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FATORES ASSOCIADOS; São conhecidos como “Gatilhos da asma” que estão relacionadas as infecções respiratórias, alérgenos transportados pelo ar, irritantes inalatórios, extremos de temperatura e umidade, além do exercício físico. A Asma vem afetando grande parte da população sendo uma das principais enfermidades da infância e da adolescência, tendo destaque como doença respiratória crônica do adolescente. De acordo com a revista eletrônica Scielo: “foram analisados 300 pacientes com asma (1,38M:1F), com mediana de idade de 10,8 anos, e de início dos sintomas de 1,0 ano. A atopia estava presente em 78% dos pais e/ou irmãos. Antecedentes pessoais de doenças alérgicas ocorreram em 292 pacientes (96% rinite, 27% dermatite atópica, 18% conjuntivite alérgica, 6% alergia alimentar). Foram diagnosticados sete casos de deficiência de IgA (DIgA) e quatro de IgG2; obesidade em 37/253 (15%), sendo que sobrepeso e obesidade estiveram associados à falta de controle (p=0,023). Em 118 pacientes com multissensibilização, predominaram casos não controlados (22 (19%) casos; p=0,049; OR 1,9; IC95% 1,03-3,50). Entre os 180 casos (60%) em tratamento nas etapas 3 e 4, 122 (45%) estavam controlados e 112 (41%) parcialmente controlados. Concluindo que: “A rinite foi a alergia mais associada à asma e a prevalência de DIgA foi 20 vezes maior do que na população geral”. O controle parcial ou total dos sintomas da asma foi obtido em 85% dos casos. Obesidade/sobrepeso e multissensibilização foram associadas à falta de controle da asma.” TRATAMENTO; O desenvolvimento do plano de tratamento será feito pelo médico responsável pelo caso e o mesmo formará esse plano de acordo com a gravidade dos sintomas desenvolvidos pelo paciente. Esses medicamentos serão ministrados por meio de inaladores, nebulizadores e a medicação em comprimido para controle do quadro. De acordo com várias pesquisas feitas sobre o controle da Asma, chegamos na conclusão de alguns métodos gerais que serão reduzidos de acordo com o plano elaborado pelo médico: Beta-2-agonistas inalados de curta ação (broncodilatadores): Os inaladores de alívio rápido reduzem os sintomas como falta de ar. Geralmente prescrito para alívio rápido dos sintomas; Esteroides inalados: Ajuda na redução da inflamação das vias aéreas. Normalmente administrado para sintomas graves; Beta-2-agonistas inalados de longa ação: Ajuda na dilatação das vias aéreas. Geralmente prescrito para doenças crônicas; Agentes modificadores de leucotrieno: Ajuda tanto na dilatação das vias aéreas quanto na redução da inflamação. Para gerenciar os sintomas; Xantinas: Ajuda na dilatação das vias aéreas. Geralmente prescrito se ocorrer falta de ar repentina; Comprimidos agonistas beta-2: Ajuda na dilatação das vias aéreas; Antagonista de IL-4: Reduz a inflamação das vias respiratórias. Geralmente administrado em casos moderados a graves; Comprimidos esteroides: Ajuda na redução da inflamação das vias aéreas. Geralmente administrado em casos graves não controlados; Antagonista de IL-5: Reduz a inflamação das vias respiratórias. Geralmente administrado em casos graves não controlados; Antagonista do receptor IL-5: Reduz a inflamação das vias respiratórias. Geralmente administrado em casos graves não controlados; Procedimentos: Termoplastia brônquica: Reduz a massa dos músculos lisos e, assim, dilata as vias respiratórias. Realizado em pessoas com asma grave. Geralmente feito quando os medicamentos de longo prazo e as inalações não ajudam a reduzir os sintomas; O que a assistência de enfermagem deve fazer? Ao receber a informação de que o paciente é um portador de Asma, a princípio será feito em todas as consultas: aferir peso, altura, observar a curva de crescimento e medir pressão arterial, administrar o broncodilatador por via inalatória conforme prescrição médica no prontuário do paciente. O enfermeiro deverá fazer as visitas domiciliares, verificar se o paciente está tomando a medicação corretamente, se o paciente for uma criança, procurar saber se o responsável está tomando