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Resumão Farmaco I

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Farmacologia 
Farmacologia é o estudo de como uma substância biologicamente ativa (fármaco) afeta os sistemas vitais. 
Medicamento X Fármaco  Medicamento é o produto farmacêutico, obtido ou elaborado, com finalidade curativa, 
profilática, paliativa ou para diagnóstico. Logo, o medicamento é a forma farmacêutica que contém o fármaco (= princípio ativo) 
 
"Do uso empírico das plantas medicinais ao desenvolvimento de novas substãncias químicas sintéticas" 
 
Fases de desenvolvimento de um fármaco: descoberta e desenvolvimento (slide) 
 
Farmacogenologia: (pegar figura de slide) 
Estudo dos processos de novos medicamentos. 
Identificação do alvo -> validação do alvo -> ensaio do composto -> verificação do protótipo -> modificação do protótipo para 
melhorá-lo -> etapas pré-clínicas -> etapas clínicas -> mercado. 
Qualquer que seja a idéia, tem que passar por um estudo farmacológico in vitro, vivo e clínico. 
 
Propriedades dos Fármacos: 
A diferença dos fármacos para outras substâncias químicas é que elees possuem: Massa molar inferior a 500D, nº de 
grupamentos doadores de H < 5 e nº de aceptores <10. ("Regra dos 5") 
 
 
Descoberta de novos fármaco: 
O que determina se um fármaco é o "melhor"? 
 Me too  mais um de um mesmo medicamento que já tem no mercado; 
 Pesquisa inovadora  aumenta a eficácia e a eficiência; pode ser melhoramento invador ou/e pesquisa especulativa; 
 Blockbuster  medicamento muito vendido, acima de 1 bilhão de dólares/ano. Principais causas é a globalização, 
altos preços, envelhecimento da população, tratamento crônico,.... As consequências são a fragilização da indústria que fica 
dependente de um blockbuster, políticas de fusão através de reposição de pipelinas, corte de custos, .... 
*Pipeline: gastos que alimentam a pesquisa através de compostos, e até ser aprovado o medicamento percorre um longo 
caminho. 
 
Algo esta errado na indústria: 
- Gastos muito altos com pesquisa e desenvolvimento e poucos novos medicamentos descobertos; 
- Muitas empresas disputando o mesmo mercado, rapidamente já é lançado um me too; 
- (ver resto no slide) 
Então, os melhores negócios são aquisições certas e licenciamento de empresas 
 
“Da administração oral ao efeito terapêutico” 
O medicamento (pensando em um comprimido, como exemplo de forma farmacêutica) ao ser adm ele passa por uma etapa 
biofarmacêutica que envolve a desintegração, desagregação e a dissolução do mesmo. Isso fara com que o fármaco fique em solução 
Quando isso ocorre, passamos a etapa farmacocinética (PK) que envolve a absorção, distribuição e eliminação desse fármaco Não 
podemos pensar em um “apos essa fase” porque todos os eventos são dinâmicos, sendo assim, conforme essa etapa vai avançando, 
entramos na etapa de farmacodinâmica (PD). Nessa fase, ocorre a interação entre fármaco e receptor, caracterizando o efeito. 
 O fármaco ao ser adm por essa via, pode haver uma perda luminal (no trato gastrointestinal, ou TGI) antes do mesmo 
alcançar a corrente sanguínea 
 Portanto, o medicamento ao ser adm tem uma certa dose (quantidade de fármaco). Esse fármaco então precisa de um 
transporte membranar para que ele consiga alcançar a corrente sanguínea. Porem, durante esse processo e antes de alcançar o local 
de ação, logo o efeito, podem acontecer eventos como efeito de primeira passagem, metabolismo hepático e excreção renal que irão 
influenciar na dose que efetivamente chega ao local de ação (receptor) e ,por consequência, no efeito esperado. Também e' 
importante ressaltar que esse fármaco, uma vez na corrente sanguínea, pode ser distribuído para outros tecidos podendo ou não 
desenvolver algum quadro de toxicidade. 
 Comprimido x solução oral: teoricamente a absorção e, consequentemente, o efeito seria mais rápido quando adm a 
solução oral pois o principio ativo já estaria dissolvido. Mas na pratica, isso e' verdade?! Fazendo o gráfico concentração plasmática X 
tempo, observa-se que quando adm a solução, o pico de concentração maxima ocorre antes e é maior, quando comparado ao pico 
do comprimido, o que seria mais interessante pois a dor seria cessada mais rapidamente. 
 
ABSORCAO 
 
 Processo pelo qual um fármaco e' transportado do seu sitio de adm ate a circulação local. Se isso ocorrer, o fármaco foi bem 
 
 
absorvido. Ele tem que chegar intacto na circulação sanguínea. 
 Um fármaco só é considerado absorvido quando este chega intacto a corrente sanguínea 
 A via de adm ideal é a oral devido a sua facilidade de adm (o próprio paciente pode adm, não precisa de terceiros) alem de 
aumentar a adesão (“compliance”) do paciente ao tratamento. 
 A absorção de fármaco quando adm por via oral envolve dissolução, transporte transepitelial e efeito de primeira passagem. 
 Esse transporte transepitelial ocorre, na maior parte dos casos, pela difusão passiva. Existe uma correlação matemática 
chamada Lei de Fick que determina a velocidade de difusão do fármaco pela difusão passiva (atravessando a membrana). 
 Existem fatores que influenciam essa lei, são eles: 
1) Permeabilidade: o fármaco tem que ter características físico-químicas para conseguir atravessar a membrana que 
tem características lipofílicas Esse fator é medido experimentalmente através do coeficiente de partição (Pk). 
2) Área de contato da membrana: aumenta a área, aumenta a velocidade 
3) Gradiente de concentração: somente a forma não ionizada do fármaco é capaz de atravessar a membrana por 
difusão passiva já que a forma ionizada é carregada, o que é ruim devido a característica lipídica (apolar) da membrana. Então só 
pode levar em consideração a [fármaco não ionizado]. 
 
 É importante para o transporte de fármacos, conhecer o seu grau de ionização em diferentes meios. Sabe-se que o grau de 
ionização de um fármaco depende de seu pKa e do pH do meio. 
Exemplo: o paracetamol tem pKa = 4,4; o estomago (suco gástrico) tem pH=1,4 
 
Equação de Henderson-Hasselbalch: Sabendo que pH = pKa + log [A-]/[HA] 
1,4 = 4,4 + log [A-]/[HA] → log [A-]/[HA] = -3 → [A-]/[HA] = 0.001 M 
 
Portanto, nesse caso, a concentração da forma ionizada é muito pequena, predominando a forma não ionizada, o que 
favorece a sua absorção nessa condição. [HA] é a forma ácida e [A-] é a forma básica do fármaco. 
 
Já, ao mudar o meio do estomago para o plasma, o pH passa a 7,4 e [A-] fica: 
7,4 = 4,4 + log [A-]/[HA] → 3 = log [A-]/[HA] → [A-]/[HA] = 1000M 
 
Portanto, nesse caso predomina a forma ionizada. Esses resultados mostram que o ambiente do estomago vai favorecer a 
absorção do fármaco (nesse exemplo) já que está predominantemente na forma não ionizada. Mas quando chega a corrente 
sanguínea, predomina a forma ionizada, o que garante que o fármaco fique por lá, não conseguindo atravessar a membrana de volta 
para a luz do estomago. 
 Em meio ácido, um fármaco ácido fraco não se ioniza muito, ficando na maior parte em sua forma neutra e passando para o 
plasma, onde ocorre a maior ionização do mesmo. 
Transporte transepitelial intestino 
 Alguns fatores podem atrapalhar esse transporte como barreiras físicas e barreiras bioquímicas: 
 
 1) Barreira física (membrana bicamada lipídica) 
- via transcelular que envolve a difusão passiva (a via mais comum), difusão facilitada, endocitose (pouquíssimo comum em 
fármacos e transporta moléculas grandes como insulina pela barreira hematoencefálica) e transporte ativo. 
- Via paracelular: alguns fármacos de pequeno peso molecular passam entre as células. 
- Transportadores de peptídeos: a difusão facilitada e' caracterizada pela utilização de alguma ptn, canal ou afins que 
facilitem a entrada de moléculas na célula, não usando energia, auxiliando moléculas com propriedades físico-químicas 
desfavoráveis a difusão passiva. Sendo assim, esses transportadores de peptídeos são usados para pequenos peptídeos ou moléculas 
com características de peptídeos Exemplos: PEPT1 e PEPT2 que são co-transportadores di/tri-peptideos com H+. Estão localizados no 
duodeno e fazem com que fármacos relacionadosa eles não passem por difusão passiva. Transportam fármacos que mimetizam 
peptídeos. Isso porque tinham fármacos que não eram absorvidos, aí adicionaram ao fármaco uma estrutura semelhante ao aa, 
fazendo com que sua absorção fosse mais eficiente. 
 
 2) Barreira Bioquímica: existem alguns tipos como: 
 
- Barreira enzimática: borda estriada e/ou enzimas intracelulares. O fármaco pode sofrer metabolização nos dois casos, 
deixando de ser fármaco e tornando-se metabolito. 
- Sistema de efluxo: Glicoptn P, por exemplo. O fármaco esta' entrando na célula e ao mesmo tempo alguma bomba de efluxo 
esta' mandando para fora. E' um mecanismo de defesa da célula contra substancias exógenas. A glicoptn P está presente 
normalmente no nosso organismo, porém em células tumorais resistentes a multi drogas ela é superexpressa, o que torna um 
desafio para os anti-neoplasicos. 
 
Janela de absorção: 
 Existem momentos favoráveis para que haja uma melhor absorção 
 Como por exemplo o que envolve o transporte passivo e o pH: dependendo do estado alimentar (jejum ou pós-prandial), 
pode haver variação de pH em órgãos do TGI como o estomago tem pH entre 1 – 3 em jejum, e entre 2 – 5 em estado pós-prandial. 
Essa variação tem direta relação com o grau de ionização dos fármacos, favorecendo ou não a sua absorção. OBS: o intestino não é 
considerado um órgão homogêneo (duodeno é diferente do íleo, por exemplo). Então para absorver depende do pH e da presença 
 
 
de transportadores pro fármaco, caso este necessidade de um. 
 
