Exames de imagem (TC + Raio-X) Broncoscopia com biópsiae/ou labado broncoalveolar exame citológico de escarro Radiografia de tórax PA e perfil: Exame pouco sensível. Pode encontrar nódulos maiores e massas pulmonares. Tomografia computadorizada de tórax: Define melhor as características anatômicas da lesão (tamanho, bordas espiculadas, padrão de calcificação). Permite uma análise mais detalhada do mediastino e das suprarrenais. Citologia do escarro Possui sensibilidade de 60-70% para tumores de localização central, com menor acurácia para os periféricos. Possui alta especificidade: se positivo, confirma o diagnóstico. B ió p si a Biópsia brônquica ou transbrônquica através de broncofibroscopia (sensibilidade de 70-80% para nódulo central > 2 cm). Biópsia transtorácica por agulha guiada por TC (sensibilidade de 95% para nódulo periférico > 2 cm). Chance maior de complicações. Como o pneumotórax (20-30% dos casos, geralmente pequeno e autolimitado). Biópsia guiada por Videotoracoscopia (VATS). Biópsia a céu aberto. Pacientes com baixa reserva cardiopulmonar, se possível, NÃO devem ser submetidos a biópsias cirúrgicas (VATS ou céu aberto), por serem procedimentos mais invasivos sujeitos a complicações. Sistema TNM T: tamanho do tumor N: ausência ou presença de metástases em linfonodos regionais ou distantes M: metástases a distância Doença Limitada Câncer que está restrito ao hemitórax ipsilateral. Podem ser enquadrados em um campo tolerável de radiação. Doença extensa (avançada) Apresenta doença metastática evidente em imagem ou exame físico. Estágio I Não há metástase linfonodal nem metástase à distância. Tratamento primariamente cirúrgico Lobectomia ou pneumectomia + ressecção linfonodal do mediastino. Para pacientes inoperáveis pode-se tentar a radioterapia curativa (sobrevida entre 13-39%). Estágio II Há acometimento linfonodal. Tratamento primariamente cirúrgico Lobectomia ou pneumectomia + ressecção linfonodal do mediastino. Devendo ser complementado com quimioterapia adjuvante (pós- operatória). Estágio III IIIA • T3N1M0: Cirurgia + quimioterapia adjuvante • “Doença N2”: Quimiorradioterpia isolada • T4N0-1M0: Quimiorradioterpia neoadjuvante (pré- operatória) + cirurgia IIIB: quimiorradioterpia isolada Estágio IV Tratamento através da quimioterapia. • Radioterapia pode ser empregada no tratamento paliativo irradiação de metástases ósseas, visando controle da dor e diminuição do risco de fratura). Tr at am en to c ar ci n o m a d e cé lu la s p eq u en as : Doença limitada: Tratamento através da quimiorradioterpia. Esquema de primeira linha é feito comcisplatina (ou carboplatina) e etoposídeo. Doença extensa (avançada): Tratamento somente com quimioterapia.
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