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TIPOS DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

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DESCRIÇÃO
Estudo de diferentes tipos de avaliação institucional, a interna e a externa, a função dessas
avaliações e as possibilidades de realização de processos participativos.
PROPÓSITO
Apresentar os diferentes tipos de avaliação institucional e sua relação com a busca da qualidade
da educação, a fim de que os professores e profissionais da educação possam examinar
sistematicamente os objetivos e as conquistas do processo educacional.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Definir o papel da avaliação institucional interna
MÓDULO 2
Identificar as características das avaliações institucionais externas
MÓDULO 3
Reconhecer as funções da avaliação institucional em projetos e programas sociais
MÓDULO 4
Descrever processos de avaliação institucional participativos em busca da qualidade da
educação
INTRODUÇÃO
A avaliação se faz presente em todos os domínios de atividade humana. O "julgar", o "comparar",
isto é, o "avaliar" faz parte do nosso cotidiano e, como não poderia deixar de ser, do cotidiano
das instituições em geral e das educativas em particular.
“A avaliação institucional constitui-se em um processo sistemático de discussão permanente
sobre as práticas vivenciadas na escola [e em outras instituições educativas], intrínseco à
construção da sua autonomia, já que fornece subsídios para melhoria e aperfeiçoamento da
qualidade do seu trabalho. Essa autonomia não desvincula a escola das demais instâncias do
sistema, uma vez que a avaliação institucional articula as avaliações, possibilitando uma leitura
da totalidade das instituições e do sistema.”
(OLIVEIRA et. al. 2004, p. 21)
Como prática formalmente organizada e sistematizada, a avaliação no contexto educacional se
realiza como meio de conhecer, em detalhes e de modo sólido, o atingimento ou não de objetivos
da educação, implícitos ou explícitos, que, por sua vez, refletem valores e normas sociais. Assim
sendo, toda e qualquer avaliação institucional precisa considerar o contexto ao qual se aplica, o
da instituição, mas não pode se limitar a ele. Isso porque, além dos objetivos internamente
definidos, as instituições educativas em geral, não só as escolas, devem seguir normas e
objetivos definidos pelos sistemas de ensino que integram e pelas leis nacionais.
Neste tema, traremos alguns elementos importantes para a compreensão dos tipos de avaliação
institucional, suas funções e possibilidades de contribuição para a melhoria da educação. Esta
não se limita à melhoria do ensino, mas envolve as condições de trabalho, os espaços
institucionais e outros fatores dos quais falaremos nos quatro módulos a seguir.
MÓDULO 1
 Definir o papel da avaliação institucional interna
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL INTERNA
Como o nome diz, a avaliação interna é um processo que acontece na instituição, envolvendo os
diferentes atores institucionais e, quando for avaliado como pertinente, a comunidade de entorno
– responsáveis, em casos de avaliação escolar notadamente. Assim, ela pode ser percebida
como uma autoavaliação, já que é a própria instituição que se avalia. No entanto, também envolve
a avaliação de uns pelos outros, o que traz a ela um caráter também de avaliação por pares.
 RESUMINDO
Ela é, portanto, um fator relevante, tanto para o crescimento e o aprimoramento profissional dos
membros da comunidade institucional, quanto para o desencadeamento de mudanças positivas
para as instituições. A realização de uma avaliação interna é uma excelente forma de contagiar e
motivar a equipe, dando voz aos diferentes participantes da instituição, profissionais e discentes,
demonstrando que todos têm a aprender a partir da reflexão coletiva.
A AVALIAÇÃO DE RENDIMENTO E SEU
POTENCIAL PARA A MELHORIA DO ENSINO
Existem vários tipos de avaliações que contribuem para a avaliação interna. Uma delas é a
avaliação do rendimento dos estudantes, que permite aos professores perceberem o
desenvolvimento dos mesmos. A partir desse dado, avaliam seu próprio trabalho, já que as
aprendizagens dos estudantes têm relação com as aulas recebidas.
Um exemplo de avaliação é a conhecida prova dissertativa, na qual o aluno coloca com suas
palavras o que entendeu sobre diferentes assuntos. Outro é a chamada prova objetiva, que
consiste em escolher a melhor opção em uma lista de possibilidades de resposta. Nesta, ao
aluno cabe apenas assinalar uma alternativa. Trabalhos a serem feitos em casa ou em grupo
também fazem parte da avaliação de rendimento, entre outras possibilidades. Todas essas são
maneiras de contribuir com a autoavaliação da instituição sobre a qualidade do ensino que está
sendo oferecido aos estudantes.
 ATENÇÃO
Cabe ressaltar que o uso de diferentes instrumentos e mecanismos de avaliação é importante.
No contexto educacional, avaliar não é somente atribuir uma nota a um estudante com base no
resultado que ele tenha obtido em uma prova ou trabalho. É bem mais que isso. É preciso
considerar, e por isso a multiplicidade de instrumentos de avaliação é importante.
 
Foto: Joa Souza/Shutterstock.com
O estudante pode não estar bem física ou emocionalmente no dia da avaliação, por exemplo.
Pode ter acontecido algo em casa ou no trajeto, ou qualquer outra coisa que o deixou abalado e,
por isso, não fez uma boa prova.
Além disso, essa proliferação de instrumentos e mecanismos de avaliação enriquecem o
processo, permitindo aos professores proceder sua autoavaliação com base nesses resultados
e, ainda, a dos seus instrumentos de avaliação. Uma situação interessante é a ocorrência, não
rara, de respostas que demonstram que as perguntas estão mal formuladas, são dúbias ou
permitem leituras distintas das que se espera dos estudantes, como no exemplo a seguir:
“Em uma avaliação aplicada em turma do 5º ano do Ensino Fundamental, havia um texto para
leitura e interpretação seguido de questões de gramática nele inspiradas. O texto trazia a história
de um menino que era agressivo e mandão com seus colegas até que, um dia, algo aconteceu e
o fez ver o quanto seu comportamento era 'errado' e, depois disso, ele se tornou um 'bom
menino'. Interessada em levar os alunos a identificar no texto o episódio que causara a mudança
de comportamento do menino, a professora formulou uma questão que dizia: 'O que aconteceu
para que o menino mudasse o seu comportamento?'. No momento da correção, foi
surpreendida pela seguinte resposta: 'Ele deixou de ser idiota.' Desconcertada pela distância
entre a resposta obtida e o que desejava ver respondido, e depois de muito refletir a respeito, a
professora só pôde concluir que a questão estava mal formulada e que o aluno tinha respondido
ao que havia sido perguntado e não ao que a professora tinha desejado perguntar.”
(OLIVEIRA; PACHECO, In : ESTEBAN, 2003, p. 129)
Esse exemplo evidencia, mais do que um problema com um instrumento de avaliação, a
necessidade de uma autoavaliação permanente dos docentes a respeito do trabalho que
realizam, de modo a evitar problemas e potencializar a qualidade da educação.
Uma forma de avaliação que interessa particularmente ao nosso estudo é a autoavaliação dos
estudantes, pois permite que este perceba, por si mesmo, o quanto aprendeu e avançou, o que
faltou e em que sua performance pode ser aperfeiçoada. É algo que pode e deve ser feito com o
conjunto dos estudantes, e as respostas podem ser bastante úteis para os demais membros da
instituição e para o próprio replanejamento do trabalho da instituição pós-avaliação.
É importante que o estudante tenha, também, a possibilidade de avaliar a instituição, seus
espaços, propostas e ações, de modo a buscar, junto aos demais membros dela, a melhoria do
trabalho coletivo.
Essa avaliação docente interna que recai sobre todos os envolvidos na comunidade institucional
é uma exigência elencada na LDB (Lei 9.394/96). No seu Art. 12, está colocado que:
É DEVER DA ESCOLA ACOMPANHAR O PROFESSOR
PARA VERIFICAR SE O SEU PLANO DE TRABALHO
ESTÁ SENDO CUMPRIDO.
 
