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Mormo: Doença Infecciosa Veterinária

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DOENÇAS INFECCIOSAS VETERINÁRIAS 
MORMO 
Também conhecido como “lamparão”, “farcinose”, 
“catarro-de-burro” e “cancro nasal”, o mormo é uma 
enfermidade infectocontagiosa piogranulomatosas 
(oriunda de um processo inflamatório crônico) que 
acomete equídeos, carnívoros, pequenos ruminantes e 
o homem (zoonose), enquanto bovinos, suínos e aves 
são resistentes 
É UMA DOENÇA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, 
onde o laboratório credenciado que observa o 
resultado positivo para mormo notifica as autoridades 
automaticamente. 
A doença chegou no brasil em 1811 com equinos 
vindos de portugal e posteriormente foi identificada na 
maioria dos estados. Em 2012 teve surto aqui no ceará. 
Essa é uma doença que trouxe muitos prejuízos do 
ponto de vista militar, visto que os primeiros casos 
aconteceram em unidade militares. 
ETIOLOGIA 
Bactéria Burkholderia mallei 
Família: Burkholderiaceae 
Bacilo Gram – imóvel e não esporulado 
Apresenta fatores de virulência: 
➔ Viabilidade no interior de fagócitos 
➔ Produção de exotoxinas 
➔ Cápsula de polissacarídeos 
EPIDEMIOLOGIA 
Animais suscetíveis: 
• Muares e asininos – forma clínica 
• Equinos – forma subclínica 
Obs: a apresentação subclínica nos equinos dificulta o 
trabalho do veterinário pois os proprietários não 
aceitam o diagnóstico e a necessidade de eutanásia 
• Ovinos, caprinos, cães e gatos se infectam 
ocasionalmente 
Ocorrência independe de: 
• Raça 
• Sexo 
Período de incubação: 
• Variável 
• Dias a meses 
Eliminação do patógeno: 
• Secreções nasais, aerossóis (espirros, relinchos 
e tosse) 
• Fezes e urina (ocasionalmente) 
Fonte de infecção: 
➔ Principal fonte de infecção é o animal doente. 
Porta de entrada: 
➔ A principal porta de entrada é a via oral (uso de 
cochos compartilhados, bebedouros 
compartilhados...) 
➔ Outras possíveis vias: transcutânea, 
respiratória, aerossóis 
➔ Em ambiente seco e com aglomerações 
Morbidade variável e letalidade alta 
PATOGENIA 
O período de incubação da doença é muito variável, 
podendo ir de dias a meses 
Bactéria vai entrar no organismo do animal → 
macrófagos fagocitam → bactéria evade e se replica → 
o corpo forma granulomas tentando isolar a bactéria 
→ zero sucesso 
Com o processo piogranulomatoso, o animal vai 
começar a ter secreções purulentas ricas em bactérias 
→ + bactérias chegam aos linfonodos regionais → 
bactéria se replica na região de cabeça e mesentério → 
via linfo-hemática a bactéria chega em todo o 
organismo 
Em alguns locais o processo de replicação é mais 
expressa: 
→ pele = formação de nódulos 
→ mucosa nasal = úlceras em forma de estrela 
Ainda 
→ vasos linfáticos = linfangite → formação de nódulos 
Obs: Via aerossóis → ocorre sequestro da bactéria para 
linfonodos, causando rinite purulenta, linfadenite 
mediastínica, pneumonia abscedante, infecção 
tegumentar 
Na infecção tegumentar: 
• Bactéria restrita ao tecido cutâneo ou 
subcutâneo 
• Linfonodos regionais 
Quanto à resposta imune: 
• Celular é a mais efetiva, mas apresenta 
dificuldade de eliminar o patógeno do 
fagossomo 
• Humoral é pouco efetiva 
SINAIS CLINICOS 
Forma aguda 
Ocorre em animais mais suscetíveis = asininos e 
muares 
• Edema na região peitoral e óbito 
Forma crônica 
Ocorre nos equinos 
• Pode ser assintomática 
• Manutenção da doença no rebanho 
• Podem apresentar febre, tosse, corrimento 
nasal e anorexia no geral 
Forma nasal – secreção e úlceras (formato de 
estrela) 
Cutânea – nódulos (abcessos) no trajeto linfático 
Pulmonar – pneumonia crônica com tosse, 
respiração laboriosa, dispneia, corrimento nasal, 
intolerância a exercícios. (mais letal) 
DIAGNÓSTICO 
Associação dos aspectos clínicos e epidemiológicos 
Anatomohistopatológicos 
Testes sorológicos 
• Fixação do complemento, ELISA, WB 
Testes de reação imunoalérgica 
• Maleína 
Isolamento bacteriano 
Inoculação em animais de laboratório 
Mas o que vale pro GTA? 
Diagnóstico de validade oficial feito pelo MAPA 
Triagem = fixação do complemento e ELISA 
Confirmatório = maleinização 
• Inoculação de 0,1 ml de maleína na pálpebra 
• Se tiver edema conjuntival e secreção = 
positivo 
• muito subjetivo!!!! 
Em 2018 passou a ser utilizado o WB (western blotting), 
que é uma opção muito mais confiável e zero subjetivo 
 
TRATAMENTO 
Eutanásia 
Tratar mormo é ilegal 
Então o que se faz quando um animal é positivado para 
mormo? 
Isolamento da propriedade + testagem de todos os 
animais 
É necessário dois exames negativos seguidos (com 45 a 
60 dias de intervalo) 
 
PROFILAXIA 
Evitar aglomerações clandestinas 
Controle de trânsito animal 
Eutanásia dos animais positivos 
Não utilizar cochos coletivos

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