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Obstetrícia e Ginecologia de Animais de Produção

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Obstetrícia e Ginecologia
Resumo baseado no livro de Obstetrícia Veterinária
IMPORTÂNCIA DA OBSTETRÍCIA E FISIOLOGIA DA PRENHEZ
Conceito: A prenhez, gravidez ou gestação é um estado das fêmeas, que ocorre através
da fecundação de um ou mais óvulos, nidificação/placentação e evolução, até a expulsão,
quando ocorre o parto ou abortamento do feto.
A prenhez pode ser normal ou patológica, única ou múltipla, tópica ou ectópica.
Após o cruzamento ou inseminação, é feito o diagnóstico da gravidez, podendo resultar
na gravidez ou não. Caso o diagnóstico for positivo para gestação, ocorre o parto,
patologias da gestação, reabsorção embrionária ou abortamento.
Patologias da gestação: Hidropsia de envoltórios fetais, placentite, prenhez múltipla
patológica, prenhez ectópica ou extra uterina, fetos macerados e mumificados, prenhez
prolongada.
Reabsorção embrionária ou abortamento infeccioso: Brucelose, tricomonose,
campilobacteriose (vibriose), leptospirose, listeriose, diarréia bovina e vírus,
vulvovaginite pustular, doenças febris, germes inespecíficos como bactérias e fungos.
Reabsorção embrionária ou abortamento não-infeccioso: Alimentação, torção do
útero, manejo inadequado, medicamentos, predisposição hereditária, provocado.
Após o parto que pode ser Eutócico ou Distócico, ocorre o período de Puerpério, este que
pode ser normal ou patológico
Parto Eutócico: ocorre em quatro fases, sendo elas, preparatória, dilatação, expulsão do
feto e da placenta.
Parto Distócico: ocorre por fatores hereditários, doenças nutricionais, manejo
inadequado, anatômicos e funcionais, doenças infecciosas ou parasitárias, idade,
desequilíbrios hormonais, atonia uterina e má formação feral.
Puerpério Normal: Rápido reinício da atividade ovariana e precoce involução uterina,
não apresenta patologias.
1
Puerpério Patológico: Atraso no reinício da atividade ovariana e/ou na involução
uterina, apresenta patologias
FISIOLOGIA DA PRENHEZ
FORMAÇÃO DOS ENVOLTOS FETAIS
Juntas apertadas se formam entre a célula externa da mórula. As junções comunicantes
entre as células internas criam dois grupos de células. O sódio é bombeado para os
espaços intracelulares pela célula externa da mórula e a água segue osmoticamente,
portanto, os fluidos começam a se acumular dentro da mórula.
À medida que o fluido se acumula, as células externas tornam-se achatadas e uma
cavidade conhecida como blastocele é formada. As junções comunicantes que conectam
as células internas da mórula permitem que essas células se polarizem como um grupo.
Como resultado, surgem dois componentes celulares separados, estes são, a massa
celular interna (ICM) e o trofoblasto.
O blastocisto eclodido consiste na massa celular interna (ICM), o trofoblasto e a
blastocele. Muito cedo no desenvolvimento embrionário, o endoderma primitivo
(camada azul) começa a se formar abaixo da massa celular interna e cresce para baixo
formando um revestimento na superfície interna do trofoblasto. Ao mesmo tempo, o
mesoderma (camada vermelha) começa a se desenvolver entre o endoderma primitivo e
o embrião.
Quando o endoderma primitivo completa seu crescimento, forma uma cavidade
chamada saco vitelino.
O mesoderma continua a crescer, formando um saco que envolve a gema e empurra o
trofectoderma (anteriormente as células trofoblásticas). O saco mesodérmico
recém-formado empurra o trofectoderma e começa a se dobrar para cima, formando
estruturas "semelhantes a asas" chamadas dobras amnióticas.