Foto: Maarten Zeehandelaar/Shutterstock.com
 RESUMINDOA lei, porém, não define o modo como o professor deve ser avaliado nem fala em autoavaliação.
Sabe-se que o trabalho do professor está enredado no trabalho dos demais profissionais da
instituição e das condições em que ele atua. Assim sendo, a avaliação dos docentes não é
simples, devido aos múltiplos aspectos da docência e a necessidade de considerá-los um
conjunto interdependente de fatores, que envolvem: os docentes, seus fazeres pedagógicos, as
relações institucionais, as condições materiais, espaciais e institucionais de trabalho, os salários
etc.
A AVALIAÇÃO INTERNA DA INSTITUIÇÃO:
CIRCULARIDADE E AVALIAÇÃO POR PARES
Como anunciado, além da avaliação do aluno e do professor, o processo de avaliação interna de
uma instituição exige avaliar os demais membros da comunidade institucional, sempre por meio
de autoavaliação e de avaliação pelos colegas e superiores ou subordinados.
Segundo Silva (2019), a avaliação da instituição, considerando o contexto institucional e social,
se dá não só pela análise de elementos que estão dentro dela, mas também de alguns externos,
como: a comunidade de pais e responsáveis, associações e movimentos sociais locais,
disponibilidade de transporte e acessibilidade, entre outros. O autor aponta que é importante
implantar na instituição um instrumento que possibilite diagnosticar o que se passa na instituição
como um todo, capaz de identificar os desafios a serem encarados e os problemas a serem
superados pelo conjunto de membros da instituição, sendo útil para processos de tomada de
decisão quanto aos rumos do trabalho educativo desenvolvido.
O caminho de um processo de avaliação institucional interna é circular, ou seja, volta-se sempre
ao ponto inicial, que é precisamente a expressão do diagnóstico da avaliação anterior no
momento em que se faz o planejamento periódico – em geral anualmente, mas com frequência
inscrito em um planejamento estratégico de médio prazo. Assim sendo, o primeiro passo da
avaliação é o planejamento, começando pela a formulação dos resultados da avaliação das
experiências anteriores da e na instituição.
Uma instituição educativa funcionando, muitas vezes, não permite perceber o quanto de
planejamento e avaliações anteriores precederam aquela rotina. Desde a elaboração do Plano
de Desenvolvimento Institucional (PDI) ou dos Projeto Político-Pedagógicos (PPP), no caso das
escolas públicas, passando pela logística de funcionamento no dia a dia, pela organização da
gestão e do trabalho educativo em si, nos processos ensino-aprendizagem, tudo é planejado e
precisa também ser continuamente avaliado, de preferência coletivamente. Dos horários das
diferentes aulas à organização do uso dos espaços, chegando aos conteúdos de ensino,
organização de turmas, nada se faz sem planejamento.
O planejamento é o momento em que se formula a avaliação das experiências que deram certo e
que devem ser mantidas, como também daquelas que não se desenvolveram totalmente e, por
isso, devem ser reformuladas ou excluídas. Nesse planejamento, estão presentes todas as áreas
da instituição e se evidencia a interdependência entre elas.
GESTORES, PROFESSORES, PROFISSIONAIS DE
EDUCAÇÃO NÃO DOCENTES E MESMO A
COMUNIDADE DE ENTORNO SÃO PARTÍCIPES.
Mesmo que de modo silencioso, normas sistêmicas e nacionais também estão presentes, já que
balizam o que se pode propor para definir e corrigir os rumos que a instituição pretende dar ao
seu trabalho educativo.
Gestores, responsáveis pela estruturação da instituição a partir de sua proposta geral, expressa
no PDI ou no PPP, são a referência para tudo o que deve ocorrer na organização institucional. Há
também uma dimensão logística de estruturação dos espaços e tempos da instituição, como
também há toda a parte estritamente administrativa a ser planejada e estruturada segundo um
Plano de Gestão. Inscrito nessas dimensões organizacionais, está o planejamento propriamente
pedagógico, que envolve a organização das turmas e dos conteúdos a serem trabalhados, e
desse chega-se ao detalhamento dos planos de curso e de aula, passando pelos momentos de
avaliação e replanejamento.
Uma vez definido o planejamento – já com base nas diferentes modalidades de avaliação
institucional que lhe servem de guia – e colocado em prática, no dia a dia da instituição há uma
avaliação contínua, tanto do que está sendo realizado satisfatoriamente, quanto do que está
parcialmente em uso e aquilo que não foi possível realizar. Isso exige da instituição e de seus
atores – gestores, pessoal de apoio, docentes e discentes – certa capacidade de adaptação e
agilidade para modificar o direcionamento das ações, tornando-as diferentes do planejado.
 
Foto: Shutterstock.com
No ano de 2020, por exemplo, com o advento da pandemia de COVID-19 que assolou o mundo,
as instituições educativas, pegas de surpresa, tiveram que avaliar as condições de trabalho
possíveis e, de algum modo, reinventarem-se, nos mais diferentes aspectos.
O exemplo da pandemia permite perceber os elementos que compõem o processo educacional.
Em meio a dificuldades próprias do desconhecido, que compromete fortemente as
possibilidades de uma sólida avaliação das condições gerais em que a instituição se inscreve,
foi necessário replanejar, reinventar não só o trabalho pedagógico, mas todo o funcionamento das
instituições. Instrumentos, antes condenados, sobre os quais pairavam muitas resistências,
passaram a ser fundamentais e necessários para a sequência do trabalho.
O processo ajuda a compreensão da importância da clareza dos atores da instituição sobre os
seus objetivos nucleares, e quais seriam as adaptações que permitiriam manter o fundamental,
abdicando do menos relevante, de modo a manterem seu funcionamento com qualidade.
A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL INTERNA
COMO AUTOAVALIAÇÃO
Vamos observar o que a professora Claudia Costin fala do processo de avaliação interna das
instituições:
Funcionando como uma autoavaliação, a avaliação institucional interna nas diferentes instituições
educativas pode ser compreendida com base nas normas que balizam, nacionalmente, as
autoavaliações das universidades públicas, mesmo sabendo de especificidades que exigirão
adaptações. Nesse documento se lê:
“A autoavaliação institucional deve ser entendida como um processo mediante o qual a
instituição, com a participação de todos os seus segmentos, se analisa internamente, objetivando
relacionar o que realmente é com o que deseja ser, assim como as suas realizações, o modo
como se organiza e atua. É um processo contínuo que objetiva a identificação dos pontos fortes e
dos pontos fracos da instituição, para que os mesmos subsidiem os planos institucionais de curto
e médio prazos e, com isso, produzam mudanças que resultem em melhorias efetivas.”
(IFRR, 2019, p. 211)
Ou seja, o documento aponta as orientações gerais que ajudam a compreender do que se trata a
avaliação da instituição por ela mesma.
Esse tipo de avaliação visa a produzir conhecimento sobre a instituição, de modo a torná-la
capaz de combater seus problemas, a partir daquilo que é, do que deseja ser e do que pode ser.
Inclui, portanto, uma conscientização da comunidade institucional – escola, universidade ou outras
instituições educativas – a respeito do seu contexto, de suas necessidades e possibilidades de
funcionamento, de aperfeiçoamento e de reconhecimento dos seus limites. Quanto aos objetivos
desse tipo de avaliação, o documento afirma que:
“Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), os
principais objetivos da avaliação institucional são melhorar o mérito e o valor das instituições,
áreas, cursos e programas, nas dimensões de ensino, pesquisa, extensão, gestão e formação;
melhorar a qualidade da Educação Superior e orientar a expansão da oferta, além de promover a
responsabilidade social das IES, respeitando a identidade institucional e a autonomia de cada
organização.”
(IFRR, 2019, p. 211)
Ou seja, os objetivosdesse tipo de avaliação, como já afirmado, não é julgar os atores ou punir
quem quer que seja. O que se pretende é investir na melhoria e no aperfeiçoamento da atividade-
fim dessas instituições, a saber, a formação oferecida aos seus estudantes de acordo com seus
próprios objetivos, já que cada instituição tem autonomia para estabelecer princípios e metas
para o trabalho educativo.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA
AVALIAÇÃO INTERNA
Pode-se elencar alguns dos principais elementos constitutivos de uma autoavaliação institucional
interna, depois de reconhecermos que, de modo circular, ela inclui: o planejamento, as práticas
desenvolvidas a partir dele, a avaliação das diferentes práticas, voltando-se ao planejamento, e
assim sucessivamente.
A avaliação do planejamento permite notar o quanto ele foi feito de modo realista em relação ao
contexto social, local, financeiro, espacial, material e às propostas pedagógica, global e
específica. A avaliação das práticas envolve aquelas propriamente pedagógicas – notadamente
expressas pela avaliação docente e discente –, feita pelos próprios e pelos demais setores da
instituição. Envolve, ainda, o funcionamento da logística organizacional estabelecida, do plano de
gestão, dos setores não pedagógicos da instituição.
A avaliação dos gestores e responsáveis pela instituição é aquela que avalia de que modo esses
responsáveis cumprem aquilo que lhes cabe para que os demais setores funcionem orgânica e
organizadamente. Cuidando, assim, para que não haja contradições entre diferentes partes
dessa totalidade que é a instituição e atentando para os desvios que possam ser sanados por
mudança de suas próprias ações.
 ATENÇÃO
Para que seja confiável, essa avaliação institucional interna deve acontecer de forma contínua e
ter seus critérios previamente estabelecidos. Deve-se também tomar o cuidado de não avaliar
somente um aspecto do trabalho, mas, ao mesmo tempo, não querer avaliar detalhes demais,
tornando a avaliação improdutiva. E, sobretudo, ela deve enredar os atores, suas
responsabilidades e possibilidades, de modo a não se perder de vista o quão interdependentes
são as ações. Assim, é possível evitar mudanças ineficazes e permanências nocivas ao bom
funcionamento da instituição. Cabe, finalmente, lembrar que o trabalho pedagógico é a atividade-
fim da instituição e que os demais setores devem buscar apoiá-lo, e não o contrário.
 
