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Vermes em meu ser! Platelmintos e a Esquistossomose - Aula 04. Características gerais dos platelmintos. Características gerais dos Platelmintos •Quanto à simetria: Bilateral •Quanto ao número de folhetos embrionários: Triblásticos •Quanto a cavidades do corpo: “Acelomados” espaço entre os órgãos preenchido pela mesogleia. Cílios sem centríolos acessórios Células epidérmicas e gastrodérmicas multiciliadas Protonefrídios com 8 a 16 microvilosidades nas células terminais e 2 cílios Características gerais dos Platelmintos Simetria bilateral Algum grau de cefalização do sistema nervoso Órgãos reprodutores completos e distintos, fecundação interna Surgimento de órgãos excretores, eliminam restos nitrogenados e apresentam osmoregulação http://www.youtube.com/watch?v=BRT1vdkwE-k Sistemas Vacina contra a Esquistossomose A candidata a uma vacina que poderá proteger os seres humanos da esquistossomose passou na fase inicial dos testes clínicos. Eles são necessários para que possa ser comprovada a segurança da futura vacina. Totalmente desenvolvida no Brasil, ela tem como alvo o verme Schistosoma mansoni, que provoca a doença. A transmissão ocorre no consumo de água contaminada com larvas do parasita. Febre, dor de cabeça, falta de apetite, calafrios, tosse e diarreia são alguns dos sintomas da doença, também chamada de barriga-d’água porque provoca um inchaço no abdômen, se não for tratada com medicamentos. A esquistossomose atinge cerca de 7 milhões de brasileiros e 200 milhões de pessoas no mundo, principalmente na África. Outros 800 milhões estão expostos ao risco de contrair a enfermidade no planeta. Objetivos da aula de hoje! Compreender os impactos da Esquistossomose no Brasil Identificar os agentes causadores e vetores da Esquistossomose Analisar os sintomas desenvolvidos com a Esquistossomose Compreender o ciclo de vida do Esquistossoma. Os vermes platelmintos Os trematódeos são conhecidos desde a antiguidade. São helmintos muitos abundantes, geralmente visíveis a olho nu, que parasitam todos os grupos de vertebrados. Pertencem ao filo Platyhelminthes e à subclasse Trematoda. Entre os trematódeos incluem-se vários parasitos importantes em Medicina, agrupados na infraclasse Digenea (Bush et al., 2001). São: Endoparasitas obrigatórios Ciclos de vida complexos - Pelo menos dois hospedeiros. Historicizando ● 1900 A.C. – Hematúria do Egito (S. haematobium). ● Theodor Bilharz descreve o parasito em 1851 a partir do exame da veia mesentérica de um paciente no Cairo. ● Patrick Manson em 1902 descreve ovos com espinho lateral encontrados nas fezes de um paciente na Índia. ● Pirajá da Silva em 1904 descreve ovos com espinho lateral encontrados nas fezes de paciente na Bahia ● Leiper em 1915 estabelece o ciclo biológico envolvendo Planorbídeo. A conexão entre esquistossomose e o Egito vem desde o início do registro histórico, incluindo autores como Homero, Hipócrates e Heródoto. Este último referiu-se ao Egito como a terra onde os homens menstruavam, devido à hematúria ocorrente na esquistossomose hematóbia. A mesma referência aparece em escritos de historiadores do Egito medieval, principalmente árabes. Tal sintoma, conhecido no Egito como doença âaâ, está mencionado nos papiros de Ebers, Berlim, Hearst e Londres, escritos há cerca de 3.500 anos. Várias autoridades, entretanto, divergem sobre a interpretação de âaâ, e mesmo se era uma doença parasitária (nota 6 em Adamson, 1976). O caso mais antigo de