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Aula 1 sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 Tipo Penal • Objetividade jurídica: representa o bem jurídico tutelado pelo tipo penal. (bem jurídico: Art 121 é a vida, Art 157 é o patrimônio , liberdade e a vida.) • Objetividade material: É a coisa contra a qual o agente comete o crime. ( Ex.: Art 121: homem, Aborto: feto) • Elementos objetivos: São os elementos responsáveis pela descrição da ação delituosa. (todas as palavras que somadas formam a ação – Art 157: Subtrair + coisa + móvel ...) – quando são não são preenchidos todos os elementos objetivos a conduta será enquadrada em outro artigo ou nem será crime. • Elementos subjetivos: Elementos anímicos -> DOLO e CULPA. (a regra do código penal é o DOLO. Ex.: Art 163 – crime de dano não fala sobre culpa.) [Dolo eventual e direto / Culpa consciente e inconsciente] • Sujeito ativo: todo aquele que colabora para o resultado do crime ser alcançado. ( Pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de crime ambiental) • Sujeito passivo: vítima(s) Classificação doutrinária • Causas especiais ou gerais de aumento e diminuição de pena: são as que preveem o aumento ou a diminuição fracionada da pena. (Pode ser no tipo ou na parte geral) §1º Art 121 – Art 129 §7º. • Tipos penais derivados: Forma qualificada – Sugere o novo mínimo e o novo máximo de pena, diferente da pena do crime penal simples. Ex.: Homicídio qualificado. • Momento consumativo: Quando ocorre a consumação. O resultado naturalístico ou jurídico é alcançado. • Ação penal: todo o crime desafia uma ação penal. (Quando o código não falar nada será publica e incondicionada). • Dolo direto: o agente age finalisticamente para atingir o ato. • Dolo eventual: o agente assume o risco do resultado. (Ex.: Roleta russa) • Culpa [negligência, imperícia, imprudência] – Previsibilidade: • Consciente: Prevê o resultado, não quer que aconteça, mas segue em frente. • Inconsciente: Não prevê o resultado. Aula 2 sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 20:10 Classificação doutrinária • Quanto à conduta: comissivo ou omissivo. • Comissivo -> exige um comportamento positivo, uma ação. • Omissivo próprio-> exige um comportamento negativo – inerte. • Comissivo por omissão ou omissivo impróprio -> Ex.: salva vidas , art 13 §2º • Quanto ao resultado: material, formal ou de mera conduta. • Material: exige resultado naturalístico para a sua consumação. Ex.: Art 121. • Formal: não exige que o resultado se verifique, mas prevê o resultado naturalístico. Ex.: Art 159 (intuito) • Mera conduta: Não prevê resultado naturalístico, apenas uma ação. • Quanto ao sujeito (passivo ou ativo) • Comum: qualquer um pode praticar (Art 121, 157, 155) • Própria: exige do agente um condição particular (infanticídio, peculato) • De mão própria: só pode ser praticado por uma pessoa descrita no tipo. (Estupro mediante conjunção carnal; falso testemunho – não se pode delegar) • Quanto à materialidade: de dano ou de perigo • Dano: exige o bem jurídico tutelado seja lesionado. • Perigo: a conduta do agente expõe o bem jurídico ao perigo – art 130 CP. • Abstrato: dirigir sob influência de álcool (CTB) • Concreto: contagio venéreo (Art 130 CP) • Quanto à consumação: instantâneo, permanente e instantâneo de efeitos permanentes. • Instantâneo: o crime se consuma no momento certo. Art 157 e 155. • Permanente: sequestro. • Instantâneo de efeitos permanentes: resultado é irreversível – Art 121. • Quanto ao número de agentes: • Unisubjetivo: • Plurisubjetivo: ex.: Rixa – art 137 CP / Art 288 CP • Quanto ao bem jurídico: • Uniofensivo: tutela 1 bem jurídico apenas. • Pluriofensivo: tutela mais de 1 bem jurídico. Art 157 • Quanto aos atos de execução: Unisubsistente ou plurisubsistente • Unisubsistente: Único ato, não admite a tentativa, início da execução e resultado juntos. (Ex.: Injúria – verbal; Ameaça; desacato) • Plurisubsistente: - intercriminis – permite a identificação das partes do crime. • Quanto ao modo de execução: de forma livre ou de forma vinculada o De forma livre: não delimita os meios de execução. o De forma vinculada: restringe os meios e execução. Ex.: Estupro. Aula 3 sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011 19:14 Crimes em espécie Homicídio , art 121 CP. • Elemento objetivo: matar (tirar a vida de uma pessoa), alguém (ser vivo nascido de mulher). Núcleo do tipo: matar. • Bem jurídico tutelado: vida [extraulterina] • Início da vida extraulterina: • Cesariana: inicia a vida quando ocorre as incisões das camadas abdominais. • Parto normal: inicia a vida quando ocorre o rompimento da mebrana amniótica. • Obs.: nos dois casos o bebê tem que nascer vivo, ou seja, respirando. • Obs.2: Se matar o bebê na barriga da mãe não é homicídio e sim aborto. • Morte: para o direito penal é quando ocorre a morte encefálica. Art 3º L. 9434/99. (quando a pessoa pode ter os órgãos transplantados/retirados apenas após a morte encefálica.) • Sujeito ativo: qualquer pessoa. comum • Sujeito passivo: qualquer pessoa. Comum • Elementos subjetivos: a regra do CP é o dolo, mas há uma exceção para o homicídio culposo. Então, admite as duas formas CULPA e DOLO. • Hipóteses: Dolo Culpa Homicídio simples “CAPUT” Homicídio culposo §3º [falta ao agente cuidado – imprudência, imperícia, negligencia] Homicídio privilegiado – minorante §1º [não é tipo penal derivado] Homicídio culposo de trânsito: Lei 9.503/97 [forma especial do homicídio culposo]– não existe referencia na citada lei para homicídio doloso no trânsito. Homicídio qualificado [tipo penal derivado] §2º Corpo delito: caso Elisa Samudio = o advogado do Bruno diz que não há crime pois não há corpo. Art 167 CPP -> não possível o exame do corpo de delito, bastará as testemunhas. Classificação: • Qto ao sujeito ativo e passivo: crime COMUM (pode ser praticado ou qualquer pessoa sofrer) • Qto ao resultado: crime MATERIAL (exige resultado naturalístico : morte) 3. Qto à consumação: crime instantâneo (não perdura no tempo) de efeitos permanente(morte). 4. Qto à materialidade: Dano (o agente tem intenção de danificar o bem jurídico) 5. Qto ao nº de agente: unisubjetivo 6. Qto ao bem jurídico: Pluriofensivo 7. Conduta: comissivo (pode ser cometido mediante omissão) 8. Qto aos atos de execução: Plurisubsistente 9. Qto ao modo de execução: de forma livre (admite várias formas de execução) Homicídio privilegiado: (elementos subjetivos psíquicos) • Social: o que interessa à sociedade • Moral: próprio (Ex.: Filme em que o Samuel L. Jackson mata o estuprador da filha e é absolvido pelo júri) • Domínio de violenta emoção a injusta provocação da vítima: ex: adultério 1. Domínio violenta emoção 2. Logo em seguida 3. Injusta provocação da vítima Aula 4 segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011 23:27 1. Homicidio Simples a. Artigo 121, caput. Pena 6 a 20 anos. 2. Homicidio Privilegiado 3. Homicídio Qualificado Art 121, parágrafo segundo. a. Tipo penal derivado, pois há um mínimo e um máximo diferentes. (Pena - reclusão, de doze a trinta anos.) b. § 2° Se o homicídio é cometido: i. I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 1. Motivo repugnante, desprezível. Matar para receber uma herança, por exemplo. (Quem paga para que outro mate não responde por essa qualificadora, somente quem recebe). ii. II - por motivo futil; 1. O motivo fútil é diferente do torpe por ser um motivo insignificante (ex: mata o dono do bar pq não vendeu fiado). Há desproporção entre o motivo e o homicídio. iii. III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; 1. Veneno: Substância que atuando química ou bioquimicamente sobre o organismo lesa a integridade corporal ou a saúde de outrem podendoproduzir-lhe a morte. A vítima não pode ter conhecimento de que está ingerindo veneno. 2. Fogo 3. Explosivo (pode ser qualificada não por esse, mas por "possa resultar perigo comum, dependendo do caso.) 4. Asfixia: Suprimir a respiração utilizando qualquer meio. 5. Tortura: Lei 9455, Art 1º, parágrafo terceiro, segunda parte. O significado de tortura em ambos é o mesmo, no caso da lei 9455 é um crime preterdoloso, o objetivo é a tortura não buscando a morte, mas esta pode acontecer, no caso do §2º,III do art 121 do CP, há um crime doloso, a tortura é o meio utilizado para se chegar a morte. A diferença está na análise do elemento subjetivo. 6. Meio cruel: Traz à vítima um sofrimento exagerado. iv. IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; 1. Traição: Quando o agente se aproveita de uma relação de confiança, abusa dessa relação para praticar o homicídio. "Por trás". É uma condição pré-existente 2. Emboscada: Ficar à espreita; fazer tocaia. 