Exemplo: Para o AAS (acido acetilsalicílico), qual o melhor local de absorção, estomago ou intestino? 
 Como o AAS é um acido fraco, teoricamente, esperava-se que fosse mais absorvido no estomago devido ao pH menor. Mas 
na pratica, é absorvido cerca de 30% no estomago e 60% no intestino. 
 Para absorver, seguindo a regra de Fick, não depende apenas do pH. Outros fatores como a área de contato estão 
intimamente relacionados. 
 O intestino é um órgão maior que o estomago em comprimento, alem ter invaginações, vilosidades e microvilosidades, o 
que aumenta ainda mais a área de contato desse órgão. Alem disso, o estomago tem um muco muito espesso que dificulta a 
absorção. No intestino, tem mais tempo para a reação HA  H
+
 + A- ocorrer, aí absorve o HA, que diminui de concentração, 
deslocando o equilíbrio pra sua produção e assim vai absorvendo. 
 Então o pH não vai influenciar em nada nessa caso, apenas a área de contato? Não!!! Se o fármaco fosse uma base fraca, 
por exemplo, 100% da sua absorção ocorreria no intestino. Portanto, pH e pKa tem certa influencia. 
 
 Outro fator que pode influenciar na velocidade de absorção é o esvaziamento gástrico Isso porque quanto mais rápido o 
medicamento chega ao intestino, mais rápida a absorção 
 Esse esvaziamento é estimulado quando ocorre no estomago, por exemplo, digestão de ptns, distensão do órgão, angustia, 
agressão e ingestão de certas substancias como álcool, cafeina e metoclopramida. 
 Por outro lado, ele é inibido quando ocorre no duodeno, por exemplo, distensão do órgão, presença de gorduras, HCl, dor, 
depressão e ingestão de alguns fármacos com anti-acidos e anticolinérgicos 
 Portanto, se um fármaco for adm com alguma substancia que favoreça o esvaziamento gástrico, será absorvido mais 
rapidamente (a concentração plasmática máxima será alcançada mais rapidamente) pois chega mais rápido ao duodeno. 
 
 Para um efeito rápido do fármaco: adm em jejum com água já que com o estomago cheio há mais gorduras, o que inibe o 
esvaziamento gástrico, portanto demoraria mais para chegar ao duodeno. A grande quantidade de água também é interessante pois 
a partir de 200 ml ingerido, provoca-se o esvaziamento gástrico. 
 Motivos para tomar o medicamento após a refeição: para não esquecer de tomar e para diminuir a dor estomacal no caso 
de antiinflamatórios não esteroidais (AINES). 
 Quando se toma um medicamento junto com metoclopramida, esta promove a aceleração da absorção e aumenta a 
concentração plasmática do medicamento administrado em conjunto. (ver gráfico). A metoclopramida estimula os movimentos de 
contração do estômago e intestino. 
 
Influencia da comida: pH e lipídeos 
· alterações fisiológicas pós-prandial: estomago reduz o esvaziamento gástrico e aumenta o pH; intestino delgado 
aumenta a concentração de bile formando micelas, aumenta a permeabilidade e aumenta o fluxo linfático 
· Alterações na biodisponibilidade: classicamente, a absorção é reduzida ou ao menos retardada (fármacos 
hidrossolúveis com alto valor de coeficiente de permeabilidade). Observando caso a caso, a absorção pode ser aumentada 
significativamente em função do maior tempo de permanência no pH acido do estomago e do aumento da secreção de sais biliares. 
Para fármacos básicos muito pouco hidrossolúveis, a absorção aumenta quando ingeridos juntos com alimentos ricos em 
gorduras. Motivo: na presença de gordura, ocorre a redução do esvaziamento gástrico, o que vai fazer com que o fármaco fique mais 
tempo em pH acido. Isso e' interessante pois irão ionizar e então conseguir se solubilizar para que quando haja o esvaziamento 
gástrico ele possa ser absorvido. Então a base será dissolvida e ionizada no estômago, fazendo com que ao chegar no intestino ela 
esteja pronta para ser absorvida. Isso porque existe o equilíbrio BOH -> B+ + OH-. Então conforme a BOH é absorvida, o equilíbrio se 
desloca no sentido de sua formação e assim ela vai sendo absorvida. 
pKa = pH + log [BH+]/[B] 
 
Fatores que influenciam a absorção por via oral: 
· fatores físico-químicos: hidrofobicidade, pKa, peso molecular, tamanho das partículas (quanto maior for, mais demora a 
solubilizar), forma cristalina (o que influencia na dissolução), etc. As vezes o fármaco é modificado para que ocorra a modificação das 
suas propriedades físico-químicas. Ele precisa ser solúvel em água para ficar no meio aquoso e, ao mesmo tempo, tem que ser 
hidrofóbico para passar pela membrana. 
· Fatores fisiológicos: área de superfície de contato, transito e motilidade (a absorção quando com diarreia é diferente do 
paciente sadio), pH, esvaziamento gástrico, permeabilidade da membrana, interações medicamentosas, efeitos de primeira 
passagem, etc. 
EFEITOS DE PRIMEIRA PASSAGEM 
 
 Definição: Eliminação pré-sistêmica. Ocorre antes do fármaco alcançar a circulação sistêmica 
 Natureza: 
1) Metabolização pelas células da mucosa intestinal: quando o efeito ocorre aqui, afeta a absorção 
2) Metabolização pelos hepatocitos: como já foi absorvido, esse efeito vai influenciar na biodisponibilidade do 
fármaco 
3) Secrecao biliar 
4) Metabolização pela flora intestinal 
 Depois desses efeitos, o que alcanca o coração e a circulação sistêmica é uma mistura de fármaco e metabolitos. Dos 4 
 
 
efeitos de primeira passagem, apenas o 2º não interfere na absorção, mas sim na biodisponibilidade do fármaco. 
 Além disso, cada organismo funciona de uma forma, então pode ter uma pessoa que metaboliza mais o fármaco, outra 
metaboliza menos, etc. 
 
O binomio permeabilidade – solubilidade 
 O ideal e' um equilibrio entre ambos, os extremos de cada são muito ruins. 
· Solubilidade: um fármaco deve ser suficientemente soluvel em meio aquoso para ser absorvido 
· Permeabilidade: quanto maior a lipofilicidade, aumenta a permeabilidade (mas também a depuracao e o efeito de 
primeira passagem). Farmacos muito lipofílicos são bons alvos para proteínas metabolizadoras. 
Fator de Biodisponibilidade (F): é a fração do fármaco presente no comprimido que chega intacto à circulação sistêmica. 
Exemplo: o indinavir era comercializado mas tinha baixa hidrossolubilidade. Para melhorar isso, passou-se a comercializar o 
sulfato de indinavir que por ser um sal, passou a ter maior hidrossolubilidade. 
 O citocromo P450 são enzimas de primeira passagem e muito ativas: aí 
para resolver o problema do fármaco, diminui-se a lipofilicidade para aumentar a 
estabilidade metabólica e aumenta o F. 
→ Altasolubilidade: Se o fármaco do comprimido de maior dosagem se 
dissolver em um volume de água menor ou igual a 250 ml, diz-se que ele tem alta 
solubilidade. 
→ Alta permeabilidade = log Pk (coef de par�ção) da água > log Pk do 
fármaco padrão. 
 Sistema de classificação biofarmacêutico (Amidon): Tem como objetivo 
prever o tipo de correlação entre permeabilidade e hidrossolubilidade. 
 Os fármacos são classificados por classes farmacológicas: antipsicóticos e 
antiinflamatórios. 
 
 O número de moléculas que atravessam a membrana por unidade de área, na unidade de tempo, é determinado pelo 
coeficiente de permeabilidade, P, e pela diferença de concentração através da membrana . E necessária a presença de moléculas 
permeantes na membrana, em número suficiente , que devem ser móveis no interior da membrana para que ocorra passagem 
rápida para que ocorra rápida passagem. Assim, dois fatores físico-químicos 
contribuem para P, isto é, a solubilidade na membrana (que pode ser expressa 
como coeficiente de partição para a substância distribuída entre a fase da 
membrana e o ambiente aquoso) e a difusibilidade, que é uma medida da 
mobilidade das moléculas no interior do lipídio, sendo expressa como 
coeficiente de difusão. 
 Em concentrações terapêuticas n o plasma, muitos fármacos 
encontram-se principalmente na forma ligada. A fracão da substância que 
permanece livre em solução aquosa pode ser apenas de 1%, estando o restante 
associado a proteínas 
plasmáticas. A substância 
não-ligada constitui a 
forma 
farmacologicamente 
ativa. A proteína 
plasmática mais importante para a ligação de fármacos é a albumina, que se 
liga a muitas substâncias ácidas e a um número menor de substâncias básicas. 
 A quantidade de uma substância que se liga à proteína 
depende de três fatores: 
 a concentração da substância livre; 
 sua afinidade pelos sítios de ligação; 
 a concentração de proteína. 
 Podemos analisas a ligação da proteína com o fármaco da 
seguinte forma: 
[P] + [F] <-> [PF], onde a quantidade do complexo PF é 
praticamente a mesma do fármaco livre. Pode ocorrer a disputa de 
dois fármacos pelo sítio de ligação da albumina, fazendo com que a 
adm de uma substância B com maior afinidade pela PTN faça aumentar a concentração da substancia A livre, pois esta acaba se 
desligando da albumina. 
 
ADM sublingual: A absorção diretamente a partir da cavidade oral é algumas vezes útil (contanto que o fármaco não tenha 
sabor muito ruim) quando existe necessidade de obter uma resposta rápida, particularmente quando o fármaco é instável em pH 
gástrico ou é rapidamente metabolizado pelo fígado. Os fármacos passam diretamente para a circulação sistêmica, escapando do 
efeito de primeira passagem. 
 
ADM retal: é feita para fármacos que vão ter um efeito local ou sistêmico. É útil para pacientes que estão vomitando. 
ε e Kd = características do fármaco 
f = característica do tecido (o quanto 
a célula consegue amplificar o 
efeito/sinal produzido pela ligação F-
R) 
 A única diferença para o ajuste 
induzido é que lá todos os receptores 
são inativos podendo ou não se 
tornar ativos quando forma o 
complexo AR. Neste modelo de dois 
estado existem os dois tipos de 
conformação para o receptor (ativo e 
inativo), é o agonista que vai escolher 
em qual se ligar. 
 Assim, o agonista inverso seria 
aquele que é mais afim da 
conformação inativa. O agonista 
 Agonistas possuem alta 
eficácia, enquanto antagonistas 
apresentam, no caso mais simples, 
eficácia zero. As substâncias com 
níveis intermediários de eficácia, 
mesmo quando ocupam 100% dos 
receptores teciduais apresentam 
resposta submáxima são chamadas 
de agonistas parciais para se 
distinguir dos agonistas totais, cuja 
eficácia é 100% ou suficiente para 
produzir reposta tecidual máxima. 
 
