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INSTRUMENTAÇÃO BIOMÉDICA 
Apresentação 
 
Os cuidados com a saúde humana incluem uma série de abordagens multidisciplinares e 
complementares. Elas necessitam umas das outras, pois apoiam-se mutuamente. As práticas 
biomédicas contribuem para a prevenção das doenças e para o diagnóstico que possibilitará 
acompanhar o prognóstico e tratamento. 
Preocupando-se com o uso correto dos equipamentos e o descarte adequado dos resíduos gerados, 
essa disciplina se propõe a conduzi-lo para o exercício ético e profissional da biomedicina. É muito 
importante que você dispense, além dos cuidados aos pacientes, o autocuidado, o autorrespeito e o 
amor-próprio, utilizando corretamente os equipamentos de proteção individual e coletiva, além de 
fazer intervalos de descanso. 
Com essas práticas, você incentiva e apoia as descobertas da Ciência, trazendo para o cotidiano os 
conhecimentos capazes de promover saúde por meio da prevenção contra acidentes de trabalho. 
Desse modo, desejamos que durante os estudos de Instrumentação Biomédica você se sinta 
motivado a exercer a profissão de biomédico com amor e entusiasmo. 
Que essa leitura ajude na construção dos seus conhecimentos! 
 
UNIDADE 1 
O laboratório de análises clínicas 
 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
Apresentar o laboratório de análises clínicas e as atribuições do laboratorista; 
Descrever o projeto da estrutura física e a infraestrutura do laboratório; 
Explicar os procedimentos de segurança no laboratório de análises clínicas; 
Discutir os procedimentos de primeiros socorros em casos de acidentes; 
Explicar a utilização dos equipamentos do laboratório de análises clínicas; 
Aplicar os princípios utilizados nos cálculos em laboratório; 
Aplicar os princípios utilizados na preparação de reagentes. 
 
TÓPICOS DE ESTUDO 
O laboratório clínico e o laboratorista 
// Projeto arquitetônico e infraestrutura do laboratório de análises clínicas 
// Segurança no laboratório e primeiros socorros 
// Descarte, segregação e descontaminação dos resíduos sólidos de serviços de saúde 
 
Equipamentos gerais do laboratório 
// Autoclave 
// Estufas 
// Microscópios 
// Cabine de segurança 
// Potenciômetro ou pHmetro 
// Centrífuga 
Manuseio dos equipamentos: calibração, rastreamento e interferentes amostrais 
// Manuseio da autoclave 
// Manuseio do microscópio 
// Manuseio da centrífuga 
Cálculos de laboratório e preparo de reagentes 
// Fator de diluição 
// Diluição seriada 
 
O laboratório clínico e o laboratorista 
 
O laboratório de análises clínicas é o local em que se realizam as coletas de amostras de fluidos 
corporais para serem analisadas por diferentes métodos, com o objetivo de auxiliar na prevenção, 
diagnóstico e prognóstico de doenças. 
Eles são regulados pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e seu funcionamento deve 
seguir as normas da vigilância sanitária do estado de atuação. 
Para atender bem ao paciente, à legislação e cumprir seu papel na realização dos exames de forma 
adequada, os laboratórios de análises clínicas devem contar com setores específicos para atender 
as necessidades de cada exame. Em geral, os setores mais frequentemente encontrados nos 
laboratórios são os de bioquímica, imunologia, hematologia, microbiologia e parasitologia. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A regulamentação das análises clínicas, no Brasil, é regida por três conselhos: o de farmácia, o de 
biomedicina e o de medicina. A faculdade de biomedicina forma profissionais habilitados a 
trabalharem em análise do meio ambiente, serviços de radiologia, hemoterapia e radiodiagnóstico, 
além da pesquisa científica. 
 
Quadro 1. Alguns setores dos laboratórios de análises clínicas. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/02/2021. 
(Adaptado). 
A coleta dos materiais biológicos e envio deles para a análise é realizada pelos técnicos em análises 
clínicas. A formação desses profissionais ocorre mediante realização de curso técnico com cerca de 
1200 horas dedicadas, principalmente, aos estudos biológicos, hematológicos, imunológicos, 
químicos e fisiológicos. Os técnicos em análises clínicas também são responsáveis por orientar os 
pacientes em como realizar a coleta, preparar a amostra, realizar análises microscópicas, incluindo 
diagnóstico parasitológico, realizar testes laboratoriais e operar, calibrar e manter os equipamentos 
em condições adequadas. Por outro lado, a análise das amostras é atribuição de profissionais 
habilitados, com formação de nível superior, formados em Biomedicina e Farmácia. 
O exercício das funções dos profissionais envolvidos nas análises clínicas requer a priorização 
da ética profissional, exercida com rigidez desde a coleta do material até a apresentação dos 
resultados, a fim de preservar os direitos dos pacientes. 
 
PROJETO ARQUITETÔNICO E INFRAESTRUTURA DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES 
CLÍNICAS 
As atividades desenvolvidas no laboratório de análises clínicas expõem os trabalhadores a diferentes 
tipos de riscos, assim como outras pessoas e o meio ambiente. 
Para minimizar ou eliminar os riscos, é imprescindível que o laboratório seja planejado em todas as 
suas etapas de funcionamento, a começar pelo projeto arquitetônico, que deve prever os tipos de 
serviços a serem prestados para, assim, atender às normas sanitárias e de biossegurança (BRASIL, 
2004; BRASIL, 2006). 
A estrutura física, administrativa e técnica deve ser compatível com as atividades a serem 
desenvolvidas. A Resolução-RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, da Anvisa, dispõe sobre o 
regulamento técnico para o planejamento e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos 
assistenciais de saúde, discriminando, detalhadamente, os requisitos de infraestrutura das salas de 
coleta e de procedimentos (BRASIL, 2002). 
O planejamento do laboratório precisa priorizar a segurança das pessoas que trabalham e circulam 
pelo espaço físico, a proteção da amostra, a precisão dos resultados e a eficiência no fluxo de 
trabalho. Ainda é necessário planejar as medidas de proteção do meio ambiente relacionadas 
aos resíduos gerados pelo laboratório durante suas atividades (BRASIL, 2004). 
Nesse sentido, é necessário atender às normas de proteção contra incêndio, determinadas pelas 
regulamentações de segurança do corpo de bombeiros do município, e identificar as rotas de fuga e 
saídas de emergência, cujas portas devem ser dotadas de barra antipânico, para abrirem com um 
pequeno toque. Com relação à parte elétrica, é necessário existir um sistema de proteção contra 
descargas atmosféricas e os equipamentos eletroeletrônicos conectados a uma rede estabilizada e 
aterrada. 
É importante que o laboratório saiba de antemão quais os serviços que pretende oferecer, para que 
o projeto contemple as exigências de biossegurança, conforme a classe de risco dos organismos que 
serão manipulados (BRASIL, 2006). 
// Recepção e sala de espera 
 
A recepção e a sala de espera se destinam a receber os pacientes e acompanhantes, bem como 
acomodá-los enquanto aguardam o atendimento. Em laboratórios maiores, que tenham outros 
serviços de diagnóstico além de análises clínicas, a recepção e a sala de espera poderão ser 
compartilhadas. É necessário que haja acomodações para todos, e que existam sanitários 
masculinos e femininos em número suficiente para atender à pacientes e acompanhantes, e que, 
inclusive, garantam acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais (BRASIL, 
2004). 
 
// Sala de coleta de sangue 
Considerando que a fase de coleta de sangue é um momento que, habitualmente, gera medo ou 
desconforto para o paciente, é fundamental que a infraestrutura física do local passe boa imagem do 
serviço e dê credibilidade, além de garantir segurança. É importante consultar a vigilância sanitária 
do município onde o laboratório será construído, uma vez que as exigências legais podem variar 
entre os municípios e estados. O regulamento técnico detalhado parafuncionamento de laboratórios 
clínicos e das áreas de coleta de amostras biológicas é disposto na resolução nº 302, de 13 de 
outubro de 2005 (BRASIL, 2005). 
Esses ambientes devem ter dimensões suficientes para assegurar a movimentação confortável do 
paciente e do funcionário, considerando a presença de um acompanhante no momento da coleta. 
 
 
 
Este espaço deve ter, no mínimo, 1,5 m2 e permitir até 15 coletas a cada hora. É necessário que o 
box de coleta tenha uma cadeira ou poltrona, com braço apropriado para a coleta de sangue, 
bancada de apoio para armazenamento e uso dos materiais de coleta, um dispositivo para a 
higienização das mãos, que pode ser álcool em gel ou lavatório, e um recipiente rígido adequado 
para o descarte de materiais de perfuração. 
Espaço com pelo menos 3,6 m2 no qual, além dos componentes presentes no box de coleta, tenha 
uma maca para ser usada por uma pessoa adulta quando houver necessidade de realização de 
coleta em decúbito dorsal, de repouso prévio à coleta e para o descanso após a coleta. 
 
// Salas de coleta infantil 
 
A sala de coleta de amostra de sangue das crianças deve ser separada da do adulto, decorada com 
motivos infantis e ter uma brinquedoteca para que elas se distraiam enquanto aguardam o 
atendimento. 
O espaço reservado para proceder à coleta de sangue deve ter uma cadeira para que o 
acompanhante se sente com a criança no colo. Precisa ter, também, uma maca apropriada para 
crianças, bancada para troca de fraldas e colocação de sacos coletores de urina. Também, é 
necessário ter uma pia para higienização da criança. 
 