todas as precauções necessárias para o controle da doença. Procuramos um caso clínico para nos situarmos das abordagens feitas para o tratamento do mesmo: Descrição do paciente: Paciente feminino, 5 anos e 3 meses, se apresenta com queixa de “cansaço” há 01 dia. HMA: Mãe refere que a pré-escolar iniciou há 4 dias, quadro de congestão nasal e tosse seca, com piora no período noturno. Relata que hoje houve piora da tosse associada a quadro de taquidispnéia. A mesma relata que realizou nebulização com soro fisiológico, sem melhora, e decidiu portanto procurar a emergência. Nega febre. Refere 1 episódio de vômito associado a dor abdominal. Nega outras queixas. Nega alergia medicamentosa. Exame Físico Pré-escolar taquidispnéica, taquicárdica, afebril, corada, hidratada, acianótica e anictérica. Boa perfusão capilar periférica. Apresenta batimentos de asa do nariz, retração de fúrcula, tiragem subcostal e intercostal. Peso: 21 kg OTO: membrana translúcida bilateralmente ORO: hiperemia de amígdalas AR: MVUA, presença de sibilos difusos e crepitações em ambas as bases. FR: 49 irpm SAT O2 90% em ar ambiente ACV: RCR, 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros. FC: 146 bpm ABD: distendido, hipertimpânico, peristalse presente, indolor, não palpo massas ou megalias. MMII: sem edemas, pulsos simétricos. HPP: Mãe relata outros episódios semelhantes, 3 episódios nos últimos 3 meses. Refere que as crises incapacitam a filha de realizar atividades diárias e que quase sempre necessitam de idas a emergência. Relata episódios noturnos esporádicos. Refere uma pneumonia tratada ambulatorialmente aos 3 anos de idade, com amoxacilina. Relata ainda que tem espirros em salva sempre que acorda e apresenta prurido nasal diário. Nega cirurgias. Nega transfusões sanguíneas. H. Familiar: Mãe relata ter tido bronquite na infância. Pai e irmão de 10 anos são portadores de rinite alérgica. Avós maternos hipertensos. Avós paternos faleceram vítima de trauma automobilístico. H. Gestacional e Neonatal: G2, P2, A0. Realizou 7 consultas pré-natal. Sorologias normais. Fez uso de ácido fólico e sulfato ferroso. Teve DHEG e DMG. Nascido de parto cesáreo, 36 semanas, apgar 7/8. Evoluiu com desconforto respiratório transitório e hipoglicemia, permaneceu em Unidade neonatal intermediária por 48 horas. H. Crescimento e Desenvolvimento: Adequado para idade H. Vacinal: Adequada para idade. H. Social: Casa de alvenaria, 5 cômodos, saneamento básico, reside com pai, mãe e irmão. Nega etilismo e uso de drogas. Pai tabagista. Hipóteses Diagnósticas · ASMA · PNEUMONIA · ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO · ASPIRAÇÃO DE CONTEÚDO GÁSTRICO Conduta: Ofertar oxigênio sob forma de cateter até 3l/min ou macronebulização 10l/min e monitorização contínua de frequência cardíaca e Saturação de O2. Nebulização com beta 2 agonista ou inalação com espaçador contínua ou 3 etapas com intervalo de 20 minutos. · Quantas gotas de berotec? A dose pode ser de até 15 mcg/ kg · Quantos jatos do salbutamol? A dose é de 50 mcg/ kg Paciente continua com taquidispneia… 2° etapa de nebulização com beta 2 agonista associado a anticolinérgico ou inalação. Corticoide VENOSO X ORAL · Prednisolona 1 mg/kg/dia VO · Hidrocortisona 10 mg/kg/dose IV · Metilprednisolona 4 mg/ kg/dia IV Paciente apresenta melhora parcial do quadro e permanece com leve tiragem subcostal 3° etapa de Nebulização ou Inalação Após realização de 3° etapa: Pré-escolar em bom estado geral, ativa, reativa, eucárdica (FC: 89 bpm), eupnéica (FR: 35 irpm), sem esforço e Sat O2 95% em ar ambiente. Realizado hemograma, PCR, eletrólitis, gasometria arterial e radiografia de tórax Resultado dos exames solicitados: Htc 33% PCR 4 mg/dL (< 8mg/dL) Hb 12, 3 g/dL Hem 4,35 1012/L Na 140 mmol/L (135-145) Leucócitos 7.300 K 3,8 mmol/L (3,5-5,5) Diferencial:0-6/0-0-1-42/43-8 Desfecho: Alta hospitalar com a seguinte prescrição: 1. Prednisolona 3mg/ml – Dar 7 ml vo 1 x ao diapor 5 dias. 2. Nebulização de 6/6 horas: -SF 0.9% 3 ml -Berotec 5 gotas -Atrovent 20 gotas
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