3. Dissimulação: O agente cria uma situação para se aproximar da vítima. 4. Dificultar ou impossibilitar a defesa: ex: dormindo, atropelar, nas costas. v. V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 1. Se refere a outro tipo penal. 1. Execução: Comete homicídio para assegurar a execução de outro crime. (Há um distanciamento maior entre os crimes). 2. Ocultação: Ex: matar o perito para ocultar um crime de apropriação indébita. 3. Impunidade: Já há uma ação penal em curso, e o desejo é que não haja punição. Ex: matar testemunhas 4. Vantagem: Ex: matar um comparsa em um roubo para garantir seu dinheiro. Colado de <http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/del2848.htm> http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9455.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9455.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/del2848.htm Aula 5 sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011 23:31 §3º Homicídio Culposo • Elemento subjetivo: culpa (imprudência, imperícia, negligência) – deve haver previsibilidade (possibilidade) da existência de elementos que levariam ao resultado. • Consciente: ex.: avanço de sinal vermelho. • Inconsciente: tinha elementos p/ prever mas ele nem chega a prever. (ex.: médico deixa tesoura dentro da paciente) CTB Art 302 (L9503/97) – Homicídio culposo na direção de veículo automotor • Art. Especial em relação ao §3º do 121 CP. Trata-se de um crime impróprio e comum. Aumento de pena Dolo Culpa Menor de 14 anos (até 13) Inobservância da regra técnica (espécie de imperícia ex.: o médico faz corte errado para “tentar inovar” e causa hemorragia) Omissão de socorro (brincando de empurrar, um cai e tem traumatismo craniano, o que empurrou fica assustado e foge) Mais de 60 anos (61) Atos para diminuir a consequência do seu ato (indiferença ao resultado) Foge da prisão em flagrante §5º Perdão judicial (só se aplica ao homicídio culposo) • Causa extintiva de punibilidade – Art 107, IX do CP • Ex.: pai vai ao banco, deixa a filha recém nascida no carro, que vem a morrer. • L. 9503/97 Art 302 – Homicídio culposo veículo automotor Pena – 2 a 4 anos / suspenção do direito ou permissão de dirigir §Único: causa especial de aumento de pena • Aquele que não tem carteira • Faixa de pedestre ou calçada (perícia automobilística verificará) III. Deixa de prestar socorro IV. Exercício da atividade, veículo de passageiros. SUICÍDIO • Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: • Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. • Não se pune quem tenta suicídio e não consegue. • • Elementos objetivos: - Induzir, instigar, auxílio • Induzir: fazer brotar uma ideia, criar uma ideia na cabeça da pessoa; Instigar: estimula uma ideia já existente; Auxílio: Os atos se restringem aos atos preparatórios. (Ex.: eu preparo um veneno e entrego para fulana se matar, ela bebe depois e se mata. / mas se eu coloco na boca dela, ou injeto nela (execução) passa a ser atos de execução e responde por homicídio) Bem jurídico tutelado: VIDA Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito passive: qualquer pessoa com condições de discernimento • Criança até 14 anos não é vitima de suicídio, se eu instigo a pular, ainda assim é homicídio. Elementos subjetivos: DOLO. Não é admitido o crime culposo. • Pessoa no prédio quer suicidar e a galera está embaixo brincando. • • CLASSIFICAÇAO 1. Qto ao sujeito ativo e passivo: crime COMUM (pode ser praticado ou qualquer pessoa sofrer) 2. Qto ao resultado: crime MATERIAL (exige resultado naturalístico : morte) 3. Qto à consumação: crime instantâneo (não perdura no tempo) de efeitos permanente(morte ou lesão). 4. Qto à materialidade: Crime de dano ( tem que haver o resultado naturalístico : Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma [resultado: morte]; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave [resultado: lesão]. 5. Qto ao nº de agente: unisubjetivo (não exige a presença de mais de uma pessoa para ocorrer o crime) 6. Qto ao bem jurídico: Pluriofensivo 7. Conduta: Comissivo por excelência, podendo ser omissivo impróprio (bombeiro que deixa o cara suicidar) 8. Qto aos atos de execução: Plurisubsistente (consegue identificar as fases de execução.) 