O mesoderma agora envolve completamente o saco vitelino e o alantóide em
desenvolvimento. O alantóide é um divertículo do intestino primitivo que coleta resíduos
embrionários. O mesoderma continua a se fundir com as células do trofectoderma até o
córion. As dobras amnióticas continuam a crescer para cima ao redor do embrião
2
O saco vitelino começa a regredir, mas o alantóide continua a crescer e se expandir. As
pregas amnióticas cercam quase completamente o embrião. As bordas principais das
dobras amnióticas acabarão por se fundir.
As dobras amnióticas se fundem completamente, resultando na formação do saco duplo
ao redor do embrião. O saco interno consiste em trofectoderma e mesoderma e é
chamado de âmnio. Cria-se a cavidade amniótica. O córion envolve completamente todo
o concepto. O alantoide continua a se expandir e começa a preencher os espaços da
cavidade. Eventualmente, o alantoide e o córion irão se fundir formando o alantocório. O
saco vitelino continua a regredir.
O alanto-amnio e o alento-córion juntam-se aos vasos umbilicais formando o cordão
umbilical.
Entre o alantocórion e o alanto-amnio encontra-se o espaço alantoideano que envolve o
embrião parcialmente (ruminantes e porca) ou totalmente (ègua). Por isso é possível , no
momento do parto, romper-se a bolsa amniótica antes da bolsa alantoidiana.
No momento do parto na dependência dos envoltórios fetais que se justapõe a abertura
do cérvix, pode se projetar externamente a bolsa amniótica e não mais frequentemente
como ocorre, a saída da alantóide.
FECUNDAÇÃO
A INFalfa é produzida pelas células trofoblásticas do blastocisto. Se INFalfa atua nas
células endometriais do útero para inibir a produção de receptores de ocitocina, de modo
que a oxidação não pode estimular a síntese de PGF2alfa. Além disso, IFNalfa provoca a
produção de proteínas das glândulas uterinas. Ocorre o movimento de produtos que são
secretados no lúmen uterino para nutrir o concepto.
3
Em comparação entre a condição endócrina da fêmea sem concepto presente e com
concepto presente. Observe que na fêmea gestante não ocorrem episódios de PGF2alfa
que causam luteólise. Estes são bloqueados porque a síntese do receptor de ocitocina
endometrial é bloqueada. O reconhecimento materno deve ocorrer antes do início da
luteólise para que a gravidez seja mantida.
Nidificação e placentação: cada esfera preta representa um "ponto de parada" no qual o
concepto passa entre 5 e 20 minutos. A migração do concepto provavelmente distribui
fatores de gravidez (linhas brancas) sobre uma ampla superfície do endométrio. (slide 1
página 15)
FASES DA GESTAÇÃO, PLACENTA E LÍQUIDOS FETAIS
LÍQUIDOS FETAIS:
Função:
1. Proteger o feto o contra traumatismo, desidratação e variações de temperatura;
2. Permitir o crescimento do feto e seus movimentos sem prejudicar o útero;
3. Promover a dilatação do cérvix, vagina e vulva durante o parto;
4. Aumentar a lubrificação da vagina após o rompimento das bolsas, facilitando a
passagem do feto;
5. Inibir o crescimento bacteriano por sua ação de limpeza e prevenir a aderência.
PLACENTA:
Conceito: Órgão onde ocorrem as trocas metabólicas entre mãe e feto de substâncias
nutritivas e de enzimas, síntese de hormônios e a termorregulação do feto. As vilosidades
coriônicas que sobrepõem as circulações materna e fetal permitindo trocas de
substâncias.
4
Função: A placenta é comparável aquelas executadas pelos sistemas gestentérico,
respiratório, circulatório e renal
● Respiração do feto: vascularização capilar criptas e vilosidades; difusão de O2
CO2
● Alimentação do feto: água nos dois sentidos; difusão, transporte seletivo de
metabólicos, como, aminoácidos, glicose , ácidos graxos livres e lactatos
● Filtração: Barreira dependente da solubilidade e concentração. Impermeável as
soluções coloidais e corpúsculos (leucócitos, bactérias e outros)
● Secreção interna: gestágenos, estrógenos e gonadotropinas. A placenta tem
função na variação de nível de produção de seus hormônios no parto e na indução
e supressão da lactação.
