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CBM-PA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO PARÁ 500 Questões Gabaritadas CADERNO DE QUESTÕES CÓD: OP-034MR-22 7908403519514 Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização. LÍNGUA PORTUGUESA 1 LÍNGUA PORTUGUESA Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as questões 1 e 2. Posfácio do livro Rio em Shamas (2016), de Anderson França, Dinho Rafael Dragaud NÃO PIRA! Foi com esse conselho, há cerca de seis anos, que começou minha história com o Dinho. Colabo- rávamos na mesma instituição social e vez ou outra nos esbarrávamos numa reunião, ele sempre ostensivamente calado. Por algum motivo da ordem do encosto, no senti- do macumbeirístico mesmo, ou cumplicidade de gordos, vimos um no outro um elo possível de troca. Ele então começou a me enviar milhões de textos que eram uma mistura frenética de sonhos, pseudorroteiros cinematográficos, pedidos de desculpas, posts-denúncias, listas de exigências de sequestrador, tudo num fluxo insa- no de criação, que ele mesmo dizia que um dia iria sufocá- -lo de vez — o que me fez proferir o dito conselho. O fato é que um dia passei em frente ao notebook dele e lá estava a tela quase inteiramente coberta de post-its, todos iguais, escritos: NÃO PIRA. E ele então me confiden- ciou: Cara, você resolveu minha vida. Eu só não posso pi- rar! É isso! Esse episódio obviamente fala muito mais sobre essa característica de esponja afetointelectual dele do que so- bre alguma qualidade do meu conselho. E foi sendo assim, esponja que se enche e se comprime (deixando desaguar seus textos em redes sociais), que foi surgindo um escritor muito especial. Especial não pra mãe dele ou pra Su (a san- ta), mas para a cidade do Rio de Janeiro. Com uma voz e um estilo absolutamente singulares, Dinho flerta com a narrativa do fluxo do pensamento, o que poderia gerar textos apenas egoicos e herméticos, eventualmente mais valiosos pra ele do que para o leitor. Mas sei lá como, seus textos conciliam esse jeitão com uma relevância quase política, pois jogam luz sobre partes da cidade que merecem ser mais vistas, mais percebidas, e até mesmo mais problematizadas. Dinho “vê coisas”. E, consequentemente, tem o que di- zer. Não só sobre o subúrbio, suas ruas, seus personagens e seus modos, numa linhagem Antônio Maria ou João do Rio, mas muitas vezes também sobre bairros já enjoativos, de tão submersos em clichês, como o tão adorado-odiado Leblon. Seu “olhar de estrangeiro” revela estranhas entra- nhas da Zona Sul do Rio de Janeiro. O fato é que, com este livro, a cidade fica muito maior, mais plural e consequen- temente mais justa. Espero que este seja apenas o primeiro de uma série. Se é que posso dar mais algum conselho, o único que me ocorre ao vê-lo escrevendo hoje em dia é: NÃO PARE! FRANÇA, Anderson. Rio em Shamas. Rio de Janeiro: Obje- tiva, 2016. 1.(AOCP - 2020 - MJSP - CIENTISTA DE DADOS - BIG DATA) Sobre o uso das aspas no texto, assinale a alternativa correta. (A) Em “olhar de estrangeiro”, as aspas indicam que se trata de uma citação. (B) Em “olhar de estrangeiro”, as aspas indicam que Di- nho não é de fato um estrangeiro no Brasil. (C) Em “olhar de estrangeiro” as aspas sinalizam que a expressão é um estrangeirismo. (D) Em “vê coisas”, as aspas sinalizam que a expressão é uma gíria. (E) Em “vê coisas”, as aspas indicam que as coisas vis- tas por Dinho são da ordem do sobrenatural. 2.(AOCP - 2020 - MJSP - CIENTISTA DE DADOS - BIG DATA) A respeito da colocação pronominal no texto, assina- le a alternativa correta. (A) Em “E foi sendo assim, esponja que se enche e se comprime [...]”, o item em destaque pode ser coloca- do tanto antes quanto depois do verbo “encher. (B) Em “Ele então começou a me enviar milhões de textos [...]”, o item em destaque não pode ser posicio- nado depois do verbo “enviar”. (C) Em “[...] ele mesmo dizia que um dia iria sufocá-lo de vez — o que me fez proferir o dito conselho.”, os itens em destaque apresentam a mesma colocação. (D) Em “E ele então me me confidenciou [...]”, o item em destaque não pode ser colocado depois do verbo “confidenciou”. (E) Em “Se é que posso dar mais algum conselho, o único que me ocorre ao vê-lo escrevendo hoje em dia é [...]”, os itens em destaque apresentam a mesma co- locação. LÍNGUA PORTUGUESA 2 3.(AOCP - 2020 - MJSP - ANALISTA DE GOVERNAN- ÇA DE DADOS - BIG DATA) O cinzeiro Mário Viana Procura-se um martelinho de ouro. Aceitam-se indi- cações de profissionais pacientes e com certa delicadeza para restaurar um cinzeiro que está na família há mais de cinco décadas. Não se trata de joia de valor financeiro incalculável, mas de uma peça que teve seus momentos úteis nos tempos em que muita gente fumava. Hoje, é apenas o símbolo de uma época. Arredondado e de alumínio, o cinzeiro chegou lá em casa porque meu pai o ganhara de presente de seu patrão, o empresário Baby Pignatari – como ficou mais conhecido o napolitano Francisco Matarazzo Pignatari (1917- 1977). Baby misturou na mesma medida as ousadias de industrial com as estripulias de playboy. No corpo do cinzeiro desta- ca-se um “P” todo trabalhado em relevo. Nunca soube direito se meu pai ganhou o cinzeiro das mãos de Baby ou de sua mulher, a dona Ira – era assim que a princesa e socialite italiana Ira von Furstenberg era conhecida lá em casa. Só muitos anos depois, já adulto e jornalista formado, descobri a linha de nobreza que fazia de dona Ira um celebridade internacional. [...] Pois esse objeto que já passou pelas mãos de uma princesa – italiana, mas principessa, que diacho – despen- cou outro dia do 12º andar até o térreo. Amassou, coita- do. A tampa giratória ficou toda prejudicada E o botão de borracha que era pressionado também foi para o devido beleléu. Mesmo assim, não acredito em perda total. Tenho fé em que um bom desamassador dê um jeito e devolva o cinzeiro, se não a seus dias de glória, pelo menos a uma aparência menos miserável. É o símbolo de uma trajetória, afinal de contas, há que respeitar isso. Praticamente aposentado – a maioria dos meus ami- gos e eu deixamos de fumar –, o cinzeiro ocupava lugar de destaque na memorabilia do meu hipotético museu pes- soal. Aquele que todos nós criamos em nosso pensamento mais secreto, com um acervo repleto de pequenos objetos desimportantes para o mundo. Cabem nessa vitrine imaginária o primeiro livro sério que ganhamos, com a capa rasgada e meio desmontado; o chaveiro que alguém especial trouxe de um rolê mochi- leiro pelos Andes; o LP com dedicatória de outro alguém ainda mais especial; uma caneca comprada na Disney; o calção usado aos 2 anos de idade... e o velho cinzeiro ca- rente de reparo. Adaptado de: <https://vejasp.abril.com.br/cidades/ma- rio-viana-ocinzeiro/>. Acesso em: 10 set. 2020. Em relação aos excertos “[...] um cinzeiro que está na família há mais de cinco décadas.” e “É o símbolo de uma trajetória, afinal de contas, há que respeitar isso.”, assi- nale a alternativa correta. (A) Em ambas as ocorrências, “há” possui o mesmo significado. (B) Na primeira ocorrência, “há” expressa sentido de futuro. (C) Na primeira ocorrência, “há” poderia ser substituí- do por “a” sem que isso causasse prejuízo sintático ou semântico ao período. (D) Na segunda ocorrência, “há” tem um sentido de obrigação, equivalente a “tem”. (E) Na primeira ocorrência, o sujeito de “há” é o subs- tantivo “cinzeiro”. 4.(AOCP - 2018 - UNIR - ARQUIVISTA) Estudo que avaliou a vida de 165 mil pessoas chegou a uma conclusão surpreendente: é na velhice que esta- mos mais satisfeitos com nós mesmos Quando você era jovem e achava que tinha o mundo nas mãos, talvez sua autoestima fosse boa. Mas, acredite, ela só estará no topo quando você estiver na melhor ida- de, aos 60. Pelo menos é o que diz um novo estudo feito por cientistas da Universidade de Berna, na Suíça. E eles garantem: esse sentimento pode permanecer no auge por uma década inteira. Com a pesquisa, os cientistas queriam investigar a tra- jetória da autoestima ao longo da vida. Eles descobriram que esse sentimento começa a se elevar entre 4 e 11 anos de idade, à medida que as crianças se desenvolvem so- cial e cognitivamente – e ganham algum senso de inde- pendência. Os níveis, então, se estabilizam à medida que a adolescência começa, dos 11 aos 15 anos. Isso é surpreendente, pois o senso comum afirma que a auto-estima cai durante a adolescência. “Essa impressão acontece devido a mudanças na puberdade e maior ênfa- se na comparação social na escola”, diz Ulrich Orth, autor do estudo, mas, na prática, não é o que acontece. Segundo os pesquisadores, a autoestima se mantém estável até a metade da adolescência. Depois disso, ela tende a aumentar significativamente até os 30 anos. Após a faixa dos 30 podem até existir oscilações, mas o senti- mento de autoconfiança tende a crescer. Quando os 60 chegam, a autoestima alcança o seu auge – e permanece assim até os 70 anos. Mas, quem tem a sorte de chegar até os 70 pode sentir sua autoestima baixar. Os pesquisa- dores afirmam que esse sentimento declina drasticamente dos 70 aos 90 anos. “Essa idade frequentemente envolve perda de papéis sociais e, possivelmente, viuvez, fatores que podem ameaçar a autoestima”, explica o autor. “Além disso, o envelhecimento muitas vezes leva a mudanças ne- gativas em outras possíveis fontes de autoestima, como habilidades cognitivas e saúde.” LÍNGUA PORTUGUESA 3 Toda essa análise se baseou em 191 artigos científi- cos sobre autoestima, que incluíam dados de quase 165 mil pessoas. Os cientistas conseguiram, com esse estudo, apresentar uma visão bem abrangente sobre como essa auto percepção muda com a idade – por isso optaram por diferentes grupos demográficos e faixas etárias. Na cultura de hoje, que é quase obcecada pela juven- tude, muitos temem o envelhecimento. Mas, segundo a pesquisa, uns aninhos a mais podem fazer bem para sua autopercepção. Por Ingrid Luisa access_time 24 ago 2018, 18h02 Disponível em <https://super.abril.com.br/ciencia/saiba- -em-que-ida de-a-sua-autoestima-esta-no-topo-e-nao-e-aos-17/> Considerando o texto apresentado, julgue, como VER- DADEIRO ou FALSO, o item a seguir. No título do texto, há dois verbos funcionando como transitivos diretos: “avaliou a” e “chegou a”. Além disso, há dois verbos de ligação: “é” e “estamos”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 5.