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Procedimentos - Abordagem do abdomen de equinos

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Anatomia 
 Estômago ➾ ID: Duodeno ➾ Jejuno ➾ íleo ➾ IG: Ceco ➾ 
Cólon (Cólon ventral direito ➾ flexura esternal ➾ cólon ventral 
esquerdo ➾ flexura pélvica ➾ cólon dorsal esquerdo ➾ flexura 
diafragmática ➾ cólon dorsal direito ➾ cólon transverso ➾ cólon 
menor) ➾ reto. 
O intestino possui tênias (fibras/bandas musculares) e 
haustros (pregas que se formam nos espaços entre as tênias). O 
ceco possui 4 tênias e o cólon menor tem 2. O número de tênias é o 
mesmo do de fileiras de haustros. O único que não tem haustros é o 
cólon maior dorsal esquerdo, que só tem uma tênia, então não forma 
haustros. 
O cólon maior se divide em: Cólon maior ventral direito – 4 
tênias; Flexura external – próxima ao externo; Cólon maior ventral 
esquerdo – 4 tênias; Flexura pélvica – próxima a pelve; Cólon maior 
dorsal esquerdo – 1 tênia; Flexura diafragmática – próxima ao 
diafragma; Cólon maior dorsal direito – 3 tênias. 
 
Exame físico do paciente 
 
Auscultação intestinal em equinos 
 
Paracentese 
É um procedimento clínico feito para a obtenção do líquido 
peritoneal para avaliação macroscópica. Em casos de equinos com 
cólica e, particularmente, equinos com obstruções ou hipóxia 
decorrente de torções, o líquido peritoneal (LP) ou efusão peritoneal 
é considerado uma forma indireta de avaliação das alças intestinais, 
decorrente do extravasamento de células e proteínas para a 
cavidade abdominal, alterando a composição normal da efusão. É 
avaliado: Volume, coloração, odor e densidade. 
Nos casos de cólica, a resposta inicial à inflamação 
intraperitoneal é observada pela alteração da cor do líquido 
peritoneal, onde sua cor amarela palha fica mais escura, em função 
do extravasamento de células e proteínas para o líquido peritoneal, 
elevando sua concentração na cavidade 
A técnica consiste em deixar o animal em posição de estação e 
o local indicado para inserção da agulha, a fim de evitar a perfuração 
de redes vascularizadas, é na linha média, 2 cm abaixo do umbigo ou 
no quadrante inferior esquerdo, lateralmente ao músculo 
retoabdominal. Após antissepsia, a pele é tracionada de 1 a 2 cm da 
sua posição natural para evitar o retorno de líquido após a 
perfuração e uma agulha (40x12) é delicadamente inserida na parede 
abdominal e a aspiração é feita de forma lenta, coletando 5 a 10 mL 
de LP em frascos estéreis contendo anticoagulante EDTA. 
Abordagem do abdomen de equinos 
Frequência cardíaca (FC): Adultos – 28 a 30; Potros – 60 a 80. 
Frequência respiratória (FR): Adultos – 8 a 20; Potros – 20 a 40. 
Tempo de preenchimento capilar (TPC): 1 a 2 segundos. 
Coloração de mucosas: normocoradas 
Temperatura corpórea (TC): Adultos – 37,3 a 38,5; Potros – 38 a 39,5 
Peristaltismo 
1 movimento a cada 30/45 segundos e de 3 a 5 descargas da goteira íleo 
cecal a cada 5 minutos 
Tipos: Atonia (sem peristaltismo (-)); Hipomotilidade (diminuição de peristaltismo 
(+)); Normal (++); Hipermotilidade (aumento do peristaltismo (+++)). 
Além do exame físico do liquido peritoneal (volume, cor, 
aspecto, odor e densidade), também é feito o exame químico de 
proteína, glicose, sangue e pH, e o exame citológico com contagem de 
hemácias e contagem de células nucleadas. 
Na avaliação, o padrão normal é: Hematócrito – 31 a 42%; 
Proteína Total Plasmática – 5,4 a 7,0 g/dl; Leucograma – 6.500 a 
11.800/ul; Fibrinogênio Plasmático – 200 a 550 mg/dl. 
 
Laparotomia Mediana Ventral 
É indicada para exploração da cavidade abdominal, distúrbios 
intestinais e biópsias. A técnica consiste em uma tricotomia e 
antissepsia rigorosa abdominal, uma incisão pré-retro umbilical 
mediana (linha alba), hemostasia, divulsão subcutânea e entrada na 
cavidade abdominal. 
Dentro da cavidade, é feita uma exteriorização visceral 
(conforme a patologia). Terminando o procedimento, é feito uma 
sutura do peritônio e da musculatura abdominal com fio absorvível nº 
3 ou 4, aproximação do tecido subcutâneo com fio absorvível nº0 ou 
2-0, e por fim, sutura da pele com pontos separados com fio de 
nylon nº 2 ou 3. 
O tratamento pós-cirúrgico é feito com antibioticoterapia, 
antinflamatório não esteroidal, terapia antitetânica, curativo da ferida 
cirúrgica e retirada dos pontos de 10 a 14 dias após a cirurgia. As 
possíveis complicações são: Edema, infecção incisional, peritonite, 
deiscência dos pontos e hérnia incisional. 
 
Laparoscopia 
É indicada em casos de diagnóstico, biópsias e cirurgias 
intestinais. A técnica consiste no posicionamento do paciente em 
decúbito quadrupedal com sedação e anestesia local ou em decúbito 
com anestesia geral. É feita a tricotomia, antissepsia e colocação dos 
panos de campo com as agulhas de Veress. 
Em seguida é feita a insuflação da cavidade abdominal com 
CO2. A incisão pode ser feita pelos flancos ou pela porção ventral do 
abdômen. É introduzido o trocáter e o laparoscópio. Faz-se então a 
exploração e/ou realização do procedimento na cavidade abdominal. 
Após a exploração, o gás é retirado, seguido pelo laparoscópio e o 
trocáter. A sutura é feita somente na pele com fio inabsorvível nº 2-
0 ou fio de nylon nº 40. 
 O tratamento pós-cirúrgico é feito com antinflamatório não 
esteroidal, terapia antitetânica, se necessário a antibioticoterapia, 
curativo da ferida cirúrgica e retirada dos pontos de 10 a 14 dias 
após a cirurgia. As possíveis complicações são: Não perfuração do 
peritônio, hemorragias pela exploração, perfuração durante a 
colocação do trocáter, desconforto pela insuflação abdominal, 
enfisema subcutâneo e peritonite. 
 
Laparotomia pelo flanco 
É indicado para explorações diagnósticas, procedimentos 
cirúrgicos em intestinos e biópsias. A técnica consiste em: antissepsia 
rigorosa do flanco, diérese da pele, hemostasia, divulsão da musculara 
(oblíquo abdominal externo, oblíquo abdominal interno e transverso 
abdominal) e diérese peritoneal. De acordo com a patologia, é feito a 
exteriorização visceral. 
A sutura do peritônio e do músculo transverso abdominal é 
feito com fio absorvível nº 3 ou 4, dos músculos oblíquo abdominal 
interno e externo é feito com fio absorvível nº 3 ou 4 e da 
pele com fio inabsorvível nº 0 ou fio de nylon nº 40. 
O tratamento pós-operatório é feito com 
antibioticoterapia, antinflamatório não esteroidal, terapia 
antitetânica, curativo da ferida cirúrgica e retirada dos pontos 
de 10 a 14 dias após a cirurgia. As possíveis complicações são: 
Edema, infecção incisional, peritonite e deiscência dos pontos.

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