Foto: Shutterstock.com
Além de dar voz aos membros internos da instituição, uma avaliação institucional interna ganha
contornos mais realistas e maior eficácia quando se faz também com o uso de opiniões, críticas,
elogios e sugestões da comunidade de entorno da instituição. É importante que isso seja feito
com maturidade e coragem, de modo a viabilizar um processo de avaliação também maduro e
mais sólido. Para ouvir o seu entorno, a instituição pode criar questionários de avaliação e
convidar a comunidade a vivenciar reuniões e discussões sobre determinados aspectos do
trabalho, incentivando os partícipes a apontarem problemas e sugestões de melhoria.
Outro elemento importante é o incentivo aos diferentes profissionais da instituição a conhecerem
e frequentarem todos os departamentos e atividades internas da instituição e seus profissionais.
Muitas vezes, devido à grande quantidade de tarefas, os diferentes profissionais se fecham em
seus afazeres, deixando de observar os esforços alheios, os problemas setoriais, os fatores
cotidianos que impactam as atividades da instituição.
Esse isolamento pode trazer problemas à avaliação, já que com menos conhecimento do que
efetivamente se passa nos diferentes setores, a tendência de quem avalia é ser menos
compreensivo e mais rigoroso, o que é nocivo ao trabalho e, muitas vezes, aos próprios
profissionais. Acompanhar atentamente o que se passa numa instituição capacita a todos para a
realização de uma autoavaliação global mais fidedigna.
Assim sendo, avaliação e autoavaliação devem andar juntas e serem praticadas regularmente,
sem segregação, já que, por exemplo, muitas informações consideradas exclusivas de uma
secretaria muito podem dizer para a avaliação da e na instituição. Alguns exemplos são:
O NÚMERO MAIOR OU MENOR DE MATRÍCULAS
O NÚMERO MAIOR OU MENOR DE PROCURA PELA
INSTITUIÇÃO
AS DESISTÊNCIAS E SOLICITAÇÕES
Da mesma forma, dados qualitativos podem ser deduzidos a partir da uma leitura mais atenta de
relatórios, como a confiança que profissionais e comunidade de entorno depositam na instituição,
a satisfação e o orgulho de ser ou de ter sido membro daquela instituição, entre outros elementos
aparentemente desimportantes, mas que contam quando se pretende avaliar uma instituição.
Um processo de avaliação institucional interna precisa, finalmente, basear-se na convicção de
que qualquer avaliação tem de ser capaz de compreender a cultura da instituição, seu entorno e o
modo como ela se inscreve nele. Deve escutar as vozes dos seus protagonistas – os
representantes da comunidade de entorno, os estudantes e os profissionais –, dar conta de
consonâncias e de discordâncias, administrando-as e evitando rupturas e embates pesados. A
instituição apenas pode promover a sua melhoria a partir do seu interior, pelo trabalho reflexivo e
crítico de todos os seus membros.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NA IDENTIFICAÇÃO DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL INTERNA COMO
PROCESSO NECESSÁRIO A INSTITUIÇÕES DE ENSINO, ESSE
PROCEDIMENTO DEVE ESTAR PREVISTO DA SEGUINTE FORMA:
A) A avaliação institucional interna deve ser realizada quando detectado um problema, levando
em consideração as orientações contidas na regulamentação vigente.
B) A avaliação institucional interna deve garantir processos gerenciando o planejamento e
direcionando os atos da gestão.
C) A avaliação institucional interna serve para rever o conjunto de objetivos e metas a serem
concretizados, uma vez que é a comissão que tem o papel de analisar os resultados e indicar os
caminhos.
D) A avaliação institucional interna deve ser prevista no projeto político-pedagógico e detalhada
no plano de gestão.
E) A avaliação institucional interna, mediante ação dos diversos segmentos da comunidade
institucional, deve analisar o desempenho dos alunos e preparar o Censo.
2. COMO SE CONSTITUI UM PROCESSO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
INTERNA?
A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL CONSTITUI-SE COMO UM PROCESSO
SISTEMÁTICO DE DISCUSSÃO PERMANENTE SOBRE AS PRÁTICAS
VIVENCIADAS NA ESCOLA (E EM OUTRAS INSTITUIÇÕES
EDUCATIVAS).
A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL INTERNA ESTÁ INTRÍNSECA À
CONSTRUÇÃO DA SUA AUTONOMIA, JÁ QUE FORNECE SUBSÍDIOS
PARA MELHORIA E APERFEIÇOAMENTO DA QUALIDADE DO SEU
TRABALHO.
A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL INTERNA ROMPE COM A AUTONOMIA,
UMA VEZ QUE VINCULA A ESCOLA ÀS DEMAIS INSTÂNCIAS DO
SISTEMA, AO ARTICULAR AS AVALIAÇÕES, POSSIBILITANDO UMA
LEITURA DA TOTALIDADE DAS INSTITUIÇÕES E DO SISTEMA.
A(S) AFIRMATIVA(S) CORRETA(S) SOBRE A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
INTERNA É (SÃO):
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) I, II e III.
E) III, apenas.
GABARITO
1. Na identificação da avaliação institucional interna como processo necessário a
instituições de ensino, esse procedimento deve estar previsto da seguinte forma:
A alternativa "D " está correta.
 
A avaliação institucional interna não tem função diretiva, mas de diagnóstico, deve envolver toda a
comunidade, ter ciclos anuais e estar prevista nos PPC e no PDI das instituições de ensino.
2. Como se constitui um processo de avaliação institucional interna?
A avaliação institucional constitui-se como um processo sistemático de discussão
permanente sobre as práticas vivenciadas na escola (e em outras instituições
educativas).
A avaliação institucional interna está intrínseca à construção da sua autonomia, já
que fornece subsídios para melhoria e aperfeiçoamento da qualidade do seu
trabalho.
A avaliação institucional interna rompe com a autonomia, uma vez que vincula a
escola às demais instâncias do sistema, ao articular as avaliações,possibilitando
uma leitura da totalidade das instituições e do sistema.
A(s) afirmativa(s) correta(s) sobre a avaliação institucional interna é (são):
A alternativa "A " está correta.
 
A avaliação institucional, em especial a interna, leva a instituição a perceber sobre si. A
autonomia das instituições nesse sentido são peças-chave. Não há ruptura dessa autonomia por
estabelecer procedimentos, mas, sim, propor que essa autonomia possa ser efetivamente
exercida.
MÓDULO 2
 Identificar as características das avaliações institucionais externas
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL EXTERNA
A avaliação institucional externa visa, como a interna, produzir conhecimento sobre as instituições
educativas, mas, nesse caso, sob responsabilidade do Estado, que a utiliza para definir políticas
educacionais, entre outras possibilidades que seu uso oferece, nem todas positivas.
Para avaliar externamente as instituições educativas, o Estado se serve de mecanismos e
instrumentos padronizados de avaliação do rendimento dos estudantes e colhe dados junto às
instituições. Assim, são formuladas equações em que os diferentes dados – de rendimento e
outros – são organizados, permitindo produzir relatórios que sejam úteis às instituições avaliadas.
Isso permite a implementação de medidas que levem à melhoria do trabalho educacional que
realizam.
DO PONTO DE VISTA TÉCNICO, O BRASIL SOMENTE
PASSOU A PRODUZIR DADOS DE AVALIAÇÕES
INSTITUCIONAIS A PARTIR DA LDB 1996.
Algumas críticas se centraram, por exemplo, na questão das normativas. Se as escolas seguem
normativas nacionais, a função deveria ser “fiscalizar” o cumprimento do previsto. A função de
fiscalizar passou a ser negada, demarcando a busca de fomentar, permitir que as instituições se
percebam e percebam as funções que devem exercer e como devem exercer.
Do ponto de vista da gestão educacional, a premissa passa por uma alteração de perspectiva. E
é a partir da gestão que se passou a discutir processos de autonomia e o estabelecimento de
projetos singulares, que continuariam atendendo o previsto na regulamentação nacional, mas,
sem por isso, restringir a singularidade de cada instituição de ensino.
AS AVALIAÇÕES DE DESEMPENHO
Vamos fazer um trajeto sobre os tipos de avaliação externa mais recorrentes em nosso sistema
educacional.
Do ponto de vista do rendimento dos estudantes, essa avaliação é conhecida como avaliação
de desempenho, realizada por agente externo à instituição e geralmente aplicada em larga
escala. Trata-se de uma ferramenta que fornece elementos para a formulação e o monitoramento
de políticas públicas, bem como o redirecionamento de práticas pedagógicas.
Essas avaliações externas têm como característica uma matriz de avaliação e o emprego de
provas padronizadas, que permitem checar o cumprimento do direito à aprendizagem e a
interpretação dos resultados para efetuar comparação entre redes e escolas.
Esses padrões vêm sendo muito criticados pelos educadores, e o que se percebe é que a função
da avaliação de servir para a melhoria do trabalho realizado vem dando lugar a julgamentos,
desprestígio de instituições, competição entre escolas e entre universidades que distorcem
resultados e comprometem a implementação das medidas necessárias à melhoria da qualidade
da educação brasileira.

1930
A origem da intenção do Estado em desenvolver estudos na área do planejamento educacional
reside na década de 1930, porém, “foram necessárias mais ou menos cinco décadas para que a
avaliação (externa, em larga escala, centralizada e com foco no rendimento do aluno e no
desempenho dos sistemas de ensino) viesse a ser introduzida como prática sistemática da
educação básica brasileira”.
(FREITAS, 2007, p. 51)
1980
O final da década de 1980 representou um marco significativo na implementação de um sistema
nacional de avaliação da educação básica pelo Ministério da Educação. Possível por meio de
sua organização, elaboração e execução pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP), com a criação efetiva do Sistema de Avaliação do Ensino
Público de 1° Grau (SAEP), em 1987, que teve o objetivo de avaliar o Programa de Educação
Básica para o Nordeste Brasileiro (EDURURAL).


1990
A partir de 1990, o Ministério da Educação implantou o SAEB, para verificar o desempenho
escolar dos alunos do nível fundamental e médio. As questões avaliadas visam a identificar as
competências escolares mínimas que os alunos devem demonstrar ao final dessas etapas de
ensino. As informações devem ser utilizadas pelos responsáveis dos entes federados, no sentido
de organizar ações corretivas das ineficiências do sistema.
1996
Posteriormente, a LDB estabelece, em seu Art. 9º, inciso Vl, que a União incumbir-se-á de:
"Assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio
e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e
melhoria da qualidade do ensino" (LDB, 1996).


1996-2003
Mais tarde, o Ministério da Educação lançou o Exame Nacional de Cursos, conhecido como
Provão. Tratava-se de um concurso obrigatório para todos os alunos formandos dos cursos
escolhidos pelo Ministério, que começou, no ano de 1996, com três cursos e acabou, no ano de
2003, com 26 cursos.
1998
Em 1998, teve início o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que visa a avaliar o
desempenho dos estudantes ao concluírem a etapa final da Educação Básica. A inscrição é
voluntária aos estudantes que estão concluindo ou que já concluíram o Ensino Médio em anos
anteriores. Mais recentemente, o resultado do Enem passou a ser utilizado como critério de
seleção para o ingresso dos estudantes em instituições de Ensino Superior.