 
// Salas para coleta de outros líquidos biológicos: secreções genitais, medula óssea e 
líquido cefalorraquidiano 
 
O laboratório deve dispor de salas especiais para coleta de amostras de secreções genitais femininas 
e masculinas, nas quais devem ter macas apropriadas para os procedimentos e banheiros privativos. 
Os laboratórios que realizarem coleta de medula óssea para realização de mielogramas e de líquido 
cefalorraquidiano precisam dispensar maiores cuidados na assepsia e contar com um espaço físico 
maior, destinado ao repouso do paciente após o procedimento (BRASIL, 2004). 
 
// Infraestrutura 
 
A infraestrutura dos boxes e salas de coleta deve, obrigatoriamente, escolher materiais para pisos, 
paredes ou divisórias que sejam duráveis, impermeáveis, laváveis e resistentes às soluções 
desinfetantes. Essas medidas serão necessárias para garantir a limpeza e conservação das 
instalações, que deverá seguir uma rotina sob orientação de profissional capacitado ou pela 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). 
É necessário adotar medidas preventivas para afastamento de insetos e roedores, como o uso de 
telas e outros dispositivos. 
É importante a presença de pia com água corrente para higienização das mãos entre uma coleta e 
outra. Se houver armário sob a pia, nele não poderá ser guardado os materiais estéreis, em função 
da proximidade do sifão. É necessário que o ambiente seja bem iluminado e ventilado, podendo 
contar com ventilação natural ou artificial de modo a garantir conforto ao trabalhador e ao paciente. 
Se houver janelas, elas deverão ser protegidas com telas milimétricas. 
As portas e os corredores deverão ser largos o suficiente para permitir a passagem de cadeiras de 
rodas, macas e garantir acessibilidade confortável às pessoas portadoras de necessidades 
especiais. 
 
Os colchões, as cadeiras e poltronas precisam ser revestidos por material impermeável. Considerar, 
na escolha das cadeiras e poltronas utilizadas para coletas de sangue, o conforto e segurança do 
paciente e do flebotomista, sobretudo quanto aos aspectos ergonômicos. É importante que a cadeira 
tenha regulagem de braço e seja reclinável, para assistir o paciente caso apresente desmaio ou 
hipotensão (BRASIL, 2004). 
 
// Sala de armazenamento interno de resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS) 
 
A resolução-RDC nº 306, da Anvisa, determina que todo órgão gerador de resíduos sólidos 
produzidos em saúde (RSSS), é por eles responsável desde sua geração até a disposição final. Ele 
deve possuir uma sala para armazenamento interno temporário. Esta sala deve localizar-se longe 
dos locais de permanência e de circulação de pessoas, mas próxima das áreas de armazenamento 
de material de limpeza ou do expurgo e da coleta externa dos resíduos (BRASIL, 2004). 
A sala de armazenamento temporário deve ter tamanho compatível com o volume de resíduos 
gerados e que deverão, portanto, ficar armazenados de acordo com a periodicidade da coleta. Ela 
deve ser identificada, ter aberturas para ventilação equivalente a, no mínimo, 1/20 da área do piso, 
o qual deve ser revestido de material liso, impermeável, lavável e de fácil higienização. É necessário 
ter tela de proteção contra insetos, pontos de iluminação, energia elétrica e água, sendo o 
escoamento direcionado para a rede de esgoto do estabelecimento, com ralo sifonado e com tampa 
que permita sua vedação. 
 
O acesso à sala de armazenamento temporário é restrito aos funcionários responsáveis pelo 
gerenciamento de resíduos e deve abrigar recipientes contendo os sacos com resíduos previamente 
segregados e descontaminados (BRASIL, 2004). 
O piso da área pela qual ocorrerá o trajeto dos resíduos, desde sua geração até o armazenamento 
externo, deve ter revestimento resistente à abrasão, com superfície plana, regular, antiderrapante e 
com rampa (BRASIL, 2002). 
 
SEGURANÇA NO LABORATÓRIO E PRIMEIROS SOCORROS 
 
O laboratório de análises clínicas é um ambiente no qual se encontram várias substâncias químicas, 
equipamentos e materiais biológicos, os quais representam situações de perigo, sobretudo para o 
trabalhador. Isso faz com que as pessoas que trabalham nesse ambiente sejam expostas a vários 
tipos de riscos, os quais poderão levar a acidentes de trabalho. 
EXPLICANDO 
Perigo é a condição que apresenta potencial para causar um risco, que por sua vez é a possibilidade 
de um perigo causar danos ou prejuízos à saúde, e é expresso numericamente. Acidente é o 
acontecimento indesejado de um evento ou dano, decorrente da falta de planejamento e que pode 
provocar lesão, adoecimento e morte. 
O conhecimento dos perigos e riscos permite um bom planejamento, cuja execução irá proteger a 
equipe contra acidentes conforme reconhecimento pelas legislações trabalhista, sanitária e 
ambiental. Entende-se que é necessário proteger a saúde do trabalhador, o ambiente de trabalho e 
seu entorno, os animais e o meio ambiente. Mas nem sempre foi assim. A demanda por planejar 
estratégias visando os cuidados durante as atividades laborais na área de saúde surgiu a partir do 
processo de industrialização e a consequente produção em larga escala. Embora a sociedade tenha 
se beneficiado em poder adquirir produtos mais baratos, junto com os avanços da tecnologia vieram 
o aumento de resíduos químicos, físicos e biológicos. O descarte desses produtos no meio ambiente 
demanda técnicas adequadas de descontaminação. Além disso, o aumento das atividades nos 
laboratórios expôs os trabalhadores e as áreas próximas ao risco de contaminação. 
Assim, surgiu a biossegurança, uma ciência voltada para a preservação da saúde das pessoas, dos 
outros animais e do meio ambiente. A adoção das medidas de biossegurança é obrigatória em todos 
os tipos de trabalho, uma vez que todos eles oferecem riscos à saúde do trabalhador. 
A redução ou eliminação da exposição aos agentes de risco no laboratório é obtida por medidas de 
contenção, que são os métodos de segurança usados durante a manipulação de agentes de risco. 
A contenção primária é obtida pela adoção das boas práticas laboratoriais, imunização do 
trabalhador e utilização dos equipamentos de segurança individual e coletiva, como as luvas e as 
cabines de segurança biológica, respectivamente. A contenção secundária se refere às edificaçõese instalações laboratoriais adequadas. A combinação adequada desses elementos de contenção 
indicadas para o laboratório será realizada após avaliação de risco dos trabalhos. 
Cabe ao empregador oferecer o treinamento dos funcionários, bem como todos os equipamentos 
necessários à segurança, gratuitamente. Esses equipamentos de proteção individual (EPIs) variam 
de acordo com os riscos aos quais os funcionários são expostos. É dever de cada profissional usar 
corretamente os EPIs e exercer medidas de boas práticas de laboratório (BPL) para que o trabalho 
seja eficiente e os riscos de acidentes minimizados. 
 
Diagrama 1. Medidas de contenção primária e secundária. 
// Equipamento de proteção individual – EPI 
 
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na Norma Regulamentadora nº 6 (NR 6), 
define equipamento de proteção individual como sendo “todo dispositivo ou produto, de uso 
individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a 
segurança e a saúde no trabalho”. (BRASIL, 1978). 
Os EPIs mais utilizados nos trabalhos nos laboratórios de análises clínicas são o jaleco, as luvas, as 
máscaras, os óculos de proteção e a touca. De acordo com o nível de biossegurança dos agentes 
biológicos com os quais o laboratório trabalha, outros EPIs serão obrigatórios, como protetores 
faciais, máscaras com filtros especiais, botas ou propés, macacões etc. 
 
Figura 1. Trabalhadora da área de saúde utilizando os equipamentos de proteção individual. Fonte: Shutterstock. 
Acesso em: 23/02/2021. 
 
// Primeiros socorros 
 
Existem situações nas quais, mesmo que todos os profissionais tenham adotado as boas práticas 
em laboratório, os acidentes acontecem. Nesse caso, é muito prudente manter a calma e adotar um 
protocolo para que os danos não aumentem de proporção. É preciso contar imediatamente para os 
colegas e pedir ajuda. 
A Anvisa e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criaram padrões e normas de 
condutas para garantir a segurança do trabalho nos laboratórios clínicos. As principais delas são 
a resolução nº 302 e a NBR 14785 (BRASIL, 2005; ABNT, 2001). 
 
A resolução nº 302 descreve que a equipe precisa ter um manual de biossegurança disponível e 
receber treinamento e capacitação. Muitos laboratórios utilizam os Procedimentos Operacionais 
Padrão (POP), cujo objetivo é padronizar condutas diárias a fim de minimizar a ocorrência de erros. 
Nesse manual devem ter as seguintes orientações (ANVISA, 2005): 
• Condutas e normas de segurança ambiental, biológica, física, química e ocupacional; 
• Instruções de uso para equipamentos de proteção; 
• O que fazer em caso de acidentes; 
• Como realizar o transporte e manuseio de materiais e amostras biológicas. 
A NBR 14785 foi criada pela ABNT para proteção dos trabalhadores e dos pacientes dos laboratórios 
clínicos. Determina que os colaboradores devam ser treinados a (ABNT, 2001): 
• Interromper as atividades quando houver risco imediato; 
• Identificar e notificar problemas de segurança; 
• Providenciar ações para corrigir situações de risco; 
• Participar da implementação das ações corretivas. 
O Ministério do Trabalho determina que todo acidente seja registrado em formulários para 
providenciar os procedimentos legais e de segurança a fim de proteger o trabalhador. O responsável 
pelo laboratório deve preencher a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e tomar todas as 
medidas necessárias em até 24h. Todas as pessoas envolvidas no acidente precisam realizar 
exames de sangue e testes sorológicos. 
 