O antagonismo competitivo (representado 
pelo gráfico ao lado onde cada curva 
corresponde a concentrações crescentes de 
um antagonista conhecido de fármaco) 
descreve a situação comum em que uma 
substância se liga seletivamente a 
determinado tipo de receptor sem ativá-lo, 
 
 
U t i l i z a - s e a administração cutânea quando é necessário 
ADM cutânea: obter um efeito local na pele (por exemplo, aplicação tópica de esteróides). Entretanto, pode ocorrer absorção 
apreciável, resultando em efeitos sistêmicos. 
 
ADM por inalação: A inalação constitui a via utilizada para anestésicos voláteis e gasosos, em que o pulmão serve como via 
tanto de administração quanto de eliminação. A rápida troca resultante da grande área de superfície e do fluxo sangüíneo permite a 
obtenção de rápidos ajustes na concentração plasmática. 
 
ADM por injeção: A injeção intravenosa constitui a via mais rápida e mais certa de administração de fármacos. A injeção na 
forma de "bolo" produz uma concentração muito elevada da substância, inicialmente no coração direito e nos pulmões e, a seguir, 
na circulação sistêmica. A concentração máxima que chega aos tecidos depende fundamentalmente da velocidade de injeção. A 
administração na forma de infusão 
intravenosa constante evita as incertezas de absorção por outros locais, enquanto impede as elevadas concentrações 
plasmáticas máximas produzidas pela injeção na forma de "bolo". Os fármacos administrados por via intravenosa incluem vários 
antibióticos, anestésicos 
 
 
 
Aula 3 – Farmacologia 
VIAS DE ADMINISTRACAO 
 
 Existem três grandes grupos em que estão separadas as diversas vias de adm: 
 → Via enteral: tem efeito sistêmico e envolve no trato digestivo. São elas: via oral, via sublingual e via retal. 
 → Via tópica: seu efeito tem caracterís�ca local. Envolve mucosas (vaginal, conjun�val, nasal..), pele e inalação 
 → Via parenteral: efeito sistêmico e e não envolve o trato digestivo. São elas: inalação, intramuscular (IM), intravenoso (IV), 
subcutânea (SC), intratecal, transdermal e intraperitonial (essencialmente usada em animais cobaias). 
 
Via sublingual: 
 Tem como vantagens: evita efeito de primeira passagem e absorcao rapida. 
 O intestino e' irrigado por veias mesentéricas que confluem originando a veia porta. Esta conduz o sangue ate o figado onde 
o fármaco presente nele sofre efeito de primeira passagem pelos hepatócitos Depois dessa metabolização, o sangue sai do figado 
pela veia hepática, chega a veia cava e então alcança a corrente sanguínea (esse sangue contem tanto fármaco intacto quanto 
metabolitos do fármaco original). 
 Já na cavidade bucal, abaixo da língua existe um veia que desemboca direto na veia cava. Com isso, o fármaco absorvido por 
essa veia não passa pela veia porta, portanto não vai para o figado, evitando o efeito de primeira passagem 
 A absorção rapida e' dada pela entrada do fármaco direto na corrente sanguínea devido a absorção por essa veia da região 
sublingual. Com isso, não depende de certos fatores fisiológicos, como o esvaziamento gástrico, que retardam a absorção e por 
consequência o efeito. 
 Exemplos de fármacos adm por essa via: captopril (em casos de crise hipertensiva) e nitroglicerina (em casos de crise de 
angina). 
 A forma farmacêutica usada para essa via e' o comprimido sublingual. Como inovação da forma farmacêutica, hoje em dia, 
existem comprimidos que envolve tanto a via sublingual quanto a oral. Consistem em um comprimido com um núcleo contendo 
mononitrato isossorbida, este e' revestido por uma fina camada de acido ascórbico e envolvendo ambas camadas aparece uma certa 
quantidade de nitroglicerina. Esse comprimido e' colocado embaixo da língua onde a nitroglicerina e' absorvida em questão de 
minutos. Quando esta acaba, o paciente sente um gosto de limão devido a presença do acido ascórbico Esse e' o sinal para o 
paciente engolir o comprimido e então o mononitrado isossorbida sera absorvido pela via oral. 
 Outra vantagem dessa via, quando comparada com a via oral, e' que a dose adm deve ser muito menor e o Tmax também e' 
menor. 
 
Via retal: 
 Vantagens: evita parcialmente o efeito de primeira passagem e melhor adesãoinfantil. 
 A forma farmacêutica utilizada e' o supositório e tem efeito tanto local (laxativos e vasoconstritor) quanto sistêmico (uso 
pediátrico de certos fármacos, uso em caso de irritação gástrica e vômitos). Em relação ao uso local, deve-se ter cuidado para que o 
efeito sistêmico possível (devido a quantidade não controlável que segue para a veia porta) não seja prejudicial. 
 O importante dessa via e' que parte do fármaco absorvido na região segue para a veia porta e outra não, caindo na 
circulação sistêmica Por isso que o efeito de primeira passagem e' parcialmente evitado. 
 
Via Tópica/Parenteral: 
 O local de aplicação e' o mesmo, o que varia e' a dose e a forma de aplicação 
 
1) Mucosas: 
 Pode ser através de uso tópico na mucosa vaginal, com o uso de anti-inflamatórios e antimicóticos; de uso tópico na mucosa 
conjuntival empregando anti-inflamatórios e tratando doenças como o glaucoma; de uso tópico na mucosa nasal adm 
vasoconstritores, anti-histamínicos e anti-inflamatórios 
 
 
 Porem, a mucosa nasal também pode ser aproveitada para uso sistêmico pois tem como vantagem a grande área de 
contato, uma maior rapidez de ação e ainda evita o TGI. Nesse caso, essa via pode ser usada para adm de hormônios e pequenos 
peptídeos que seriam destruídos no TGI. São exemplos a ocitocina, desmopressina, gonadorrelina e calcitonina Essa via e' 
interessante para possível adm de vacina para HIV já que esta seria feita a partir de fragmentos de DNA que seriam degradados no 
TGI. 
 
 
2) Pele: 
 Envolve tanto uso tópico (anti-inflamatórios e antimicóticos) como uso sistêmico (transdermico, como por exemplo adesivos 
Patch). 
 São exemplos de fármacos usados a escopolamina, nicotina, estrogênio, nitroglicerina e lidocaína 
 A via transdermica envolve esse órgão e tem como vantagens o fato de evitar a barreira gastrointestinal e o controle da 
velocidade de liberação O uso de adesivos, característico dessa via, favorece o controle da dose e do tempo de adm, pois por 
exemplo, uso de medicamento para enjoo na forma de adesivos faz com que em uma viagem longa, se aplique o adesivo, 
percebendo o efeito do fármaco e assim que a viagem acada, basta retirar o adesivo que em pouco tempo o efeito o mesmo cessa. 
 
3) Inalação: 
 Também envolve tanto uso tópico (broncodilatadores e anti-inflamatórios) quanto uso sistêmico (insulina) 
 
Via Parenteral: 
 Para efeito de comparação, e' valido relembrar uns aspectos da via oral como o fato de ter absorção variável, tem como 
vantagem a adesão e o baixo custo; e tem como desvantagem a cooperação do paciente e casos de vomito e irritação, 
 
 Sobre a via I.V.: sua absorção e' dita evitada, ou seja, como e' o fármaco e' lançado diretamente na corrente sanguínea, há 
garantia de 100% de biodisponibilidade (F=1). Isso faz com que essa via sirva como referencia para comparação com as demais. 
 Tem como vantagens o uso eficaz em casos de emergência, proporciona o uso de doses exatas, suporta grandes volumes. 
Porem apresenta desvantagens como irritação, a aplicação depende de terceiros, solubilidade do fármaco em meio aquoso (já que 
vai direto para o sangue), validade menor (já que a maioria dos fármacos são mais estáveis na forma cristalina do que em solução). 
 
 Sobre as vias I.M e S.C.: Dependendo das características da solução, a absorção sera lenta ou rapida (podendo ser mais 
rapida que a via oral). 
 Por exemplo, fármacos hidrossolúveis em solução aquosa tem uma ação rapida devido a uma absorcao mais rapida. Já 
fármacos hidrossolúveis em solução oleosa proporciona uma absorção mais lenta que pode levar ate meses para que a dose 
completa seja absorvida. 
 Tem como desvantagens causar dor na aplicação e suportar pequenos volumes. 
 
Estrategias para aumentar a absorção de pnts e peptídeos: 
 → Permeabilidade da membrana: microemulsoes aumentam a permeabilidade da membrana, assim como pequenas 
alterações estruturais na mesma. 
 → Modificação das tight-junctions (via paracelular) 
 → Modificação da molécula: para torná-la mais apta para passagem. Dessa forma, pode-se alterar a afinidade pelo receptor 
(alterando a farmacodinâmica do fármaco) e também pode-se alterar propriedades físico-químicas, por exemplo, que irão influenciar 
nos padroes farmacocinéticos da molécula 
 Também e' possível fazer uma ligação covalente dessa molécula com um carreador, como por exemplo a glicose, com isso, a 
molécula não depende mais exclusivamente da difusão passiva para entrar na célula, podendo fazer isso através do sistema de 
transporte do seu carreador. 
 Alem da ligação covalente, e' possível promover alterações na molécula através de modificação não-covalente que envolve 
encapsulação (lipossomas) e uso de um carrier (molécula patenteada) que aumenta a lipossolubilidade e flexibilidade do fármaco 
 
Sistema de liberação de fármacos 
 OBS.: são ditos comprimidos de liberação imediata aqueles comprimidos convencionais. 
 Definição de sistema de liberação modificada: e' um sistema de liberação não convencional. Pode ser de liberação 
prolongada ou retardada. 
 
1) Liberação prolongada (=controlada/sustentada/extendida) 
 E' usada para mudar padrões farmacocinéticos de certo medicamento em relação ao convencional. Tem como vantagens a 
diminuição da frequência de adm (ao invés de um comprimido de 8/8h totalizando 4 comprimidos/dia, o paciente passa a usar 1 
comprimido/dia); aumento da adesão ao tratamento; aumento da eficacia; comprimido mais estável; redução de efeitos adversos. 
 Porem, existem alguns pré-requisitos para um fármaco poder ser usado dessa forma e o principal e' que o tempo de meia 
vida do mesmo não pode ser curto pois senão o fármaco pode ter sofrido alteração da sua estrutura antes mesmo de ser totalmente 
liberado. 
 As desvantagens desse sistema e' a latência do efeito no inicio da terapia (pode ser que não se perceba o efeito desejado 
nos primeiros comprimidos ingeridos); risco de toxicidade prolongada (maior tempo de exposição a droga); absorção alterada com 
distúrbios gastrintestinais. 
 