● Imunoproteção: a passagem de imunoglobulinas depende do tipo de placenta
1. Ruminantes, suínos e equinos: impermeável a imunoglobulinas (transferência de
imunidade pelo colostro)
2. Carnívoros: transmissão de imunoglobulinas (reforçada pelo colostro)
As membranas fetais e os cotilédones fetais podem ser visualizados. O cordão umbilical
do feto recebe vasos sanguíneos dos cotilédones fetais. Placas de glicogênio podem ser
visualizadasna superfície do córion e do âmnio. Essas placas são proliferações
escamosas localizadas chamadas verrugas.
A placenta cotiledonar é caracterizada por numerosas estruturas "semelhantes a botões"
distribuídas pela superfície do córion. Estes são chamados de cotilédones fetais. Quando
se unem à carúncula materna, formam placentomas. Um cotilédone convexo fica
coberto de córion. Muitas vilosidades semelhantes a dedos originadas do tecido coriônico
se projetam em direção ao lúmen do útero. No cotilédone côncavo, o tecido coriônico
empurra para dentro, formando uma interface côncava entre o córion e a carúncula
materna
As membranas extra embrionárias anteriores consistem no âmnio, saco vitelino e
alantóide. Mesmo que o feto esteja localizado em um corno uterino, forma-se
placentomas.
Alguns cotilédones fetais foram parcialmente separados dos cotilédones maternos. O
córion da membrana externa do feto. O cotilédone fetal está preso à superfície da
carúncula criando um cotilédone convexo
5
Placenta da Porca: A placenta difusa da porca consiste em muitas vilosidades coriônicas
distribuídas por toda a superfície do córion. Eles penetram no endométrio formando a
interface materno-fetal. Os vasos de cada vilo corial se fundem e, eventualmente,
formam grandes vasos que entram no cordão umbilical.
Corticóides do feto ativam 17 alfa-hidroxilase, 17-20-desmolase e aromatase que
convertem a progesterona em estradiol. Esta conversão remove o "bloqueio de
progesterona" para a atividade do miométrio.
Células gigantes binucleadas migram do córion para o epitélio endometrial em
ruminantes. Acredita-se que essas células secretam lactogênio placentário e proteína B
específica da gravidez.
Os copos endometriais são vistos em uma configuração em forma de U. O feto é cercado
pelo âmnio.
A progesterona (P4) do corpo lúteo primário aumenta rapidamente após a ovulação e
depois diminui . Sem eCG, P4 continuaria a diminuir e a gravidez terminaria.
Após a estimulação por eCG, o CL primário é estimulado e a P4 no sangue materno
aumenta novamente. Se o eCG não fosse produzido, P4 continuaria a diminuir.
À medida que o eCG continua a aumentar, o CL acessório se desenvolve e o P1 aumenta
até cerca do dia 100. Após o dia 100, a placenta assume o papel principal de produção de
P4.
O lactogênio placentário tem ações lactogênicas e somatotróficas. A atividade lactogênica
do lactogênio placentário promove a função mamária na mãe, enquanto a atividade
somatotópica promove o crescimento fetal.
DURAÇÃO DA GESTAÇÃO
Período biológico variável: hereditariedade; meio ambiente; alimentação; estação do
ano; etc
6
Fatores que influenciam na duração da gravidez:
1. Raça: raças precoces e zootecnicamente puras é menor do que nas raças não
aperfeiçoadas
2. Sexo: (Macho) prenhez mais prolongada, um dois ou três dias.
3. Idade da mãe: nas primíparas é menor
4. Tamanho e número de fetos: feto maior nasce mais cedo. Nas multíparas varia
com o número de fetos, sendo menor, quanto maior for o número de fetos
gerados. Uníparas parto gemelares reduz de 1 a 3 dias.