1993 E 1994
Para avaliação do Ensino Superior, também foi na década de 1990 que foi implantado o
Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB), que teve a sua base
conceitual elaborada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (ANDIFES) e sancionado pelo governo da época.
1997
O processo de Avaliação das Condições de Oferta foi criado em 1997 e, mais tarde, em 2002,
passou a ser chamado de Avaliação das Condições de Ensino. Esse processo tinha como
objetivo verificar as condições que as instituições de Ensino Superior do país ofereciam para
desenvolverem os seus cursos. A avaliação final era caracterizada pelo reconhecimento ou pela
renovação de reconhecimento do curso, quando fosse o caso.


2003
No final de 2003, o quadro de avaliação do Ensino Superior do país configurava-se com as
seguintes ações avaliativas: Exame Nacional de Cursos (Provão), realizado pelo INEP;
Avaliações das Condições de Ensino (ACE), para fins de reconhecimento ou renovação de
reconhecimento de cursos, realizadas pelo INEP; Avaliações das Condições de Ensino (ACE),
para fins de autorização de cursos, realizadas pela Secretaria de Educação Superior do
Ministério da Educação (SESU); Avaliação para credenciamento de Instituições de Ensino
Superior (IES) novas ou recredenciamento de IES na ativa, realizada pela SESU; Avaliação
dos Cursos de Pós-Graduação (mestrado e doutorado), realizada pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
 
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No caso da Educação Básica, entre as provas padronizadas no Brasil, temos:
ANEB: AVALIAÇÃO NACIONAL DA EDUCAÇÃO
BÁSICA
É a avaliação amostral do país e de cada região. Quem faz são os alunos da rede pública e
privada do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio. Sua periodicidade
é bianual.
PROVA BRASIL: AVALIAÇÃO NACIONAL 
DO RENDIMENTO ESCOLAR
É uma avaliação censitária. Apresenta resultados por escolas. Podem fazê-la os alunos do 5º ao
9º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas. Sua frequência é bianual.
ANA: AVALIAÇÃO NACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO
Avaliação censitária que avalia os níveis de alfabetização e as condições de ensinonas escolas.
Podem fazê-la os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental nas escolas públicas. Sua
periodicidade é anual.
ENEM: EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
Avalia o desempenho dos alunos ao fim da Educação Básica. Podem fazê-la os alunos que estão
concluindo ou já concluíram o Ensino Médio. Frequência anual.
PISA: PROGRAMA INTERNACIONAL 
DE AVALIAÇÃO DOS ALUNOS
Avalia sistemas educacionais de 65 países-membros da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) e alguns convidados. Estudantes na faixa de 15 anos dos
65 países participantes podem fazer. Sua frequência é trianual.
UMA BREVE REFLEXÃO
A consolidação de uma cultura das avaliações externas tem como objetivo medir a qualidade do
ensino e, no limite, das instituições que o ofertam. A análise dos resultados das avaliações
possibilita a criação de um painel da Educação no país, ferramenta fundamental na elaboração
de políticas públicas para a área. No entanto, traz também problemas ao ranquear, nem sempre
considerando as possibilidades locais, instituições educativas do país inteiro, causando a nem
sempre verdadeira sensação de falha em instituições que apenas não podem operar em boas
condições de trabalho.
Cabe, assim, ressaltar que essas avaliações, com frequência, desconsideram variáveis
importantes, como as condições materiais e as diferenças entre os espaços educativos, entre
salários e equipes de apoio e entre os públicos atendidos. Com isso, ao padronizarem os
critérios de avaliação dos estudantes e mesmo as condições materiais, tendem a condenar os
mais frágeis e valorizar os que não enfrentam problemas para cumprir sua missão.
AVALIAÇÃO EXTERNA DE DESEMPENHO E
QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA
A avaliação externa, para além a avaliação de desempenho, contempla amplo contingente de
participantes e resulta em um conjunto de informações que pode orientar ações das mais
variadas ordens nas políticas educacionais. As avaliações têm como característica serem em
larga escala. Elas permitem delinear o perfil cognitivo da população com base em informações
de caráter censitário, permitindo reconstituir detalhes da trajetória escolar de populações que
frequentam a escola e identificar o desenvolvimento da aprendizagem.
Segundo Pilati (1994), o SAEB tinha, dentre outros, os objetivos: regionalizar a operacionalização
do processo avaliativo para possibilitar a gestão direta pelas instâncias locais; conhecer e
construir parâmetros do rendimento dos alunos em relação às propostas curriculares; disseminar
na sociedade ideias em relação à qualidade desejada e a obtida, considerando o conhecimento
a ser democratizado, perfil e prática dos professores e diretores e construir uma base de dados
sobre o processo de ensino-aprendizagem nas escolas públicas.
Observava-se nessa etapa de implantação, a partir da descrição dos objetivos do SAEB, que sua
finalidade se relacionava menos à obtenção de subsídios para a produção de políticas e mais à
aquisição de dados e informações sobre a educação nacional e à aferição do resultado do
desempenho dos alunos e das escolas. Após cinco anos de sua implantação, em 1995, o SAEB
passou por uma reformulação contemplando duas alterações importantes:
Objetivos
A primeira foi em relação aos seus objetivos, que passaram a incluir estudos e análises dos
alunos do Ensino Médio e da rede particular, visando a incorporar levantamentos de dados sobre
as características socioeconômicas, culturais e relativas aos hábitos de estudo dos alunos, e
redefiniu as séries avaliadas por amostragem para 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e 3ª
série do Ensino Médio.
Metodologia
A segunda foi em relação à metodologia das provas. Houve a introdução da metodologia da
Teoria de Resposta ao Item (TRI) para medir o desempenho dos alunos na perspectiva da
trajetória histórica das aferições dos resultados obtidos nas provas. Isso possibilitou
comparações entre as diversas aplicações, criando-se, assim, uma série histórica, permitindo a
elaboração de políticas públicas a longo prazo.
Nessa fase, a avaliação externa teve como objetivo produzir informações do desempenho dos
alunos para serem alocadas nas trajetórias históricas dos resultados obtidos pelas escolas,
possibilitando a produção de políticas pedagógicas que significassem avanço na aprendizagem
dos alunos com maiores dificuldades.
O ano de 2005 foi marcado por outra importante reformulação do SAEB, que passou a ser
composto por duas avaliações. Uma continuou sendo a Avaliação Nacional da Educação Básica
(ANEB), seu original sistema de avaliação e que é conhecido pelo nome de SAEB; a outra é a
Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (ANRESC), conhecida com o nome de Prova Brasil.
As duas avaliações são aplicadas a cada dois anos, avaliando os alunos nas habilidades de
Língua Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na resolução de problemas). A diferença
entre essas duas avaliações está no fato de que a Prova Brasil avalia apenas alunos do Ensino
Fundamental de 5° e 9° anos das escolas públicas urbanas e é universal; enquanto o SAEB, além
dessas características, avalia também alunos do 3° ano do Ensino Médio, da rede privada, das
escolas nas áreas rural e é amostral. Embora o Sistema tenha sido desdobrado em duas
avaliações, tendo em vista a metodologia utilizada, nenhum aluno precisa fazer duas provas.
 
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UMA DIFERENÇA ENTRE AS DUAS AVALIAÇÕES TEM
IMPORTÂNCIA CRUCIAL PARA A GESTÃO DAS
ESCOLAS:
Enquanto a avaliação do SAEB sempre foi amostral, ou seja, apenas uma amostragem de alunos
era avaliada, a Prova Brasil é censitária, ou seja, todos os alunos de todas as escolas são
avaliados. Sob esse prisma, a possibilidade de não reconhecimento de alguma escola nos
resultados da avaliação é inexistente, uma vez que seus alunos de Ensino Fundamental ou Médio
obrigatoriamente fazem parte do público avaliado, o que nem sempre acontecia com a avaliação
amostral do SAEB.
A diferença entre as avaliações externas é uma considerável justificativa para a criação de outro
sistema de avaliação com as características da ANRESC, porém, não é a única. Além disso, a
"necessidade de fazer da avaliação um instrumento de gestão para/das unidades escolares levou
à proposição da Prova Brasil, cujos resultados estão disponíveis para cada uma das redes e
para cada escola” (SOUSA; LOPES, 2010, p. 55).
Em 2007, dois anos após a criação da Prova Brasil, o Governo Federal criou o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Embora tenha sido criado em 2007, o governo
projetou metas para as escolas e redes considerando os dados já obtidos com a aplicação da
Prova Brasil e com o Censo Escolar em 2005. De acordo com o MEC, esse índice foi criado para
ser um “um indicador de qualidade educacional” e para possibilitar um “monitoramento
permanente e medição do progresso dos programas em relação às metas e resultados fixados”
na educação brasileira.
Assim, o MEC disponibiliza, a cada dois anos, o IDEB dos estados, municípios e escolas obtido
a partir das taxas de aprovação/reprovação e das notas dos alunos na Prova Brasil, dentro de
uma escala de 0 a 10. É a partir desses dados que o MEC projeta as metas a serem alcançadas
para cada um desses segmentos. De qualquer forma, os resultados da Prova Brasil e o cálculo e
divulgação do IDEB permitiram a criação de um ranking dos melhores (e consequentemente dos
piores) sistemas e escolas do país. Essa apropriação dos dados, desatrelada de outras análises,
pode gerar equívocos e injustiças, uma vez que estimula as escolas e as redes à competição, e
não ao estudo da realidade educacional e suas dificuldades.
Cabe refletir se as avaliações externas estão subaproveitadas, uma vez que parecem ter sido
desenhadas muito mais para produzir informações para os gestores de redes educacionais do
que para ajudar os professores a analisarem os resultados, buscando rever seus métodos de
ensino e práticas de avaliação. As comunicações de resultadosdas avaliações com foco na
escola deveriam promover uma articulação com o trabalho pedagógico escolar, de maneira a
aprimorá-lo.
Vamos pensar sobre o papel dos números aqui obtidos para as políticas públicas brasileiras,
guiados pela professora Claudia Costin para projetos de Educação e consultoria em Educação:
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS INSTITUIÇÕES
DE ENSINO SUPERIOR: DO SINAES AO
CONAES
No ano de 2004, foi instalado o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES)
(Lei 10.861/2004), constituído por três grandes pilares: a Avaliação Institucional, composta pela
autoavaliação e a avaliação externa; a Avaliação da Graduação; e a Avaliação do Desempenho
dos Estudantes da Educação Superior.
O SINAES possuía uma série de instrumentos complementares: autoavaliação; avaliação externa;
ENADE; avaliação dos cursos de graduação e instrumentos de informação, como o Censo e o
cadastro. A integração dos instrumentos permite que sejam atribuídos alguns conceitos,
ordenados numa escala com cinco níveis, a cada uma das dimensões e ao conjunto das
dimensões avaliadas. O Ministério da Educação torna público e disponível o resultado da
avaliação das instituições de Ensino Superior e de seus cursos.
A divulgação abrange tanto instrumentos de informação − dados do Censo, do cadastro,
Conceito Preliminar de Curso (CPC) e índice Geral de Cursos (IGC) − quanto os conceitos das
avaliações para os atos de Renovação de Reconhecimento e de Recredenciamento (parte do
ciclo trienal do SINAES, com base nos cursos contemplados no ENADE a cada ano). Pela
primeira vez, foi instituído um sistema, ou seja, não foram ações avaliativas soltas e sem
interligações, mas, sim, um sistema que tem como objetivo "olhar" o todo através das suas
partes.
 ATENÇÃO
A Lei 10.861/2004, contudo, revoga esse art. 3º, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior (o SINAES) e cria a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior
(CONAES), órgão supremo desse sistema, destinado a planejar, organizar e estabelecer normas
complementares sobre a avaliação de qualidade da Educação Superior. Suas deliberações,
como as do Conselho Nacional de Educação, estão sujeitas à homologação do Ministro da
Educação. A mesma Lei 10.861/2004, em seu art. 8º, deu ao INEP a atribuição de
operacionalizar “a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes”, sob
as normas expedidas pela CONAES, nos termos do inciso I do citado art. 6º.
A composição da CONAES justifica a sua competência de colegiado supremo da avaliação da
qualidade da Educação Superior em nível de graduação. Entre os treze integrantes, cinco são
representantes de diversos órgãos do MEC:
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
    