Diagrama 2. Fluxograma de registro da CAT. Fonte: RIBEIRÃO PRETO, 2019, p. 18. 
 
// Condutas de primeiros socorros 
 
Após exposição ocupacional, o profissional precisa passar por procedimentos de primeiros socorros 
e, assim que possível, ser levado para atendimento médico. Veja os principais acidentes em 
laboratório e os procedimentos de primeiros socorros: 
Respingo de produto químico nos olhos 
É preciso lavá-los abundantemente com água durante pelo menos 15 minutos, mantê-los abertos e 
procurar um médico. Nenhum produto deve ser colocado nos olhos para tentar neutralizar o reagente; 
Respingo de produto em outra região do corpo 
Tirar a roupa e expor o lugar atingido. Lavar a região na pia ou no chuveiro de emergência durante 
15 minutos e procurar um médico; 
Queimaduras 
Cobrir a área queimada com vaselina estéril e procurar ajuda médica; 
Corte 
Lavar a região do corte com água em abundância, cobrir com gaze e atadura de crepe e procurar 
um médico. 
 
A exposição ao material biológico é o acidente mais frequente entre os profissionais de laboratório. 
Diante do risco de infecção que representam, esses acidentes são classificados como leve, 
moderado e grave. 
 
Quadro 2. Caracterização do acidente e medidas a serem adotadas. Fonte: TAVARES, s. d.; Shutterstock. Acesso em: 
23/02/2021. 
Considerando a exposição aos riscos biológicos e facilidade de contaminação pelo vírus da hepatite 
B, todo profissional de saúde, incluindo o laboratorista, deve se prevenir contra a doença mediante 
a imunização. A vacina é extremamente eficaz e administrada em três doses, com intervalos de 0,1 
e seis meses, e essa medida é considerada de contenção primária. 
 
Tabela 1. Risco de infecção pelos vírus HIV e da hepatite B em função da exposição. Fonte: RIBEIRÃO PRETO, 2019, 
p. 16. 
Após os primeiros socorros, o trabalhador acidentado deverá ser submetido à avaliação médica para 
adoção das medidas profiláticas adequadas, que podem incluir imunização e quimioprofilaxia para 
HIV e hepatite B dentro de uma a duas horas após o acidente. O trabalhador deverá ser 
acompanhado nos próximos meses, realizando exames sorológicos. 
 
DESCARTE, SEGREGAÇÃO E DESCONTAMINAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS 
DE SAÚDE 
 
Diante dos perigos associados aos RSSS, tais como agulhas, sobras de medicamentos, placas de 
cultura e material contaminado com sangue, eles devem passar por um processo 
de segregação e descontaminação antes de serem descartados. 
Existe um protocolo bastante rígido, determinado pelas agências sanitárias e ambientais, para o 
descarte de todos os materiais que são utilizados na rotina do laboratório de análises clínicas e outras 
instituições de saúde. Tal exigência se justifica pela necessidade de proteger o ser humano e outros 
animais de serem infectados, intoxicados ou sofrerem outros tipos de danos decorrentes do descarte 
inadequado dos resíduos produzidos no laboratório. 
 
// Segregação dos Resíduos Sólidos de Serviços em Saúde (RSSSS) 
 
Considerando que o destino final da maioria dos RSSS é o aterro sanitário, onde irão se misturar aos 
resíduos urbanos, há a necessidade de proteger o meio ambiente de possíveis contaminações, bem 
como todas as pessoas envolvidas nesse processo – os trabalhadores e os catadores de resíduos. 
O manejo dos RSSS é um conjunto de ações de gerenciamento envolvendo etapas dentro e fora do 
estabelecimento, desde a geração até a disposição final. 
A primeira técnica de manejo e a segregação, que consiste na separação dos resíduos de acordo 
com o grupo a que pertençam, diretamente na fonte e momento de sua produção. 
 
Quadro 3. Classificação dos resíduos sólidos de serviços de saúde. 
A segunda técnica é o acondicionamento, em que os resíduos segregados são mantidos em sacos 
ou recipientes resistentes a vazamentos, punctura e ruptura, cuja capacidade de acondicionamento 
deva ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo: 
• Os resíduos sólidos são coletados em sacos plásticos de acordo com a NBR 9191, 
respeitando o limite de peso, nunca ultrapassando 1/3 de sua capacidade, esvaziamento ou 
reaproveitamento (ABNT, 2000). Os sacos são mantidos em coletores com tampa, cujo 
sistema de abertura não exija contato manual, que tenham cantos arredondados e que sejam 
resistentes à lavagem e descontaminação; 
• Os resíduos perfurocortantessão coletados em recipientes resistentes à punctura, de 
plástico ou papelão rígido, de modo a impedir ruptura, vazamento e ao processo de 
descontaminação utilizado pelo laboratório. As agulhas usadas não podem ser manipuladas 
antes de serem desprezadas, recapeadas nem removidas das seringas (BRASIL, 2004); 
• Identificação dos sacos e recipientes de acondicionamento, de carrinhos de transporte 
interno e externo e dos locais de armazenamento dos resíduos têm o objetivo de permitir a 
fácil visualização e reconhecimento de forma indelével, por meio de símbolos, cores e frases, 
os resíduos contidos nos sacos e recipientes de coleta, de modo a fornecer informações para 
o manejo correto. A identificação precisa atender aos parâmetros referendados na norma NBR 
7500, da ABNT, e outras exigências de acordo com o risco específico de cada grupo de 
resíduos (ABNT, 2017): 
1- Resíduos do Grupo A: símbolo internacional de risco biológico, com rótulos de fundo 
branco e desenho e contornos pretos; 
2- Resíduos do Grupo B: símbolo de risco associado com discriminação de substância 
química e frases de risco; 
3- Resíduos do Grupo C: símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de 
cor magenta), em rótulos de fundo amarelo com contornos pretos, acrescido da frase: 
Rejeito Radioativo; 
4- Resíduos do Grupo D: identificado pela frase: Resíduo Perfurocortante. 
 
Figura 2. Recipiente de descarte de resíduos do grupo E. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/02/2021. 
 
CURIOSIDADE 
No Grupo D, incluem-se os resíduos comuns, resultados dos trabalhos administrativos, como 
papelaria e restos de alimentos. Por não oferecerem riscos à saúde do trabalhador, não precisam 
ser identificados. 
A terceira técnica é o transporte Interno. É o translado dos resíduos dos pontos de origem até o local 
de armazenamento temporário interno ou armazenamento externo para a coleta. O planejamento do 
traslado deve seguir um roteiro definido e em horários diferentes dos períodos de maior fluxo de 
pessoas ou de atividades. Também, é necessário que cada grupo de resíduos, dentro dos seus 
respectivos recipientes específicos, sejam transportados em horários diferentes. 
 
Figura 3. Carrinhos de transporte interno de resíduos sólidos de serviços de saúde. Fonte: Fiocruz. Acesso em: 
23/02/2021. 
A quarta técnica é o armazenamento temporário. É a manutenção temporária dos recipientes de 
acondicionamento contendo os resíduos embalados, prontos para serem levados para o local de 
disposição final. O armazenamento ocorre na sala de coleta. Quando a distância entre o ponto de 
geração e armazenamento externo for pequena, pode-se dispensar o uso da sala de armazenamento 
temporário. 
A quinta técnica é o tratamento. Essa etapa é realizada ainda no local de geração do resíduo, de 
modo a promover a descontaminação dos resíduos por métodos de desinfecção ou esterilização por 
meios físicos ou químicos, em condições de segurança e eficácia comprovada. Tem o objetivo de 
reduzir, eliminar ou neutralizar os agentes nocivos à saúde humana, animal e ao ambiente. O 
licenciamento ambiental para os sistemas de tratamento de resíduos de serviços de saúde deve 
obedecer à resolução Conama nº 237 e são passíveis de fiscalização e controle pelos órgãos de 
vigilância sanitária e de meio ambiente (BRASIL, 1997). 
 
A sexta técnica é o armazenamento externo. É o local de guarda dos recipientes contendo os 
resíduos até o momento de coleta externa, feito por veículos coletores especiais para este fim. 
A sétima técnica é a coleta e transporte externos. É a remoção dos RSSS do abrigo de 
armazenamento externo, que é levado até a unidade de tratamento ou disposição final. É 
fundamental o uso de técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e 
integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. Além disso, também é preciso 
obedecer às orientações dos órgãos de limpeza urbana. 
A última técnica é a disposição final. É a disposição de resíduos no solo, que deverá estar preparado 
para receber os resíduos e atender à critérios técnicos de construção, operação e licenciamento 
ambiental de acordo com a resolução Conama nº 237 (BRASIL, 1997). 
 
// Descontaminação dos RSSS 
 
A eliminação de agentes biológicos presentes em instrumentos e produtos utilizados em todos os 
procedimentos de saúde, por meio de descontaminação ou esterilização, é muito importante para a 
prevenção de acidentes de trabalho e, nos casos de reutilização de materiais, na prevenção das 
infecções relacionadas à assistência em saúde – IRAS (OMS, 2016). 
As medidas de descontaminação dos RSSS são documentadas na resolução n° 5, do Conselho 
Nacional do Meio Ambiente, que obriga os estabelecimentos de saúde a eliminarem todas as 
características de periculosidade dos resíduos antes de os dispensarem no meio ambiente (BRASIL, 
1993). Considerando que a maior parte desses resíduos acabam nos aterros sanitários ou lugares 
equivalentes nas cidades que não os tiverem, é importante que eles não contenham riscos biológicos. 
Sendo assim, ainda na fonte geradora, esses resíduos passam pelos processos de descontaminação 
e, quando necessário em função do nível de biossegurança do microrganismo, esterilização. 
 