(AOCP-2019-CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOS- TINHO - PE) O que é ergonomia? Ergonomia é a área da ciência que estuda maneiras de facilitar nossa relação com objetos e máquinas. “Seu ob- jetivo central é adaptar o trabalho ao ser humano, evitan- do que ocorra o contrário”, diz o engenheiro e doutor em ergonomia Laerte Idal Sznelwar, da Universidade de São Paulo (USP). O naturalista polonês Wojciech Jastrzebowski foi a primeira pessoa a usar o termo ergonomia – que em grego significa “princípios do trabalho” – num texto chamado The Science of Work (“A Ciência do Trabalho”), escrito em 1857. Um exemplo de aplicação dos princípios ergonômicos são os telefones com teclas. Os números não são dispostos por acaso em quatro fileiras com três botões cada. Antes de esse formato ser lançado, foram testados modelos com teclados circulares, diagonais e horizontais com duas fileiras de botões. Venceu a configuração que os estudiosos perceberam ser a mais confortável para os usuários. A ergonomia atual vai ainda mais longe e não fica só no desenho de objetos: as telas dos caixas eletrô- nicos, por exemplo, são projetadas com ícones grandes e fáceis de localizar. Por causa da variedade de aplicações, o trabalho em ergonomia é feito por vários profissionais, como engenheiros, arquitetos, médicos, fisioterapeutas e psicólogos. Nos últimos anos, os estudos nessa área ga- nharam destaque na criação de objetos que diminuam os riscos de lesões por esforços repetitivos, as famosas LER, que atacam, por exemplo, quem vive sentado diante do computador a maior parte do dia. Na medida certa Mobílias e máquinas ergonômicas respeitam o corpo do usuário Monitor bem posicionado: Permite olhar para a tela mantendo o pescoço em sua posição natural. Apoio: Man- tém os pés em posição confortável caso a mesa não tenha regulagem de altura. Teclado ideal: Modelos com teclas que amorteçam os dedos evitam lesões como a tendini- te. Encosto ajustável: Adequa-se à curvatura lombar, evi- tando lesões nas costas. Mola amortecedora: Não deixa a coluna sofrer impactos bruscos. Altura regulável: Permite manter os joelhos em um ângulo de 90º, deixando a circu- lação sanguínea livre. Adaptado de: <https://super.abril.com.br/mundo-estra- nho/o-que-e-ergonomia/>. Acesso em: 31 de outubro de 2019. As orações reduzidas, iniciadas com verbos no gerún- dio, podem estabelecer diferentes relações de sentido com as orações com as quais se articulam. Diante disso, assinale a alternativa que indica corretamente a função de tais orações nas seguintes frases: I. Permite manter os joelhos em um ângulo de 90º, deixando a circulação sanguínea livre. II. Adequa-se à curvatura lombar, evitando lesões nas costas. (A) Finalidade – finalidade. (B) Lugar – finalidade. (C) Tempo – modo. (D) Condição – tempo. Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as questões 6 e 7. Tratamento da Dependência Afetiva nos Relaciona- mentos Amorosos Alexandre Alves A dependência afetiva é uma estratégia de rendição conduzida pelo medo com a finalidade de preservar as coi- sas boas que a relação oferece. Sob o disfarce de amor ro- mântico a pessoa dependente afetiva sofre uma alteração profunda na sua personalidade de modo gradual até se transformar numa espécie de “apêndice” da pessoa ama- da. Ela obedece e se subordina ao amado para evitar o sofrimento. Em muitos casos, não importa o quão nociva é a relação, as pessoas são incapazes de por um fim nela. Em outros, a dificuldade reside numa incapacidade para lidar com o abandono ou a perda afetiva. Ou seja, não se con- formam com o rompimento ou permanecem, inexplicável e obstinadamente, numa relação desfavorável. Quando o bem-estar da presença do outro se torna indispensável, a urgência em encontrar o amado não o deixa em paz, e o universo psíquico se desgasta pensando nele, bem-vindo ao mundo dos viciados afetivos. LÍNGUA PORTUGUESA 4 De forma mais específica, se poderia dizer que por trás de toda dependência há medo e, subjacente a isso, algum tipo de sentimento de incapacidade. O apego é a muleta preferida do medo, um calmante com perigosas contraindicações. O sujeito apegado promove um desper- dício impressionante de recursos para reter a sua fonte de gratificação. Seu repertório de estratégias de retenção, de acordo com o grau de desespero e a capacidade inventiva pode ser diversificado, inesperado e perigoso. Podemos distinguir dois tipos básicos. São eles: Os ativos-depen- dentes podem se tornar ciumentos e hipervigilantes, ter ataques de ira, desenvolver padrões de comportamentos obsessivos, agredir fisicamente ou chamar a atenção de maneira inadequada, inclusive mediante atentados contra a própria vida. Aqui se enquadram os casos de ciúmes pa- tológico conhecidos também como síndrome de Otelo. E os passivos-dependentes tendem a ser submissos, dóceis e extremamente obedientes para tentarem ser agradá- veis e evitar o abandono. A segunda forma de desperdício energético não é por excesso, mas por carência. Com o tempo, essa exclusividade vai se transformando em fana- tismo e devoção: “Meu parceiro é tudo”. O gozo da vida se reduz a uma expressão mínima: a vida do outro. Daí vale o velho ditado: “Não se deve colocar todos os ovos no mesmo cesto”. A dependência afetiva faz adoecer, incapa- cita, elimina critérios, degrada e submete, deprime, gera estresse, assusta, cansa e exaure a vitalidade e a terapia cognitivo-comportamental objetiva auxiliar o dependente afetivo no autocontrole para que, ainda que necessite da “droga”, seja capaz de brigar contra a urgência e a vonta- de. No balanço custo-benefício, aprendem a sacrificar o prazer imediato pela gratificação a médio e a longo pra- zo. O mesmo ocorre com outros tipos de vícios como, por exemplo, a comida e o sexo. Retirado e adaptado de: <https://psicologiario.com.br/ tratamentoda-dependencia-afetiva-nos-relacionamentos- -amorosos/>. Acesso em: 19 ago. 2018. 6.(AOCP-2018-UFOB) A dependência afetiva nem sempre foi tratada com seriedade e é vista como um transtorno que necessita de cuidados especiais e auxílio especializado para seu trata- mento. Em relação ao texto 1, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir. É correto afirmar que o excerto “A dependência afetiva é uma estratégia de rendição conduzida pelo medo com a finalidade de preservar as coisas boas que a relação ofere- ce.” apresenta regência nominal, tendo em vista a prepo- sição destacada. ( ) CERTO ( ) ERRADO 7.(AOCP-2018-UFOB) A dependência afetiva nem sempre foi tratada com seriedade e é vista como um transtorno que necessita de cuidados especiais e auxílio especializado para seu trata- mento. Em relação ao texto 1, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir. A palavra “nociva” utilizada em “Em muitos casos, não importa o quão nociva é a relação, as pessoas são incapa- zes de por um fim nela.” tem o significado de algo prejudi- cial, perigoso, que pode causar danos. ( ) CERTO ( ) ERRADO 8.(AOCP-2018-ADAF - AM) Tirar marcação de leitura do WhatsApp pode indicar traços de manipulação Por Luciano Cazz Aquele que responde sua mensagem no aplicativo com um “não posso falar agora”, provavelmente, é mais confiável do que quem finge que não viu. Evidentemen- te, nem toda pessoa que opta por, nas configurações do WhatsApp, não deixar aparecerem os dois pontinhos azuis, indicadores de que a mensagem foi visualizada, é manipuladora, porém, obviamente, nenhuma delas quer que você saiba quando seu texto foi lido e algumas tiram, inclusive, até o horário da última conferida no aplicativo e se isentam completamente da responsabilidade do diálo- go. E isso é uma questão de fato. Algumas pessoas fazem isso por motivos banais como, por exemplo, preocupação em não deixar você chateado, quando não lhe der uma resposta imediata. Então, disfarça que não leu e mais tar- de lhe responde com alegria, sem que você pense que é desatenção ou falta de consideração. Chega a ser até um cuidado com os seus sentimentos. A pessoa ainda pode, simplesmente, estar ocupada, cansada ou até sem vonta- de de teclar naquele momento. Para evitar o desgaste do assunto, ela simplesmente faz de conta que não viu sua mensagem. Por outro lado, existe quem se dá o trabalho de bloquear a indicação de visualização de uma mensa- gem para realmente se esconder. E se uma pessoa não quer ter os passos vistos por um amigo, alguma razão deve ter. E, independentemente de quais sejam os motivos, a intenção é claramente espiar suas mensagens sem ser de- tectada, e isso quer dizer muito sobre ela. Claro que isso não define falta de caráter, entretanto, pode ser o traço de uma pessoa extremamente manipuladora, que mente e joga com você o tempo todo. Seja por um prazo, com- promisso ou até em relação a um sentimento. Para algu- mas dessas pessoas é mais esperto ou conveniente dizer “Não vi” do que encarar os fatos. Pois é certo que pessoas de personalidade reta não têm problema em mandar um “estou ocupado”. Ou responder mais tarde explicando a situação. LÍNGUA PORTUGUESA 5 Pessoas seguras de si são o que são e não devem nada a ninguém, muito menos explicações sobre o último ho- rário que visualizaram suas próprias mensagens do What- sApp. Quem é transparente responde na hora que quiser sem precisar se esconder em uma opção de privacidade do aplicativo que vela o que de fato acontece. Mostrar os dois tracinhos azuis é comportamento de quem assume seus atos, suas decisões, seus erros e que, simplesmente, não está a fim de falar, o que é de todo seu direito, uma vez que ninguém é obrigado a nada. Texto adaptado de: https://www.revistapazes.com/tirar- -marcacao-detracos-de-manipulacao/. Acesso em: 01 de out. de 2018. Assinale a alternativa em que todas as palavras per- tencem à mesma classe de palavras. (A) Certo, lado, cansada. (B) Último, azuis, trabalho. (C) Desgaste, desatenção, mensagens. (D) Aquele, isso, com. (E) Existe, chega, decisões. 