9. Qto ao modo de execução: de forma livre (admite várias formas de execução) • Não admite a tentativa, pois o preceito secundário (acima), trás a previsão da pena. • • PACTO DE MORTE : casal de namorado, que a família no aceita o namoro, já que não pode ficar juntos, combinam de se matar. O namorado fica responsável pela preparação do veneno e dá para a namorada, na boca dela, e depois bebe. – Só o namorado sobrevive, a namorada morre! • Ele praticou o homicídio doloso. • • A, B e C compraram uma arma de fogo e brincam de roleta russa, todos pensando em suicidar. A arma circula entre eles. Pela 4º rodada, a bala sai e mata C. A e B responderão pela INSTIGAÇAO, INDUZIMENTO E AUXILIO AO SUICÍDIO. • • • Parágrafo único - A pena é duplicada: • Aumento de pena • I - se o crime é praticado por motivo egoístico; • II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. • Causa especial de aumento de pena! • I - se o crime é praticado por motivo egoístico; (ex.:um irmão aproveitando da depressão do outro, auxilia ao suicídio para ficar com a herança) • II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. (menor de 14 a 18 anos – já que o menor que 14 não é vítima do suicídio) – (diminuída , qualquer causa, a capacidade de resistência – já que se tira absolutamente a capacidade de Resistencia, passa a ser homicídio doloso). • Hipnose: é vítima de homicídio, mesmo que tire sua vida. • • Infanticídio • Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: • Pena - detenção, de dois a seis anos. • • O infanticídio nada mais é do que um homicídio especial, pois tem mínima e máxima inferiores as do art 121 • Só atende à mãe, que em estado puerperal, tira a vida do filho. • • Elemento objetivo: • Matar e alguém , são tbm do homicídio. • Sob influência de estado puerperal ou estado puerpérico , é um abalo sofrido pela mãe, logo após o parto, de natureza psicológica, que a influência no sentido de causar a morte do próprio filho. • Estado puerperal: de 6 a 8 semanas. • Logo após ou durante o parto. • Estado puerperal • Leve (toda mulher tem, não entra como infanticídio – ART 121- homicídio) • Médio -> ART 123 INFANTICÍDIO (Ainda tem a capacidade de discernimento, mas não deixa de estar em estado puerperal.) • Gravissímo (inimputável – aplica medida de segurança – a mãe era incapaz de distinguir) Aula 6 segunda-feira, 21 de março de 2011 23:33 • Espécies de aborto: • Natural – espontâneo, decorrendo de fatos naturais, involuntário. Não tem colaboração de ninguém, e não é criminoso. • Acidental – EX.:Cai de uma escada e devida a queda perde o filho. Não é criminoso. 3. Criminoso: a. Art 124 b. Art 125 c. Art 126 4. Permitido – o que o código penal autoriza sem incriminação. a. Art 128 Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos. Aborto provocado por terceiro Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência Forma qualificada (CLÁUSULA ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA) – Só se aplica ao 125 e 126. Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Bem jurídico: vida intrauterina • Considera-se o inicio da vida intrauterina -> a nidação: fixação do ovo no útero materno, após 14 dias na fecundação. • Considera-se o fim da vida intrauterina -> parto normal ou cesariana. • Entre o inicio e o fim é o tempo da vida intrauterina! Sujeito ativo - art 124: Gestante! (crime de mão própria! – a mulher tem que praticar ou permitir que o outro pratique.) Sujeito ativo – art 125: qualquer pessoa. Sujeito ativo – art 126: qualquer pessoa. • Diferença entre provocar o aborto e participar no aborto! • Pode ser no mesmo crime ter 3 sujeitos ativos, cada um se enquadrando em um artigo (médico que provoca, gestante, e perticipe) Sujeito Passivo: Art 125: Feto Art 125: Gestante e Feto Art 126: Feto Elemento Subjetivo : DOLO Classificação: Sujeito ativo - art 124: DE MAO PRÓPRIA. Sujeito ativo – art 125: COMUM. Sujeito ativo – art 126: COMUM. Sujeito PassiVO: Comum. Crime material – resultado naturalístico : morte! (não é necessário que o feto morra dentro da barriga da mãe) Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência (cláusula equiparada) Art 127: Crime Preterdoloso (doloso no antecedente – abortar -, mas acabar acontecendo uma consequência pior da prevista – alguma lesão grave, risco de vida, etc -, terá culpa no resultado) Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Excludente