Quadro 4. Nível de descontaminação dos materiais utilizados em ambientes de saúde. Fonte: OMS, 2016, p. 24. 
VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ AGORA? 
 
 
Equipamentos gerais do laboratório 
Os equipamentos necessários para os principais métodos de diagnóstico em laboratórios de análises 
clínicas são: autoclave, estufas, microscópios, cabine de segurança, potenciômetro e centrífuga. 
 
AUTOCLAVE 
 
Destina-se à esterilização de materiais por meio do calor úmido e da pressão. O material a ser 
autoclavado pode ser para reuso ou para descarte. Existem diversos modelos de autoclaves, 
horizontais e verticais, e todos eles têm os seguintes componentes: 
• Cilindro metálico resistente, no qual se encontra a resistência para o aquecimento da água; 
• Tampa com parafusos de orelhas para o fechamento hermético; 
• Válvulas de ar e de segurança; 
• Chave de comando para o controle da temperatura; 
• Registro indicador de pressão e temperatura. 
 
ESTUFAS 
Existem vários tipos de estufas, as quais são utilizadas para gerar um ambiente interno de calor 
controlado por meio de um termostato. As estufas são utilizadas para: 
Secagem de materiais e esterilização 
É realizada na estufa para esterilização ou Forno de Pasteur, que permite esterilizar materiais em 
alta temperatura e é uma alternativa para materiais que não podem ser submetidos à umidade da 
autoclave. A esterilização pelo calor seco requer um tempo e temperatura maiores que aqueles 
usados para esterilização em autoclave. 
Cultivo de microrganismos 
As culturas de muitas espécies de bactérias são realizadas em estufas de cultura (bacteriológicas), 
capazes de manter a temperatura constante (geralmente em torno de 36,5 °C para as bactérias 
mesófilas). São bastante utilizadas no diagnóstico de doenças infecciosas e para o antibiograma. 
 
MICROSCÓPIOS 
 
Utilizados para identificação de células e componentes muito pequenos. Têm uma parte mecânica e 
outra de lentes, apresentando, ainda, um sistema de iluminação. 
Microscópio óptico comum 
Apresentam dois conjuntos de lentes. As oculares, geralmente, aumentam a imagem em dez vezes 
e três ou quatro objetivas, reunidas em um revólver. Cada objetiva aumenta a imagem em quatro, 
dez, quarenta e cem vezes. A amostra, presente em uma lâmina de vidro, é colocada sobre uma 
mesa ou platina e iluminada com uma fonte de luz. Há uma presilha para prender a lâmina na platina, 
a qual se movimenta para frente e para trás, por meio de um parafuso chamado charriot, e para cima 
e para baixo, por meio de um outro parafuso, chamado macrométrico. O diafragma controla a 
intensidade e o tamanho do cone de luz projetado sobreo espécime. Como uma regra geral, quanto 
mais transparente o espécime, menos luz é requerida. A fonte de luz (botão no lado esquerdo do 
microscópio, abaixo da platina), projeta luz para cima através do diafragma, lâmina e lentes. O 
condensador ajuda a focar a luz sobre a amostra analisada. Existem dois botões ou parafusos nas 
laterais do microscópio, utilizados para focalizar a amostra: um maior, o macrométrico, para o ajuste 
amplo; e o menor, o micrométrico, para o ajuste fino após o objeto ter sido focalizado com o 
macrométrico. O microscópio tem, ainda, uma parte chamada braço, pelo qual deve ser segurado, e 
um pé ou base, que o sustenta e em cuja lateral encontra-se uma rodinha para ajuste da intensidade 
de luz. É particularmente útil quando utilizado em conjunto com as lentes objetivas de maior aumento. 
Este microscópio é muito utilizado no laboratório em análises de exames parasitológicos de fezes e 
análise de culturas de microrganismos; 
Microscópio de campo claro 
Nesse microscópio, a amostra a ser analisada é melhor identificada se for submetida à coloração. 
Ela é vista contra um campo claro de exame. Bastante utilizado para análise de amostras de sangue 
corados; 
Microscópio de contraste de fase 
Esse microscópio é indicado para visualização de amostras que não foram submetidas à coloração 
e que são praticamente transparentes. Pode-se transformar um microscópio de campo claro em um 
microscópio de contraste de fase adicionando um condensador de fase e objetivas especiais. É 
indicado para análise de amostras de sedimentos de urina e na contagem de plaquetas; 
Microscópio de fluorescência 
A luz utilizada para iluminar a amostra é ultravioleta e os corantes utilizados para marcá-las são 
fluorescentes. Esse microscópio permite a identificação de componentes no interior das células, 
identificados por anticorpos específicos. Entre os exames que utilizam o microscópio de 
fluorescência, destacam-se a identificação de anticorpos conjugados a fluorocromos em análises de 
DNA e o diagnóstico de doenças infecciosas como a doença de Chagas. 
 
Figura 4. Laboratorista analisando uma lâmina no microscópio óptico comum. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 
23/02/2021. 
 
CABINE DE SEGURANÇA 
Trata-se de equipamentos de proteção coletiva e se destina ao manuseio de microrganismos. De 
acordo com o nível de biossegurança do microrganismo, haverá necessidade de um tipo de cabine 
com requisitos crescentes de segurança, maior grau de contenção e de complexidade do nível de 
proteção: NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4. 
POTENCIÔMETRO OU PHMETRO 
Usado para medir o pH de uma solução por meio de um eletrodo sensível ao H+ ou de outros íons. 
O eletrodo é submerso na amostra e gera milivolts, os quais são convertidos para uma escala de 
unidades de pH, de zero a quatorze. 
CENTRÍFUGA 
É um equipamento no qual colocam-se tubos de vidro ou plástico contendo amostras líquidas, que 
serão submetidos a rotações em velocidade controlada, o que levará à separação de componentes 
de acordo com a densidade de cada um. 
Assim, as substâncias que apresentarem maiores densidades se depositam no fundo, formando um 
sedimento, enquanto as de menores densidades ficam na superfície. Existem diferentes tipos de 
centrífuga: 
Micro hematócrito 
A amostra é colocada em tubos capilares e a leitura feita com auxílio de uma régua. Utilizada para 
análise do hematócrito; 
Macro centrífuga 
As amostras líquidas são colocadas em tubos como o de Falcon, por exemplo, para separação das 
diferentes fases de acordo com as densidades; 
Micro centrífuga 
Para centrifugação de pequenos volumes, os quais são acondicionados em microtubos, como 
eppendorfs e tubos de criopreservação; 
Centrífuga para microplaca 
Utilizadas para centrifugação de microplacas de testes; 
Ultra centrífuga 
Para centrifugação em velocidades muito elevadas, alcançando aceleração de até 500.000 g. O rotor 
deste tipo de centrífuga fica em uma câmara refrigerada e sob vácuo, para evitar o superaquecimento 
por atrito com o ar. 
VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ AGORA? 
 
Manuseio dos equipamentos: calibração, rastreamento e interferentes amostrais 
O manuseio dos equipamentos requer treinamento e manutenção regular, sendo necessária 
a calibração em intervalos regulares para manter a precisão das análises realizadas e não oferecer 
interferências amostrais. 
É normal que ocorram alterações dos parâmetros em função do desgaste natural ou alterações de 
configurações dos equipamentos. A calibração dos aparelhos é feita por profissionais especializados 
e requerem selo de segurança, que podem ser reconhecidos ou não pelo INMETRO. 
A calibração Rede Brasileira de Calibração (RBC), ou acreditada, é reconhecida pelo INMETRO e 
outros órgãos internacionais, que emitem o selo de certificação. Já a calibração rastreada emprega 
métodos de medição elaborados internamente e, portanto, não reconhecidos pelo INMETRO. Por 
isso, o laboratório que realizar calibração rastreada dos equipamentos é obrigado a disponibilizar as 
evidências e os parâmetros adotados no procedimento, anexado ao certificado de calibração do 
equipamento entregue aos clientes. 
Os interferentes amostrais mais frequentes se devem à fase pré-analítica e são atribuídos à 
interpretação inadequada do pedido do exame, orientação inadequada ao paciente quanto ao tempo 
de jejum e forma de coleta da amostra. Outros fatores que interferem nos resultados são a utilização 
de tubo de coleta inadequado e proporção de sangue e anticoagulante inadequada. O manuseio 
adequado dos aparelhos previne as interferências amostrais. Diante dos diversos modelos de 
equipamentos, é necessário que cada laboratório disponibilize as instruções de manuseio por escrito, 
ao lado do aparelho. Vamos apresentar uma visão geral de como alguns equipamentos podem ser 
manuseados. 
 