9.(AOCP-2018-UFOB) Netos e avós: a importância dessa relação Maria Clara Vieira O fato de os avós não terem mais filhos pequenos para cuidar permite que eles tenham tempo e condições de ajudar nos cuidados com os netos, contribuindo para a sobrevivência das novas gerações, além de passar conhe- cimentos e sabedoria. Não é preciso muito esforço para notar como a interação entre netos e avós é positiva. Um estudo, feito pelo Boston College, nos Estados Unidos, comprova isso. Durante 19 anos foram estudados 374 avós e 356 netos. O objetivo era entender a influência dessa convivência, tanto na vida das crianças, quanto na dos ido- sos. Os resultados revelam que os dois lados se beneficiam desse relacionamento. Para os avós, a conexão permite contato com uma geração muito mais nova e, consequen- temente, uma abertura a novas ideias. Para os netos, os idosos oferecem a sabedoria adquirida durante a vida – e esse conhecimento acaba sendo incorporado pelas crian- ças quando elas se tornam adultas. Os avós também cos- tumam passar às novas gerações muitas histórias sobre o passado, o que é enriquecedor para qualquer criança. Além de tudo isso, os pesquisadores também concluíram que a relação avós-netos pode ajudar a diminuir sintomas depressivos para ambas as partes. “A convivência é muito benéfica para ambos, especialmente porque os avós estão, na maioria das vezes, em uma etapa da vida em que po- dem aproveitar os netos melhor do que aproveitaram os próprios filhos: levar para passear e brincar, para os avós, não é uma obrigação ou uma forma de gastar a energia da criança, mas uma oportunidade deliciosa de curtir o neto e se divertir de verdade com ele”, explica a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP). “Com celular, mídias sociais, computador e um pouco de esforço, os avós po- dem participar melhor da vida dos netinhos distantes. E, quando se encontram, podem aproveitar ao máximo”. Retirado e adaptado de: <https://revistacrescer.globo. com/Familia/ noticia/2016/01/netos-e-avos-entenda-im- portancia-dessa-relacao. html>. Acesso em: 19 ago. 2018. Considere o seguinte trecho e julgue, como VERDADEI- RO ou FALSO, o item a seguir: “[...] para os avós, a cone- xão permite contato com uma geração muito mais nova e, consequentemente, uma abertura a novas ideias. Para os netos, os idosos oferecem a sabedoria adquirida durante a vida – e esse conhecimento acaba sendo incorporado pelas crianças quando elas se tornam adultas. Os avós também costumam passar às novas gerações muitas histórias sobre o passado, o que é enriquecedor para qualquer criança. Além de tudo isso, os pesquisadores também concluíram que a relação avós-netos pode ajudar a diminuir sintomas depressivos para ambas as partes.”. Na terceira frase, o pronome relativo “que” tem uma função explicativa e demonstrativa, indicando uma rela- ção de consequência do fato anterior, ou seja, o fato de a criança ser enriquecida se deve à transmissão de conheci- mento dos seus avós. ( ) CERTO ( ) ERRADO Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as questões de 10 à 13. Cientistas descobrem por que mulheres amadurecem antes dos homens Há muito tempo, as mães aconselham as filhas adoles- centes a ignorarem as brincadeiras infantis dos colegas de classe porque, afinal, elas são mais maduras. Na prática, muitos concordam que meninas amadurecem mais cedo do que meninos, mas uma pesquisa da Newcastle Uni- versity descobriu cientificamente que o cérebro feminino realmente se transforma antes do que os das pessoas do sexo masculino. As informações são do Daily Mail. Os especialistas estudaram o cérebro de 121 pessoas com idades entre 4 e 40 anos com o objetivo de identificar quando o cérebro de cada uma passava pelo processo de amadurecimento, que é quando algumas partes do órgão ficam menores e ligações desnecessárias são desativadas, o que o faz trabalhar de maneira mais eficiente. O resultado das observações mostrou que este proces- so começa aos 10 anos nas mulheres, mas nos homens não ocorre antes dos 20. “Isto faz parte do processo de aprendizagem normal. O cérebro como um todo ainda está em expansão porque está perdendo conexões”, expli- ca o pesquisador Dr. Marcus Kaiser. LÍNGUA PORTUGUESA 6 Ele compara a resposta a este processo a como quan- do se vai a uma festa e tem muita gente falando ao mesmo tempo, dificultando a concentração, mas quando algumas destas vozes somem, é mais fácil conseguir encontrar o foco. Logo, conforme as conexões cerebrais vão diminuin- do com o passar dos anos, o cérebro passa a trabalhar de forma mais fácil, rápida e eficiente. “Reduzir algumas projeções no cérebro o ajuda a focar no que é realmente essencial”, afirma o especialista. Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/mulher/ comportamento/ cientistas-descobrem-por-que-mulheres-amadurecem-an- tes-dos-homens,084e6776fa013410VgnVCM4000009bc- ceb0aRCRD.html 10.(AOCP - 2018 - UNIR - ASSISTENTE DE TECNOLO- GIA DA INFORMAÇÃO) Em relação ao texto, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir. Em “O resultado das observações mostrou que este processo começa aos 10 anos nas mulheres, mas nos ho- mens não ocorre antes dos 20...”, os verbos em destaque concordam com “observações”, “processo” e “processo”, respectivamente. ( ) CERTO ( ) ERRADO 11.(AOCP - 2018 - UNIR - ASSISTENTE DE TECNOLO- GIA DA INFORMAÇÃO) Em relação ao texto, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir. Em “... uma pesquisa da Newcastle University desco- briu cientificamente que o cérebro feminino realmente se transforma antes do que os das pessoas do sexo masculi- no.”, os advérbios em destaque indicam modo. ( ) CERTO ( ) ERRADO 12.(AOCP - 2018 - UNIR - ASSISTENTE DE TECNOLO- GIA DA INFORMAÇÃO) Em relação ao texto, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir. Em “Ele compara a resposta a este processo a como quando se vai a uma festa e tem muita gente falando ao mesmo tempo...”, todos os termos em destaque funcio- nam como preposições, pois não se flexionam para con- cordar com o termo que os acompanha e têm somente a função de ligar as palavras. ( ) CERTO ( ) ERRADO 13.(AOCP - 2018 - UNIR - ASSISTENTE DE TECNOLO- GIA DA INFORMAÇÃO) Em relação ao texto, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir. Em “Na prática, muitos concordam que meninas ama- durecem mais cedo do que meninos, mas uma pesquisa da Newcastle University descobriu cientificamente que o cérebro feminino realmente se transforma antes do que os das pessoas do sexo masculino.”, a informação em des- taque contrasta com a informação anterior: meninas ama- durecem mais cedo do que meninos, sendo que a relação de contraste é identificada por meio do emprego da con- junção “mas”. ( ) CERTO ( ) ERRADO Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as questões de 14 à 16. Dança envolve corpo e mente: atividade pode ajudar no tratamento de depressão A vida é cheia de obstáculos, por isso é preciso dar um passo de cada vez. Assumir essa atitude é uma excelente forma de ajudar quem está sofrendo de um mal bastante comum: a depressão. Para promover a conscientização so- bre o tema, a Libbs Farmacêutica, em parceria com o Ins- tituto Ivaldo Bertazzo, criou um projeto chamado Próximo Passo, que oferece aulas de dança gratuitas para pessoas com histórico de depressão. O objetivo dessa iniciativa é conciliar o tratamento fei- to no consultório médico com atividades físicas. “Dançar ajuda no reequilíbrio mental e no reconhecimento do pró- prio corpo, melhorando a autoestima. Além disso, a ativi- dade promove a reintegração social, pois estimula a so- cialização”, comentou a psiquiatra Giuliana Cividanes, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que acompa- nhou todo o processo do projeto Próximo Passo. Após a divulgação do programa, mais de mil pessoas se inscreveram. Em seguida, a equipe realizou uma rigo- rosa seleção, onde foram escolhidos 40 participantes com histórias de vida diversas e com histórico de depressão em diferentes estágios. Mulheres, homens, jovens e idosos ti- veram que encarar esse grande desafio que é lutar contra a depressão dançando. Foram quatro meses de ensaios, com aulas dadas pelo coreógrafo e educador Ivaldo Bertazzo, pelo menos três vezes por semana. Todos os participantes vivenciaram as dificuldades dessa performance, buscando dentro de si muita vontade e determinação. LÍNGUA PORTUGUESA 7 Segundo os criadores do “Próximo Passo”, a ideia é deixar claro para todos que, apesar de ser uma doença que deve ser levada com a maior seriedade, a depressão tem cura. E essa cura pode começar com um simples mo- vimento, como a dança. “No dia da audição para o projeto, eu saí daqui cheia de luz, fazia muito tempo que não me sentia dessa forma. Fazer parte do projeto me trouxe cor à vida”, comentou Aranai Guarabyra. (...) Entendendo a depressão Ansiedade, angústia, desinteresse por coisas comuns do dia a dia, falta de motivação, medo e tristeza intensa são apenas alguns dos sintomas que a depressão pode tra- zer. Contudo, o diagnóstico para a doença não é tão fácil. Isso porque a maioria das pessoas que sofrem com o pro- blema tendem a rejeitar esses sinais. Por esse motivo, a ajuda da família é essencial para o diagnóstico e também para o tratamento. Acusar uma pessoa com depressão de que ela tem uma vida boa, saú- de e dinheiro, dizendo que essa tristeza não é “nada”, só fará com que ela se sinta mais triste e culpada, podendo piorar o quadro da doença. A primeira coisa que um familiar deve fazer por alguém depressivo é mostrar que está presente e que podem en- frentar isso juntos. Então, para que o paciente não se sin- ta sozinho, os parentes e amigos podem fazer companhia durante as primeiras consultas de terapia, apoiando esse momento tão novo e desconhecido. Como a depressão pode ter múltiplas causalidades, com aspectos genéticos, ambientais e biológicos, antes de se iniciar qualquer tratamento, é necessário que seja feita uma investigação etiológica rigorosa. Após essa avaliação, o especialista poderá escolher o melhor tratamento, com- plementando o acompanhamento médico com outras ati- vidades físicas. “Segundo pesquisas, a atividade física prolonga os efeitos do tratamento medicamentoso em um período médio de quatro anos”, complementa a psiquiatra. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é a maior causa de incapacitação do mundo. Em 2015, o número de pessoas com depressão chegou a 322 milhões pelo mundo, sendo 11,5 milhões só no Brasil. Primeiros passos para começar a dançar O “Minha Vida” esteve presente no lançamento do projeto, junto com os criadores e participantes do “Próxi- mo Passo”, que falaram um pouco sobre o processo cria- tivo para a coreografia, as dificuldades e a superação que viveram ao longo desse período. Além disso, o coreógrafo Ivaldo Bertazzo realizou uma dinâmica com todos os presentes. Para atividade, recebe- mos dois bastões de madeira, um com aproximadamente 60 cm e outro com 1,30m. Então, ele ensinou alguns movi- mentos que poderiam se realizar com o objeto, controlan- do a respiração ao mesmo tempo. Essas ações com os bastões ajudam na melhora da co- ordenação motora, no relaxamento e alinhamento da pos- tura em diversas situações. O manuseio do objeto amplia no cérebro a percepção do corpo, sendo importante para atividades cotidianas. Apesar de serem movimentos simples, esse foi o pri- meiro passo dado aos participantes do espetáculo, que em muitos casos nunca haviam se permitido soltar o corpo ao som da música. Texto adaptado de: https://www.psicologiasdobrasil.com. br/danca-envolve-corpo-e-mente-atividade-pode-ajudar- -no-tratamento-de-de-pressao/ 14.(AOCP - 2018 - UFOB - ANALISTA DE TECNOLO- GIA DA INFORMAÇÃO - INFRAESTRUTURA) A variação linguística é um fenômeno natural que ocorre pela diversificação dos sistemas de uma língua em relação às possibilidades de mudança de seus elementos (vocabulário, pronúncia, morfologia, sintaxe). Ela existe porque as línguas possuem a característica de serem di- nâmicas e sensíveis a fatores como a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social do falante e o grau de forma- lidade do contexto da comunicação. Sobre esse assunto, julgue o item a seguir. Quanto às variedades sociais, elas possuem diferen- ças em nível fonológico ou morfossintático. No nível Mor- fossintático, tem-se, por exemplo: “prantar” em vez de “plantar”; “bão” em vez de “bom”; “pobrema” em vez de “problema”; “bicicreta” em vez de “bicicleta”. No nível fo- nológico, tem-se: “dez real” em vez de “dez reais”; “eu vi ela” em vez de “eu a vi”; “a gente fumo” em vez de “nós fomos”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 15.(AOCP - 2018 - UFOB - ANALISTA DE TECNOLO- GIA DA INFORMAÇÃO - INFRAESTRUTURA ) A variação linguística é um fenômeno natural que ocorre pela diversificação dos sistemas de uma língua em relação às possibilidades de mudança de seus elementos (vocabulário, pronúncia, morfologia, sintaxe). Ela existe porque as línguas possuem a característica de serem di- nâmicas e sensíveis a fatores como a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social do falante e o grau de forma- lidade do contexto da comunicação. Sobre esse assunto, julgue o item a seguir. LÍNGUA PORTUGUESA 8 Variedades estilísticas são as mudanças da língua de acordo com o grau de formalidade, ou seja, a língua pode variar entre uma linguagem formal ou uma linguagem informal. Nesse sentido, o texto Dança envolve corpo e mente: ativida- de pode ajudar no tratamento de depressão é um texto formal, pois utilizou a linguagem formal em sua constituição. ( ) CERTO ( ) ERRADO 16.(AOCP - 2018 - UFOB - ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - INFRAESTRUTURA) A variação linguística é um fenômeno natural que ocorre pela diversificação dos sistemas de uma língua em rela- ção às possibilidades de mudança de seus elementos (vocabulário, pronúncia, morfologia, sintaxe). Ela existe porque as línguas possuem a característica de serem dinâmicas e sensíveis a fatores como a região geográfica, o sexo, a idade, a classe social do falante e o grau de formalidade do contexto da comunicação. Sobre esse assunto, julgue o item a seguir. No quadro a seguir, há uma variação de termos da língua portuguesa utilizados nas diferentes regiões do país. Quan- do se trata de variação regional, estamos falando de variação diatópica. ( ) CERTO ( ) ERRADO Prezado candidato, de acordo com a imagem a seguir responda as questões 17 e 18. 17.(AOCP - 2018 - UFOB - TÉCNICO EM CONTABILIDADE) No segundo quadrinho, é correto afirmar que os dois pronomes utilizados se relacionam à personagem da fala. “Meus” é um pronome possessivo e “me” um pronome oblíquo átono. ( ) CERTO ( ) ERRADO 18.(AOCP - 2018 - UFOB - TÉCNICO EM CONTABILIDADE) A conjugação do verbo “vir”, quando na 3ª pessoa do discurso, apresenta grafias diferentes no plural “vêm” e no singular “vem”. ( ) CERTO ( ) ERRADO LÍNGUA PORTUGUESA 9 Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as questões 19 e 20. Netos e avós: a importância dessa relação Maria Clara Vieira O fato de os avós não terem mais filhos pequenos para cuidar permite que eles tenham tempo e condições de ajudar nos cuidados com os netos, contribuindo para a sobrevivência das novas gerações, além de passar conhe- cimentos e sabedoria. Não é preciso muito esforço para notar como a interação entre netos e avós é positiva. Um estudo, feito pelo Boston College, nos Estados Unidos, comprova isso. Durante 19 anos foram estudados 374 avós e 356 netos. O objetivo era entender a influência dessa convivência, tanto na vida das crianças, quanto na dos ido- sos. Os resultados revelam que os dois lados se beneficiam desse relacionamento. Para os avós, a conexão permite contato com uma geração muito mais nova e, consequen- temente, uma abertura a novas ideias. Para os netos, os idosos oferecem a sabedoria adquirida durante a vida – e esse conhecimento acaba sendo incorporado pelas crian- ças quando elas se tornam adultas. Os avós também cos- tumam passar às novas gerações muitas histórias sobre o passado, o que é enriquecedor para qualquer criança. Além de tudo isso, os pesquisadores também concluíram que a relação avós-netos pode ajudar a diminuir sintomas depressivos para ambas as partes. “A convivência é muito benéfica para ambos, espe- cialmente porque os avós estão, na maioria das vezes, em uma etapa da vida em que podem aproveitar os netos melhor do que aproveitaram os próprios filhos: levar para passear e brincar, para os avós, não é uma obrigação ou uma forma de gastar a energia da criança, mas uma opor- tunidade deliciosa de curtir o neto e se divertir de verda- de com ele”, explica a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP). “Com celular, mídias sociais, computador e um pouco de esforço, os avós podem participar melhor da vida dos netinhos distantes. E, quando se encontram, podem aproveitar ao máximo”. Retirado e adaptado de: <https://revistacrescer.globo. com/Familia/ noticia/2016/01/netos-e-avos-entenda-importancia-des- sa-relacao. html>. Acesso em: 19 ago. 2018. 19.(AOCP - 2018 - UFOB - TÉCNICO EM CONTABILI- DADE ) Em relação ao Texto 1, julgue como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir Considere o seguinte trecho e julgue, como VERDA- DEIRO ou FALSO, os itens a seguir: “[...] para os avós, a conexão permite contato com uma geração muito mais nova e, consequentemente, uma abertura a novas ideias. Para os netos, os idosos oferecem a sabedoria adquiri- da durante a vida – e esse conhecimento acaba sendo incorporado pelas crianças quando elas se tornam adul- tas. Os avós também costumam passar às novas gerações muitas histórias sobre o passado, o que é enriquecedor para qualquer criança. Além de tudo isso, os pesquisado- res também concluíram que a relação avós-netos pode ajudar a diminuir sintomas depressivos para ambas as partes.”. Na terceira frase, o pronome relativo “que” tem uma função explicativa e demonstrativa, indicando uma rela- ção de consequência do fato anterior, ou seja, o fato de a criança ser enriquecida se deve à transmissão de conheci- mento dos seus avós. ( ) CERTO ( ) ERRADO 20.