5. Estações do ano: Estação chuvosa (menor), estação seca (maior)
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MATURAÇÃO DO FETO
Conceito: Um feto maduro é o marco do término fisiológico da prenhez. Nas fases da
maturação podemos determinar a idade do feto baseando-se na posição, na formação dos
órgãos, peso, comprimento, revestimento piloso, aspecto da placenta e quantidade de
líquido fetal.
Os sinais de maturação do feto a seguir, são observados na espécie bovina.
Feto imaturo: menos de 270 dias, contém pêlos curtos, e pêlos da região umbilical
sempre menores aos do corpo.
Feto maduro: entre 270 e 295 dias, contém pêlos abundantes, pêlos na região umbilical
mais longos aos do resto do corpo, pinças e primeiros médios sempre presentes na
arcada dentária e não são cobertos pela gengiva.
Feto demasiadamente maduro: contém mais de 295 dias, pêlos excessivos, longos e
encaracolados, principalmente na região umbilical. Erupção dos dentes de leite.
HIGIENE DA PRENHEZ
1. Liberdade no pasto bem formado (pasto-maternidade), exercício ao ar livre,
alimentação natural suplementada.
2. Observação diária, principalmente nas fases mais adiantadas
3. Manejo adequado, sem traumas nas porteiras, bretes e nos transportes.
4. Nas raças leiteiras suspender a ordenha 2 meses antes do parto.
5. Fornecer boa alimentação, equilibrada. Evitar alimentos mofados, geadas.
Fornecer alimentação turbinada: aguamento e acetonemia
6. Banhos frios em Éguas
7. Evitar trabalhos pesados, tração, caminhadas e exercícios extenuantes
8. Evitar uso de medicamentos, como vermífugo, dexametasona ou fluormatazona,
rompum e ocitócitos (éguas)
9. Esclarecimento dos abortamentos
10. Vacinações obrigatórias
FORMAS ESPECIAIS DA PRENHEZ
Superfecundação: fecundação de mais de um óvulo, no mesmo cio, por um ou
diferentes machos. (Porcas, cadelas e gatas)
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Superfetação: fecundação de óvulos de diferentes cios, gestação de fetos com diferentes
idades (exceto a égua)
PATOLOGIA DA PRENHEZ
Alterações patológicas dos anexos fetais
Molas
Causam a morte do embrião nos estágios primitivos e geralmente é absorvido. Os anexos
se desenvolvem mas com modificações estruturais evidentes. São observadas em
bovinos, caninos e suínos.
Os anexos fetais após destruição do embrião, formam uma verdadeira bolsa com líquido,
descrita em bovinos e ovinos.
● Mola Hidatiforme: Degeneração cística das vilosidades coriônicas, onde há
cobertura total ou parcial das vilosidades, com cistos pendulares ou sésseis
(Bovinos e caninos)
● Mola Vilosa: Crescimento exuberante das vilosidades do córion
● Mola Hemorrágica: Hemorragia intensa da placenta após a morte traumática do
embrião. O coágulo envolve o produto e se organiza.
● Mola Carnosa: Evolução da mola hemorrágica, o coágulo organizado perde sua
coloração intensa, tomando um aspecto cárneo
Diagnóstico: é feito após repetição de exames, sem evidência de melhora do quadro
clínico.
Tratamento: é feito com PgF2alfa e seus análogos.
Hidropisias
O acúmulo exagerado dos líquidos fetais, chegando a 200 litros, tendo em mente que o
normal é de 20 litros, pode ser configurado por: Hidroalantóide, Hidroâmnio e
Hidroâmnio-Hidroalantóide.
Nos bovinos, de 85 a 95% dos casos de hidropsia estão enquadrados como
hidroalantóide. Hidroâmnio são 5% dos casos, já a Hidroâmnio-Hidroalantóide não
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ultrapassa os 7%.
Ocorrem em vacas, pequenos ruminantes, égua e nos carnívoros. É mais observado
durante gestações gemelares e nessas condições, 95% dos casos levam ao abortamento.