esquistossomose humana de que se tem notícia foi identificado por imunodiagnose (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay – Elisa) na múmia de um adolescente egípcio, infectado pelo S. haematobium, que viveu há mais de cinco mil anos (Deelder et al., 1990). O Schistosoma O gênero apresenta três espécies infectantes para humanos: Schistosoma haemotobium, Schistosoma japonicum e Schistosoma mansoni. S. mansoni ocorre na África, na América do Sul e nas Antilhas, onde determina uma infecção denominada esquistossomíase mansônica ou intestinal, pela localização dos parasitos nas vênulas da parede do grosso intestino, sigmóide e reto, com sintomas predominantemente intestinais. Schistosoma no Brasil. Enquanto a maioria das parasitoses humanas vai diminuindo de importância, em função do desenvolvimento econômico e dos métodos de controle disponíveis, a esquistossomíase encontra-se ainda em expansão, em muitas regiões do mundo, vinculada inclusive ao desenvolvimento de recursos hídricos para a irrigação ou para a produção de energia hidrelétrica, Distribuição da doença no BRasil ao longo do tempo O ciclo do parasito. http://www.youtube.com/watch?v=1hMIdLvkP4A Morfologia do indivíduo adulto Macho: a Mede 1 cm, cor esbranquiçada, corpo dividido em 2 porções: • Anterior " ventosa oral e ventral • Posterior " canal ginecóforo Fêmea a Mede 1,5 cm, cor mais escura, corpo dividido em 2 porções: • Anterior " ventosa oral e ventral • Posterior " glândulas vitelinas e ceco Tubo digestivo igual nos dois sexos: boca na ventosa oral (a), tubo curto (b) que se bifurca (g) e torna a unir-se em intestino único (h) que TERMINA EM FUNDO CEGO. Aparelho reprodutor do macho: vesícula seminal (d), testículos (e) que terminam em canal e poro genital (f). A p a r e l h o r e p r o d u t o r d a f ê m e a : ( N Ã O REPRESENTADO): Glândulas vitelíneas (ocupam 2/3 do corpo!) e um só ovário. Dados importantes! ● Nutrição: hemácias Machos: 40.000 hem/dia Fêmeas: 300.000 hem/dia ● Tegumento: glicose e íons ● Metabolismo maior do que de células tumorais ● Troca membrana/24 horas ● Ovos: 300/dia (1/5min) ● Vida média: 3-10 anos (mais que 30) ● Ovos: 6-8 semanas após infecção 1 semana até sair nas fezes Patogenia - Esquistossomose aguda CERCÁRIA - a Dermatite cercariana: sensação de comichão, eritema, edema, pequenas pápulas e dor. � ESQUISTOSSÔMULOS - a 3 dias após são levados aos pulmões e 1 semana depois estão nos vasos do fígado (febre, eosinofilia, linfadenopatia, esplenomegalia, hepatomegalia e urticária). Forma toxêmica. � VERMES ADULTOS - a Os mortos causam lesões no fígado Ação espoliadora " Consomem 2,5 mg de ferro por dia Patogenia - Esquistossomose aguda OVOS ● Fase pré-postural: 10 a 35 dias após infecção: a Assintomática ou inaparente a Mal estar, febre, tosse, hepatite aguda. ● Fase aguda: 50 a 120 dias após a infecção: a Disseminação de ovos, provocando a formação de granulomas, caracterizando a forma toxêmica. ● Forma toxêmica: a Sudorese, calafrios, emagrecimento, fenômenos alérgicos, cólicas, hepato-esplenomegalia discreta, alterações das transaminases, etc. Onde está a infecção? Diagnóstico ● Parasitológico � ● Exame de fezes: Kato-Katz ● Lutz (sedimentação espontânea) � ● Biópsia retal, biópsia hepática Tratamento e controle PRAZIQUANTEL: • Aumenta o influxo de cálcio e afeta a contração muscular (Molec Biochem Paras 2009) • Liga-se à miosina do parasita (PLoS 2009) OXAMNIQUINE • Possível paralisia e destacamento do parasito das veias mesentéricas