(AOCP - 2018 - UFOB - TÉCNICO EM CONTABILI- DADE) Em relação ao Texto 1, julgue como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir “Incorporado” é exemplo de uma palavra com deriva- ção parassintética. ( ) CERTO ( ) ERRADO Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as questões de 21 à 23. PROJEÇÃO PSICOLÓGICA e INGRATIDÃO: a incongru- ência na falta de consciência dos próprios problemas Adilson Cabral Não se pode analisar o ser humano dentro de critérios lógicos e totalmente racionais. Por esta razão, a ingratidão humana, quando analisada sob a ótica da projeção psico- lógica, em vez de denotar uma falta de caráter, torna-se uma carência de desenvolvimento egoico, quase que uma infantilidade (que por infelicidade da humanidade, ainda é muito recorrente, independentemente da idade, classe social ou formação educacional dos indivíduos). Não há correlação direta entre um maior nível educacional e um menor nível de projeção nas relações pessoais do indiví- duo (mesmo que às vezes tenho a impressão que quanto mais instruídas algumas pessoas, mais insensíveis à sua própria carência egoica elas são... e mais necessitadas de LÍNGUA PORTUGUESA 10 um bom e longo tratamento psicoterápico também... che- go a pensar que pessoas mais simples são mais saudáveis em termos psicológicos... mas isto é tema para futuras postagens). Mas o que é projeção, então? O que ela tem a ver com a ingratidão? Comecemos por aí, então... Projeção é nossa capacidade de negar em nós mesmos algo que nos incomoda, ‘projetando’ este mal em quem está mais próximo de nós. Melhor dizendo: nossa incapa- cidade de aceitar nossos defeitos, nossos PIORES DEFEI- TOS, diga-se de passagem. Somos capazes de admitir pe- quenas falhas, mas grandes defeitos... só os grandes seres humanos é que são capazes de admitir. A projeção existe desde nosso nascimento, e é extre- mamente necessária para nossa rápida adaptação ao am- biente: ferramenta essencial de formação do Ego. Ego que é quem somos (ou pelo menos quem achamos que somos), é a separação entre o Eu e o Outro, entre você e sua mãe (principalmente). Sem o Ego, você não pensaria sozinho, não iria querer nada (quereria o que os outros quisessem por você), não teria opinião, não seria ninguém. Pense em um fantoche: seria alguém sem ego. Com a Projeção, o Ego se fortifica enquanto você for- ma sua personalidade: a criança é capaz então de se ver como ‘boazinha’, e acreditar em si própria, negando seus próprios defeitos. Até este ponto, isto é saudável. A crian- ça naturalmente projeta quando, por exemplo, diz que quem quebrou o vaso foi a ‘bola’, e não quem a chutou... que quem comeu o bolo foi o ‘gatinho’, e não ela que era a única capaz de abrir a porta da geladeira naquele mo- mento e local. A coisa começa a tomar outra figura quando cresce- mos, ganhamos a capacidade de saber bem quem somos, conhecemos nossos defeitos mas passamos a justificá- -los... esta ‘racionalização’ de nossos próprios defeitos (comum e diretamente proporcional à capacidade inte- lectual do indivíduo) é capaz de fazer grandes estragos, principalmente na vida das pessoas que estão em volta do ‘projetor’. Dona da verdade, para esta pessoa tudo se jus- tifica porque ela ‘está certa’, e qualquer um que discorde ou tenha outra opinião estará errado. Os demais passam, então, a receber toda a carga de projeção deste indivíduo, pela sua incapacidade de evoluir reconhecendo suas pró- prias carências e defeitos. Vamos ser mais claros citando exemplos: imagine al- guém que passe boa parte de seu tempo de trabalho no computador fazendo outra coisa que não trabalhar (na- vegando na internet, no facebook, fazendo atividades alheias ao seu trabalho), enquanto seus colegas de traba- lho simplesmente se esgotam com enorme quantidade de serviço. É impossível que o inconsciente desta pessoa não a cobre, não transmita-lhe culpa de sua atitude incorre- ta... mas a reação do ego infantil deste indivíduo será a contrária da que realmente se esperaria de um verdadeiro adulto: ela adotará um discurso e uma atitude de que tra- balha mais do que os outros, que estes deveriam receber mais carga de trabalho pois sua situação, em sua visão, se- ria injusta... um contrassenso, não é? Sim, mas é isto que ocorrerá: a pessoa que projeta o faz lançando nos outros suas próprias falhas...e não para por aí. Pense em alguém que ajude esta pessoa com carência egoica... este(a) será uma tela de projeção para os piores defeitos do projetor. E é aí que chegamos ao tema da in- gratidão: pessoas altamente projetivas (portadoras de um ego mal formado, infantil) agem com o que seria caracte- rizado como ‘ingratidão’: ao mesmo tempo em que você age com profissionalismo, seriedade e honestidade, esta pessoa tentará lhe identificar como preguiçoso, desones- to, mentiroso, infantil... exatamente as próprias caracterís- ticas que lhe pertencem. A culpa, a vergonha, a inferioridade, a incapacidade, e todos os demais maus sentimentos que elas sentem são insuportáveis para seu pequeno e mal formado ego, sen- do, portanto, lançados no inconsciente. Lá, esses conteú- dos só tem duas alternativas: atacar a si próprio(a) (o pior caminho, transformar-se em uma doença ao somatizar-se, em uma neurose profunda ou em uma psicose nos piores casos) ou lançá-los na direção de quem estiver mais pró- ximo e suscetível (geralmente pessoas com características contrárias aos seus defeitos, e às quais, no fundo, invejam, ou no mínimo desejariam ser iguais). O último é o cami- nho mais fácil, mais natural, o mais seguido pelas pessoas. É aí que nascem as grandes injustiças nos ambientes de trabalho, nas salas escolares, na vida social no geral. Quanto maior o cargo do projetor, maior sua capacidade de fazer besteira e cometer grandes injustiças na vida das demais pessoas, por conta de sua própria inferioridade de maturidade psicológica, sua falha no desenvolvimen- to egoico. E infelizmente, ainda não temos muitos meios para nos defendermos deste tipo de ‘doente’. O máximo que podemos fazer, quando somos obri- gados a estar em ambientes assim, é ficarmos calados e nos afastarmos (quando for possível). Qualquer coisa que tentar dialogar com alguém projetando sobre você seus próprios defeitos é conseguir fornecer mais material para queimar no ‘fogo’ de sua projeção. Lembre-se: o que ela está vendo em você está na cabeça dela, não em você; você não conseguirá mudar a imagem que este tipo de pessoa tem de você até que ela procure um profissional de psicologia para tratar sua falha de desenvolvimento psi- cológico. É lamentável quando vemos pessoas altamente ins- truídas e incapazes de reconhecer suas próprias falhas, seus próprios deslizes. Costumamos vê-las apresentando um discurso totalmente alheio às suas próprias ações, e se você tentar confrontá-la com suas próprias ações, prova- velmente ela se tornará irascível e despejará contra você toda uma série de insultos e ironias, se não passar para LÍNGUA PORTUGUESA 11 um ataque físico: a pior coisa que um ‹projetor› quer à sua frente é ser confrontado com a realidade: sua própria re- alidade (a de uma criança fragilizada e birrenta, no corpo de um adulto). (...) Texto adaptado: http://www.psicologia.med.br/2015/04/ projecaopsicologica-e-ingratidao_1.html 21.(AOCP - 2018 - UFOB - ANALISTA DE TECNOLO- GIA DA INFORMAÇÃO- DESENVOLVIMENTO) Em relação ao texto, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir No excerto “…e se você tentar confrontá-la com suas próprias ações, provavelmente ela se tornará irascível e despejará contra você toda uma série de insultos e ironias, se não passar para um ataque físico...”, os itens em desta- que funcionam como conjunção para estabelecer relação de condição entre as orações. ( ) CERTO ( ) ERRADO 22.(AOCP - 2018 - UFOB - ANALISTA DE TECNOLO- GIA DA INFORMAÇÃO- DESENVOLVIMENTO) Em relação ao texto, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir Em todos os termos em destaque no excerto a seguir, ocorre derivação prefixal: “Por esta razão, a ingratidão humana, quando analisada sob a ótica da projeção psico- lógica, em vez de denotar uma falta de caráter, torna-se uma carência de desenvolvimento egoico, quase que uma infantilidade (que por infelicidade da humanidade, ainda é muito recorrente, independentemente da idade, classe social ou formação educacional dos indivíduos.” ( ) CERTO ( ) ERRADO 23.(AOCP - 2018 - UFOB - ANALISTA DE TECNOLO- GIA DA INFORMAÇÃO- DESENVOLVIMENTO) Em relação ao texto, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir Em “A culpa, a vergonha, a inferioridade, a incapacida- de, e todos os demais maus sentimentos que elas sentem são insuportáveis para seu pequeno e mal formado ego, sendo, portanto, lançados no inconsciente...”, os termos em destaque são passíveis de flexão apenas em número, ou seja, são substantivos biformes. ( ) CERTO ( ) ERRADO 24.(AOCP - 2018 - UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓ- RIO - ANÁLISES CLÍNICAS) Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige atos normativos e comuni- cações. Em relação à redação de documentos oficiais, jul- gue, como VERDADEIRO ou FALSO, os itens a seguir. Os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os de segunda pessoa do plural: “Vossa Senhoria nomeará vosso substituto”. ( ) CERTO ( ) ERRADO 25.(AOCP - 2018 - UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓ- RIO - ANÁLISES CLÍNICAS) ONU Meio Ambiente mobiliza escoteiros em campa- nha Mares Limpos Publicado em 20/09/2018 Entre os dias 29 de setembro e 8 de dezembro, mem- bros juvenis dos Escoteiros do Brasil de todo o país pode- rão participar do desafio para conquistar a Insígnia Mares Limpos. Em parceria com a ONU Meio Ambiente e o Movimen- to Menos 1 Lixo, os Escoteiros do Brasil se engajam pelo segundo ano consecutivo em um projeto de cuidado com os oceanos, incentivando lobinhos, sêniores, escoteiros e pioneiros a reduzirem o consumo de plástico por meio do “Desafio Menos 1 Lixo/Mares Limpos”. Entre os dias 29 de setembro e 8 de dezembro, mem- bros juvenis dos Escoteiros do Brasil de todo o país pode- rão participar do desafio para conquistar a Insígnia Mares Limpos. Em 2017, 3.350 escoteiros receberam a Insígnia Mares Limpos após reduzirem significativamente seu consumo cotidiano de itens de plástico descartável como sacolas, copos, talheres, canudos e garrafas PET. Segundo o relato de muitos deles, foi realmente um desafio recusar os descartáveis e convencer a família a mudar seus hábitos. Alguns grupos de escoteiros partici- pantes relataram experiências que demonstram a resis- tência da sociedade em mudar. Os jovens relataram certo desconforto em serem dife- rentes dos demais ao recusar o plástico ou usar alternati- vas em locais públicos, e também a dificuldade em obter a compreensão dos outros (atendentes, adultos) sobre sua opção. Por outro lado, o depoimento de vários participan- tes apontou que a princípio parecia muito