 
 
2) Liberação retardada: 
 Esse sistema evita que o fármaco seja liberado no estomago e que isso acontece apenas no intestino. O que e' muito 
interessante para fármacos que irritam a mucosa gástrica ou para aqueles que tem sua estrutura química alterada pelo pH do 
estomago. 
 
 
DISTRIBUICAO 
 
 E' caracterizada pela passagem do fármaco da circulação sistêmica para o local (tecido) de ação Tem que haver distribuição 
para que haja efeito e eliminação (distribuição para rins e figado). 
 Existem dois fatores que determinam a velocidade e extensão da distribuição: o circulatório e a barreira a ser atravessada. 
 
1) Fluxo sanguíneo local (= volume de sg/min) 
 A perfusão é dita rapida em órgãos nobres pois recebem um maior volume de sangue por minuto. Exemplo: cérebro, rins (já 
que estão envolvidos com excreção), coração (e' a bomba de sangue) e o figado (onde estão enzimas chaves para o metabolismo) 
 A perfusão é moderada em órgãos como a pele e os músculos (em repouso) 
 E esta é dita lenta em tecidos como adiposo e tecido conectivo (articulações), portanto há dificuldade de levar grandes 
quantidades de fármacos a essa região 
 
2) Permeabilidade capilar: 
 Propriedades capilares: 
 → capilar com maculas: existem espaços entre os capilares, o que permite a passagem de moléculas de pequeno peso 
molecular, independente da sua carga (podem ser ionizados). Serão transportados pela água Presente no TGI, coração e figado. 
 → capilar com fenestras: mais espaçados do que os com as maculas, mas a ideia e' a mesma. Presente nos rins. 
 → capilares com oclusões: não há espaço entre as células Presente na barreira hemato-encefálica Tem como características: 
junções intercelulares com oclusões e pouca endocitose; apresenta sistemas de efluxo (glicoptn P); tem poucos sistemas de 
transporte ativo; apresenta projeções astrocitarias. Todas essas características dificultam a passagem do fármaco, forcando para que 
passequase que exclusivamente por difusão passiva, o que delimita a quantidade de fármacos capazes de serem empregados. 
 
Ligação a ptns plasmáticas: (ex: glicoptn alfa e albumina) 
 E' comum substancias básicas se ligarem a albumina, formando um complexo muito grande, impedindo a passagem do 
fármaco para seu respectivo local de ação, ficando preso na corrente sanguínea 
 Como consequência observa-se uma diminuição na distribuição, redução de eliminação, aumento da meia vida do fármaco 
e redução da potencia do mesmo, já que uma menor quantidade esta chegando ao sitio de ação 
 O ideal seria que os fármacos se ligassem cada vez menos as ptns plasmáticas porque assim a dose adm poderia ser menor 
e haveria menor variação do tempo e efeito. 
 Alguns fatores que afetam a ligação são doenças, como hipoalbuminemia e aumento da glicoptn alfa, e interações 
medicamentosas (competição). 
 
Desintegração: vai de comprimido á particular maiores 
Desagregação: vai de particular maiores à partículas menores 
Errática: na via oral, é a concentração que o fármaco vai atingir, já que essa concentração é variável, de difícil previsão. 
 
 
 
Farmacologia – 4ª aula – 05.04.11 
 
Metabolização 
 
 Definição: transformação química do fármaco levando a sua eliminação. Nessa fase, observa-se no gráfico uma redução na 
concentração plasmática. Essa redução não se dá apenas pela metabolização, ela ocorre também por outros fenômenos como a 
distribuição. Mesmo que o metabólito continue circulando, já não conta mais como fármaco. 
 Local: Fígado, mucosa intestinal (durante o processo de absorção, caracterizando o processo de primeira passagem), plasma 
(alguns fármacos são ésteres, e sabe-se que essa função química não apresenta muita estabilidade, portanto, essas moléculas 
podem sofrer hidrólise ainda no sangue, antes de serem distribuídas) e pulmão. 
 Mecanismo: 
 - Reações de fase 1: também conhecida como funcionalização. Nessa fase, as moléculas sofrem alterações na sua estrutura 
química, tornando-se mais hidrofílicas e, em alguns casos, até mais afins pelas enzimas. Para fármacos, a reação mais comum é a 
oxidação pelo citocromo P450 (CYP450). Quanto mais hidrofílica a molécula, mais passível de excreção ela se torna. 
 - Reações de fase 2: também conhecida como conjugação. Nem sempre vem depois da fase 1 (apesar de acontecer em 
sequência, normalmente, essas duas fases podem acontecer isoladamente, não é uma regra haver as duas na mesma molécula). 
 Grande parte das interações medicamentosas ocorrem relacionadas com a P450. É um grupo de enzimas do RE (hepatócitos 
e enterócitos) responsáveis pelo metabolismo oxidativo de grande número de substâncias endógenas e exógenas. 
 
 
 Existem várias CYPs no nosso organismo, para isso, criou-se uma forma de nomeá-las que segue a seguinte organização: 
Nome = CYP + número (que indica a família a qual pertence) + letra capital (que indica a qual subfamília pertece) + número 
(indicando o gene correspondente). Exemplo: CYP3A4. (obs.: essa classificação é para CYPs de humanos). 
 Basicamente 75% das reações de oxidação de fármacos ocorrem na CYP450. Mas não ocorrem em apenas uma, estão 
distribuídas em algumas principais. São elas: 
 
 1) CYP3A4: representa 60% das reações de oxidação no nosso organismo. Está presente no fígado e nos enterócitos. Ela é 
importante tanto para o metabolismo sistêmico (afeta a depuração) quanto para o efeito de primeira passagem (afetando a 
biodisponibilidade). Quanto menos um fármaco sofre efeito de primeira passagem, melhor, se não a sua concentração no plasma 
será muito variável, e abaixará rapidamente. 
 Ela apresenta grande variabilidade interindividual, o que é ruim pois se torna mais difícil encontrar a dose exata para certo 
paciente. Além disso, apresenta uma modulação intensa já que pode ser inibida por diversos fatores, inclusive por certos fármacos. 
 Todos os P450 tem hidrofobicidade relativamente alta, então tendem a metabolizar os fármacos mais hidrofóbicos. 
 Sendo assim, a sua inibição por certo fármaco vai influenciar no efeito de um outro fármaco, caracterizando uma interação 
medicamentosas. Isso porque se um primeiro fármaco é capaz de inibir essa enzima, a metabolização do segundo fármaco adm será 
alterada, dessa forma, é reduzida, como por exemplo, o itraconazol e o grapefruit. Isso pode levar a efeitos adversos pois o fármaco 
fica mais tempo em concentração alta no organismo (já que a dose adm não foi corretamente metabolizada, distribuída e, por 
consequência, eliminada, ao adm a próxima dose, a concentração sanguínea desse fármaco será elevada, podendo ultrapassar a 
janela terapêutica, indo para a concentração tóxica). 
 Além da redução da atividade da CYP450, também pode haver a indução da mesma por certos fármacos, como por 
exemplo, a loratadina “acelera” a CYP, portanto pode acelerar o metabolismo de certos fármacos (como o anticoncepcional, por 
exemplo), reduzindo o seu efeito. 
 Com a indução da CYP por certos fármacos, sua concentração (a quantidade de enzimas) é aumentada, o que leva ao 
aumento do Vmáximo, por isso a metabolização é maior. 
 Metabolização: muito alta (F<10), alto (10-30), intermediário (30-70), baixo (>70). 
 O Midazolam é usado para medir a atividade do CYP3A4 porque sua metabolização é quase que 100% feita por ele. 
 Na maioria das vezes há relação direta entre efeitos adversos e a concentração plasmática do fármaco. Quando adm junto 
com rifampicina, ele quase não aparece no plasma, porque ela induz o aumento do numero de enzimas que metabolizam o 
midazolam. 
 
 Um pró-fármacos quando é adm ele irá sofrer metabolização, passando a ser um fármaco podendo: 
1. ser excretado 
2. ser metabolizado tornando-se um metabólito inativo e então excretado 
3. ser metabolizado tornando-se um metabólito ativo, tóxico ou inativo e então ser excretado 
4. os metabólitos ativos, tóxicos ou inativos podem ainda serem metabolizados novamente tornando-se metabólitos 
inativos e então excretados. 
As opções 1 e 3 são características de fase 1 ou fase de funcionalização. E as opções 2 e 4 caracteriza-se como fase 2 ou de 
conjugação. 
 Sendo assim, dá para perceber que um fármaco que seja metabolizado pela fase 1 pode ser ainda utilizado pelo organismo 
ou então excretado. Já um fármaco metabolizado pela fase 2 terá como fim apenas a excreção. Isso vale tanto para fármacos quando 
para pró-fármacos, pois esse segundo se difere do primeiro por se tornar biologicamente ativo apenas dentro do organismo, 
enquanto o primeiro já é ingerido a sua forma ativa (na forma que precisa ter para exercer o efeito desejado). 
 
 Fase 1: seu metabólito apresenta hidrofilia geralmente maior (quanto maior a sua hidrofilia maior a sua eliminação e menor 
a sua reabsorção) e sua atividade é variável (pode ser ativo, tóxico ou inativo). 
 Fase 2: a conjugação mais comum no nosso organismo é a associação do ácido glucurônico ao fármaco. O seu metabólito 
vai apresentar SEMPRE uma hidrofilia maior e a atividade SEMPRE menor. Portanto, será mais rapidamente excretado pelos rins. 
 
Pró-fármacos 
Objetivos: 
1. Melhorar a absorção. Exemplo: esterificar o grupo carboxílico da ampicilina a torna cerca de 50% mais solúvel. 
Evita o efeito de primeira passagem. 
2. Melhorar a distribuição. Exemplo: levar a dopamina para um local específico porque seu efeito sistêmico não é 
interessante. Então coloca-se um grupamento que só é retirado por reação enzimática com enzimas predominantes nos rins. 
3. Redução de efeitos adversos 
4. Prolongar a duração do efeito 
5. Melhorar o sabor do fármaco 
 
Fatores que afetam a metabolização 
1. Polimorfismos genéticos → Farmacogené�ca 
2. Idade: crianças (até um ano) e idosos metabolizam de forma diferente dos jovens/adultos (grupo que é usado nos 
testes clínicos) 
3. Doença hepática (como a metabolização não será tão eficiente, pode-se usar um fármaco que não seja muito 
metabolizado pelo fígado. 
 
