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Ulceração Aftosa Recorrente

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Ulceração Aftosa Recorrente 
 
O QUE É: 
→ É considerada uma das doenças mais comuns da mucosa oral; 
→ Caracteriza-se como úlceras necrosantes em tecidos moles da cavidade oral que persistem, 
remitem e retornam em diversos episódios ao longo da vida. 
ETIOLOGIA: 
→ Pode ser desencadeada por uma variedade de agentes causais, cada um dos quais sendo 
capaz de produzir a doença em certos subgrupos de pacientes; 
• Alergias 
• Predisposição genética 
• Anormalidades hematológicas 
• Influências hormonais 
• Fatores imunológicos 
• Agentes infecciosos 
• Deficiências nutricionais 
• Suspensão do fumo 
• Estresse (mental e físico) 
• Trauma 
→ Pesquisadores teorizaram que as ulcerações aftosas se desenvolvem de uma reação 
imunológica a um antígeno oral. Essa reação pode surgir devido à presença de um reagente 
altamente antigênico, à diminuição da barreira mucosa previamente marcada pelo antígeno 
ou à imunodesregulação resultante de uma resposta anormal a antígenos que costumam estar 
presentes. 
DESORDENS SISTÊMICAS ASSSOCIADAS A UAR: 
→ Síndrome de Behçet; 
→ Doença celíaca; 
→ Neutropenia cíclica; 
→ Deficiências nutricionais (ferro, folato, zinco, vitaminas B1, B2, B6 e B12); 
→ Deficiência de imunoglobulina A (IgA); 
→ Condições imunossupressoras, incluindo o vírus da imunodeficiência humana (HIV); 
→ Doença inflamatória intestinal; 
→ Síndrome MAGIC (úlceras orais e genitais com inflamação da cartilagem); 
→ Síndrome PFAPA (febre periódica, estomatite aftosa, faringite, adenite cervical; 
→ Artrite reativa; 
→ Síndrome de Sweet; 
→ Úlcera aguda da vulva. 
VARIANTES CLÍNICAS: 
→ Apresentam três formas de manifestações: 
• Ulcerações aftosas menores; 
• Ulcerações aftosas maiores; 
• Ulcerações aftosas herpetiformes. 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: 
 
1. Ulcerações aftosas menores: 
→ São as mais comuns e representam o padrão presente em mais de 80% dos indivíduos 
afetados; 
→ Apresenta menos recidivas e, individualmente, as lesões exibem a duração mais curta das 
três variantes; 
→ As úlceras surgem quase de forma exclusiva na mucosa não queratinizada e podem ser 
precedidas por uma mácula eritematosa em associação com sintomas prodrômicos de 
queimação, prurido ou pontadas; 
→ A ulceração demonstra uma membrana fibrinopurulenta removível, branco-amarelada, que é 
circundada por um halo eritematoso; 
→ Classicamente, as ulcerações medem entre 3 e 10 mm de diâmetro, apresentam uma taxa de 
recorrência variável e curam-se sem deixar cicatriz em sete a 14 dias; 
→ As mucosas jugal e labial são afetadas com mais frequência, seguidas pela superfície ventral 
da língua, pelo fundo de vestíbulo, pelo assoalho da boca e pelo palato mole; 
→ O envolvimento da mucosa queratinizada (p.ex., palato duro, gengiva, superfície dorsal da 
língua e vermelhão do lábio) é raro e geralmente representa uma extensão do epitélio não 
queratinizado adjacente. 
 
2. Ulcerações aftosas maiores: 
→ Ocorrem em cerca de 10% dos pacientes encaminhados para tratamento; 
→ Mostram a maior duração por episódio; 
→ As ulcerações são mais profundas que a variante menor, medem de 1 a 3 cm de diâmetro, 
levam de duas a seis semanas para curar e podem causar cicatriz; 
→ O número de lesões varia de 1 a 10; 
→ Qualquer área de superfície oral pode ser afetada, mas a mucosa labial, o palato mole e as 
fauces amigdalianas são as mais comumente envolvidas; 
→ O começo da afta maior ocorre após a puberdade e episódios recorrentes podem continuar 
a desenvolver-se por 20 anos ou mais. Com o tempo, a formação de cicatrizes pode se tornar 
significante. 
 
3. Ulcerações aftosas herpetiformes: 
→ São as que apresentam um número maior de lesões e uma maior frequência de recidivas; 
→ As lesões individuais são pequenas, com uma média de 1 a 3 mm de diâmetro, com até 100 
úlceras presentes em uma única recidiva; 
→ Devido ao seu pequeno tamanho e grande número, as lesões apresentam uma semelhança 
superficial a uma infecção primária pelo HSV, levando à confusa designação herpetiforme; 
→ É comum que as lesões individuais coalesçam em ulcerações maiores e irregulares; 
→ As ulcerações cicatrizam-se dentro de sete a 10 dias, mas as recidivas tendem a ser pouco 
espaçadas; 
→ Apesar de a mucosa móvel não queratinizada ser afetada com mais frequência, qualquer 
superfície da mucosa oral pode ser acometida; 
→ Há predominância pelo sexo feminino e o seu início ocorre tipicamente na fase adulta. 
DIAGNÓSTICO: 
→ Nenhum procedimento laboratorial fornece o diagnóstico definitivo. O diagnóstico é feito 
pela apresentação clínica e pela exclusão de outras doenças que produzem ulcerações que 
se parecem com as aftas; 
→ As lesões são diagnosticadas como aftas simples quando aparecem em pacientes com poucas 
lesões, que se curam dentro de uma a duas semanas e recorrem com pouca frequência; 
→ Já pacientes com aftas complexas têm ulcerações bucais múltiplas (três ou mais) e quase 
constantes, em geral se desenvolvendo à medida que as lesões mais antigas se resolvem. São 
comuns a dor intensa e lesões de tamanhos grandes. Apesar de também poderem existir 
lesões genitais ou perianais associadas, não há outras evidências de uma doença sistêmica 
associada. 
TRATAMENTO 
→ Nos pacientes com doença leve, a base da terapia é o uso de corticosteroides tópicos; 
→ As ulcerações aftosas maiores são mais resistentes à terapia e com frequência justificam 
o uso de corticosteroides mais potentes; 
→ Em casos resistentes, pode ser necessário o uso de corticosteroides sistêmicos para 
suplementar os medicamentos tópicos e obter o controle das lesões; 
→ O uso do laser de baixa intensidade no tratamento das UARs se mostra altamente eficiente, 
provocando uma transformação na atividade funcional e metabólica das células com 
resultados fotoquímico, analgésico, anti-inflamatório e de bioestimulação.

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