de ilicitude) Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; (pode ser praticado por qualquer pessoa) Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. (Exercício regular do direito! É permitido exclusivamente ao medico) – só é necessário um boletim policial com laudo medico dizendo que a gravidez foi devida ao estupro. Aula 7 segunda-feira, 21 de março de 2011 23:34 Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão corporal de natureza grave § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incuravel; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Lesão corporal seguida de morte § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Diminuição de pena § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Substituição da pena § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. Lesão corporal culposa § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de dois meses a um ano. Aumento de pena § 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) 1. Leve ou simples -> “caput” 2. Grave -> §1º 3. Gravissíma -> §2º 4. Seguida de morte -> §3º 5. Culposa -> §6º 6. Doméstica -> §9º 7. Culposa de trânsito -> Art 303 do CTB Elementos objetivos: • Ofender: agressão física – lesão http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm#art129%A77 http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm#art129%A77 http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm#art129%A77 http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 • Integridade física (corporal) : formas anatômicas do corpo – alteração anatômica, prejudicial ao corpo humano. • Saúde: perturbações fisiológicas do corpo (depressão profunda, vômito, dor de barriga, etc) • Outrem : ser humano vivo nascido de mulher. Bem jurídico: • Integridade física, saúde e a vida extraulterina.14/03/11 • Qto ao sujeito ativo e passivo: crime COMUM • • Lesão culposa: art 129 §6º • Qto à consumação: • Qto à materialidade: • Qto ao nº de agente: 6. Qto ao bem jurídico: 7. Conduta: 8. Qto aos atos de execução: • Qto ao modo de execução: §1º - I – Atividade habitual, rotineira, prejudicada: lapso temporal (depois de 30 dias -> 31º dia. Faz uma nova perícia. Se comprovar lesão grave. Se em 60 dias fizer nova perícia, passa a ser lesão gravíssima.. II- deve ser concreto e imediato o perigo. Não pode ser hipótese. (o laudo médico que comprova) III – Debilidade permanente – Hipótese de difícil reversão, mas viável. Entende-se por “permanente” o caráter duradouro, não significa que é para sempre. A análise feita é de razoabilidade. – Entende-se por “debilidade”: redução. Tato, olfato, visão, paladar, audição. Função respiratória, reprodutora, sensitiva, digestiva, circulatória, secretora. Membros: pernas, braços, mãos e pés. *não entra inutilidade de membros e perda / deformidade. IV – Aceleração de parto (nasce c/ vida) • Nasce com vida ≠ Aborto: • Nasce com vida ≠ Tentativa de aborto (irá ser avaliada a intenção, vontade: DOLO) • Preterdoloso: queria lesionar e faz abortar. • Se não tinha conhecimento da gravidade responde por lesão. §2º “Gravissíma” doutrina / tbm é uma forma qualificada • Incapacidade para o trabalho/ formal ou informal • O trabalho tem que ser uma atividade que estava acostumado a desempenhar. Ex.: auxiliar administrativo que diz que devido à lesão no calcanhar não pode ser segurança. (sendo que nunca foi segurança na vida). • Enfermidade incurável (ex.: sífilis) • Perda: • Para sempre • Mutilação – na hora • Amputação – decorrente/depois Inutilização: Falta de utilidade definitiva • Deformidade permanente (dano estético) • Amputação de orelha , dedo, cicatriz muito grande • Se for feira uma plástica que reconstituir perfeitamente afasta-se a qualificadora. • Lesão Corporal seguida de aborto (culpa) – crime preterdoloso • ≠ de aborto consumado (dolo) §3º -> Preterdoloso / lesão seguida de morte • morte -> culpa. Aula 8 segunda-feira, 21 de março de 2011 23:37 • Lesão Corporal Culposa 1. § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de dois meses a um ano. • Art 303 do CTB [é específico, exige elementos a mais, do que o §6 do 129] – aquele com uma conduta culposa lesioan uma pessoa. • § 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) • § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) • Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) 5. § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006) • Só vale para lesão. • É uma espécie de lesão corporal leve, pois o legislador se procupou apenas com: • sujeito passivo http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1950-1969/L4611.