difícil evitar o uso de plásticos, mas após algumas semanas acabaram descobrindo que é muito mais fácil do que parece. Para conseguir a insígnia, os escoteiros deveriam defi- nir o tipo de plástico descartável que iriam deixar de con- sumir e registrar, toda semana, quantos acabaram usando. O Padrão Ouro só foi alcançado com o consumo máximo de um item por semana. O sucesso da primeira edição do desafio levou a União dos Escoteiros do Brasil a reeditar a competição. Porém, neste ano, a obtenção das insígnias ficou mais difícil: • Padrão Bronze – de 1 a 3 itens utilizados semanal- mente (média geral do período de 10 semanas) LÍNGUA PORTUGUESA 12 • Padrão Prata – menos de 1 item utilizado semanal- mente (média geral do período de 10 semanas) • Padrão Ouro – menos de 1 item utilizado semanal- mente (média geral do período de 10 semanas) e uma ati- vidade para combater a poluição plástica. A realização de uma atividade “zero plástico” é o di- ferencial deste ano para obter a insígnia Padrão Ouro. O escoteiro terá que escolher entre promover uma festa para mais de 30 convidados sem utilizar nenhum plástico descartável ou uma campanha de conscientização sobre a importância da redução do consumo de plásticos descar- táveis em sua escola, instituição religiosa, clube ou acade- mia por, pelo menos, um mês, e que alcance mais de 300 pessoas. A resolução que regulamenta a Insígnia Mares Limpos, bem como a explicação do Desafio, está publicada e pode ser conferida no documento: https://www.escoteiros.org. br/ wp-content/uploads/2018/08/resolucao-mareslim- pos-2808-1.pdf. A segunda edição do Desafio Menos 1 Lixo/ Mares Limpos conta novamente com o apoio da ONU Meio Am- biente e da Defensora Mares Limpos, Fe Cortez, idealiza- dora do projeto Menos 1 Lixo, que promove o consumo consciente. Semana Mares Limpos de Limpeza de Praias A campanha Mares Limpos está cadastrando ações de limpeza de praias programadas para o período entre os dias 15 e 23 de setembro, que ficará conhecida como a #SemanaMaresLimpos de Limpeza de Praias. As inscrições podem ser feitas por meio do link www. bit.ly/CadastroSemana2018_v2. Os grupos inscritos rece- berão um kit da campanha com cartilha de orientações so- bre como realizar o clean up, fichas de catalogação do lixo encontrado e material da campanha para impressão (logo, cartazes), e serão convidados a participar de um projeto de reciclagem de tampinhas. As informações sobre o lixo coletado em cada ação serão contabilizadas e farão parte do panorama nacional sobre o lixo no mar, subsidiando a elaboração do Plano Nacional. A metodologia de coleta de dados foi elaborada pelo Instituto Ecosurf. Para mais informações sobre a campanha Mares Lim- pos da ONU Meio Ambiente visite: cleanseas.org (também em português) Fonte: https://nacoesunidas.org/onu-meio-ambiente-mo- biliza-escoteiros-em-campanha-mares-limpos/ Em relação ao texto, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir Em “Para conseguir a insígnia, os escoteiros deveriam definir o tipo de plástico descartável que iriam deixar de consumir e registrar, toda semana, quantos acabaram usando.”, o verbo auxiliar da locução verbal em destaque encontra-se no plural de forma inadequada, pois deveria concordar com o sujeito “plástico descartável”. ( ) CERTO ( ) ERRADO Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as questões 26 e 27. Mafalda: uma grande menina Jornal do Brasil Maria Clara Lucchetti Bingemer Incrível, querida Mafalda, que você já esteja com meio século de existência. Parece que foi ontem que travei co- nhecimento com você e sua turma de crianças diferencia- das. E desde o primeiro momento, confesso que me apai- xonei por você, tão idealista, com seu jeito politizado e, ao mesmo tempo, terno. Você, querida Mafalda, na verdade é uma apaixona- da pelas pessoas e pelo mundo. Você ama os outros e as coisas que existem ao seu redor. Por isso mesmo é muito exigente com elas. Os primeiros a sentir o peso de sua exi- gência são seus pais. Como você deve tê-los enchido de ansiedade, menina de cabelos pretos e olhar perscrutante. Suas perguntas os deixam de olhos abertos a noite toda, sem conciliar o sono, indagando-se o que você quer dizer e onde quer chegar. Mas ao mesmo tempo, com toda a sua crítica a tudo e todos em sua casa – a começar pela sopa tão odiada “que é para a infância o que é o comunismo para a democracia” –, você ama seus pais e os olha com uma ternura que per- doa suas limitações e acolhe suas imperfeições na difícil arte de te amar. Seu irmãozinho Guille é objeto igualmen- te de sua ternura e desde pequeno já começa a assimilar sua visão crítica do mundo e da realidade. Vai longe esse menino! Com sua turma de amigos, já brinquei muitas vezes e entrei na roda do teimoso e pão-duro Manolito, da aliena- da Susanita, do terno Felipe... junto com você. Sempre foi uma delícia ver como você interage com eles, amiga, com- panheira, mas também verdadeira, sabendo levantar a voz e ser crítica quando é necessário. Às vezes, a insensibili- dade de Susanita, ou as “viagens” de Felipe impacientam você, que vai então refugiar-se no seu quarto e pensar, pensar e mais pensar. Porém, muitas vezes você se diverte com eles como criança da sua idade e eu, avó que já sou, morro de rir dessas brincadeiras que me fazem lembrar meus netos. LÍNGUA PORTUGUESA 13 Sua relação de maior afeto, no entanto, Mafalda, é com o mundo. Só nele eu já vi você enternecida e cheia de compaixão. Seu coração sensível e sua mente brilhante e perspicaz têm profunda pena deste mundo tão louco, tão injusto, mas também tão sofrido, tão combalido por guer- ras, lutas fratricidas, injustiças de toda sorte. Sua cabeci- nha não para de se perguntar uma e outra vez o porquê de tudo que acontece e deforma este mundo que poderia ser pacífico. Talvez de todas as suas tirinhas a que mais me enterneceu tenha sido aquela onde você aparece em atitude protetora ao lado do globo terráqueo colando um band-aid sobre sua superfície. Isso diz muito sobre sua personalidade. Enraivecida, rebelde, não se conformando com o mundo tal qual é. Mas também carinhosa, compassiva, compreensiva com as limitações de todos e também deste mundo, que é a nossa, a sua casa e que sofre bastante com os desvarios e loucuras dos seres humanos. Tal como seu criador, Quino, você é uma pessoa pacífica, mas que não suporta injusti- ças. E por isso se enraivece quando elas acontecem. Neste seu aniversário de meio século, quero agradecer a você a grande inspiração que tem sido para mim. São cinquenta anos que você nos encanta, nos faz rir, pensar, refletir, chorar e ter mais força para enfrentar o cotidiano às vezes bem duro que é o nosso. Sobretudo nós, mulheres, devemos muito a você. Quando nos desesperamos com a idade que nos faz en- gordar, você nos ensina que na verdade não acumulamos gordura saturada e sim inteligência, saber, conhecimento. E como tanta sabedoria não cabe em nossa cabeça, mas se esparrama por nosso corpo, nossas formas se avolumam e se arredondam. Mas isso não significa que somos gordas, e sim cultas, muito cultas. Por ser inteligente, politizada e culta, querida Mafalda, você chega à chamada “meia idade” sem achar que a aca- demia de ginástica é o lugar mais importante do mundo, nem que tem que ter aos 50 o mesmo corpo que tinha aos 18. Você sabe que o mais importante se leva na cabeça e no coração, e não na cintura, nos quadris ou nos seios.(...) Fonte: http://www.jb.com.br/index.php?id=/acervo/ma- teria.php&cd_ matia=733590&dinamico=1&preview=1 26.(AOCP - 2018 - UNIR - ASSISTENTE EM ADMINIS- TRAÇÃO) Em relação ao texto “Mafalda: uma grande menina”, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir. Em “São cinquenta anos que você nos encanta, nos faz rir, pensar, refletir, chorar e ter mais força para enfrentar o cotidiano às vezes bem duro que é o nosso.”, o pronome em destaque está em posição inadequada, pois, conforme a regra padrão culta da língua escrita, ele deveria estar co- locado após o verbo. ( ) CERTO ( ) ERRADO 27.(AOCP - 2018 - UNIR - ASSISTENTE EM ADMINIS- TRAÇÃO) Em relação ao texto “Mafalda: uma grande menina”, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir. Em “Com sua turma de amigos, já brinquei muitas ve- zes e entrei na roda do teimoso e pão-duro Manolito...”, a expressão em destaque foi utilizada para expressar o que, de fato, literalmente, aconteceu, ou seja, é uma expressão denotativa. ( ) CERTO ( ) ERRADO 28.