 
 
MANUSEIO DA AUTOCLAVE 
 
A autoclave deve estar sempre em perfeitas condições de uso, de modo a garantir a eficácia da 
esterilização. A manutenção da autoclave exige que a água seja reposta com frequência. Para 
esterilizar o material na autoclave, realizar a sequência de passos: 
1- Abrir a tampa, colocar água na caldeira de modo a cobrir o descanso do cesto; 
2- Colocar o material a ser esterilizado, devidamente embalado, dentro do cesto e fechar a 
tampa, apertando por igual os manípulos; 
3- Abrir o registro de vapor, ligar a chave no calor máximo e esperar o vapor começar a sair pela 
válvula durante dez minutos, tempo necessário para que o ar seja expulso de dentro da 
autoclave. Após esse período, fechar a válvula; 
4- Aguardar a pressão atingir 1,1 Kgf e a temperatura alcançar 121 °C e, então, mudar a chave 
da posição máximo para a posição médio, para manter a pressão; 
5- Aguardar 20 minutos para que ocorra a esterilização e desligar a autoclave; 
6- Aguardar o ponteiro do manômetro chegar na posição zero e só então abrir a válvula de vapor; 
7- Esperar cinco minutos e abrir a tampa. 
 
ASSISTA 
https://www.youtube.com/watch?v=tpPS5eF7x7g 
A utilização da autoclave para a esterilização de materiais requer a adoção de procedimentos de 
operação adequados. Para saber mais, assista o vídeo Autoclave - procedimento de operação, 
postado pelo canal Ambiental Análise. 
 
MANUSEIO DO MICROSCÓPIO 
Para uma boa focalização e análise microscópica, é fundamental que o laboratorista saiba lidar com 
o microscópio, sobretudo nos aspectos associados à limpeza das lentes e utilização da iluminação. 
Erros de procedimentos poderão influenciar na análise, fornecendo resultados não confiáveis. Ao 
iniciar as atividades com o microscópio, é preciso retirar a capa protetora, limpar a parte mecânica e 
as lentes com papel macio e colocar a fonte na tomada. Coloque a lâmina sobre a platina, prendendo-
a com as presilhas e siga os procedimentos seguintes para a visualização da amostra: 
1- Posicione os olhos nas duas oculares (poder de aumentode dez vezes); 
2- Com os olhos nas oculares, gire o botão macrométrico, movendo a platina para cima ou para 
baixo e promovendo um ajuste grosso de foco; 
3- Ajuste a luz na rodinha localizada na lateral da base do microscópio, se necessário. Focalize 
a lâmina; 
5- Gire o revólver para mudar a posição das lentes objetivas (poderes de aumento de quatro, 
dez, quarenta e cem vezes). Ao utilizar a objetiva de cem vezes, é necessário adicionar 
uma pequena gota de óleo de imersão (de cedro) na lâmina e aumentar significativamente 
https://www.youtube.com/watch?v=tpPS5eF7x7g
a intensidade de luz, girando o botão na lateral do microscópio. Limpar as lentes e objetivas 
com papel macio após a utilização do óleo; 
6- Gire o Botão micrométrico para um ajuste fino de foco; 
7- O aumento final da imagem visualizada é o produto do aumento da objetiva vezes o 
aumento da ocular. 
Ao encerrar as atividades, desligue o fio do microscópio da tomada, enrole-o ao redor do microscópio 
e cubra-o com a capa protetora. Certifique-se que a posição do revólver esteja na objetiva de menor 
aumento e que todas as lentes estejam limpas, assim como o restante do microscópio. 
 
MANUSEIO DA CENTRÍFUGA 
A centrífuga é um equipamento de uso muito frequente no laboratório e, por isso, sujeito a 
descalibração, o que influenciará nos resultados analíticos. 
Ela precisa estar apoiada em uma bancada firme e plana, preferencialmente de concreto, para evitar 
trepidações. Ao colocar os tubos, certifique-se que eles sejam idênticos e que contenham o mesmo 
volume. Eles precisam ser dispostos em lados opostos do rotor. Caso o número de amostras a serem 
centrifugadas seja ímpar, colocar um tubo com água do lado oposto. É importante que os tubos 
opostos tenham a mesma massa, por isso, pese-os antes da centrifugação, garantindo o 
balanceamento da centrífuga e, por consequência, sua vida útil e eficiência. Tubos de massas 
diferentes podem se quebrar dentro da centrífuga, danificando-a; além de causar acidentes. Marque 
o tempo, a temperatura e o número de rotações desejadas e então, inicie a centrifugação. Só abra a 
centrífuga após ela ter parado completamente e, sempre que possível, utilize tubos com tampas para 
evitar a formação de aerossóis que podem contaminá-lo. 
 
Figura 5. Ultracentrífuga. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 23/02/2021. 
 
Cálculos de laboratório e preparo de reagentes 
 
Muitos laboratórios adquirem, ou mesmo preparam, soluções concentradas para facilitar o 
armazenamento e evitar a contaminação. Assim, na rotina do laboratório é necessário realizar a 
diluição das soluções com concentração maior que a necessária na análise. 
A concentração das soluções pode ser expressa de várias maneiras, e é necessário conhecer os 
conceitos fundamentais envolvidos para que os resultados sejam confiáveis, indispensáveis para 
os procedimentos analíticos. Os conceitos mais usados na preparação de reagentes são: 
Solução 
É a mistura homogênea formada pelo soluto e pelo solvente; 
Soluto 
É a substância que se dissolve na solução; 
Solvente 
É a substância na qual o soluto será dissolvido. A água é o solvente mais utilizado; 
Diluição 
É a adição de solvente em uma solução com o objetivo de diminuir a concentração do soluto; 
Concentração 
Expressa a relação entre a quantidade de soluto e a de solvente em uma solução; 
Solução estoque 
Solução concentrada que pode ser armazenada em volume menor e ser diluída de acordo com a 
necessidade de uso, para obtenção de solução de menor concentração. 
 
As expressões utilizadas para mostrar a concentração de uma solução são o percentual, a 
molaridade e a molalidade. Ao fazer os cálculos, é preciso que as unidades de volume e 
concentração permaneçam iguais. A União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) e o 
Sistema Internacional de Unidades (SI) consideram o mol como quantidade de matéria de uma 
solução, independentemente de estar se referindo aos átomos, íons ou moléculas. Por isso, na 
rotina, a concentração é comumente referida em molaridade. 
Molaridade é a concentração de matéria presente em uma solução, expressa em mols por litro de 
solução. O mol (M) de uma substância corresponde ao seu peso molecular em gramas. Para 
calcular o peso molecular de uma molécula, basta recorrer à tabela periódica. Veja o exemplo em 
que Na = 22,98 e Cl = 35,45. 
O peso molecular da molécula NaCl é: 
22.98 + 35,45 = 58,43 (1) 
M é o número de mol do soluto/ volume da solução (L). 
Molalidade é a quantidade de soluto em mol por 1 kg de solvente, e é expressa em termos de 
quantidade de matéria por massa, ou seja, mol por quilograma (mol/kg). 
As soluções expressas em porcentagem se baseiam em 100 ml de solução ou em 100 g de soluto 
(peso/ volume). Também podem ser usadas as porcentagens em peso de soluto por 100 g de 
solução (peso/ peso) e de volume do soluto por volume da solução (volume/ volume). 
 
 
FATOR DE DILUIÇÃO 
Outro termo bastante utilizado na rotina dos laboratórios é o fator de diluição, que se refere ao 
procedimento usado preparar soluções de menor concentração a partir de uma solução mãe, de 
concentração mais alta. 
Para fazer uma diluição, é necessário que um volume pequeno da solução mãe seja adicionado a 
uma quantidade conhecida de solvente, de modo a se obter uma solução com menor quantidade 
de soluto. 
Para calcular o valor de diluição é preciso usar a fórmula: 
C1 · V1 = C2 · V2 
Em que: 
• C1 é a concentração antes da diluição; 
• V1 é o volume antes da diluição; 
• C2 é a concentração após a diluição; 
• V2 é o volume após a diluição. 
Observando que as unidades de volume e concentração sejam sempre as mesmas a quantidade 
de solvente a ser adicionada é igual a V2 - V1. Em geral, o fator de diluição é expresso da maneira: 
• 1: 10 ou 10-1 – uma parte de soluto e 9 partes de solvente; 
• 1: 100 ou 10-2 – uma parte de soluto e 99 partes de solvente; 
• 1:1000 ou 10-3 – uma parte de soluto e 999 partes de solvente. 
 
DILUIÇÃO SERIADA 
É uma técnica que utiliza diluições progressivas a partir de uma solução mais concentrada, 
formando várias soluções de menor concentração, sendo a última solução produzida usada para 
produzir a próxima, de menor concentração. 
Veja o exemplo para fazer a diluição seriada de uma solução utilizando o fator de diluição 10, na 
Tabela 2. 
 
Tabela 2. Exemplo de diluição seriada. 
As diluições seriadas permitem realizar análises sorológicas para avaliar a titulação de anticorpos 
em amostras do paciente e para realizar a contagem de microrganismos. Também permitem 
realizar uma curva de concentração em escala exponencial ou logarítmica. Quando a amostra 
apresenta cor, é possível observar a mudança gradativa da cor, que vai se tornando mais clara a 
cada diluição. 
 
Figura 6. Frascos mostrando solução de diferentes concentrações, obtidas por diluição seriada. Fonte: Shutterstock. 
Acesso em: 23/02/2021. 
 
VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ AGORA? 
 