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm#art129%A77 http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm#art129%A77 http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.886.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art44 • relação doméstica de coabitação e hospitalidade. • Ou seja, não fala da gravidade da lesão. Se for grave, responde art de lesão corporal grave ou gravíssima. • Não foi criado pela lei Maria da Penha (11.340/06), a Lei Maria da Penha apenas mudou o preceito secundário. • Pode ser contra mulher e contra homem, não é apenas contra mulher. • …“ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade”… (pode ser caso de empregada, patrão, etc) • Aumento de pena (Cláusula especial de aumento de pena): • § 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Acrescentado pela L-010.886-2004) obs.dji.grau.4: Lesões Corporais • § 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Acrescentado pela L-011.340-2006) (se a vitima obtem uma lesão corporal leve, nas hipóteses do §9º) – Esse parágrafo não se aplica às lesões graves e gravissímas. Ação Penal • (lei 9099/95, no art 88) • Leve -> Ação penal pública condicionada à representação. (prazo de 60 dias para a pessoa se manifestar) • Culposa -> Ação penal pública condicionada à representação. (prazo de 60 dias para a pessoa se manifestar) • Grave, gravíssima e seguida de morte -> Ação penal pública incondicionada. 4. Doméstica -> mesmo a lei falando que é condicionada à representação (pois é de gravidade leve) a jurisprudência tem entendido que é Ação penal pública incondicionada – Aula 9 segunda-feira, 21 de março de 2011 23:37 Art 130 ao 136 CP : crimes de perigo. Coloca em risco o bem jurídico, não há intenção de lesionar o bem jurídico. – O agente coloca em risco, em uma situação de perigo. O legislador pune a intensão de colocar em risco, para evitar que venha ocorrer o pior! (tipo subsidiário) – geralmente o núcleo do tipo penal é EXPOR... Os crimes de perigo podem ser CONCRETOS ou ABSTRATOS: • Concreto: Onde há possibilidade de individualizar, de verificar, que risco foi sentido naquele caso em análise. (Consegue ver a gravidade do risco, o tempo que permaneceu à exposição, avaliar toda a situação do risco) http://www.dji.com.br/leis_ordinarias/2004-010886/2004-010886.htm#Art.%201%BA http://www.dji.com.br/penal/lesao_corporal.htm http://www.dji.com.br/leis_ordinarias/2006-011340/2006-011340.htm • Abstrato: É a presunção que aquele objeto está em risco. Ex.: Art 306 CTB – dirigir alcoolizado (o risco é distante , não é imediato) Os crimes de perigo podem ser COMUM ou INDIVIDUAL: • Comum: Não consegue definir quem são os sujeitos passivos. Ex.: crime de incêndio. (previstos nos art 250 e ss.) • Individual: Consegue definir quem é o sujeito passivo. (Ex.: Art 130) Art 130: Perigo de Contágio Venéreo Art. 130 – Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. Elementos objetivos: Expor: colocar Relação sexual: qualquer ato mantido entre 2 ou mais pessoas, através de atos sexuais. (fora a conjunção carnal – inclui oral, anal, vaginal) – o legislador incluiu no art 130 os atos libidinosos [qualquer ato, que dê ao agente, prazer ou satisfação sexual, desde que aja contato corporal ex.: beijo lascivo] . Moléstia venérea: tipo penal em branco – será complementado por uma outra legislação esparsa (resolução do ministério da saúde). Definição: só podem ser transmitidas por relação sexual. (Aids não é doença venérea pq aceita a forma de transmissão por transfusão de sangue) 21/03/11 – Crimes de perigo Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. CAPUT: Dolo de perigo • Art 130 é especial em relação ao Art 131. Qualificadora: § 1º - Se é intenção do agente transmitira moléstia: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. §1º -> Dolo de dano. A conduta é dirigida finalísticamente para transmitir a moléstia. Mas se transfere a doença efetivamente , responde por outro crime. Exceto quando o resultado for de lesão corporal LEVE. • Bem jurídico tutelado: Saúde e a vida. (se vier a ocorrer o contágio, responde pelo tipo penal mais grave) • Sujeito ativo: qualquer pessoa que tenha a doença venérea , PRÓPRIO. • Sujeito passivo: COMUM, qualquer pessoa. 