(AOCP - 2018 - UNIR - ARQUIVISTA) Estudo que avaliou a vida de 165 mil pessoas chegou a uma conclusão surpreendente: é na velhice que esta- mos mais satisfeitos com nós mesmos Quando você era jovem e achava que tinha o mundo nas mãos, talvez sua autoestima fosse boa. Mas, acredite, ela só estará no topo quando você estiver na melhor ida- de, aos 60. Pelo menos é o que diz um novo estudo feito por cientistas da Universidade de Berna, na Suíça. E eles garantem: esse sentimento pode permanecer no auge por uma década inteira. Com a pesquisa, os cientistas queriam investigar a tra- jetória da autoestima ao longo da vida. Eles descobriram que esse sentimento começa a se elevar entre 4 e 11 anos de idade, à medida que as crianças se desenvolvem so- cial e cognitivamente – e ganham algum senso de inde- pendência. Os níveis, então, se estabilizam à medida que a adolescência começa, dos 11 aos 15 anos. Isso é surpreendente, pois o senso comum afirma que a auto-estima cai durante a adolescência. “Essa impressão acontece devido a mudanças na puberdade e maior ênfa- se na comparação social na escola”, diz Ulrich Orth, autor do estudo, mas, na prática, não é o que acontece. Segundo os pesquisadores, a autoestima se mantém estável até a metade da adolescência. Depois disso, ela tende a aumentar significativamente até os 30 anos. Após a faixa dos 30 podem até existir oscilações, mas o senti- mento de autoconfiança tende a crescer. Quando os 60 chegam, a autoestima alcança o seu auge – e permanece assim até os 70 anos. Mas, quem tem a sorte de chegar até os 70 pode sen- tir sua autoestima baixar. Os pesquisadores afirmam que esse sentimento declina drasticamente dos 70 aos 90 anos. “Essa idade frequentemente envolve perda de pa- péis sociais e, possivelmente, viuvez, fatores que podem ameaçar a autoestima”, explica o autor. “Além disso, o en- velhecimento muitas vezes leva a mudanças negativas em outras possíveis fontes de autoestima, como habilidades cognitivas e saúde.” LÍNGUA PORTUGUESA 14 Toda essa análise se baseou em 191 artigos científi- cos sobre autoestima, que incluíam dados de quase 165 mil pessoas. Os cientistas conseguiram, com esse estudo, apresentar uma visão bem abrangente sobre como essa auto percepção muda com a idade – por isso optaram por diferentes grupos demográficos e faixas etárias. Na cultura de hoje, que é quase obcecada pela juven- tude, muitos temem o envelhecimento. Mas, segundo a pesquisa, uns aninhos a mais podem fazer bem para sua autopercepção. Por Ingrid Luisa access_time 24 ago 2018, 18h02 Disponível em <https://super.abril.com.br/ciencia/saiba- -em-que-ida de-a-sua-autoestima-esta-no-topo-e-nao-e-aos-17/> Considerando o texto apresentado, julgue, como VER- DADEIRO ou FALSO, o item a seguir. No primeiro parágrafo, a expressão “pelo menos” é utilizada como recurso argumentativo para introduzir uma voz de autoridade para falar sobre o assunto tratado no texto. Essa voz de autoridade é o estudo realizado pela Universidade de Berna. No último parágrafo, o mesmo não acontece, pois o recurso argumentativo presente nele é unicamente composto por julgamentos pessoais da au- tora. ( ) CERTO ( ) ERRADO 29.(AOCP - 2018 - UNIR - ADMINISTRADOR ) Pesquisadores descobrem como transformar sangue A e B em O A novidade pode ajudar bancos de sangue ao redor do planeta e salvar milhões de vidas Ninguém sabe ao certo como morreu o Papa Inocên- cio VIII, no século 15. Uma lenda recorrente diz que, oito anos antes dos portugueses pisarem no Brasil, a Igreja es- tava tão desesperada para salvar o pontífice moribundo que cometeu uma loucura: pediu para três crianças, de 10 anos, trocarem parte de seu sangue por um pedaço de terra. O médico do líder católico ainda teria determinado que o sangue deveria ser bebido, via oral. Não deu certo. O Papa teria morrido logo depois. Essa história é, provavelmente, mentira – a Universida- de de Toronto até chegou a buscar provas em 1999, mas não encontrou. A lenda, porém, se consagrou como “o pri- meiro transplante sanguíneo da história”. De lá pra cá, a lenda se tornou fato – e a medicina evo- luiu muito quando o assunto é sangue. Em 1818, o obs- tetra inglês James Blundell realizou a primeira transfusão devidamente registrada, e em 1901 o austríaco Karl Lands- teiner descobriu os tipos sanguíneos (A, B, AB e O), e como eles interagem entre si. Agora, um século depois, a maior revolução do tipo pode estar prestes a ser confirmada: um grupo de pesqui- sadores da Universidade de British Columbia, no Canadá, alega que conseguem transformar sangue tipo A, B ou AB em sangue tipo O. (...) Todo mundo tem um tipo sanguíneo. Você mes- mo é ou A, ou B, ou AB, ou O. Isso é importante porque a transfusão entre tipos de sangue diferentes pode matar – se você colocar sangue A em uma pessoa cujo tipo sanguí- neo é B, o próprio organismo vai reagir e atacar esse novo malote de sangue. O contrário também ocorre. Sangue tipo A só doa para tipo A ou AB. Tipo B só doa para tipo B ou AB. AB é o menos flexível e só doa para o tipo AB. Por isso, o tipo sanguíneo mais valioso é o tipo O. Ao contrário dos demais, ele não promove reações defensivas no organismo de pessoas com nenhum tipo sanguíneo. Conhecido como doador Universal, o sangue O pode ser transferido pra qualquer pessoa. É por isso, é claro, que os Bancos de Sangue estão sempre procurando por doadores tipo O. Com a descoberta da universidade canadense, porém, os Bancos de Sangue podem ter ganhado na loteria. Qual- quer sangue pode ir pra qualquer pessoa, uma revolução que tem o potencial de salvar milhões de vidas. Para conseguir o feito, o pesquisador Stephen Withers analisou a característica que difere entre cada tipo sanguí- neo: são os chamados “açúcares antígenos”. O sangue tipo A carrega um determinado antígeno junto às suas células, quem tem sangue B possui outro, quem tem AB possui os dois. O sangue da transfusão só é aceito quando o corpo não detecta nenhum antígeno diferente do seu próprio. Só que quem tem sangue O não possui antígeno ne- nhum. E passa despercebido pelos sistemas de defesa. A ideia, então, foi tentar destruir esses açúcares das células de sangue – assim, em teoria, qualquer fluido sanguíneo ficaria igual ao tipo O. A saída para o extermínio adocicado se deu por meio de enzimas. Os pesquisadores procuraram substâncias que conseguissem quebrar as moléculas açucaradas (sem danificar o restante do material). O estudo procurou o elemento em mosquitos e sanguessugas, mas encontrou a solução em um local muito mais próximo: no nosso pró- prio intestino. Withers percebeu que alguns dos açúcares que con- sumimos são estruturalmente muito parecidos com os an- tígenos. Eles observaram que algumas bactérias presentes na flora intestinal auxiliam no processamento desses açú- cares da alimentação – e decidiram entender como elas reagiriam em conta- to com as células sanguíneas.Foi tiro e queda: elas fizeram a “digestão” dos antígenos – e o que restou era sangue tipo O. (...) LÍNGUA PORTUGUESA 15 Por Felipe Germano access_time23 ago 2018, 15h54 - Publicado em 22 ago 2018, 19h29 https://super.abril.com.br/saude/pesquisadores-desco- brem-comotransformar-sangues-a-e-b-em-o/ Considerando o texto apresentado, julgue, como VER- DADEIRO ou FALSO, o item a seguir. A palavra sanguessugas é formada pelo processo de composição por justaposição. ( ) CERTO ( ) ERRADO Prezado candidato, de acordo com o texto a seguir responda as questões de 30 à 32. O que está por trás da indisciplina escolar? Estudo busca as razões da indisciplina e tenta enten- der como os professores brasileiros gastam tempo para manter a ordem em sala de aula Cinthia Rodrigues O Brasil ocupa o primeiro lugar no quesito “tempo gas- to para manter a ordem na classe”. É o que indica a Pes- quisa Internacional sobre Ensino e Aprendizado (Talis, na sigla em inglês), respondida por professores de 32 países em 2013. Trocando em miúdos, os professores brasileiros são os que mais perdem tempo tentando combater a in- disciplina escolar. Na média, os profissionais brasileiros disseram que perdem 20% do período de aula com indisciplina, enquan- to o padrão foi de 13%. É a segunda vez que a Organiza- ção para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) faz essa pesquisa com profissionais que atuam nos últimos anos do Ensino Fundamental. Na primeira, em 2008, os educadores brasileiros tam- bém foram os que mais disseram perder aula com o as- sunto. O dado isolado não traz novidade para quem está em sala de aula, mas um estudo feito com cruzamento de outras respostas ao mesmo questionário ajuda a explicar por que ostentamos tal recorde. “A partir de um conjunto de respostas, como qual a frequência com que o educador dá e recebe retorno sobre seu trabalho, observa colegas, atua em conjunto, partici- pa de atividades com turmas diferentes, percebemos, por exemplo, quem está em ambientes colaborativos. Da mes- ma maneira, chegamos às escolas que têm mais espaço para participação de pais e alunos. Para cada fator, há um conjunto de respostas”, explica a pesquisadora em políticas públicas Gabriela Moriconi, da Fundação Carlos Chagas, que ganhou uma bolsa para realizar análises sobre os dados na sede da OCDE e inves- tigar soluções adotadas por outros países. O estudo leva para além do senso comum de que os estudantes seriam indisciplinados e parte para as razões que geram a desordem. A escolha do foco veio pela cons- tatação, em outras investigações, de que a indisciplina é um dos principais obstáculos para o trabalho docente. Para a análise, ela cruzou respostas a outras perguntas do questionário para entender quais fatores estão associa- dos a professores que gastam tempo para manter a ordem no Brasil e em duas realidades consideradas próximas: Chile e México. Outro dado importante, na análise do resultado da pesquisa de Gabriela, é a formação específica. Quando o conteúdo ensinado faz parte da área de conhecimento do professor, ele perde menos tempo com indisciplina. Os educadores que afirmam terem aprendido a ensinar de- terminado conteúdo, perdem menos tempo ainda. “A literatura especializada sobre engajamento mostra que a primeira coisa para manter o envolvimento é o do- mínio do conteúdo e saber ensinar. Então, esses achados fizeram muito sentido para mim”, diz. Para ela, a questão da colaboração profissional também cai na formação tan- to de conteúdo como de gestão da sala de aula em termos de organização do tempo, divisão das atividades, espaço e estabelecimento de regras. “Diante da realidade que temos, muito se aprende com outros colegas, tanto a prevenir maus comportamen- tos como a agir diante de casos de indisciplina.” Adaptado de: <http://www.cartaeducacao.com.br/repor- tagens/o-que -esta-por-tras-da-indisciplina-escolar/>. Acesso em: 27 jul. 2018. 30.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - MATEMÁTICA) Assinale a alternativa que indica o sentido expresso pelo conector em destaque no seguinte contexto de uso: “Estudo busca as razões da indisciplina e tenta entender como os professores brasileiros gastam tempo para man- ter a ordem em sala de aula”. (A) Direção. (B) Causa. (C) Lugar. (D) Modo. (E) Finalidade. LÍNGUA PORTUGUESA 16 31.