Um
representante
do INEP
Um da
CAPES
Três representantes do MEC, sendo um
obrigatoriamente do órgão responsável pela
regulação e supervisão da Educação Superior
Os demais membros representam a sociedade civil:
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
  
Um representante do
corpo discente
Um representante do
corpo docente
Um representante do corpo técnico-
administrativo das IES

    
Cinco membros indicados pelo Ministro de Estado da Educação, escolhidos entre
cidadãos com notório saber científico, filosófico e artístico, e reconhecida competência em
avaliação ou gestão da Educação Superior
Dentre as competências instituídas pela Lei do SINAES e referendadas pelo citado regimento,
destacam-se a necessidade de assegurar a continuidade do processo de avaliação institucional
e dos cursos de graduação e analisar e aprovar os relatórios de avaliação consolidados pelo
INEP.
No decorrer dos últimos quinze anos, sucessivos decretos regulamentaram os atos de avaliação,
regulação e supervisão da Educação Superior, conduzidos pelo MEC. Está em vigor o Decreto n.
9.235/2017, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das
Instituições de Educação Superior (IES) e dos cursos superiores de graduação e de pós-
graduação no sistema federal de ensino.
O § 3º do art. 1º dispõe que a avaliação será realizada por meio do SINAES, com caráter
formativo, e constituirá o referencial básico para os processos de regulação e de supervisão da
Educação Superior a fim de promover a melhoria de sua qualidade.
O art. 3º estabelece as competências para as funções de regulação, supervisão e avaliação no
sistema federal de ensino, a serem exercidas pelo Ministério da Educação, pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP) e pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior
(CONAES).
 ATENÇÃO
A avaliação de qualidade da Educação Superior deve oferecer subsídios claros para a melhoria
contínua da qualidade desse nível educacional, com ênfase para a autoavaliação institucional. A
avaliação de desempenho da IES e de seus cursos, para fins de credenciamento e
recredenciamento e para a autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de
cursos de graduação, tem outro objetivo: avaliar o cumprimento do projeto apresentado ao MEC
para esses eventos meramente administrativos.
Assim, as discussões sobre qualidade da educação ganham espaço, trazendo reflexões
relacionadas ao campo da avaliação educacional e trazendo para o contexto da avaliação as
avaliações externas em larga escala (com foco no desempenho dos estudantes). É nesse
contexto que aparece a avaliação institucional.
 
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 Fernando Haddad, Ministro da educação entre 2005 e 2012.
Segundo Haddad (2008), a avaliação é um elemento que se encontra arraigado no processo
educacional, como um todo. É muito difícil encontrar um professor que não submeta seus alunos a
avaliações. De modo complementar se dá a avaliação institucional, com o objetivo de verificar ou
confrontar se os elementos que compõem a escola (ou as instituições de Ensino Superior) estão
estruturados para a oferta da educação de qualidade.
Os resultados das avaliações visam a, e deveriam possibilitar, traçar um panorama da qualidade
dos cursos e instituições de Educação Superior no país. Os processos avaliativos são
coordenados e supervisionados pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior
(CONAES), e a operacionalização é de responsabilidade do INEP. As informações obtidas com
o SINAES são utilizadas pelas IES para orientar sua eficácia institucional e efetividade
acadêmica e social, pelos órgãos governamentais, para destinar a criação de políticas públicas,
e pelos estudantes, pais de alunos, instituições acadêmicas e público em geral, para guiar suas
decisões quanto à realidade dos cursos e das instituições.
Os resultados da avaliação realizada pelo SINAES subsidiarão os processos de regulação, que
compreendem Atos Autorizativos e Atos Regulatórios. Os Atos Autorizativos são responsáveis
pelo credenciamento das IES, pela autorização e pelo reconhecimento de cursos, enquanto os
Atos Regulatórios são voltados para o recredenciamento de IES e para a renovação de
reconhecimento de cursos.
Se os cursos apresentarem resultados insatisfatórios, serão estabelecidos encaminhamentos,
procedimentos e ações com indicadores, prazos e métodos a serem adotados. Essa iniciativa
faz referência a um protocolo de compromisso firmado entre as Instituições de Ensino Superior e
o MEC, que objetiva a superação de eventuais dificuldades.
 RESUMINDO
Conforme evidenciado, o SINAES, além de trazer a proposta de integração, inclusive da
graduação com a pós-graduação, a extensão, a pesquisa e a gestão, busca o desenvolvimento
de vários processos avaliativos, diferenciados em cada IES do país.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, PODEMOS RECONHECER
COMO SUAS CARACTERÍSTICAS NO BRASIL CONTEMPORÂNEO:
DO PONTO DE VISTA DO RENDIMENTO DOS ESTUDANTES, ESSA
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL É REALIZADAPOR AGENTE EXTERNO À
INSTITUIÇÃO E GERALMENTE APLICADA EM LARGA ESCALA.
TRATA-SE DE UMA FERRAMENTA QUE FORNECE ELEMENTOS PARA
A FORMULAÇÃO E O MONITORAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS,
BEM COMO O REDIRECIONAMENTO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.
ESSAS AVALIAÇÕES EXTERNAS TÊM COMO CARACTERÍSTICA UMA
MATRIZ DE AVALIAÇÃO E O EMPREGO DE PROVAS PADRONIZADAS,
QUE PERMITEM CHECAR O CUMPRIMENTO DO DIREITO À
APRENDIZAGEM E A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS PARA
EFETUAR COMPARAÇÃO ENTRE REDES E ESCOLAS.
OS PADRÕES DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL EXTERNA VÊM
SENDO GARANTIDORES DE POLÍTICAS PÚBLICAS CERTEIRAS,
RESULTANDO NA MELHORIA DO TRABALHO REALIZADO.
AS AFIRMATIVAS QUE MELHOR CARACTERIZAM AS CARACTERÍSTICAS
DAS AVALIAÇÕES DE DESEMPENHO NO BRASIL SÃO:
A) I, II e III.
B) I, II e IV.
C) I, III e IV.
D) II, III e IV.
E) II e III.
2. A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL EXTERNA NO ENSINO SUPERIOR É UM
ESPELHO DOS DEBATES LEVADOS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA, MAS
TEM FUNÇÕES DIFERENTES. SOBRE A AVALIAÇÃO VOLTADA À
EDUCAÇÃO BÁSICA E PARA O ENSINO SUPERIOR, PODEMOS AFIRMAR:
DAR SENTIDO À AUTONOMIA DAS INSTITUIÇÕES, DE EDUCAÇÃO
BÁSICA OU SUPERIOR, PODE SER APONTADO COMO UM
ELEMENTO COMUM, UMA VEZ QUE VISA SUA MELHORIA E A
GARANTIA AOS CIDADÃOS.
ORDENA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR, OFERTANDO
AOS ALUNOS OPORTUNIDADE DE NOTAR AS MELHORES
INSTITUIÇÕES E AS QUE SE ADEQUAM A SEU PERFIL.
CRIA MECANISMOS CONTÍNUOS DE PESQUISA E MELHORIAS DAS
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO BÁSICA, VISANDO AO
DESENVOLVIMENTO DO ENSINO, A PERSPECTIVAS DE
INVESTIMENTO E A ESTRATÉGIAS GOVERNAMENTAIS A SEREM
TRAÇADAS EM PLANOS DE EDUCAÇÃO.
ESTÃO CORRETAS AS AFIRMATIVAS:
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) Apenas a afirmativa I.
E) Apenas a afirmativa II.
GABARITO
1. Sobre a avaliação de desempenho, podemos reconhecer como suas características no
Brasil contemporâneo:
Do ponto de vista do rendimento dos estudantes, essa avaliação institucional é
realizada por agente externo à instituição e geralmente aplicada em larga escala.
Trata-se de uma ferramenta que fornece elementos para a formulação e o
monitoramento de políticas públicas, bem como o redirecionamento de práticas
pedagógicas.
Essas avaliações externas têm como característica uma matriz de avaliação e o
emprego de provas padronizadas, que permitem checar o cumprimento do direito à
aprendizagem e a interpretação dos resultados para efetuar comparação entre
redes e escolas.
Os padrões de avaliação institucional externa vêm sendo garantidores de políticas
públicas certeiras, resultando na melhoria do trabalho realizado.
As afirmativas que melhor caracterizam as características das avaliações de
desempenho no Brasil são:
A alternativa "A " está correta.
 
