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Eliel Valentim | PL2 | Clínica de Grandes Animais 
CLÍNICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE GRANDES ANIMAIS 
 
TIMPANISMO RUMINAL 
Disfunção ruminal por acúmulo de gás (CO2 e metano principalmente). A doença causa comprometimento 
da produtividade do animal e dependendo do grau de evolução pode levar a morte do animal. 
Ocorre a produção de gás (CO2, CH4 e outros) → fermentação microbiana. A taxa de produção é de 0,2 a 
2 L/minuto, esses gases em grandes quantidades são eliminados na eructação, fatores que causam alteração 
no rúmen, cárdia ou esôfago levam aos quadros de timpanismo gasoso. 
É frequente em bovinos e ovinos principalmente pelas melhorias no sistema de produção, alternativas 
alimentares de determinada região, animais confinados. No geral o timpanismo ruminal é uma relação entre 
o animal, a alimentação, o manejo e a microbiota do rúmen. 
Timpanismo gasoso 
No timpanismo gasoso o gás se apresenta livre enquanto o animal sofre dificuldades na eructação. 
Etiologia: pode ser causado por obstrução do esôfago ou da cárdia: no esôfago por fatores intra-esofágicos 
(batatas, laranjas, ou outros corpos que podem obstruir o esôfago) e extra-esofágica (pneumonias, 
linfadenite tuberculosa, leucose viral, grandes alterações nos linfonodos mediastínicos, síndrome do corpo 
estranho que causa lesão vagal). Estes fatores alteram a dinâmica do rúmen, do nervo vago e reduzem o 
reflexo da cárdia. Também pode ser causado por corpos estranhos não traumáticos: saco plástico, cordas e 
outros; por acidose ruminal (fermentação rápida) e hipocalcemia. 
 
 
 
O timpanismo gasoso ainda é classificado em timpanismo primário ou secundário (respectivamente, 1 e 2) 
e agudo ou crônico (respectivamente, 3 e 4). 
 1 2 3 4 
O timpanismo agudo está mais ligado a lesões obstrutivas ou que possuem causa que pode ser resolvida e 
não se repetem após a resolução da causa. Já o timpanismo crônico está mais ligado a lesões vagais ou 
causas crônicas que não podem ser resolvidas, isso leva a quadros repetidos de timpanismos. 
 Eliel Valentim | PL2 | Clínica de Grandes Animais 
Sinais clínicos: excesso de gás livre, dispneia, aumento da frequência cardíaca, inquietação, e em alguns 
casos ocorrem dor. O risco de morte é alto se não tratado com eficiência. 
 
Diagnóstico: o timpanismo gasoso normalmente tem causa simples. Analisar o fluido ruminal é de extrema 
importância, principalmente para diferenciar o timpanismo entre gasoso e espumosos. Alguns diagnósticos 
são mais invasivos, como é o caso da laparoscopia exploratória, no entanto existem métodos mais simples. 
O diagnóstico é feito com a passagem a sonda. Quando a sonda não passa pelo esôfago, é sugestivo de uma 
obstrução por corpo estranho; em situações que a sonda passa com dificuldades e libera os gases, é sugestivo 
de alguma obstrução externa ao esôfago (ex.: aumento dos linfonodos mediastínicos); existem ocasiões que 
a sonda passa com facilidade ou dificuldade e a obstrução é causada por neoplasias na cárdia; em situações 
que a sonda passa com facilidade e os gases são liberados o timpanismo pode ser causado por atonia da 
parede do rúmen, lesão do nervo vago. 
 
 
 
 
 
 
Tratamento: analisar a condição clínica do animal, em casos de timpanismo gasoso, o procedimento usado 
é feito pela retirada do gás por meio de trocater ou sonda para aliviar a tensão antes de buscar corrigir a 
causa da doença. Em casos de obstrução o ideal é realizar a desobstrução para o retorno da normalidade. 
Em casos de corpo estranho obstruindo o esôfago, é preferível puxar o material do que empurra-lo, pois 
empurrar o material para a área seca (sem saliva) por causar rupturas e/ou erosões no esôfago. 
Prevenção: uso de surfactantes: poloxaleno: mais eficaz em pastagens; detergente anti-espumante: 
Etoxilato alcóolico. Adição de sal (4%) em dietas muito ricas em carboidratos. Aditivos: ionóforos 
(monensina e Lasalocida) causam baixa na incidência e na severidade dos casos. 
 
Timpanismo Espumoso 
Apresenta um fluido ruminal viscoso, é mais recorrente em animais que se alimentam de pastagens 
leguminosas ou dietas ricas em grãos. 
 Eliel Valentim | PL2 | Clínica de Grandes Animais 
Etiologia: dietas com concentrado > 50%, normalmente ocorre uma interação entre os seguintes fatores: 
dispersão de pequenas bolhas + líquido + alimento + microrganismos; inibição do reflexo da cárdia, alta 
pressão intra-ruminal >70mmHg. 
Fatores causais: são categorizados em animal, dieta e fatores microbianos. 
Em relação ao animal: poucas alterações fisiológicas: anatomia ruminal, baixa na motilidade ruminal, nº de 
mastigações, salivação e eficiência da eructação. 
Em relação a dieta: Pastagem componente das plantas leguminosas (ex.: alfava [Medicago sativa] trevo 
[Trifolium pratens, T. repens]), grandes quantidades de proteínas solúveis, ricas em cloroplasto, boa 
digestabilidade. 
• A dieta de confinamento também favorece a origem microbiana 
que dá origem aos agentes espumantes; 
• Período de transição, épocas em que a forragem é mais rica em 
concentrado; 
• Dietas com >50% de concentrado; grãos: trigo, cevada, milho 
(na forma física triturada a ação bacteriana é maior); farelo de 
soja: oligossacarídeos (rafinose). 
Em relação aos fatores microbianos: produzem a “espuma”, muito comuns crescerem em animais que se 
alimentam com grãos. Existente no rúmen a extensa variedade da população de bactérias e protozoários. 
• As bactérias (normalmente Gram +) produzem grandes taxas de mucopolissacarídeo bacteriano 
(limo, muco viscoso) → espuma estável que leva a viscosidade do fluido ruminal. 
• Casos de timpanismo espumoso tem como agente etiológico mais comum o S. bovis, os protozoários 
possuem um papel questionável na dinâmica do distúrbio, sendo a dieta e a população microbiana 
os principais fatores etiológicos. 
Etiologia do timpanismo pela relação entre animal, dieta e fator microbiano, segundo Nagaraja et al., 1999 
 
Sinais clínicos: há um período de latência e intermitência (que dura em média de 8 a 15 
dias); ocorre a distensão do flanco esquerdo, aumento da frequência cardíaca e 
respiratória, dispneia. 
No início é possível detectar um aumento nos movimentos ruminais, sons timpânicos e 
redução da ruminação. Com a evolução do quadro clínico, os animais passam a 
apresentar constante inquietação e morte. 
 Eliel Valentim | PL2 | Clínica de Grandes Animais 
 
Diagnóstico: o exame do fluido ruminal é fundamental para garantir o tipo de timpanismo que está 
ocorrendo. 
Nos casos de timpanismo espumoso a sonda e/ou cateter passam facilmente, porém não liberam os gases. 
 
Tratamento: remoção do alimento. 
• Em casos brandos: agentes antiespumantes, óleo mineral, surfactantes sintéticos (Poloxaleno 25 a 
50g/na; Silicone + metilcelulose: 100 ml/animal; Etoxilatos alcóolicos). 
• Em casos graves é necessário a ruminotomia para liberar os gases e o conteúdo presente no rúmen.