Etiologia das hidropisias
1. Malformações dos fetos, como anencefalia, hidrocefalia, monstro duplo,
esquistossoma, reflexos e muitas outras.
2. Distúrbios hepato-renais nos fetos: são associados a hidroalantoide; a
hidronefrose é uma malformação que pode aumentar de forma exagerada a
excreção renal.
3. Torções ou compressões do cordão umbilical: podem determinar alterações
congestivas e edematosas da placenta, seguida de transudação de líquidos e
hidropisias.
Sintomas
Forma leve: Apresenta ligeiro aumento bilateral do volume abdominal, consequente ao
acúmulo de líquido no útero, podendo haver possibilidade de confusão com a gestação
gemelar. Não há alterações do estado geral e das funções vitais.
Forma média: Útero aumentado de tamanho, apresentando forma de tonel, e há
compressão e deslocamento de órgãos da cavidade abdominal, com consequentes
distúrbios gerais, como, taquipnéia com dispneia, taquicardia e distúrbios digestivos. Na
palpação retal, nota-se aumento de volume, flutuação e tensão do útero.
Forma grave: aumento exagerado e característico da cavidade abdominal; ao palpar
externamente a região a nível do flanco direito, o animal pode apresentar flutuação
abdominal. O animal evita mudar de posição e frequentemente ocorre decúbito
permanente. Distúrbios cárdio-respiratórios estão associados. A inapetência é intensa
nessa fase da enfermidade.
Complicações
Ocorrem decorrentesà distensão exagerada do útero, contrações insuficientes ou
debilitadas da parede uterina, principalmente nas formas leve da doença. Podem ocorrer
outras complicações antes e depois do parto, como:
1. Antes do parto: Prolapso vaginal; Paraplegia; Hérnia abdominal ou ruptura da
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parede abdominal; Ruptura do útero e Colapso.
2. Depois do parto: Colapso pela descompressão dos órgãos abdominais; o sangue
flui aos vasos abdominais, diminuindo no cérebro e no coração; Atonia e RP;
Diminuição da lactação e agalactia.
Diagnóstico: ascite, hidrometra, prenhez múltipla patológica;
Prognóstico: desfavorável, levando em consideração o feto morto ou fracos, que causam
risco de vida da parturiente.
Tratamento: abortamento.
Edema e Placentite
Etiologia: abortos decorrentes de infecções bacterianas e fúngicas, como, Brucella
abortus, Campylobacter, Aspergillus e Mucor spp.
Sintomas: o inchaço inflamatório pode afetar a ligação entre a carúncula materna e o
cotilédone fetal; o envolvimento do endométrio pode interferir com o sistema endócrino,
causando mudanças da terceira etapa do parto; ou bactérias e toxinas que podem afetar
o miométrio.
Evolução: a retenção pode ocorrer, principalmente se muitas vacas pariram na mesma
acomodação em rápida sucessão, provavelmente devido ao acúmulo de organismos
virulentos no ambiente, como Streptococcus do grupo C, E. coli, Staphylococcus,
Pseudomonas e A. pyogenes.
Diagnóstico: a placentite pode ser considerada causal da retenção da membrana,
edematoso, alterações necróticas e hemorrágicas podem ser vistas na placenta coriácea.
O aumento dos placentomas, na ausência da placentite, também leva à retenção.
Tratamento: medidas profiláticas, como a vacinação anti brucélica nas bezerras;
antibioticoterapia uterina após abortamento.
Morte embrionária e Aborto
Muitos óvulos fecundados, embriões ou fetos precoces podem ser abortados, sem que se
perceba.
Etiologia: Fatores exógenos e endócrinos.
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Sintomas: repetição de cios, regulares ou irregulares.
Tratamento: medidas preventivas.
Morte enfisematosa
Os fetos morrem e tornam-se enfisematosos e retidos no útero.
Etiologia: Parto laborioso, onde o feto é contaminado por bactérias anaeróbicas.