 
4. Interação medicamentosa 
 
 
Farmacogenética→ Será que um esquema de dosagem pode ser diretamente extrapolado de um grupo étnico/racial para outro? NÃO! 
 Raça é diferente de etnia. Um grupo é definido como da mesma raça por apresentarem um identidade essencialmente 
genética, já um para ser definido como uma mesma etnia, esse grupo tem que ter identidade essencialmente antropológica 
(cultural). 
 O termo farmacogenética é diferente de farmacogenômica. Como essa diferença é bem tênue, muitas vezes são usados 
como sinônimos. Mas, farmacogenética é o termo utilizado para designar a ciência que examina as bases genéticas das 
variabilidades individuais, observadas nas respostas terapêuticas (diferenças nas respostas a alguns fármacos são observadas pela 
maior ou menor atividade de certa enzima, sendo que esse “fator velocidade” pode ser ditado pela estrutura da enzima que é 
oriunda de um sequenciamento genético, dessa forma, se alguma base desse sequenciamento for diferente, influenciará o 
funcionamento da enzima). 
 Já a farmacogenomica usa o genoma humano para tentar descobrir novos alvos terapêuticos. 
 
Polimorfismo do CYP3A4: Foi observado que a biodisponibilidade dos fármacos metabolizados pelo CYP3A4 é maior nos 
mexicanos e nas pessoas do sul da África quando comparados aos caucasianos. Esta maior biodisponibilidade pode levar a um 
aumento na incidência e intensidade dos efeitos adversos. 
 
Polimorfismo da CYP2D6: Algumas etnias apresentam números diferentes de cópias dessa CYP. Assim, quanto maior o 
número de cópias, maior a metabolização. 
 
Polimorfismo de CYP2C19: Foi observada uma incidência de metabolizadores lentos em certas etnias. 
 
 
Excreção 
 
 Definição: é o processo pelo qual o fármaco é retirado da circulação sistêmica, levando a sua eliminação. Também é um 
evento responsável pela queda da concentração plasmática do fármaco. 
 Local: Rins (majoritariamente), pulmão, fezes (bile) e leite materno. 
 Falar que 40% do fármaco foi eliminado por excreção renal e 60% por metabolismo hepático indica que todos os fármacos 
foram eliminados na urina, porém 40% foi na forma de fármaco e 60% na forma de metabólito. 
 
Mecanismos de excreção renal: 
1. Filtração glomerular (envolve ptns plasmáticas) 
2. Secreção tubular ativa para fármacos que tem receptor. 
3. Reabsorção tubular passiva (envolve as características físico-químicas da molécula. As transformações na molécula 
de forma a torná-la mais hidrofílica faz com que ela não seja reabsorvida por esse mecanismo no túbulo coletor, mesmo que isso 
seja favorecido pelo gradiente de concentração). Se tiver carga também não é reabsorvido. 
 
Fatores que afetam a excreção renal: 
1. idade: nos extremos da vida (recém-nascidos e idoses) há uma redução da capacidade de filtração glomerular em 
relação ao adulto jovem. 
2. Insuficiência renal 
3. interação medicamentosa 
 
 
 
Farmacologia 1 – Aula 5 – 19.4.11 
 
Modelos Farmacocinéticos 
 
Objetivo: estabelecer uma hipótese simples para descrever um sistema biológico complexo de tal forma que se possa 
desenvolver equações matemáticas que descrevem a evolução temporal da concentração de um fármaco (e dos seus metabólitos) 
no corpo. 
 
Ordem cinética: a ordem de uma reação indica como a concentração do fármaco influencia a velocidade da reação (como a 
velocidade de absorção, distribuição ou eliminação). 
Portanto, de acordo com a equação V = K . Q
n
 (sendo n = o que define a ordem de ligação; v = velocidade do processo, k= cte 
de absorção, eliminação ou distribuição e Q = quantidade/dose do fármaco), quanto maior a concentração do ativo, maior o efeito. 
 Na maioria dos fármacos, na dose terapêutica, a ordem é 1, o que torna velocidade e concentração diretamente 
proporcionais. Nessa condição, a cinética do fármaco é mais segura, ao contrário da ordem zero que indica uma velocidade 
 
 
constante, independente da concentração. 
 
 Em termos de cinética dos fármacos, vamos considerar, inicialmente, o corpo como um recipiente compartimentalizado. O 
número de compartimentos pode variar de acordo com o modelo, porém, existe um caso particular onde o modelo empregado não 
é compartimentalizado. Esse modelo é usado para testes e/ou análises de genéricos, de acordo com obrigações da ANVISA. Como 
não envolve compartimentos, não utiliza equações matemáticas, portanto não pode manipular o resultado final. 
 
Modelo linear aberto: um compartimento i.v. 
 Se é um modelo linear, é cinética de primeira ordem. Se é aberto, tem uma entrada e uma saída. 
 Características: 
1. Absorção instantânea (i.v.)  é a melhor via para tentar equivaler ao real (o que acontece no corpo) ou então a via 
inalatória. Pode-se considerar a absorção instantânea, pois “pula” a parte da absorção, o fármaco vai direto para a circulação e a 
concentração pode ser considerada a mesma da injetada. 
2. Eliminação de primeira ordem  Nesse modelo, não existe uma constante que controle a entrada do medicamento, 
mas tem na saída que é uma cte de velocidade cinética de 1ª ordem. 
3. Distribuição instantânea  Ela NUNCA é instantânea, mas para alguns fármacos ela é bem rápida, portanto para 
simplificar admite-se que ela é instantânea. 
 
A idéia desse modelo para a distribuição do fármaco no corpo consiste em: antes da adm da droga, nenhuma molécula do 
fármaco no corpo. Depois da adm, o corpo todo ocupado uniformemente pela droga. Isso não é, obviamente, o que acontece, mas é 
a situação que o modelo leva em conta para existir. Mesmo parecendo muito estranho, esse modelo é muitas vezes empregado e é 
útil. 
 
Volume de distribuição (Vd): 
 Conceito: volume APARENTE de distribuição do fármaco; dá a idéia de quanto o fármaco é distribuído para os tecidos. 
 Definição: Vd = Q/Cp sendo, Q = quantidade de fármaco no sangue (massa) 
 Cp = concentração plasmática do fármaco 
 Volume de líquido que o fármaco ocuparia se de fato estivesse distribuído uniformemente no corpo. 
 Portanto, se Vd é alto, conclui-se que o fármaco se distribui bastante pelos órgãos. Já se Vd é baixo, o fármaco se distribui 
pouco. 
 Analogia: Como calcular o volume de água dentro do bécher sem usar nenhuma vidraria graduada? 
 Pesa-se uma massa de algo conhecido e dissolve no bécher. Retira-se uma alíquota e mede-se no espectrofotômetro a 
absorbância para saber sua concentração (baseando-se na curva padrão da substância). Portanto, basta calcular a razão entre a 
massa conhecida (Q) e a concentração (obtida através do valor de absorbância comparado a curva padrão) conhecida. O resultado 
será o volume. Essa idéia é a mesma seguida para o cálculo in vivo. 
 Equações e representações gráficas: parte 1 em anexo 
 
Fatores que influenciam o volume de distribuição: 
 1. Ligação à ptns: apenas as frações livres no sangue são capazes de serem distribuídas. Os fármacos quando ligados às ptns 
plasmáticas ficarão no sangue e não passarão para os tecidos. Portanto, a concentração plasmática desse fármaco será alta e o Vd 
baixo. Um exemplo é a heparina que tem Vd = 3L, que é praticamente todo o volume de sangue que os adultos tem, logo, esse valor 
indica que quase 100% de heparina é ligada às ptns plasmáticas. 
 2. Ligação a tecidos: por exemplo, a digoxina (Vd > 200L). Ela é capaz de se ligar ao seu próprio receptor ou pode se fixar em 
outra parte do organismo. Com isso, ao medir a concentração plasmática estará baixa, portanto Vd estará alto. 
 
 Importância clínica: conhecendo o Vd do fármaco (tabelado e encontrado em livros) e a Cp que precisa ser alcançada para 
ter o efeito necessário, a dose (Q) a ser ingerida/adm é fácil de calcular. 
 
Clearance (depuração) (CL): 
 É um parâmetro relacionado com a eliminação. Conhecê-lo é importante para saber a freqüência da dose necessária. 
 Conceito: medida da capacidade do corpo em eliminar um fármaco 
 Definição: CL = Ve/Cp sendo, Ve = velocidade de eliminação em certo tempo 
 Cp = concentração plasmática no mesmo tempo 
 Então a unidade de Cl é unidade de volume/ tempo. 
 Característica:NÃO depende da concentração plasmática do fármaco, ou seja, qualquer que seja a concentração do 
fármaco, sua depuração será sempre a mesma. 
 
Clearance parcial 
CL sistêmico = CL renal + CL hepático + CL ... 
 
Clearance hepático 
 A depuração depende de um fator intrínseco (metabólico) e de um fator hemodinâmico. Por exemplo, se caso não chegue 
sangue suficiente no fígado, não adianta existir certa quantidade de enzimas se não chega quantidade suficiente para elas 
metabolizarem. Esse é o fator hemodinâmico. Agora, se chegar sangue em quantidade suficiente mas não existe quantidade de 
 
 
enzimas para conseguir metabolizar tudo o que for necessário nesse sangue também não faz sentido. Esse é o fator intrínseco. 
 CL parcial = D local x E sendo, D local = débito = fluxo de sangue 
 E = fator intrínseco é a capacidade intrínseca do órgão de metabolizar 
(depende do número de enzimas e do seu km, ou seja, afinidade da enzima pelo seu substrato). Lembrar do filme do Charlie Chaplin, 
quanto maior o fluxo de parafusos, mais difícil para as enzimas metabolizarem. 
 Se o paciente tiver uma cirrose, por exemplo, o seu fator intrínseco vai ficar alterado, já que compromete os hepatócitos. 
Assim, pode prejudicar o Clearance hepático, influenciando diretamente na depuração sistêmica do fármaco. 
 