SINTETIZANDO 
 
O laboratório de Análises Clínicas realiza vários tipos de exames para subsidiar o diagnóstico, bem 
como monitorar o surgimento de doenças por meio de rotina de profilaxia e acompanhamento da 
evolução de doenças e controle de cura. Os profissionais que atuam na realização desses exames, 
os laboratoristas, são os técnicos em laboratório e profissionais formados em Farmácia, Biomedicina 
e Medicina. 
O projeto arquitetônico do laboratório de análises clínicos deve valorizar, em primeiro lugar, a 
biossegurança, conforme determinado pelas regras da Avisa. A construção deve prever salas ou 
boxes de coleta de sangue, devendo ter uma área separada destinada às crianças, decorada com 
motivos infantis e brinquedoteca. Para coleta de secreções genitais, é necessário ter banheiro dentro 
da sala e, no caso de outras amostras, como medula óssea e líquido cefalorraquidiano, uma área de 
descanso. A escolha do mobiliário edos revestimentos deve priorizar materiais de fácil limpeza e 
resistentes aos desinfetantes. 
A segurança no laboratório é obtida por meio da adoção de práticas de biossegurança, as quais 
utilizam medidas de contenção primária, como o uso de equipamentos de proteção individual e 
coletiva, imunização dos trabalhadores contra doenças infecciosas e boas práticas em laboratório. 
Já as medidas de contenção secundária dizem respeito ao projeto e construção do laboratório. 
Em casos de acidentes de trabalho no laboratório de análises clínicas, é necessário proceder os 
primeiros socorros e, em seguida, levar o trabalhador acidentado para atendimento médico. A Anvisa 
e a ABNT dispõem de regras sobre as medidas a serem tomadas pelos laboratórios nos casos de 
acidentes. 
O descarte dos resíduos sólidos de saúde merece atenção especial, conforme disposto pela Anvisa 
e pelo Conama. Eles precisam passar, ainda, no local onde foram produzidos, pelos processos de 
segregação e descontaminação, sendo mantidos em sacos ou coletores destinados especificamente 
para a classe de resíduos à qual pertençam: A, B, C, D ou E. 
Os sacos de lixos, por sua vez, precisam ficar dentro de recipientes resistentes à punctura e 
vazamentos. A coleta dos resíduos deve ser diária, sendo o transporte realizado por carrinhos 
específicos, sem sobrecarregar o funcionário que deverá conduzi-lo até uma sala de resíduos, onde 
ficará guardado até o momento de ser transportado para o ambiente de coleta externa. Os veículos 
coletores dos resíduos o levarão até o destino final, usualmente o aterro sanitário. 
O laboratório de análises clínicas possui vários equipamentos para a realização dos exames. A 
operação desses aparelhos precisa monitorar a calibração e fazer o rastreamento de 
possíveisnterferentes amostrais, que frequentemente ocorre durante a fase pré-analítica. 
Embora atualmente a maioria dos reagentes utilizados em laboratório já sejam adquiridos prontos 
para uso, há situações nas quais são necessários a realização de cálculos. No laboratório, os 
cálculos mais frequentes são para preparação de reagentes, e são feitos por meio da aplicação de 
regras de três para preparação de meios de cultura. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14785: laboratório clínico - requisitos de segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7500: identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. 
Rio de Janeiro: ABNT, 2017. 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9191: sacos plásticos para acondicionamento de lixo - requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 
2000. 
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https://www.youtube.com/watch?v=tpPS5eF7x7g
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_lab_saude.pdf
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/contencaocomagentesbiologicos.pdf
https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-06.pdf
http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=6B83C8BB8CB6F9144FE5D273130FA3E9.proposicoesWebExterno2?codteor=158142&filename=LegislacaoCitada+-PL+1787/2003#:~:text=Os%20res%C3%ADduos%20s%C3%B3lidos%20pertencentes%20ao%20grupo%20%22A%22%20n%C3%A3o%20poder%C3%A3o%20ser,ambiental%20e%20de%20sa%C3%BAde%20p%C3%BAblica.
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=6B83C8BB8CB6F9144FE5D273130FA3E9.proposicoesWebExterno2?codteor=158142&filename=LegislacaoCitada+-PL+1787/2003#:~:text=Os%20res%C3%ADduos%20s%C3%B3lidos%20pertencentes%20ao%20grupo%20%22A%22%20n%C3%A3o%20poder%C3%A3o%20ser,ambiental%20e%20de%20sa%C3%BAde%20p%C3%BAblica.https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=6B83C8BB8CB6F9144FE5D273130FA3E9.proposicoesWebExterno2?codteor=158142&filename=LegislacaoCitada+-PL+1787/2003#:~:text=Os%20res%C3%ADduos%20s%C3%B3lidos%20pertencentes%20ao%20grupo%20%22A%22%20n%C3%A3o%20poder%C3%A3o%20ser,ambiental%20e%20de%20sa%C3%BAde%20p%C3%BAblica.
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=6B83C8BB8CB6F9144FE5D273130FA3E9.proposicoesWebExterno2?codteor=158142&filename=LegislacaoCitada+-PL+1787/2003#:~:text=Os%20res%C3%ADduos%20s%C3%B3lidos%20pertencentes%20ao%20grupo%20%22A%22%20n%C3%A3o%20poder%C3%A3o%20ser,ambiental%20e%20de%20sa%C3%BAde%20p%C3%BAblica.
http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/gerenciamento-residuos-servico-saude.htm
http://www.oswaldocruz.com/site/historia-das-analises-clinicas
http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico/MostrarArquivo.aspx?C=6bMH2wHuBCw%3D
https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/files/ssaude/pdf/guia-perfurocortante.pdf
http://www.fmt.am.gov.br/manual/acidente1.htm
 
INSTRUMENTAÇÃO BIOMÉDICA 
UNIDADE 2 
A rotina do laboratório de análises clínicas 
 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
Explicar os tipos de amostras biológicas mais utilizados em análises clínicas; 
Descrever as formas de obtenção de amostras de urina, secreção urogenital e de sangue; 
Explicar as técnicas de coleta de sangue por punção capilar e venopunção de rotina; 
Caracterizar as fases de análises clínicas laboratoriais: pré-analítica, analítica e pós-analítica; 
Discutir a RDC/Anvisa n. 302/2005; 
Explicar os procedimentos para compra e caracterizar as vidrarias e descartáveis mais utilizados 
na rotina do laboratório de análises clínicas; 
Discutir a importância das validações dos métodos analíticos. 
 
TÓPICOS DE ESTUDO 
Amostras: tipo e formas de obtenção de amostras utilizadas no laboratório clínico 
// Amostras de urina 
// Amostras de secreção urogenital 
// Amostras de sangue 
Coleta de sangue: punção capilar e venopunção de rotina 
// Punção capilar 
// Venopunção de rotina 
Fases de análises clínicas laboratoriais 
RDC/Anvisa n. 302/2005 
// Garantia e controle da qualidade 
Vidrarias e descartáveis 
// Equipamentos e vidrarias utilizados para coleta de sangue 
// Tubos de coleta a vácuo 
Validações dos métodos analíticos 
 
 
 
 
Amostras: tipos e formas de obtenção de amostras utilizadas no laboratório 
clínico 
 
Os exames realizados nos laboratórios de análises clínicas utilizam amostras biológicas coletadas 
do paciente que serão submetidas a procedimentos analíticos, cujos resultados permitem inferir seu 
estado de saúde. 
Qualquer parte obtida do corpo do paciente pode ser objeto de exames analíticos e, portanto, 
constituir uma amostra biológica, como, por exemplo, uma amostra de cabelo, de tecido, o fragmento 
de uma ferida, uma amostra de escarro, de sangue etc. 
A qualidade dos serviços prestados nos laboratórios de análise clínicas está associada a diversos 
fatores, entre os quais a qualidade da amostra a ser submetida ao procedimento analítico. 
• Os tipos de amostras biológicas mais utilizados para monitorar a saúde das pessoas são: 
• Sangue: sangue total, plasma e soro; 
• Líquidos corporais: liquor cefalorraquidiano (LCR), líquido pleural, líquido amniótico etc.; 
• Secreções corporais: escarro, esperma, secreção genital, secreção da uretra etc.; 
• Urina; 
• Fezes; 
• Tecidos: biópsias, raspagens etc. 
A coleta da amostra já faz parte do procedimento analítico, compreende uma das várias etapas 
da fase pré-analítica e merece todo o cuidado e atenção para não comprometer a qualidade do 
resultado. 
O tipo de obtenção da amostra é dependente da amostra que se pretende analisar. Assim, fezes, 
escarro, esperma e urina são obtidos pelo próprio paciente, após as devidas instruções. Já outras 
amostras, como o sangue, exigem coleta de um profissional especializado – o flebotomista – e 
poderão ser realizadas no laboratório ou no domicílio. Há também casos nos quais a amostra 
somente pode ser obtida por intervenção médica, como a coleta do liquor cefalorraquidiano. 
Independentemente de quem realiza a coleta da amostra biológica, o procedimento requer 
preparação do paciente, a fim de que o resultado seja o mais confiável possível. 
A qualidade da amostra depende também das condições de transporte do material biológico, de 
modo a preservar sua qualidade e viabilidade e garantir, assim, que os resultados na fase 
analítica sejam confiáveis. Condições como tempo e temperatura de acondicionamento e transporte 
até o laboratório, ou meio de transporte para preservar a amostra, podem ser determinantes para a 
confiabilidade do resultado, sobretudo em exames microbiológicos. 
Existem critérios que, se não forem atendidos, poderão resultar na rejeição da amostra pelo 
laboratório. No entanto, amostras consideradas nobres, como liquor cefalorraquidiano e material 
obtido por biópsias, poderão ser aceitas mesmo apresentando problemas, desde que sejam 
devidamente registrados para serem considerados na emissão do laudo e interpretação do resultado 
(Quadro 1). 
 