Sintomas: distúrbios do estado geral. Timpanismo; Corrimento vaginal; Náusea; Feto
volumoso; Queda de pêlos; Cascos se desprendem fácil; Na palpação, nota-se crepitação
enfisematosa (bolhas de gás)
Evolução: Feto macerado e produção de gás nos tecidos do feto.
Diagnóstico: Corrimento vaginal esporádico, na cor marrom ou enegrecido. Na palpação
não há líquidos.
Tratamento: Esvaziar o útero; tração do feto; fetotomia; lavagem uterina; prostaglandina
F2alfa e antibioticoterapia.
Morte Fetal (mumificação)
Podem ocorrer nas fases mais adiantadas da gestação (abortamento) ou podem sofrer
um processo de mumificação e ficar retido (é o processo asséptico de involução do feto)
Etiologia: torção uterina; traumatismo; fatores hereditários.
Sintomas: esforços expulsivos; indigestão; cólicas; gestação - ou pseudo gestação -
prolongada
Evolução: Reabsorção dos líquidos fetais e líquidos intersticiais do feto; ressecamento e
retração; aderência da placenta; desaparecimento dos placentomas; endurecimento;
petrificação.
Diagnóstico: Palpação retal nas vacas mostra ausência de líquidos fetais, placentomas e
parece uterina colada no feto.
Tratamento: Prostaglandina F2alfa
12
Morte Fetal (maceração)
Podem ocorrer nas fases mais adiantadas da gestação (abortamento) ou podem sofrer
um processo de maceração.
Etiologia: Torção uterina; traumatismo; fatores hereditários; infecção no útero.
Sintomas: Esforços expulsivos; Corrimento castanho fétido com tecidos moles e ossos;
emagrecimento; metrite séptica ou crônica; peritonite (perfuração do útero)
Evolução: Processo asséptico; reabsorção dos líquidos fetais e dos líquidos intersticiais;
ressecamento e retração; aderência da placenta à parede uterina; desaparecimento dos
placentomas
Diagnóstico: Palpação retal; crepitação óssea nas vacas.
Tratamento: Prostaglandina F2alfa
Perturbação da prenhez de origem materna
Pseudogestação ou Pseudociese
É um distúrbio endocrinológico, onde uma fêmea NÃO gestante, comporta-se como se
estivesse prenha, em trabalho de parto ou paridas. Ocorre principalmente em cadelas. As
éguas podem manifestar esse distúrbio. As gatas, se a cópula for infértil, também podem
apresentar esse distúrbio.
Etiologia: Persistência do corpo lúteo após o cio.
Sintomas: Aumento de peso e volume corporal; edema mamário; secreção láctea;
tumefação da vulva; corrimento vaginal mucoso; tende a se esconder e preparar um
ninho.
Diagnóstico: Palpação do abdômen ou US, em cadelas.
Tratamento: Prostaglandina F2alfa.
Cio durante a prenhez: 5% das vacas podem apresentar
Corrimento vaginal durante a prenhez
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Pode ser hemorrágico, seroso, muco-purulento e purulento.
Etiologia - corrimento hemorrágico: Ruptura de hematomas ou varizes vaginais;
traumas na bexiga ou sistema urinário na cópula; metrorragias por traumas; infecções
ou tumores ulcerados (sticker)
Evolução: cura espontânea; hemorragias graves
Tratamento: Cirurgias vaginais e uterinas, no caso de metrorragias, abortamento.
FASES DA MATURAÇÃO FETAL
A menos que haja informações precisas sobre as datas de ovulação e cobertura, o
principal critério usado na determinação da idade dos embriões e fetos é baseado no
tamanho e nas características gerais do desenvolvimento do útero e do feto. As
modificações nos órgãos reprodutivos e a curva de crescimento do feto variam conforme
a espécie animal.
Éguas
● 19 a 21 dias de gestação: tônus uterino e cervical aumentam, atingindo seu
máximo. O concepto pode ser detectado por palpação retal
● 30 dias de gestação: inicia- se um crescimento rápido e o aumento de volume
progressivamente se estende em direção ao ápice do corno gestante.
● 60 dias de gestação:
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