As avaliações de desempenho em larga escala são um fenômeno organizado de forma recente
no Brasil, mas têm uma cadeia histórica de dados que servem para: discutir rendimento dos
estudantes, desenhar e apontar políticas públicas e investimentos em capacitação docentes.
Além disso, evitam o processo somente informativo sem a participação do coletivo. Esses
resultados, no entanto, são parte do processo e não devem ser lidos de maneira isolada. Muitas
melhorias foram consolidadas por diversos movimentos e não como resultado das avaliações.
2. A Avaliação Institucional Externa no Ensino Superior é um espelho dos debates
levados para a Educação Básica, mas tem funções diferentes. Sobre a avaliação voltada
à Educação Básica e para o Ensino Superior, podemos afirmar:
Dar sentido à autonomia das instituições, de Educação Básica ou Superior, pode
ser apontado como um elemento comum, uma vez que visa sua melhoria e a
garantia aos cidadãos.
Ordena as Instituições de Ensino Superior, ofertando aos alunos oportunidade de
notar as melhores instituições e as que se adequam a seu perfil.
Cria mecanismos contínuos de pesquisa e melhorias das Instituições de Educação
Básica, visando ao desenvolvimento do ensino, a perspectivas de investimento e a
estratégias governamentais a serem traçadas em Planos de Educação.
Estão corretas as afirmativas:
A alternativa "B " está correta.
 
As avaliações institucionais externas são criticadas como rompedoras da autonomia, o que deve
ser entendido como um equívoco. A autonomia é para que as instituições busquem soluções,
mas, para que as exerçam, precisam de uma bússola, um olhar sobre sua relação, onde estão e
o que precisam fazer. Isso é comum e necessário na Educação em todos os níveis e
modalidades, daí a primeira afirmativa estar correta. A ideia de ranking de regulação de mercado
é contraproducente, não tem relação com o princípio das avaliações institucionais. No entanto, a
ideia de que as avaliações servem para a pesquisa, para a melhoria e reflexão sobre as
instituições é fundamental. São diferentes no Ensino Superior e na Educação Básica, mas são
prementes dos mesmos princípios.
MÓDULO 3
 Reconhecer as funções da avaliação institucional em projetos e programas sociais
AS FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL, PARTICULARMENTE EM
PROJETOS E PROGRAMAS SOCIAIS
A avaliação institucional cumpre suas funções quando leva à produção de conhecimento sobre a
instituição, com informações relevantes sobre a identidade institucional, seus valores e sua cultura
− base de todo o trabalho que ela realiza e, portanto, critério primeiro a ser considerado quando
da avaliação.
Em educação, uma boa avaliação institucional interna precisa produzir conhecimentos sobre o
trabalho educativo, as ações de suporte que o devem facilitar e favorecer, os atores institucionais
internos e externos e os modos pensados e viáveis de aperfeiçoá-lo. Quanto à avaliação externa,
sempre em diálogo com os dados e conhecimentos disponibilizados pelas instituições, suas
funções exigem que as diferentes variáveis e informações sejam percebidas de modo articulado.
E os resultados das análises devem vir acompanhados de sugestões de mudança e de suporte e
apoio, para que a correção de rumos almejada seja facilitada.
Como já visto, o processo de avaliação é um processo permanente e circular, mas, para que ele
possa ser bem-sucedido, é necessário desenvolver uma cultura da avaliação, com finalidades
diagnósticas, ainda ausente no país.
Agora que entendemos que a avaliação pode ser polêmica, veremos que não é só isso. Com a
palavra, professora Claudia Costin:
Precisa-se, portanto, de um plano geral de avaliação institucional, interna e externa, que permita a
definição estável de uma sistemática não só de avaliação, mas de publicização e análise de
dados. Com a elaboração de relatórios periódicos sobre os projetos e planos que mobilizaram as
práticas desenvolvidas no cotidiano da instituição e a avaliação dessas práticas e dos atores que
as desenvolveram. De modo a, assim, ser possível redefinir os planos – e as práticas –, voltando
ao início do processo. Cabe ressaltar ainda que, para que seja bem-sucedida, a avaliação
institucional, sobretudo a interna, deve ser realizada em um ambiente dialógico e democrático.
DEFININDO AS FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL
Refletindo em torno das ações necessárias à avaliação institucional, é possível estabelecer, no
cenário avaliativo, significados específicos para os verbos que as definem, que transcendem seu
uso pelo senso comum, embora estejam nele inscritos. Assim, pode-se dizer que:
 
Inventariar é, incialmente listar, elencar um conjunto de coisas, características, materiais, visando
usar o que foi inventariado como informação útil. No caso deste estudo, corresponde à
possibilidade de a instituição produzir conhecimentos sobre si mesma, seus atores e seu
trabalho.
 
Uma instituição que procede sua avaliação interna e, depois, recebe o parecer externo sobre seu
trabalho (a partir daquilo que encaminhou como relatório da avaliação interna), precisará
compatibilizar e (re)harmonizar relações entre setores e entre atores envolvidos, combatendo
falhas em setores específicos e possíveis incompatibilidades entre ações distintas.Para que o processo de avaliação ou a avaliação interna apresente os resultados desejados, é
necessário o envolvimento dos diversos atores da instituição. é fundamental, sobretudo, que
todos apoiem a iniciativa e se dediquem ao seu bom desempenho, apoiando, em seguida, as
medidas negociadas e percebidas como necessárias para a melhoria do trabalho.
SAIBA MAIS
...
Assim, antes de qualquer avaliação, é preciso esclarecer para todos a importância e o que
se almeja com tal avaliação e também considerar suas opiniões e compreensões do que
precisa ser feito.
 
De maneira geral, qualquer avaliação pode causar um impacto negativo nos atores da instituição,
bem como sobre a comunidade de entorno. Isso pode comprometer a participação no processo
javascript:void(0)
ou mesmo na implementação das soluções, fazendo com que os diferentes atores recuem por
falta de tranquilidade na participação.
SAIBA MAIS
...
Assim sendo, é preciso sensibilizar todos os profissionais da organização para a
importância do projeto. Devem ser esclarecidos os motivos da avaliação: informar como os
resultados ajudam no desenvolvimento profissional (e muitas vezes, no pessoal), que o
processo não visa à punição e busca otimizar as capacidades e alcançar resultados
sustentáveis para os indivíduos e para a organização. Envolver os diferentes atores da
instituição, sem o peso da hierarquia, é fundamental para tranquilizá-los quanto à avaliação,
sobretudo se o que se pretende é uma avaliação democrática e dialógica, em que todos se
sintam à vontade para intervir e opinar.
 
Após um processo de avaliação institucional e de um diagnóstico estabelecido sobre os
sucessos e problemas concretos que uma instituição enfrenta na implementação de seus projetos
e propostas de ação, é preciso orientar as equipes e atores para as mudanças de rumo
avaliadas como necessárias pelo coletivo.
javascript:void(0)
 
Nem sempre uma decisão é entendida ou implementada logo que é apresentada. Ela pode ser
compreendida apenas parcialmente ou ocorrer que, no momento no qual é pensada, ainda não
pode ser posta em ação.
SAIBA MAIS
...
Assim sendo, o feedback em relação a essas decisões se torna um processo de extrema
importância para o bom andamento de uma instituição. Isso porque é ele quem dará
diretrizes para a organização decidir o que precisa ser mais bem esclarecido ou
reformulado. Por isso, após uma avaliação institucional, é necessário haver um feedback
que vise a reforçar o que foi conversado ou delineado coletivamente, para que se corrija em
tempo o curso das ações.
 