ª Evitar swab transportado em tubo seco estéril, pois o tempo de espera pode levar ao 
ressecamento excessivo do material e perda da viabilidade de alguns microrganismos; b Para 
rotinas automatizadas, não incubar o frasco em estufa comum – deixar em temperatura ambiente 
até incubação no equipamento; c Meio Cary Blair para transporte de fezes, com pH 8,4, apresenta 
boa recuperação para Vibrio sp. e Campylobacter sp. Se a amostra não for entregue no laboratório 
em uma hora, conservar em geladeira de -4 a 8 ºC, no máximo por um período de 12 horas. Marcar 
a data e horário da coleta. 
 
Quadro 1. Condições de transporte para diferentes amostras biológicas a serem analisadas por cultura de 
microrganismos: tempo, temperatura e meio de transporte. Fonte: BRASIL, 2013a, p. 17. (Adaptado). 
Quando a amostra for ser coletada em casa, é importante que o paciente ou seu responsável seja 
devidamente instruído quanto aos procedimentos necessários para garantir sua qualidade. Então, o 
profissional que receber a amostra deverá identificá-la de forma correta e legível. O sistema de 
gestão da qualidade do laboratório deve disponibilizar, por meio da tecnologia da informação (TI), 
um programa que permita o cadastro e registro de datas, horários, locais e responsáveis pela coleta 
ou por seu recebimento, a fim de garantir sua rastreabilidade (SBPC/ML, 2013). 
 
AMOSTRAS DE URINA 
 
Existem vários tipos de exames de urina, que são capazes de diagnosticar gestação, doença 
metabólica, presença de drogas e microrganismos na urina etc. Os exames mais utilizados são o 
exame de rotina e a urocultura. 
O exame de urina de rotina, também chamado tipo I e urinálise, inclui, além do exame físico, as 
análises químicas e microscópicas. Trata-se de um teste de triagem, capaz de fornecer informações 
para ajudar no diagnóstico de doenças renais e nas vias urinárias, além de processos irritativos, 
inflamatórios ou infecciosos. 
O exame de urina de rotina também é útil no diagnóstico de distúrbios metabólicos, como diabetes e 
do equilíbrio ácido-básico. Algumas condições mórbidas não associadas diretamente aos rins ou vias 
urinárias, como hemólise intravascular e algumas doenças hepáticas e de vias biliares, também 
levam a alterações no exame de urina de rotina (SBPC/ML, 2013). 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Gravuras clássicas mostram que o exame de urina é considerado o marco inicial da medicina 
laboratorial. Usando como métodos analíticos apenas os órgãos dos sentidos, os médicos 
observavam a cor, turbidez, odor, volume, viscosidade e até o sabor da urina para auxiliar no 
diagnóstico de doenças. O fato de a urina de alguns pacientes atraírem insetos era usado para inferir 
o sabor adocicado. 
A urocultura, urinocultura ou cultura da urina é o exame que permite identificar contaminação das 
vias urinárias por microrganismos,já que a bexiga e os rins são ambientes estéreis. A espécie de 
bactéria identificada nesse exame é expressa numericamente pelo número de unidades formadoras 
de colônias (UFCs) e a sensibilidade e resistência aos antibióticos. 
As amostras de urina podem ser coletadas de diferentes formas, de acordo com o tipo de exame 
para o qual se destinam. Embora não seja necessário preparar o paciente para a coleta de urina, é 
importante lembrar que algumas características da urina se modificam ao longo do dia. A composição 
da urina é influenciada pelo tempo de jejum e composição da dieta, bem como pela realização de 
atividade física e uso de alguns medicamentos. Por isso, na hora da interpretação dos resultados, 
esses fatores precisam ser considerados. Dessa maneira, as condições ideais para a coleta de urina 
são, no mínimo, duas horas após a última micção e seis horas após realização de atividade física 
intensa. 
As amostras mais utilizadas para exame de urina de rotina são obtidas por coleta aleatória, da 
primeira ou da segunda urina da manhã. Existem, porém, algumas particularidades associadas à 
coleta, como a necessidade de antissepsia da região da uretra, a qual jato coletar e a situações que 
envolvam falta de controle do paciente sobre a micção. 
Amostra aleatória 
Mais utilizada pela facilidade de coleta e comodidade para o paciente, já que pode ser coletada a 
qualquer momento, desde que o horário da micção seja informado e registrado na etiqueta do frasco. 
Caso o resultado apresente anormalidades decorrentes da ingestão de alimentos ou realização de 
atividade física antes da coleta, será necessário coletar nova amostra de urina em condições mais 
controladas. A amostra aleatória pode ser utilizada em exames de rotina; 
Primeira amostra da manhã 
Por ser mais concentrada, essa é a amostra ideal para o exame de urina de rotina e detecção de 
substâncias químicas e elementos formados que podem escapar à observação quando a amostra 
está diluída, como na amostra aleatória. Também é indicada para a urocultura. Nesse caso, o 
paciente deverá realizar a antissepsia da região da uretra antes da coleta da amostra. Ele deverá 
desprezar o primeiro jato de urina para eliminar os microrganismos presentes na uretra e coletar, em 
frasco estéril, amostra do segundo jato; 
Segunda amostra da manhã 
Indicada para minimizar eventuais interferências dos metabólitos provenientes da refeição na noite 
anterior. O paciente deve coletar a segunda amostra da manhã em jejum e após ter desprezado a 
primeira micção; 
Amostra de primeiro jato 
Coletada quando se suspeita de microrganismos na uretra, como Trichomonas vaginalis e Neisseria 
gonorrhoeae. A amostra deverá ser coletada após a higiene dos genitais externos, em frasco estéril, 
tomando-se o cuidado de coletar apenas o volume do primeiro jato da micção, que leva consigo os 
microrganismos que porventura se encontrem na uretra. A urina assim colhida pode ser concentrada 
e observada à microscopia ou cultivada; 
Amostra de segundo jato 
Destina-se a investigar microrganismos na bexiga e nos rins. O paciente deve realizar assepsia antes 
da micção, desprezar o primeiro jato para eliminar os contaminantes da uretra e coletar o jato 
médio da urina; 
Urina de 24 horas 
Consiste na coleta da urina durante 24 horas, para avaliar, entre outras, a função de filtração 
urinária por meio da depuração da creatinina, ou a excreção urinária de certos metabólitos, como o 
ácido vanilmandélico, cuja dosagem é importante na avaliação de causas de hipertensão arterial. 
 
A coleta de amostras de urina em pacientes que não apresentam controle da micção, como as 
crianças, poderá ser realizada mediante utilização de saco coletor plástico com adesivo. Em 
condições extremas, a amostra poderá ser coletada mediante procedimentos invasivos, devendo-se 
avaliar os riscos e benefícios: 
CATETERISMO VESICAL 
Que consiste em introduzir um cateter pela uretra até à bexiga. A amostra assim obtida é ideal para 
urocultura e permite o diagnóstico diferencial entre cistite e glomerulonefrite; 
PUNÇÃO SUPRAPÚBICA 
Pela introdução de uma agulha para aspirar a urina diretamente da bexiga, devendo ser avaliado o 
risco-benefício (SBPC/ML, 2013). 
 
Quando a amostra de urina é coletada em casa, deverá ser encaminhada ao laboratório no máximo 
duas horas após, podendo permanecer na geladeira nesse período. A amostra de urina para exame 
de rotina permite o uso de conservantes como timol, formaldeído, ácido bórico, tolueno, fenol e 
fluoreto de sódio. Ela também pode ser refrigerada. Existem situações nas quais a coleta de urina 
para exames laboratoriais deverá ser realizada durante 24 horas. 
Sempre que for possível, deve-se evitar a coleta de amostra de urina durante o período menstrual – 
e, se impossível, considerar a utilização de um tampão vaginal durante a coleta. Recomenda-se 
utilização de frasco coletor descartável, limpo, não havendo necessidade de estar estéril. 
 
AMOSTRAS DE SECREÇÃO UROGENITAL 
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) continuam representando um sério problema de 
saúde pública no Brasil e no mundo. A análise das amostras de secreção urogenital permite o 
diagnóstico laboratorial de muitas delas, assim como de quadros infecciosos decorrentes do 
desequilíbrio da microbiota da vagina. 
As amostras de secreção endocervical, uretral e anal são as mais indicadas para diagnóstico 
de infecção genital de mulheres, sendo que a combinação da análise das duas primeiras amostras 
aumenta a possibilidade de diagnóstico de Neisseria gonorrhoeae ou Chlamydia trachomatis. 
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Quando pretende-se pesquisar Trichomonas vaginalis, Gardnerella vaginalis e Candida sp. em 
crianças e mulheres histerectomizadas, a amostra mais indicada é a secreção vaginal. 
Os procedimentos analíticos mais utilizados são a análise microscópica convencional em amostras 
a fresco para pesquisa de T. vaginalis e Candida; e a coloração de Gram – bacterioscopia –, para 
pesquisa de bactérias gram-positivas e gram-negativas. 
As amostras obtidas poderão ser semeadas em cultura em meios apropriados ao crescimento e/ou 
isolamento das bactérias mais frequentemente associadas às infecções urogenitais: 
Ágar MacConkey 
Meio seletivo para pesquisa de bactérias gram-negativas; 
Ágar sangue 
Meio enriquecido, permite o crescimento de bactérias gram-positivas, gram-negativas e fungos. 
Amostras positivas deverão ser submetidas a testes complementares usando meios seletivos, provas 
bioquímicas e sorológicas etc.; 
Ágar chocolate 
Meio enriquecido usado para favorecer o crescimento de diversos microrganismos fastidiosos 
como Haemophilus spp. e Neisseria spp.; 
Ágar Thayer-Martin 
Para realizar o isolamento e cultivo de Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis. 
 