Clearance renal 
 A equação geral para medir o Clearance (CL = Ve/Cp) sofre uma pequena adaptação, passando a CL = U x V/P, sendo U x V = 
Ve (velocidade de eliminação em certo tempo) onde U = concentração do fármaco na urina e V = volume de urina; P = concentração 
do fármaco no plasma. 
 In vivo, não é simples medir o CL hepático, por isso, mede-se o CL sistêmico e o Cl renal e através de cálculos encontra-se o 
hepático. 
 Para medir o clearance renal, de tempos em tempos recolhe-se uma alíquota de urina do paciente (um certo volume 
conhecido) e mede-se a concentração do fármaco. Entre o intervalo entre a coleta de uma alíquota de urina e outra, retira-se uma 
alíquota de sangue para a medição da concentração plasmática do fármaco. Dessa forma obtêm-se todas as variáveis necessárias 
para o uso da fórmula. 
 
Modelo linear aberto: dois compartimentos (i.v.) 
 Nesse modelo matemático, existe um compartimento central equivalente ao sangue e existe um compartimento periférico 
para onde o fármaco vai e volta (para onde ele é distribuído e de onde ele é posteriormente eliminado). 
 
Características: 
1. Absorção instantânea 
2. Eliminação de primeira ordem 
3. Distribuição lenta (para algum compartimento que não é o central) 
 
Esse modelo se assemelha mais a verdade biológica. Ele envolve tanto o fenômeno de eliminação quanto o de distribuição. 
 A idéia desse modelo em relação a distribuição do fármaco no organismo é: antes da adm do fármaco, não é observada a 
presença de nenhuma molécula do mesmo no organismo. Depois da adm, ocorre a distribuição do fármaco para alguns tecidos e 
depois de um certo tempo acontece um equilíbrio no corpo todo em relação com a quantidade de fármaco presente. 
 
Tempo de meia-vida de eliminação: 
 Definição: tempo necessário para que a concentração plasmática do fármaco, após os fenômenos de absorção e 
distribuição, seja reduzida a metade (cinética linear de absorção). Quando menot t1/2, mais rápido o fármaco é eliminado. 
 Representações gráficas: parte 2 em anexo 
 Fatores que influenciam no tempo de meia-vida: O tempo de meia-vida (T1/2) depende tanto do CL quanto do Vd. 
 T1/2 = 0,693 x Vd/CL 
 Por exemplo, existem casos em que o paciente apresenta um T1/2 para determinado fármaco 2 x maior do que o normal. O 
que isso indica? Isso mostra que a capacidade de eliminação dessa pessoa é MENOR. Porém, em alguns casos raros, essa diferença 
pode acontecer devido a influência da distribuição. 
 Sendo assim, o melhor padrão para avaliar a eliminação é o CL (depuração) pois este sofre influência de outros fatores, ao 
contrário do Vd. 
 
Modelo linear aberto: um compartimento (via oral) 
 Características: 
1. Absorção lenta 
2. Eliminação de primeira ordem 
3. Distribuição instantânea 
Representação gráfica: parte 3 em anexo (ver gráfico no meu caderno!) 
 
 
Farmacologia – Aula 6 – 26.4.11 
 
Biodisponibilidade 
 
 Conceito: Indica a velocidade e a extensão de absorção (e disponibilidade sistêmica) de um princípio ativo em uma forma de 
dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica ou sua excreção na urina. 
 Avaliar a biodisponibilidade de um fármaco está intimamente relacionado com o controle de qualidade. 
 O controle de qualidade antes da década de 70 voltava-se apenas para a determinação da quantidade de princípio ativo 
presente no medicamento, porém, depois de 1977 sofreu uma grande mudança e o conceito e estudo de biodisponibilidade 
começaram a ser empregados. 
 
 
 
 Medicamentos bioequivalentes são equivalentes farmacêuticos que, ao serem adm, na mesma dose molar, nas mesmas 
condições experimentais, não apresentam diferenças estatísticas significativas em relação à biodisponibilidade. 
 
 Legislação Brasileira: é uma legislação mais tardia, por volta da década de 90. Ela envolve, entre outras partes, a “Lei das 
Patentes” (1996) que estabelece proteção patentária para medicamentos inovadores; e a “Lei dos genéricos” (1999) que estabelece 
uma base legal para a introdução dos genéricos no Brasil. 
 
 A situação do mercado brasileiro em 2001, incluia três classes de medicamentos: inovadores, similares e genéricos. 
 Medicamento genérico: medicamento similar a um produto de referência ou inovador que pretende ser intercambiável com 
este, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada 
a sua eficácia, segurança e qualidade e designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI. Portanto, este tem que ter bioequivalência 
comprovada com o inovador. 
 Medicamento referência (inovador): medicamento inovador registrado em órgão federal responsável pela vigilância 
sanitária e comercializado no país cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal 
competente por ocasião do registro. 
 Medicamento similar: aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, 
forma farmacêutica e via de adm, posologia e indicação terapêutica, e que é equivalente (farmacêutico) ao medicamento registrado 
no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do 
produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser indicado por nome comercial ou 
marca. Portanto, para um medicamento ser similar, a lei NÃO diz que precisa ser intercambiável, ao contrário do medicamento 
genérico. 
 A lei dos genéricos de 1999 diz que estes devem ser bioequivalentes aos medicamentos de referência. Atualmente, os 
similares precisam fazer um teste para comprovar a sua bioequivalência relativa ao medicamento referência, para isso, as empresas 
tem 10 anos para se ajustar a essa nova condição. 
(para farmacologia, bioequivalência e bioequivalência relativa significam a mesma coisa, diferem apenas em aspectos legais) 
 
 Para ser bioequivalente, o medicamento tem que passar por três etapas: 
 1. Etapa Clínica: estudo do tipo aberto (ou seja, o paciente tem conhecimento do que está tomando), aleatório (se o 
paciente vai tomar primeiro o de referência ou o medicamento teste, é a sorte quem decide), cruzado, onde os voluntários recebem 
o medicamento teste e o de referência em ocasiões separadas. 
OBS.: o estudo cruzado caracteriza-se como a mesma pessoa (voluntário) é o seu próprio controle, ou seja, uma hora ele usa 
o medicamento referência e outra hora ele usa o medicamento teste. Se não for feito esse tipo de teste, portanto, se o grupo de 
voluntários fossem separados em dois e um adm o medicamento teste e o outro o referência, poderiam existir muitas variações que 
nãotem como saber se é culpa do medicamento ou de fatores/variáveis da própria pessoa (como por exemplo a variação no número 
de enzimas hepáticas de pessoa para pessoa). 
 Para participar os voluntários tem que ser maiores de idade e sadios (com necessidade de comprovação por testes 
laboratoriais). Além disso, geralmente a dose é única e adm com volume padronizado de água (para conseguir padronizar o 
escoamento e esvaziamento gástrico) e em jejum (para simplificar em questões metabólicas). 
 A coleta de alíquotas para análise é feita em cerca de 3 a 5 vezes o T1/2 do fármaco. E o tempo entre a adm do medicamento 
teste e o referência, chamado de Washout, deve ser igual ou maior que 7 vezes o T1/2 do fármaco, para garantir que ao administrar o 
segundo fármaco, o primeiro já tenha sido eliminado. 
 Do ponto de vista ético, é imprescindível que a pessoa que esteja testando seja voluntária. 
 2. Etapa analítica (segue a RE 896): 
 Deve seguir as BPL (boas práticas de laboratório). Envolve o processo de validação dos métodos analíticos empregados 
como padronização quanto a especificidade, linearidade, sensibilidade, precisão, exatidão e recuperação). Além disso, avalia a 
estabilidade em líquido biológico. 
 3. Etapa estatística: avalia alguns parâmetros farmacocinéticos. 
 
→ Quais parâmetros: para medir a velocidade e a extensão, considera-se os parâmetros: Cmáx (maior valor de concentração 
plasmática do fármaco), Tmáx (tempo no qual a Cmáx ocorreu) e a área sob a curva (ASC). 
 
→ Como realizar esses ensaios? 
Utiliza-se uma análise não compartimental onde ASC é calculada pelo método dos trapezóides (divide-se a área sob a curva 
do gráfico Concentração plasmática x tempo em vários trapezóides e calcula-se a área de uma por uma e no final, soma-se todos os 
valores obtidos para encontrar a área total. Já Cmáx e Tmáx são calculados diretamente no paciente. 
 
→ Mas por que esses três parâmetros? 
 a) extensão de absorção: para esse parâmetro leva-se em consideração o fator de biodisponibilidade (F), mas atenção para 
não confundi-lo com biodisponibilidade, pois em alguns casos podem ser usados erroneamente como sinônimos. 
Fator de biodisponibilidade (F): fração do fármaco, numa formulação, que atinge a circulação sistêmica sob sua forma não 
modificada. É indicado por valores entre 0 e 100 %. 
 Cálculo: F absoluto = ASC via / ASC i.v. 
 F relativo = ASC fármaco / ASC padrão 
 Se a razão entre a ASC teste e referência for igual a 1, a extensão de absorção é igual para ambos. 
 
 
 Quando se registra um medicamento inovador, tem que informar o F absoluto (ou seja, o quanto de fármaco alcança a 
corrente sanguínea). Para isso, compara-se a ASC da forma farmacêutica a ser registrada com a ASC da via i.v., já que por definição, 
essa via não apresenta perdas, pois tudo que foi adm chega à corrente sanguínea. 
 
 b) velocidade de absorção: Tmáx e Cmáx (este segundo parâmetro é um fator misto pois depende tanto da extensão quanto 
da velocidade da absorção). 
 Portanto, quando os três parâmetros anteriores são iguais, os medicamentos têm a mesma extensão e velocidade de 
absorção. 
 
 Para a farmacocinética fazer algum sentido, é necessário que haja uma relação entre a curva concentração plasmática x 
tempo e o efeito gerado no indivíduo. 
 Portanto, o efeito depende tanto da concentração plasmática quanto da faixa terapêutica do fármaco. E essa faixa 
terapêutica caracteriza-se como o intervalo entre a concentração eficácia mínima (CEM) e a concentração tóxica mínima (CTM). O 
ideal é que a concentração do fármaco no organismo esteja dentro da faixa terapêutica, o que irá interferir na dose adm 
(importância clínica). 
 
 Equivalência entre medicamentos: esta pode ser medida através de um perfil de dissolução in vitro. Sendo assim, a ideia em 
que se baseou para empregar esse processo é que a dissolução é uma etapa limitante do processo de absorção, portanto, se não 
dissolver direito o comprimido, não haverá absorção corretamente. Mas também existe um limitante para esse processo, pois é 
difícil a correlação in vitro-in vivo. 
 