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Normalmente, as avaliações se baseiam em resultados de propostas e projetos implementados
nas instituições. A partir, portanto, de critérios que permitam estabelecer o que precisa ser
corrigido para reaproximar a instituição de seus objetivos e metas, cabe implementar as
correções de rumo.
SAIBA MAIS
...
Embora pareça óbvia e simples, essa é, provavelmente, a principal função da avaliação
institucional, que sempre visa a aperfeiçoar o trabalho e, no caso das instituições
educacionais, à melhoria da qualidade da educação ofertada. Para que isso seja possível,
é preciso corrigir o que foi considerado falho. As demais funções são, efetivamente,
subsidiárias dessa.
PROCESSOS DE AVALIAÇÃO NO ENSINO
SUPERIOR E NA EDUCAÇÃO BÁSICA E
SUAS FUNÇÕES
As normas e os critérios que definem os processos de avaliação institucional no Ensino Superior
e na Educação Básica são diferentes uns dos outros, e a autonomia universitária restringe as
possibilidades de o Estado intervir mais efetivamente nas universidades. Sendo assim, uma das
relevantes funções da avaliação institucional externa é a possibilidade de redefinição ou
proposição de políticas voltadas ao atendimento a populações vulnerabilizadas, por meio de
programas e projetos específicos, como será visto adiante.
Do ponto de vista da avaliação interna, além de algumas características já elencadas no módulo
1, é importante esmiuçar um pouco seus processos de implementação e de desenvolvimento. No
caso da Educação Básica, a avaliação institucional é um processo, inserido nas escolas públicas
ou privadas, com a finalidade de avaliar as instituições. Visa a uma reflexão coletiva que
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possibilite uma gestão democrática e comprometida com a transformação social, e leve os
educadores a unir esforços no sentido da efetivação da melhoria da escola. Nas universidades,
embora com os mesmos objetivos, essa avaliação tende a ser mais formal e estruturada.
A avaliação institucional deve funcionar como um instrumento de aperfeiçoamento do Projeto
Político-Pedagógico das escolas e dos Planos de Desenvolvimento Institucional das Instituições
de Ensino Superior (IES). Estes, formulados internamente por exigência legal em todas as
escolas e IES do país, devem estar voltados ao atendimento das reais necessidades e interesses
de seu entorno. Isso é algo a ser construído e revisto permanentemente, sendo a avaliação
institucional interna o seu mecanismo privilegiado de aperfeiçoamento. Por isso mesmo, a
avaliação institucional deve ser percebida como instrumento de melhoria de qualidade
acadêmica e científica, condição, portanto, para a melhoria da educação.
O processo de avaliação institucional interna pode ser compreendido como constando de três
etapas:
PREPARAÇÃO / PLANEJAMENTO
Essa etapa tem como ponto de partida o diagnóstico. É necessário saber o já feito para saber o
que fazer. É importante a constituição de Comissão de Avaliação que inclua representantes de
todas as instâncias envolvidas na escola; em seguida, a elaboração ou revisão do projeto de
autoavaliação, constituído por elementos básicos, como objetivos, metodologia, cronogramas e
outros. Cabe salientar que o feedback da autoavaliação institucional é fundamental para a
confiabilidade dos atores no processo em que estão envolvidos, desenvolvendo-se, assim, uma
cultura avaliativa na escola, ainda ausente na maioria delas.
DESENVOLVIMENTO / IMPLEMENTAÇÃO
A etapa de desenvolvimento do processo avaliativo envolve ações delimitadas no plano de
trabalho da comissão ou cronograma de atividades. Após intensa divulgação, serão
aplicados/utilizados os instrumentos de avaliação para levantamento de dados e informações
necessários ao diagnóstico da realidade institucional. Relatórios parciais poderão ser
construídos para sistematização das informações coletadas.
CONSOLIDAÇÃO
Por último, os resultados obtidos através da autoavaliação darão origem a um relatório final, que
norteará a revisão e a atualização do Projeto Político-Pedagógico da Escola. A utilização dos
resultados da autoavaliação para a elaboração do Planejamento Estratégico que auxiliará a
gestão escolar será tratada com detalhes adiante. Não podemos deixar de citar, ainda, o
procedimento da meta-avaliação, que constitui uma importante etapa para o aperfeiçoamento do
processo avaliativo.
A avaliação institucional é importante para que as instituições conheçam seus pontos fortes e
suas possibilidades de avanço; conscientizem-se, também, a respeito das suas dificuldades e da
urgência em superá-las; e saibam de quais recursos precisam para prosseguir com sucesso. Daí
a importância de essa avaliação institucional interna contar, paralelamente, com a avaliação
externa. Além de balizar padrões educativos locais e nacionais – o que nem sempre é positivo,
como visto –, a avaliação externa é quem permite ao Estado redefinir políticas, criar formas de
suporte às instituições e trabalhar, naquilo que lhe compete, pela melhoria da educação.
A FUNÇÃO SOCIAL DA AVALIAÇÃO
INSTITUCIONAL
A avaliação externa tem permitido, nos últimos vinte anos, o diagnóstico de problemas sociais e
seus impactos sobre a educação pública. Questões de evasão, repetência, baixo rendimento,
exclusão social, entre outras, vêm sendo percebidas em todo o território nacional, e formas de
minimizá-las – nem sempre bem-sucedidas – vêm sendo pensadas ao longodo período.
Os diferentes planos nacionais de educação − notadamente, o de 2001 e o de 2014 − definiram
metas a atingir a partir dos diagnósticos e dados de avaliações anteriores sobre a qualidade da
educação no país, e outras políticas voltadas à melhoria da Educação foram formadas.
É a partir, portanto, de avaliações institucionais e de rendimento acadêmico (essas últimas por
meio do SAEB e do SINAES) que as diferentes instâncias do Estado formulam suas políticas –
tal como as instituições – e buscam contribuir com a melhoria da educação. Infelizmente, um
diagnóstico ampla e permanentemente repetido sensibiliza pouco os governantes, e os
investimentos financeiros necessários à melhoria da educação ainda não são suficientes.
Ainda assim, tem havido no país muitas propostas e políticas de apoio a populações
vulnerabilizadas, tanto do ponto de vista do suporte financeiro, como buscando minimizar a
exclusão social e seus efeitos sobre diferentes sujeitos. Algumas dessas políticas estão em
franco recuo nos últimos anos, mas vale citá-las, já que representam ações importantes, que
permitem compreender a relevância de processos sólidos de avaliação para a melhoria da
educação no país.
 
Foto: Shutterstock.com
Nesse contexto, são criadas algumas políticas de acesso, como o Bolsa Família, que apoia as
famílias menos favorecidas, garantindo o direito à alimentação. Essas famílias recebem o
benefício desde que comprovem a matrícula e a frequência de seus filhos na escola. O Fundo de
Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), por sua vez, é um programa do
Ministério da Educação, destinado a financiar estudantes de cursos de graduação. Já o
Programa Universidade para Todos (PROUNI), criado pela Lei n. 11.096/2005, tem como
finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes dos cursos de
graduação e sequenciais de formação específica, em instituições privadas de Educação
Superior.
Essas políticas sociais e − por que não? − educacionais foram efetivadas com o objetivo de
atingir a grande massa, trazendo através do acesso à educação oportunidades que possibilitarão
a igualdade social. Por isso, cabe identificar a preocupação com a educação em um sentido
mais amplo, ou seja, sua abordagem nos espaços não escolares.
Um problema identificado por avaliações externas em larga escala, tanto de rendimento escolar
quanto das condições de trabalho nas unidades educacionais públicas no país, levou à criação
de um programa especialmente importante para a melhoria da Educação Básica no Brasil.
Voltado, notadamente, para a valorização docente, considerada relevante em função de outros
dados das avaliações referidas, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) visa a aumentar o
investimento financeiro federal em ações e projetos educacionais dos estados, incluindo toda a
educação básica.
Este vem sendo, desde a sua criação, ainda como FUNDEF, de grande ajuda aos municípios e
estados para assegurar melhores condições de trabalho aos docentes da Educação Básica e,
com isso, viabilizar a melhoria de qualidade da Educação. Segundo Salas (2020):
“O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) vigorou de janeiro de
2007 até 31 de janeiro de 2019, e foi estendido até 2020. Ele é composto por 27 fundos de cada
unidade da federação (26 estados e o Distrito Federal), cujos recursos são provenientes da
arrecadação de cerca de 20 impostos; e de uma contribuição da União que equivale a 10% do
valor total arrecadado – que é repassada para os estados que não atingiram o valor-aluno/ano
(VAA) mínimo. Esse valor varia para cada estado e é distribuído pelo número de alunos
matriculados, com base no Censo Escolar do ano anterior.”
(SALAS, 2020, p. 1)
Conforme mencionado, antes do FUNDEB, existia o FUNDEF (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), que vigorou entre
1998 e 2006. De acordo com Salas (2020), a proposta de sua criação era garantir uma estrutura
de financiamento do Ensino Fundamental e assegurar a melhor distribuição dos recursos entre os
entes federados. Ambos funcionavam de forma semelhante, mas, diferentemente do FUNDEF,
que era focado apenas no Fundamental, o FUNDEB contempla toda a Educação Básica.
A importância do FUNDEB para a Educação Brasileira deve-se ao fato de ele ser um dos
principais mecanismos de financiamento da Educação Básica pública brasileira, correspondendo
a 40% de todo o investimento da creche ao Ensino Médio, sendo que, em 1.102 cidades, a
participação do Fundo chega a 80% do orçamento da área.
OUTRAS INICIATIVAS
Muitas outras iniciativas, em âmbito municipal, estadual e federal, vêm sendo propostas, como o
Programa Caminho da Escola, do Governo Federal, que pretende assegurar a renovação das
frotas de transporte escolar nos estados, municípios e Distrito Federal. Existem também outros
projetos estaduais e municipais que auxiliam os estudantes que residem longe dos ambientes
educacionais – em áreas rurais e ribeirinhas, por exemplo –, fornecendo transporte gratuito para
assegurar que cheguem até as escolas.
 
Foto: Divulgação / Governo do Espírito Santo
 Auditório do Programa Escola Viva.
No Espírito Santo, há o Programa Escola Viva, que, a partir de inovações curriculares e
mudanças estruturais, proporcionou a esse estado um novo modelo de escola pública.
Além disso, podemos mencionar: programas de distribuição de uniformes e material escolar; o
PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), que fornece livros didáticos a todas as escolas
públicas do país; e outros menos conhecidos e reconhecidos.
Outra solução é a criação de políticas de educação à distância. Essa modalidade facilita, por
exemplo, o acesso à educação de jovens e adultos que precisem conciliar trabalho e estudo. O
Centro de Mídias de Educação do Amazonas e o Programa Ensino Médio em Intermediação
Tecnológica, da Bahia, são exemplos de iniciativas.
Além disso, é dever do Estado garantir o acesso à educação a alunos impossibilitados de se
locomover até a escola, como aqueles alocados em hospitais e centros de detenção, e
proporcionar um ambiente escolar inclusivo para crianças e jovens com necessidades especiais.
A ESCOLA É PARA TODOS!
 