Mais recentemente, são utilizados os métodos de biologia molecular para diagnóstico de C. 
trachomatis: captura híbrida e testes de amplificação de ácido nucleico, sendo o primeiro 
disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o rastreio dessa bactéria, que não é visível 
na microscopia óptica comum. 
 
Quadro 2. Amostras de secreção urogenital. 
 
// Coleta de secreção da mulher 
 
As amostras de secreção genital da mulher são coletadas com auxílio de espéculo não lubrificado e 
diferentes swabs, que são introduzidos e movimentados por rotação em diferentes regiões 
anatômicas. 
As amostras obtidas são introduzidas em tubos contendo os meios de cultura específicos para os 
microrganismos que se pretende pesquisar. Contudo, a interpretação dos resultados nem sempre é 
muito simples, já que a microbiota da vagina é bastante complexa. 
É recomendado que a mulher não faça uso de antissépticos, medicações tópicas, ducha ginecológicaou iodo (que é usado em exames citológicos ou ginecológicos) antes da coleta de secreções genitais 
para cultura. Também é necessário aguardar 48 horas após o período menstrual e se abster de 
relação sexual por 24 horas antes da coleta. A coleta de amostras da genitália externa (secreção 
vulvar em crianças) deve ser realizada antes do banho e da micção. 
A coleta das diferentes amostras (vagina, fundo de saco vaginal, colo uterino) deverá ser realizada 
após a higienização da região genital externa com água e sabão neutro. Então, o espéculo sem 
lubrificante deverá ser introduzido na vagina e, a seguir, o swab de algodão ou gaze para retirar o 
excesso de muco cervical. Então, as coletas de amostras de secreção poderão ser iniciadas, usando 
um swab para cada tipo de amostra e análise: 
Clique nas abas para saber mais 
SECREÇÃO VAGINAL 
As amostras são coletadas com swabs diferentes, uma para cada finalidade. Cada swab deverá ser 
introduzido e rodado por alguns segundos sobre o fundo do saco, retirado e devolvido ao tubo 
contendo o meio de cultura: meio de Stuart, para bactérias e fungos; e caldo Todd Hewitt, 
para Streptococcus agalactiae em amostra do introito vaginal. O swab seco é usado para 
confeccionar o esfregaço em lâmina de microscopia para bacterioscopia e exame a fresco; 
SECREÇÃO ENDOCERVICAL 
Cada swab deve ser inserido no canal endocervical até que a ponta não seja mais visível, rodado 
por alguns segundos, retirado com cuidado para evitar o contato com a parede vaginal e colocado 
no tubo contendo o meio. 
 
// Coleta de secreção do homem 
 
As amostras de secreção da uretra masculina são indicadas para diagnosticar uretrite gonocócica, 
clamídia, e, no exame a fresco, Trichomonas vaginalis, Gardnerella vaginalis e Candida sp. 
A coleta de amostra para pesquisa de Neisseria gonorrhoeae precisa ser seguida pela rápida 
semeadura em meio de cultura, uma vez que essa bactéria é muito sensível e pode morrer 
rapidamente. A amostra deverá ser coletada antes da primeira micção da manhã, ou, se não for 
possível, pelo menos duas horas após ter urinado. 
É necessário coletar a secreção com alça bacteriológica descartável ou swab estéril fino, 
desprezando as primeiras gotas; colocar a amostra em meio Stuart (de transporte); e realizar as 
lâminas para bacterioscopia e para análise a fresco. O meio de transporte deverá ser encaminhado 
imediatamente ao laboratório. A coleta de secreção da uretra de homens assintomáticos deve ser 
realizada após massagem prostática ou com pequeno swab inserido alguns centímetros na uretra. 
 
AMOSTRAS DE SANGUE 
O sangue é um tecido do corpo muito significativo em análises clínicas, por fornecer informações 
sobre o estado de saúde do paciente. Ele contém uma parte formada por elementos figurados, que 
são as células; e outra parte líquida, na qual se encontram diversos solutos. 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.4574.87863/content/_5265499_1/scormcontent/index.html
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A amostra de sangue é dividida em três diferentes espécimes, de acordo com a presença ou 
ausência de células e de fibrinogênio: sangue total, plasma e soro. Para realização de exames de 
sangue, a amostra coletada sem uso de anticoagulante é centrifugada, de modo a separar os 
elementos celulares do soro. Com a formação do coágulo, ocorre consumo do fibrinogênio e a 
consequente formação do plasma, que nada mais é que o soro livre de fibrinogênio. Por intermédio 
da centrifugação, é possível realizar essa separação e obter o soro. 
• Elementos figurados: 
Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos; 
Glóbulos brancos ou leucócitos; 
Plaquetas ou trombócitos. 
Parte líquida do sangue – 90% de água e 10% de solutos 
Plasma: parte líquida do sangue com o fibrinogênio, obtida em amostras coletadas em presença de 
anticoagulantes (EDTA, heparina, citrato de sódio e fluoreto de sódio/EDTA); 
Soro: parte líquida do sangue sem o fibrinogênio, obtida em amostras coletadas sem anticoagulantes, 
com ou sem gel separador e acelerador de coagulação. 
 
Figura 1. Tipos de amostra de sangue. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 28/02/2021. 
Os solutos encontrados no sangue são: 
 
Quadro 3. Solutos encontrados no sangue. 
A maioria dos exames requer amostra de sangue venoso. Contudo, o sangue arterial é necessário 
quando se deseja avaliar a gasometria (pH, concentração de bicarbonato e pressão parcial de CO2 
no sangue) para auxiliar no diagnóstico de insuficiência renal, por exemplo. A coleta de sangue 
arterial é dolorosa e geralmente utilizada em pacientes internados. 
Amostra de sangue capilar é obtida por punção transcutânea para coleta de pequenos volumes de 
sangue, cujo teor de oxigênio é similar ao sangue arterial. Essa amostra é contraindicada para alguns 
testes, pela probabilidade de contaminação por microbiota da pele. 
 
Coleta de sangue: punção capilar e venopunção de rotina 
A coleta de sangue ou flebotomia é feita por um profissional treinado para essa finalidade, o 
flebotomista. Trata-se de um procedimento invasivo, associado a acidentes de trabalho e que pode 
provocar reações adversas no paciente. Antes de iniciar a coleta, deve-se certificar que todo o 
material a ser utilizado está disponível. Os materiais descartáveis deverão ser abertos na frente do 
paciente. 
 
Quadro 4. A coleta de sangue e as normas de biossegurança. Fonte: BRASIL, 2010, p. 12. (Adaptado); Shutterstock. 
(Adaptado). Acesso em: 28/02/2021. 
 
PUNÇÃO CAPILAR 
A principal indicação de coleta de sangue por meio da punção capilar ou transcutânea é 
para crianças e neonatos. Para os adultos, é indicada para os que sofreram queimaduras, os muito 
obesos, idosos, com veias pouco visíveis e que apresentam tendência à trombose. Por outro lado, 
pacientes com desidratação ou circulação colateral reduzida não devem ser submetidos à coleta de 
sangue capilar, pois têm maior dificuldade em obter quantidade suficiente de sangue capilar. 
A amostra obtida por punção capilar consiste em uma mistura de fluidos intersticial e intracelular e 
de sangue proveniente das arteríolas, vênulas e capilares. A pressão nas arteríolas faz com que a 
amostra coletada por punção capilar contenha maior proporção de sangue arterial que de sangue 
venoso. Além disso, o aquecimento da região de coleta para facilitar a obtenção de maiores volumes 
da amostra aumenta em até sete vezes a proporção de sangue arterial na amostra. 
A coleta de sangue capilar pode ser realizada por meio de: 
Clique nas abas para saber mais 
INCISÃO 
Usando equipamentos que cortam o tecido de modo a se obter, em uma única incisão, quantidade 
suficiente de sangue. A incisão provoca menos dor e menor probabilidade de lesionar a pele ou 
provocar hemólise da amostra; 
PUNÇÃO 
Usando aparelhos que perfuram verticalmente a pele, sendo mais apropriados para pacientes que 
realizam múltiplas coletas, tais como monitoramento de glicose ou acompanhamento de bilirrubina 
neonatal (SBPC/ML, 2013). 
 
Quadro 5. A coleta de sangue e as normas de biossegurança Fonte: CEARÁ, 2013, p. 109. (Adaptado). 
 
ASSISTA 
https://www.youtube.com/watch?v=PNcnW1YU1ks 
A coleta de sangue por punção capilar é indicada para crianças. Para saber mais, assista ao 
vídeo Extração de sangue por punção capilar. 
 
VENOPUNÇÃO DE ROTINA 
 
A coleta de sangue venoso pode ser realizada por punção de qualquer veia dos membros superiores 
que apresentem bom calibre, estejam íntegras e sejam flexíveis. Por isso, deve-se evitar áreas com 
trombose, cujas veias são mais rígidas. 
Ao escolher a veia a ser puncionada, deve-se evitar as áreas que apresentem cicatriz de queimadura 
e seus entornos, bem como aquelas que apresentem hematomas. As regiões próximas àquelas que 
sofreram procedimentos cirúrgicos, como mastectomia e cateterismo, também devem ser evitadas. 
As veias mais indicadas

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