 Genéricos funcionam? 
 1) Não há nenhum estudo prospectivo mostrando que um genérico aprovado pelo FDA não apresentava a mesma eficácia e 
segurança clínica do produto inovador, mesmo em populações especiais como idosos e pacientes. 
 2) A maioria das formulações comercializadas, na forma de genérico, nunca foram testadas em pacientes. 
 Portanto, o desafio do medicamento genérico no Brasil é manter o padrão de qualidade no lote testado para garantir uma 
boa qualidade e eficácia do medicamento comercializado. 
 
 Quanto à prescrição dos genéricos: no SUS, o médico é obrigado a escrever na receita na hora de prescrever, o nome 
genérico do medicamento. Já no serviço privado, o médico pode prescrever tanto o nome genérico quanto o comercial. Porém, é 
necessário que o médico redija na receita, de próprio punho, caso não queria que o medicamento referência seja trocado pelo 
genérico na hora da compra. 
 Quanto à dispensação de genéricos: apenas o farmacêutico pode trocar um referência pelo genérico, anotando que fez isso 
na prescrição. 
 
 
 
Aula 7 - Farmacologia 
Esquema de doses repetidas 
 
- Conceito: infusão e estado de platô. 
- Primeiramente o Cp aumenta (uma vez que Va é constante e maior que Ve) até alcançar um platô (momento onde Va e Ve se 
igualam) 
Sendo Va = Velocidade de absorção do fármaco 
 Ve = Velocidade de eliminação do fármaco 
O Va é sempre constante, mas o Ve vai aumentando até chegar ao platô. 
 
 Os fármacos são geralmente administrados em doses repetidas e não em injeções únicas ou infusão constante. Injeções 
repetidas fornecem um padrão mais complicado do que o aumento exponencial constante observado durante uma infusão 
endovenosa, mas o principio é o mesmo. A concentração aumentará até atingir uma concentração estável média com uma evolução 
temporal aproximadamente exponencial, mas irá oscilar. Quanto menores e mais freqüentes as doses, mais a situação se aproxima 
da infusão contínua e menores as oscilações de concentração. 
 Entretanto, o esquema de dosagem exata não afeta a concentração média do equilíbrio, nem a velocidade com que ela é 
atingida. Na prática, um equilíbrio é efetivamente alcançado após 4 ou 5 meias vidas. 
 
 
Quando se fala em doses repetidas é tomar uma segunda dose antes da primeira dose ser totalmente eliminada. Isso é para 
todas as vias. 
Curva de acumulação: 
 
 
 
Concentração média de platô: 
F = fator de biodisponibidade 
D= dose 
CL= clearence 
 τ =intervalo de tempo entre a adm 
 
Outras características da curva de acumulação: 
- Tempo para atingir o platô: 4-5 t1/2 ( 4 ou 5 tempos de meia vida) 
- Flutuações 
As flutuações não devem ser muito grandes para não ultrapassar a faixa terapêutica. 
 
Elaboração Racional de um esquema de dosagem 
- Concentração platô desejada (Css) 
- Velocidade de administração D/τ 
- Intervalo entre doses: τ 
 Exemplo: Homem de 68 kg 
Css= 15ug/ml 
CL= 0,65 ml/min.Kg 
F = 1 
D/τ = 1/F = Css.CL 
1 . 15 .0,65 . 68 = 40 mg/h 
 
 Dose de Ataque e de manutenção: O equilíbrio pode ser alcançado mais rapidamente iniciando-se uma dose maior, essa 
“dose-ataque” é usada as vezes no inicio do tratamento com um fármaco com uma meia vida que é longa no contexto da urgência da 
situação clínica, como pode ser o caso do tratamento de arritimias cardíacas com digoxina. 
 
 
sendo D* uma dose pra alcaçar de imediato a circulação. 
 
 
Ajuste individual da dosagem: 
 
Importância Clínica dos Parâmetros: 
 
 
 
 
O F depende da permeabilidade do fármaco e da depuração. 
 
 
 
 
 
 
 
Monitorização de fármacos: 
- Definição: Estratégia baseada em método científico que propicie uma melhor avaliação dos efeitos terapêuticos dos 
medicamentos. 
- Objetivo: 
Individualização da dosagem 
Toxicidade / Falência da terapia 
Mudança (forma farmacêutica/estado de saúde) 
Interação medicamentosa 
-Diagnósticode não adesão 
- Formas 
Farmacodinâmica: pressão arterial, glicemia 
Farmacocinética: Cp 
 
-Critérios 
- proporcionalidade entre efeito e Cp 
- informações farmacocinéticas (fármaco / paciente) 
- Metodo de dosagem (seletividade, custo) 
- Tempo 
 
Monitorização: situações de uso 
 Fármacos com baixa índice terapêutico 
e.g. digoxin 
 Resposta farmacodinâmica difícil de quantificar 
e.g. agentes imunosupressivos… 
e.g. fenitoína... 
 Farmacocinética não linear 
e.g. patologias graves... 
 Clearance instável 
 Toxicidade confundida com estado patológico 
e.g. ciclosporina: nefrotoxicidade vs rejeção de rim 
e.g. tratamento crônico, idade.. 
. Adesão 
e.g. aminoglicosídeos... 
 Custo-efetividadeDigoxina: 
 
Conclusões 
 A monitorização parece benéfica quando acompanhada de uma boa análise farmacocinética. Bem feita, ela contribui 
significativamente para uma maior eficácia, uma diminuição de incidência de efeitos adversos e assim uma diminuiçào de custo. A 
monitorização não deveria nunca ser considerada como uma simples determinação analítica. 
 
 
>>> SEGUNDA PROVA <<< 
Farmacologia – Aula 8 – 24.5.11 
 
Motilidade intestinal 
 
 Nossos intestinos realizam movimentos para que o bolo fecal possa ser movimentado e então eliminado. Sendo assim, o 
intestino delgado realiza movimentos peristálticos (propagados) e movimentos localizados (segmentários). Já o intestino grosso 
realiza movimento segmentário, propulsão segmentária e contrações migratórias de grande amplitude (GMC) na região do cólon. 
 
Reflexo peristáltico intestinal 
 Definição: propagação ondulatória ativada por neurônios aferentes. 
 Os neurônios no interior dos plexos constituem o sistema nervoso entérico (SNE) e secretam não apenas acetilcolina e 
noradrenalina, como também serotonina, NO e uma variedade de peptídeos farmacologicamente ativos. O plexo entérico contém 
neurônios sensitivos que respondem a estímulos químicos e mecânicos. Esse SNE é o terceiro sistema nervoso do nosso organismo e 
pode funcionar de forma autônoma. Os neurônios ascendentes estarão em contato direto com neurônios descendentes que estão na 
 
 
porção mais inferior do intestino. É o conjunto desses dois estímulos que promovem a contração e locomoção do bolo fecal. 
 
Constipação 
 Definição: Redução na frequência de eliminação das fezes (menos de 3x por semana) associada à dificuldade ao evacuar. 
Dessa forma, as fezes acabam se tornando mais ressecadas e endurecidas, o que dificulta na hora de eliminá-las. 
 Causas: esse mal é idiopático, ou seja, não se sabe ao certo a causa funcional/real da doença. É comum ser causada por 
defeito na motilidade do cólon ou menor disfunção neuromuscular da região reto-anal. Também pode estar associada a dieta pobre 
em fibras; falta de exercício; hábito intestinal irregular; medicamentos (opiáceos, antimuscarínicos); obstrução mecânica causada, 
por exemplo, por um tumor. 
 A primeira opção é o tratamento não farmacológico que envolve o aumento da ingestão de fluídos e fibras, realização de 
exercícios físicos para aumentar o tônus intestinal e manter a regularidade intestinal. As fibras seguram água no intestino, o que 
aumenta o volume das fezes, promove distensão do intestino e aumento da motilidade. 
 
Fármacos que aumentam a motilidade gastro-intestinal 
1) Laxantes: 
 Usado em casos de constipação funcional ou em exames radiológicos. É válida uma atenção um pouco maior pois existem 
casos de uso abusivo para emagrecimento. 
 É classificado como agente formador de massa e auxiliam na motilidade pois atuam em virtude da sua capacidade de reter 
água na luz intestinal, promovendo, assim, o peristaltismo. São necessários vários dias para exercer sua ação, porém não apresentam 
efeitos indesejáveis graves. 
 
 Fibras: são polissacarídeos insolúveis em água e não digeríveis (elas irão auxiliar na formação do bolo fecal aumentando o 
volume das fezes). Ajudam a estabilizar os níveis de glicemia, redução dos níveis de colesterol, evita câncer do intestino grosso, 
constipação e hemorróidas. 
 São alguns tipos: pectina e hemocelulose (não são muito boas porque fermentam); celulose; lignina (encontrada em 
alimentos como cenoura, vagem e grãos integrais); farelos (como por exemplo o de trigo e de aveia); gomas e mucilagens (não são 
fibras, mas também absorvem muita água, aumentando o volume das fezes). 
 Dicas: consumir frequentemente frutas e vegetais; incorporar legumes e cereais integrais na alimentação. 
 Tipos: 
 → Amolecedores do bolo fecal: não tem muito efeito científico e ainda não se sabe como ele atua, mas acredita-se em uma 
possível ação detergente. Ex.: docusato de sódio e óleo mineral. 
 → Irritantes ou es�mulantes: atuam principalmente aumentando a secreção de água e eletrólitos pela mucosa e também 
levam ao aumento do peristaltismo. Não são aconselhados. Ex.: Bisacodil e antraquinonas. 
 → Salinos/osmó�cos: Tem efeito rápido ou crônico, sendo determinado pela dose. São sais e produtos com poder osmótico 
que não são absorvidos, mantendo um volume de água aumentado na luz do intestino, acelerando a transferência do conteúdo 
intestinal através do intestino delgado, resultando na chegada de um volume anormalmente grande no cólon que provoca a 
distensão e diarréia. Ex.: Sulfato de magnésio, lactulose e manitol. Obs.: O cloreto de sódio não serviria porque ele é absorvido na 
luz. 
 
2) Pró-cinéticos 
 Definição: aumenta a motilidade coordenada e trânsito do TGI. 
 Principal uso: desordem de esvaziamento gástrico 
 Eles promovem a abertura do esfíncter que fazem a sensação de náusea ser eliminada. A pressão do esfíncter que leva a sua 
abertura, aumenta o esvaziamento gástrico e intensifica o peristaltismo duodenal. 
 Metoclopramida (Plasil) → atua induzindo o esvaziamento gástrico, reduzindo enjoos. 
 Podem ser 5-HT4 ou antagonistas D2. O plasil pode atuar de ambas as formas. 
 