Foto: Shutterstock.com
O Programa Benefício de Prestação Continuada na Escola, por exemplo, é uma iniciativa do
Governo Federal que monitora o acesso e a permanência na escola de alunos com deficiência,
de 0 a 18 anos de idade, e possibilita a formação de gestores locais em educação inclusiva e
acessibilidade.
Igualmente importante é o Programa Brasil Alfabetizado, que visa a combater o analfabetismo
entre jovens a partir de 15 anos, adultos e idosos, e outros, muitos, que vêm sendo importantes
para a Educação no país.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A RELAÇÃO ENTRE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL E POLÍTICA PÚBLICA
SE MANIFESTA NA CONSTRUÇÃO DE PROGRAMAS SOCIAIS QUE ESTÃO
EM VIGÊNCIA AO LONGO DO SÉCULO XXI NO BRASIL. SOBRE O
ENTENDIMENTO DA FUNÇÃO DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL, ASSINALE
A AFIRMATIVA CORRETA:
A) A avaliação institucional é um processo permanente que tem como principais funções
inventariar, harmonizar, tranquilizar, apoiar, orientar, reforçar e corrigir os aspectos avaliados.
B) A autoavaliação institucional possibilita a reestruturação do processo educacional e a
introdução de mudanças na instituição, não tendo relação com a função social da avaliação.
C) A avaliação institucional abriu um leque de possibilidades para colaborar com a reestruturação
das atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão, tendo um cunho apenas governamental.
D) A avaliação institucional serve para gerar políticas afirmativas, como um meio de justificativa
para criar políticas de proteção às minorias.
E) A avaliação institucional externa tem função social, a avaliação institucional interna tem funções
administrativas.
2. VERIFIQUE A DESCRIÇÃOSOBRE AS TRÊS ETAPAS DO PROCESSO
DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL INTERNA.
PREPARAÇÃO/PLANEJAMENTO – ESSA ETAPA TEM COMO PONTO
DE PARTIDA O DIAGNÓSTICO. É NECESSÁRIO SABER O JÁ FEITO
PARA SABER O QUE FAZER. É IMPORTANTE A CONSTITUIÇÃO DE
COMISSÃO DE AVALIAÇÃO QUE INCLUA REPRESENTANTES DE
TODAS AS INSTÂNCIAS ENVOLVIDAS NA ESCOLA; EM SEGUIDA, A
ELABORAÇÃO OU REVISÃO DO PROJETO DE AUTOAVALIAÇÃO,
CONSTITUÍDO POR ELEMENTOS BÁSICOS COMO OBJETIVOS,
METODOLOGIA, CRONOGRAMAS E OUTROS.
DESENVOLVIMENTO/IMPLEMENTAÇÃO – A ETAPA DE
DESENVOLVIMENTO ATRAVÉS DA AUTOAVALIAÇÃO DARÁ ORIGEM
A UM RELATÓRIO FINAL, QUE NORTEARÁ A REVISÃO E A
ATUALIZAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA.
CONSOLIDAÇÃO – A ETAPA DE CONSOLIDAÇÃO DO PROCESSO
AVALIATIVO ENVOLVE AÇÕES DELIMITADAS NO PLANO DE
TRABALHO DA COMISSÃO OU CRONOGRAMA DE ATIVIDADES.
APÓS INTENSA DIVULGAÇÃO, SERÃO APLICADOS/UTILIZADOS OS
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS
E INFORMAÇÕES NECESSÁRIOS AO DIAGNÓSTICO DA REALIDADE
INSTITUCIONAL.
ESTÃO COM A RELAÇÃO CORRETA ESTABELECIDA O(S) ITEM(NS):
A) Somente o I.
B) Somente o II.
C) Somente o III.
D) O I e o II.
E) O II e o III.
GABARITO
1. A relação entre avaliação institucional e política pública se manifesta na construção de
programas sociais que estão em vigência ao longo do século XXI no Brasil. Sobre o
entendimento da função da avaliação institucional, assinale a afirmativa correta:
A alternativa "A " está correta.
 
A avaliação institucional deve fornecer informações, permitir compor dados e tomar decisões.
Sozinhas não representam nada, por isso sua função tem etapas e processos.
2. Verifique a descrição sobre as três etapas do processo de avaliação institucional
interna.
Preparação/Planejamento – essa etapa tem como ponto de partida o diagnóstico. É
necessário saber o já feito para saber o que fazer. É importante a constituição de
Comissão de Avaliação que inclua representantes de todas as instâncias
envolvidas na escola; em seguida, a elaboração ou revisão do projeto de
autoavaliação, constituído por elementos básicos como objetivos, metodologia,
cronogramas e outros.
Desenvolvimento/Implementação – A etapa de desenvolvimento através da
autoavaliação dará origem a um relatório final, que norteará a revisão e a
atualização do Projeto Político Pedagógico da Escola.
Consolidação – A etapa de consolidação do processo avaliativo envolve ações
delimitadas no plano de trabalho da comissão ou cronograma de atividades. Após
intensa divulgação, serão aplicados/utilizados os instrumentos de avaliação para
levantamento de dados e informações necessários ao diagnóstico da realidade
institucional.
Estão com a relação correta estabelecida o(s) item(ns):
A alternativa "A " está correta.
 
As definições do planejamento relacionado à avaliação institucional têm três etapas descritas. No
entanto, é necessário primeiro garantir a divulgação dos instrumentos, permitir que ele tenha o
máximo de dados, para só então divulgar e promover ações.
MÓDULO 4
 Descrever processos de avaliação institucional participativos em busca da qualidade
da educação
GESTÃO PARTICIPATIVA
A gestão participativa nasceu no mundo empresarial como um modelo administrativo que valoriza
a participação de todos nos processos de administração, nos processos estratégicos e até na
tomada de decisões de uma empresa, o que exige uma avaliação também com participação dos
atores envolvidos. Na prática, trata-se de um modelo de gestão com um estilo de liderança
fundamentado em colaboração, confiança e liberdade. Os profissionais se sentem como parte de
um projeto e atuam no sentido de impulsioná-lo.
Como esse modelo de gestão suaviza a hierarquização e faz os cargos perderem força enquanto
representativos de poder, ele é recomendado para estimular a troca de experiências e de
informações. A finalidade dessa modalidade não é segmentar e dominar, mas sim incluir e
aglutinar.
Da mesma forma, na esfera da educação, a Gestão Educacional Participativa tem como objetivo
incluir toda a comunidade da instituição educativa – estudantes, professores, funcionários,
gestores e comunidade de entorno – nos processos de tomada de decisão, na programação de
objetivos, na implementação de projetos escolares e no auxílio mútuo quando da execução de
atividades conjuntas.
A professora Claudia Costin falará sobre os caminhos para se atingir a qualidade na Educação:
AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL PARTICIPATIVA
Mas como entender os processos participativos dentro e fora das instituições educativas? Em
certo sentido, o conceito de participação é o mesmo da administração. O que se amplia é o
público. Enquanto na administração participativa todos na empresa têm o seu grau de
participação, no processo participativo em instituições educativas o universo se abre para a
comunidade de entorno.
De certa forma, porque essas instituições são formadas por grupos sociais diversificados, o
simples fato de promover a presença de todos os envolvidos em reuniões e nos processos de
avaliação institucional já representa um avanço na ampliação do conceito de participação e de
avaliação participativa. Isso porque essa avaliação comportará atores sociais com
conhecimentos, interesses e possibilidades distintas de atuação. Além disso, há que considerar
não somente a avaliação interna, mas também a externa e as articulações possíveis entre ambas.
Do ponto de vista da avaliação interna, que pode ser concebida como uma espécie de
autoavaliação, na perspectiva da avaliação participativa, a instituição passa a ser avaliada e
influenciada pelos atores sociais envolvidos com ela, internos ou externos.
Essa prática democrática global permite que a avaliação institucional, realizada por meio de
processos participativos, leve à definição da qualidade educacional almejada de dentro para fora
da instituição e a uma parceria envolvendo todos os seus atores.
 RELEMBRANDO
Os membros da instituição avaliam, descrevem, interpretam e julgam as ações do Projeto Político
Pedagógico ou do Plano de Desenvolvimento institucional (e o planejamento estratégico que o
acompanha). Assim, redefinem prioridades, rumos, exigências, formas de acompanhamento e
negociação das atividades desenvolvidas, fazendo-se os ajustes necessários para a melhoria
das atividades, sobretudo as atividades-fim. Desse modo, obtêm sucesso na busca de melhoria
da qualidade da educação ofertada.
Para que esse tipo de processo seja bem-sucedido, há um elemento essencial, balizador dessa
dinâmica:
A PARTICIPAÇÃO DOS SUJEITOS NO PROCESSO
AVALIATIVO COMO ATORES ATUANTES E NÃO
SOMENTE INFORMANTES OU MEROS
ESPECTADORES.
O grau de envolvimento dos diferentes atores institucionais − docentes, discentes e funcionários
técnico-administrativos, gestores e equipes setoriais −, de certa forma, conduz a dinâmica do
processo em questão e o caracteriza como participativo.
Seguimos, aqui, a compreensão de Juan Bordenave (1992), que define cinco níveis ou
possibilidades de participação, a saber:
 
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1. Participação de fato: refere-se às primeiras atividades de participação, realizadas no seio do
grupo familiar ou do clã; estão associadas às suas necessidades de subsistência.
 
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2. Participação espontânea: diz respeito às formas de participação em grupos sociais – de
amigos, de vizinhança; geralmente esses grupos são fluídos, sem organização estável e objetivos
claramente definidos. A participação, nesse caso, vincula-se à necessidade de satisfações
psicológicas, expressivas etc.
 
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3. Participação imposta: o indivíduo é obrigado a fazer parte do grupo e a fazer atividades
consideradas indispensáveis. Exemplo: eleição obrigatória.
 
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4. Participação voluntária: o grupo é criado pelos próprios participantes, que definem a
organização, os objetivos e as formas de atuação do grupo. Exemplo: associações profissionais,
ONGs. Nesta categoria, pode-se incluir

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