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Timpanismo ruminal - O timpanismo ruminal é uma condição clínica caracterizada pelo excessivo acúmulo de gás, de forma livre (timpanismo gasoso – secundário) ou associado com o conteúdo ruminal, tornando-se espumoso (timpanismo espumoso - primário) e, resultando, assim, em vários graus de distensão abdominal. TIMPANISMO ESPUMOSO (PRIMÁRIO) - É o resultado da produção elevada de uma espuma estável que retém os gases da fermentação no rúmen, condição em que a coalescência das pequenas bolhas de gás é inibida. - O conteúdo ruminal misturado aos gases apresenta-se com aspecto de espuma, porém algum gás livre pode estar presente. - A eructação é induzida pelo estímulo provocado por certa quantidade de gás livre presente na região do cárdia -> se o conteúdo ruminal com espuma está presente, o animal fica incapacitado de eructar e a pressão intrarruminal aumenta. - Desenvolve-se mais lentamente do que o gasoso e invariavelmente torna-se crônico e recorrente. - Em animais mantidos confinados, sua prevalência é maior do que a forma gasosa, mas o índice de mortalidade é baixo - Impacto econômico: decréscimo da produtividade dos animais, consequente ao consumo reduzido de alimento, em virtude da distensão ruminal que ocorre e dos gastos com o tratamento. - Pode desenvolver-se em animais mantidos a pasto, em que componentes presentes nas forragens aparentemente são primariamente responsáveis pela formação da espuma (exs.: trevo, alfafa), e também em animais submetidos a dietas ricas em grãos (> 50% da dieta). - A forma relacionada à ingestão de grãos, provavelmente, é o resultado da interação de fatores que podem ser divididos em três categorias: 1. Inerente ao animal (posição do cárdia, hipomotilidade do rúmen, produção de saliva); 2. Fatores alimentares tais como a forma física da dieta, tipo de grãos, tipo e quantidade de forragem na dieta 3. Fatores microbianos como mudanças no número, na forma e na composição da população de bactérias e de protozoários e seus produtos da fermentação envolvidos - > o excesso de concentrado permite que bactérias ácido- tolerantes, como o Streptococcus bovis (o principal agente espumante), se proliferem e produzam quantidades excessivas de mucopolissacarídeos, aumentando a viscosidade do fluido ruminal e estabilizando, assim, a espuma presente no timpanismo espumoso -> O aumento da produção desse componente torna o fluido ruminal espesso e viscoso, impedindo, dessa forma, a coalescência do gás produzido. Trata-se de processo que resulta na formação da espuma, e o aumento da viscosidade tem sido relacionado com o início e a gravidade da doença Sinais clínicos: - Mais frequentes observados estão relacionados aos transtornos provocados pela distensão abdominal causada pelo timpanismo do rúmen - Redução do apetite, a dispneia, a redução na produção de leite entre outros. - Porção superior da fossa paralombar esquerda se encontra distendida, o animal pode escoicear o abdômen, rolar. - São comuns defecação e micção freqüentes. - A dispnéia é acentuada e acompanhada por respiração pela boca, protrusão da língua, salivação, extensão da cabeça e freqüência respiratória aumentada. - Na análise do fluido ruminal a consistência está espumosa e a atividade fermentativa da microbiota se encontra na maioria dos casos comprometida Cloroplastos: - Essas bolhas são formadas através de Cloroplastos e outras matérias vegetais em partículas, suspensos no liquido ruminal e também podem servir como meios de colonização pelos microorganismos ruminais, o que promoverá a formação de gás. Do mesmo modo, sabe-se que os Cloroplastos que fazem parte das leguminosas suculentas, e promotoras do timpanismo, são ricos em proteínas solúveis que sofrem desnaturação e se tornam insolúveis depois de terem sido liberadas no liquido ruminal ácido pela degradação bacteriana Saliva: No timpanismo primário ocorrem alterações na quantidade e qualidade da saliva produzida podem também influenciar na formação de bolhas e no desenvolvimento do timpanismo. Isto pode ser devido à ação da saliva sobre o pH do conteúdo ruminal, que tem importante papel na estabilidade da espuma, ou devido ao conteúdo de mucoproteínas da mesma. Animais que produzem menos saliva são mais susceptíveis, pois o bicarbonato salivar funciona neutralizando os ácidos ruminais, e mantém o pH ruminal a níveis que não promovem a formação de uma espuma estável com base na desnaturação das proteínas solúveis. Mucoproteínas presentes na saliva tendem a aumentar a viscosidade do liquido ruminal, enquanto que as mucinas salivares têm um efeito oposto. - Acredita-se que a origem da espuma em animais confinados esteja relacionada ao aumento da população de certas bactérias produtoras de muco ou à retenção de gases produzidos pelos alimentos finamente moídos - Partículas finas: Acredita-se que as bactérias e protozoários ruminais respondam a uma alimentação com partículas finas, com a produção de uma secreção viscosa que prende o gás produzido durante o metabolismo normal destes microorganismos, causando o timpanismo. TIMPANISMO GASOSO (SECUNDÁRIO) - Ocorre quando há dificuldade física à eructação. - Verifica-se o excesso de gás como uma bolsa de gás livre no topo do conteúdo ruminal. - Isto pode ser determinado por uma obstrução do esôfago por corpo estranho, como complicação de doenças que podem levar ao enfartamento ganglionar (leucose, tuberculose, actinobacilose, pneumonia) ou por lesão nas vias nervosas responsáveis pelos processos de eructação (indigestão vagal, reticulites). Tratamento: - Depende das circunstâncias em que ocorreu o timpanismo, se espumoso ou de gás livre, e se há ou não risco de vida. - As medidas são: trocarte e cânula (para perfurar o rúmen promovendo eliminação do gás, caso não obtenha resultado é necessário a realização da ruminotomia) - Promoção de saliva com bicarbonato de sódio (150 à 200gr em 1L de água) - Sonda ruminal (apresentando um melhor resultado no timpanismo secundário) - Agentes antiespumantes (óleos surfactantes sintéticos, seu efeito consiste em diminuir a tensão superficial da espuma, sua dose é de 250ml, dentre os surfactantes sintéticos o poloxaleno é o de uma mais geral para os casos de timpanismo por leguminosas, na dose de 25 a 50gr).
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