Desordens da motilidade gastrintestinal 
 Definição: grupo heterogêneo de síndromes cuja fisiopatologia é mal entendida. 
 São exemplos: gastroparesia, dispepsia e síndrome do intestino irritável (conjunto de vários sintomas como por exemplo dor 
abdominal recorrente associada a movimentos alterados do intestino, constipação ou diarréia. 
 Origem: distúrbio de motilidade associado a uma sensibilidade visceral 
 Tratamentos: ingestão de fibras, antispasmódicos (anticolinérgicos, bloqueadores de canais de cálcio) e agonistas 5-HT4. 
 
Diarréia 
 Definição: perda excessiva de água e eletrólitos, aumento da frequência de evacuações e redução da consistência das fezes. 
 Portanto a diarréia altera tanto a frequência quanto as características das fezes. Envolve tanto o aumento da motilidade do 
TGI, juntamente com o aumento da secreção, quanto a redução da absorção de líquidos, com consequente perda de eletrólitos e 
água. 
 O grande problema é a desidratação que pode levar a um desequilíbrio eletrolítico, levando à arritmia cardíaca, entre outras 
doenças. 
 Classificação: 
 → Osmó�ca ou secretória: causada por bactérias, vírus e protozoários. Está relacionado com o nível social, falta de 
saneamento básico, etc, sendo mais comum em países em desenvolvimento e com clima mais quente. Podem ser causadas tanto 
 
 
pela bactéria quanto pela toxina dela. 
 → Mo�lidade aumentada: síndrome do intes�no irritado. 
 
Antidiarréicos I 
 → Reidratação: é fundamental em qualquer tratamento, principalmente para populações mais susceptíveis a desidratação 
como idosos e crianças. É usado em diarréias menos severas e associada ao uso de medicamentos. É feita ingerindo solução 
isotônica de NaCl + glicose (a glicose intensifica a absorção de sódio por utilizarem um co-transporte, por consequência, a glicose vai 
intensificar a absorção de água, que é “regulada” pelo equilíbrio isotônico influenciado pelos eletrólitos. 
 
 → An�bió�cos: quando há diagnós�co de Shigella e cólera, por exemplo, auxiliam, mas não resolvem o problema sozinho. 
Deve ser utilizado associado a outra forma de tratamento.→ An�parasitários: quando há diagnós�co de Ameba ou Giargia, por exemplo, auxiliam, mas não resolvem o problema 
sozinho. Deve ser utilizado associado a outra forma de tratamento. 
 
 → Fármacos que reduzem a mo�lidade: são os opióides codeína, difenoxilato, loperamida. 
 O difenoxilato apresenta menos efeitos no SNC, porém ainda consegue atravessar a barreira hemato-encefálica, atuando de 
certa forma no SNC. Para evitar isso, ele é utilizado em associação com a atropina que impede então a sua passagem por essa 
barreira, reduzindo ainda mais seus efeitos no SNC. Com isso, vai ter uma redução dos estímulos vagais levando a uma redução nas 
secreções. Essa associação tem um efeito colateral de boca seca, o que torna a associação interessante para evitar o uso 
indiscriminado desse medicamento, como por exemplo, para emagrecer. 
 A loperamida é um substrato da glicoptn P, portanto não atravessa a barreira hemato-encefálica, o que torna seu efeito 
periférico, o que é interessante por não envolver o SNC. 
 
OBS.: é importante evitar começar com a utilização de fármacos logo no início do processo. As vezes é melhor a diarréia 
acontecer antes de usar o medicamento para que o organismo elimine o patógeno e a sua toxina. 
 
 → Antagonistas muscarínicos: causam redução na motilidade das vísceras. Ex.: Buscopam. 
 
 → Remédios populares: coca-cola (é muito ruim porque é ácida e com gases. Nenhuma bebida gasosa ajuda na diarréia, só 
atrapalha); água-de-coco (é muito bom porque tem água e é rica em sais minerais. Sua composição se assemelha aos isotônicos 
industrializados, que tem a desvantagem de serem caros. 
 
Antidiarréicos II 
 → Adsorventes: não existem estudos clínicos que elucidam a sua ação. Ex.: caulim, pectina, metilcelulose, carvão ativado. 
 
 → Subsalicilato de bismuto: usado para diarréia do viajante. É um an�ssecretório e an�bacteriano. 
 
 → Hormônios: ocreo�da (empregado em diarréia secretora severa: tumor, AIDS). Uso de injeções intra musculares de longa 
duração contendo microesferas. 
 
 
Reações adversas à medicamentos (RAM) 
 
 Pode ser muito aumentada com as interações medicamentosas. 
 São causas de variabilidade do efeito do fármaco: 
 → razão genética devido aos polimorfismos (metabolizadores mais rápidos ou mais lentos); 
 → doenças (como por exemplo, doenças hepá�cas severas, insuficiência renal); 
 → idade (influência na metabolização e excreção renal); 
 → dieta (variações entre estado de jejum e pós-prandial; dietas pobres em ptns levando a uma alcalinização da urina e 
interações específicas de certos alimentos ao exemplo do grapefruit); 
 → álcool 
 → cigarro 
 → fatores ambientais 
 
Interações Medicamentosas 
 As interações podem acontecer entre dois fármacos, entre fármaco e um fitoterápico (ex.: erva de são joão e entre fármaco 
e alimento (ex.: grapefruit). 
 Normalmente essa interação é dose-dependente, pode envolver a duração do tratamento, a sequência com que os 
fármacos que interagem são adm (por exemplo, se um induz CYP, deve ser adm depois do outro para que este não tenha sua 
metabolização alterada devido a essa indução) e tempo de adm (separa a adm de acordo com o tempo, ou seja, tomar o 
medicamento alvo antes de tomar o medicamento que causa a interação para que haja uma certo efeito antes sem ser alterado pela 
interação) 
 
 
 
Locais e processos 
 As RAM também podem acontecer devido a alterações em etapas farmacocinéticas desse fármaco dentro do nosso 
organismo. 
 Quando à absorção: se a dissolução não for feita corretamente, esse fármaco irá precipitar antes mesmo de atravessar as 
células e com isso não será absorvido. Além disso, certos transportes ativos como efluxo e influxo podem ser alterados sobre 
influencia, por exemplo, da glicoptn P e do grapefruit. 
 Quanto à distribuição: os fármacos podem se ligar à ptns plasmáticas ficando mais tempo no organismo, aumentando seu 
tempo de meia vida, e podendo causar reações adversas (quando ligado a ptns plasmáticas não irão fazer nenhum efeito, mas 
quando se desligarem irão, e se isso ocorrer depois do tempo programado pode causar RAM). 
 Quanto à metabolização: inibição ou indução enzimática podem levar a RAM 
 Quanto à excreção: substâncias que competem com o sistema de eliminação nos rins. 
 
Uso de computadores para monitoramento de interações medicamentosas 
 Limitações: 
 → número excessivo de interações medicamentosas 
 → erros: o cruzamento de informações do banco de dados não vai ter erro pois depende apenas do computador, mas quem 
nos garante que o banco de dados é confiável, uma vez que este foi montado por inserção de dados por pessoas, é passível de erros. 
 → inconsistência de dados entre os diferentes programas 
 
 
 
Farmacologia – Aula 9 – 31.5.11 
 
Conceito de receptor farmacológico 
1) Langley, J.N. 
 1878: primeira sugestão da existência de uma substância fisiológica com a qual pilocarpina e atropina formariam 
“substâncias químicas” com componentes teciduais. 
 1905: ideia de “Receptive substance” para explicar os efeitos da nicotina e do curare sobre o músculo esquelético 
2) Ehrich, P. - “Side-chain theory” 
 A ideia é de que o número de receptores é limitado, portanto pode haver saturação. 
 → Formação de anticorpos (1900): Side-chain são parte da maquinaria fisiológica das células sendo capazes de fixar toxinas. 
 → Base teórica da quimioterapia (1907): 
 “Corpora non agunt nisi fixata” = “um corpo não se liga sem se fixar”. Começa a surgir a ideia de quimiorreceptores para 
fármacos. 
 As moléculas de um fármaco devem exercer alguma influência química em um ou mais constituintes das células para 
produzir uma resposta farmacológica. Em outras palavras, é necessário que as moléculas dos fármacos fiquem tão próximas a essas 
moléculas celulares a ponto de alterar a sua função. 
 
Definição de receptores: componente biológico macromolecular com que interage especificamente um fármaco para 
desencadear seu efeito farmacológico. Existem atualmente os chamados “receptores órfãos” que são aqueles que não se conhece 
ainda o seu efeito. 
 
Propriedades gerais dos receptores 
 → Natureza: macromoléculas, normalmente ptns (como por exemplo enzimas, moléculas transportadoras, canais de íons e 
receptores). 
 → Tipo de interação química entre fármaco (F) e receptor (R). 
 Na interação F-R ocorre um misto de várias reações químicas e a força dessa ligação será o resultado do somatório de todas 
as forças. Essas ligações são: covalente, ponte de hidrogênio, van der Waals, hidrofobicidade (é bem fraca mas auxilia na distinção de 
moléculas muito parecidas, como por exemplo, uma hidroxila na estrutura pode afastar a molécula do receptor), iônica e dipolo-
dipolo. 
 
A) Sensibilidade: 
 Afinidade alta entre fármaco e receptores 
B) Especificidade: 
 Sempre existe algum nível de especificidade, não é qualquer coisa que se liga a qualquer coisa (podem ser mais fortes ou 
mais fracos, variando com o fármaco e com o receptor). 
 Estereoseletividade: em certos casos essa especificidade é tão alta que uma alteração em um radical da molécula pode fazer 
com que o fármaco não se ligue mais. Normalmente, os receptores são capazes de distinguir entre dois estereoisômeros. 
 Lembrando que: enantiômeros são substâncias com um ou mais centros quirais que são “imagem de espelho” e impossíveis 
de serem sobrepostos. Diasteroisômeros apresentam diferentes imagens de espelho. E isômeros geométricos (cis e trans) são mais 
fáceis de separar durante a síntese da molécula. 
 Pode acontecer: enantiômeros com atividades semelhantes; ou um enantiômero é ativo e o outro é inativo; ou um é ativo e 
o outro é tóxico (os dois são separados e apenas o ativo vai para o mercado, mas o medicamento acaba ficando mais caro!). 
 A mistura racêmica pode ser comercializada, mas tem que ter autorização, justificando essa necessidade. Ela é uma 
 
 
alternativa a quebra de patente as vezes, pois a empresa passa a produzir essa mistura racêmica e patenteia novamente, 
conseguindo

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