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - MATEMÁTICA) As palavras “indisciplina” e “escolar” são formadas, respectivamente, pelos processos de (A) composição por aglutinação e derivação sufixal. (B) derivação prefixal e derivação sufixal. (C) derivação prefixal e derivação parassintética. (D) derivação sufixal e derivação prefixal. (E) derivação imprópria e derivação imprópria. 32.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - MATEMÁTICA) Entre as alternativas a seguir, assinale aquela em que o “que” esteja retomando o termo em destaque na ora- ção. (A) “Os educadores que afirmam terem aprendido a ensinar [...] perdem menos tempo ainda.”. (B) “[…] a Organização[...] faz essa pesquisa com pro- fissionais que atuam nos últimos anos do Ensino Fun- damental”. (C) “[…] quais fatores estão associados a professores que gastam tempo para manter a ordem no Brasil […]”. (D) “Diante da realidade que temos, muito se aprende com outros colegas [...]”. (E) “Na média, os profissionais brasileiros disseram que perdem 20% do período de aula com indisciplina [...]”. 33.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - LÍNGUA PORTUGUESA) Arte de Amar Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus - ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não. Manuel Bandeira Disponível em: <http://em-prosa-e-verso.blogspot. com/2010/05/arte-de-amar-segundo-manuel-bandeira. html>. Acesso em: 18. Jul. 2018. Em “Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.”, a oração em destaque expressa (A) causa. (B) finalidade. (C) condição.. (D) concessão. (E) contraste. 34.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - LÍNGUA PORTUGUESA) As janelas Quem olha, de fora, através de uma janela aberta, não vê jamais tantas coisas quanto quem olha uma janela fechada. Não há objeto mais profundo, mais misterioso, mais fecundo, mais tenebroso, mais deslumbrante do que uma janela iluminada por uma vela. O que se pode ler à luz do sol é sempre menos interessante do que o que se pas- sa atrás de uma vidraça. Nesse buraco negro ou luminoso vive a vida, sonha a vida, sofre a vida. Além das vagas do teto, percebo uma mulher madura, enrugada mesmo, pobre, sempre inclinada sobre qualquer coisa e que nunca sai de casa. Por seu rosto, por seus ves- tidos, por seus gestos, por quase nada eu refaço a história dessa mulher, ou antes, sua legenda e, às vezes, conto a mim mesmo, chorando, essa história. Se tivesse sido um pobre velho, eu, também, refaria a dele, facilmente. E me deito orgulhoso de ter vivido e sofrido nos ou- tros como se fosse em mim mesmo. Talvez vocês me dirão: “Estás certo de que esta fábula seja verdadeira?” Que importa o que possa ser a realidade situada fora de mim, se ela me ajuda a viver, a sentir que existo e o que sou? BAUDELAIRE Disponível em: <https://iedamagri.files.wordpress. com/2014/07/bau-delaire-spleen-de-paris.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2018 Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a respeito do texto “As janelas”. (A) O que surpreende no texto de Baudelaire é a esco- lha do ponto de vista, o de olhar por uma janela aberta para dentro de uma casa. (B) O texto propõe como objeto do olhar uma cena erótica, uma jovem mulher e miserável. (C) O título do texto deveria ser “A janela”, tendo em vista que tudo acontece através de uma única janela. (D) A imagem exposta no texto de Baudelaire remete a um ato de olhar desprovido de perversidade, cujo prazer depende do fato de seu agente permanecer es- condido. (E) O texto tem como seu núcleo um ato de espiar a vida dos outros através de uma janela fechada. LÍNGUA PORTUGUESA 17 35.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - LÍNGUA PORTUGUESA) Conto e novela são gêneros cada qual com suas espe- cificidades, apesar de algumas características se asseme- lharem. Assinale a alternativa correta quanto às caracte- rísticas do conto. (A) A palavra “conto” provém do verbo computare, que significa, em latim, “calcular”, “contar”. Assim, na Idade Média, o conto remetia a um relato simples que enumerava eventos. (B) O conto é uma narrativa longa que tem como ob- jeto aventuras fabulosas e que renuncia, com isso, a qualquer aspiração realista. (C) Nos personagens do conto, geralmente, há profun- didade psicológica e eles evoluem no tempo sócio-his- tórico. (D) O conto é uma narrativa enraizada na cultura real, sofisticada. Essa proveniência deixa suas marcas na própria forma da narrativa, fortemente marcada pela escrita. (E) Por meio da sua intenção informativa, o conto reve- la um parentesco com a notícia. 36.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - LÍNGUA PORTUGUESA) Solidão E chove... Uma goteira, fora, como alguém que canta de mágoa, canta, monótona e sonora, a balada do pingo d’água. Chovia quando foste embora... Ribeiro Couto (1921) Disponível em:<http://www.novomilenio.inf.br/cultura/ cult006h> . Acesso em: 18 jul. 2018. Assinale a alternativa correta quanto às afirmações so- bre o gênero lírico. (A) O texto se propõe a contar uma história (B) Há a captação de um momento emocionalmente especial, e isso mediante um processo muito mais su- gestivo e musical do que lógico e discursivo. (C) Sua extensão geralmente é longa. (D) O lirismo é assim denominado porque, em outros tempos, os versos sentimentais eram declamados em jardins, com variedades de lírios. (E) O narrador é onisciente, ou seja, conhece toda a história. 37.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - LÍNGUA PORTUGUESA) Autopsicografia O poeta é um fingidor, Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama o coração. PESSOA, Fernando. OBRA POÉTICA. Seleção, Organização e Notas de Maria Aliete Dores Galhoz. Cronologia por João Gaspar Simões. Introdução por Nelly Novaes Coelho. Editora Vozes Ltda.,1986. Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma a respeito do poema Autopsicografia. (A) Na primeira estrofe, verifica-se a existência de uma metáfora que classifica o poeta como um fingidor. Isso significa que ele não é capaz de se transformar nos próprios sentimentos que estão dentro dele. (B) A segunda estrofe expressa o agenciamento do sentimento estético, pois o ato de fingir, responsável pela criação do texto literário, tem como resultado, na recepção do leitor, a magia de aliviar aquele sentimen- to profundo. (C) A primeira estrofe espanta, de imediato, o leitor, porque ali se esboça o mecanismo do ato de fingir, como instrumento da criação literária, em um jogo de repetições e arranjos pouco envolvente. (D) A importância fundamental que se confere à esté- tica está, justamente, no equilíbrio que a obra artística não pode produzir no ser humano. (E) Na segunda estrofe do poema, o que se tem é exa- tamente isto: a purificação da emoção do leitor ao per- ceber que sua dor realmente existe. LÍNGUA PORTUGUESA 18 38.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - LÍNGUA PORTUGUESA) É por meio das estratégias de leitura que se pode for- mar leitores autônomos, os quais sejam capazes de ler de forma inteligente textos de diversos gêneros e áreas. Con- siderando o exposto, assinale a alternativa que NÃO cor- responde a um procedimento de leitura ou que dificulta o processo de compreensão. (A) Fazer inferência. (B) Fazer resumo. (C) Levantar hipóteses. (D) Fazer retenção. (E) Realizar verificação. 39.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - LÍNGUA PORTUGUESA) A falta de consistência teórica observada na formula- ção dos conceitos tradicionais de coordenação e subordi- nação tem motivado o surgimento de novas posturas por parte de alguns autores em relação ao tratamento desse assunto. Alguns dos aspectos da abordagem de sentenças complexas que são focalizados se referem à interpenetra- ção dos processos sintáticos de coordenação e subordina- ção, ao questionamento dos critérios e das nomenclatu- ras utilizados pela gramática tradicional e à proposição de novos critérios para classificação de sentenças complexas. Por exemplo,linguistas deperspectivas teóricas diferen- tes, tais como GARCIA (1967), BORBA (1979) e alguns re- presentantes da linguística textual (SILVA e KOCH, 1983; KOCH, 1984, 1989, 1995, 1997; FÁVERO, 1987, dentre ou- tros), têm centrado sua atenção na insuficiência de crité- rios semânticos adotados pela gramática tradicional para distinguir orações coordenadas e subordinadas. Disponível em: <http://www.ufjf.br/revistaveredas/fi- les/2009/12/>. Acesso em: 20 jul. 2018. Em “[...] têm centrado sua atenção na insuficiência de critérios semânticos adotados pela gramática tradicional para distinguir orações coordenadas e subordinadas.”, a oração em destaque é uma (A) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nomi- nal. (B) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa. (C) Oração Subordinada Adverbial Final. (D) Oração Subordinada Substantiva Apositiva. (E) Oração Subordinada Adverbial Causal. 40.(AOCP - 2018 - PREFEITURA DE FEIRA DE SANTA- NA - BA - PROFESSOR - LÍNGUA PORTUGUESA) Ao promover a leitura fundamentada na concepção dialógica de linguagem, possibilita-se o desenvolvimento de um leitor competente. Nesse sentido, a leitura como objeto de ensino (A) deve estar centrada nas habilidades mecânicas de decodificação, que significa passar do código escrito para o código oral. (B) apoia-se na aprendizagem da teoria gramatical, que é a garantia para se alcançar o domínio das lingua- gens (oral e escrita). (C) é usada para exteriorizar o pensamento, avalian- do-se o seu domínio pela capacidade de o indivíduo expressar-se corretamente pela oralidade. (D) é uma atividade que exige do leitor o foco no tex- to, em sua linearidade, uma vez que tudo está dito no dito, ou seja, cabe ao leitor realizar uma atividade de reconhecimento do sentido das palavras e das estru- turas textuais. (E) compreende que o processo de significação de um texto perpassa pela interação, ou seja, pelo intercâm- bio
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