4. Elemento subjetivo: Dolo de perigo! Não admite culpa. ( de que sabe ou deve saber : dolo direto ou dolo eventual -> dolo de perigo direto: sabe que tem a doença. / dolo de perigo eventual: deveria saber que tem a doença. Ex.: um homem trai a mulher e mantém relações sexuais quase todas http://www.dji.com.br/penal/perigo_de_contagio_venereo.htm as semanas com uma prostituta, sem usar preservativo. Fora isso em uma das situações ele vê o remédio para sífilis na bolsa da mulher. / Chegando em casa, mantém relações com a esposa, colocando ela em risco: dolo de perigo eventual, ele DEVERIA saber.) 5. Formal ou material : Formal 6. : Vinculada (só pode ser praticado por relação sexual ou ato libidinoso) 7. : De perigo em relação ao CAPUT e de dano em relação ao §1º 8. Quanto a consumação : exatamente quando é colocado em perigo. Admite a tentativa. (ex.: menina começa a namorar um menino que tem gonorreia e sabe que tem. Menina vai ao banheiro e na hora outra menina, amiga liga e fala pra não transar pq ele tem gonorreia. A menina sai do banheiro e não transa com o cara. Houve a tentativa). § 2º - Somente se procede mediante representação. • Ação penal precisa da representação. 6 meses a contar do fato. • O agente não é obrigado a se submeter ao exame pericial. E não poderá ser presumida a culpa! • O agente e vítima tem a doença e fazem sexo: crime impossível. • O agente tem a doença e a vítima sabe e se submete ao risco: crime impossível. Perigo de Contágio de Moléstia Grave Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: (similar ao §1º do art. 130) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Todas a doenças devem ser graves e contagiosas! EX.: AIDS, TUBERCULOSE, LEPRA, CÓLERA, MENINGITE. Atos capazes de transmitir a doença: todos os atos capazes de transmitir a doença, exceto as de relações sexuais. Senão enquadra no art. 130. • Bem jurídico tutelado: a vida e a pessoa. • Sujeito ativo: qualquer pessoa que tenha a doença grave , PRÓPRIO. • Sujeito passivo: COMUM, qualquer pessoa. 4. Elemento subjetivo: Dolo direto. (Crime de perigo com dolo de dano) • Se ocorrer o contágio, responde o agente pelo crime mais baixo, exceto o caso da lesão corporal leve, que tem a pena mais baixa que a estipulada no 131. Princípio da subsidiariedade. • Formal ou material : Formal • : Vinculada (só pode ser praticado por relação sexual ou ato libidinoso) • : Crime de perigo com dolo de dano. 8. Quanto a consumação : 9. Ação penal: Pública e incondicionada http://www.dji.com.br/penal/perigo_de_contagio_de_molestia_grave.htm Perigo para a Vida ou Saúde de Outrem Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Acrescentado pela L-009.777-1998) Crime subsidiário: para coibir uma conduta mais grave. Ex.: atirador de faca de circo, que pega uma pessoa na plateia e começa a lhe atirar facas, contra a sua vontade. O dolo do agente é de expor ao perigo. Núcleo do tipo: Expor. Perigo direto e iminente: Direto (dirigido à pessoas determinadas), comum (dirigido a um número indeterminado de pessoas), iminente (prestes a acontecer, consegue visualizar o perigo efetivamente). 1. Bem jurídico tutelado: a vida e a pessoa. 2. Sujeito ativo: qualquer pessoa, COMUM. 3. Sujeito passivo: COMUM, qualquer pessoa. 4. Elemento subjetivo: Dolo de perigo. 5. Formal ou material : Formal 6. : de forma livre. 7. : Crime de perigo. 8. Quanto a consumação : 9. Ação penal: Pública e incondicionada Cláusula especial de aumento de pena: Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Acrescentado pela L-009.777-1998) -> O legislador tenta punir o transporte conhecido como pau de arara. Se houver norma específica, responde pela específica: Ex.: Estatuto do desarmamento: Disparo de arma de fogo Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. Aula 10 segunda-feira, 28 de março de 2011 19:11 http://www.dji.com.br/penal/perigo_para_a_vida_ou_saude_de_outrem.htm Abandono de incapaz Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos. • Crime de perigo. Deve ser possivel visualizar um risco, perigo concreto. • Núcleo: Abandonar, deixar desamparada a pessoa, deixar a vítima sem a assistência devida. • Sujeito Passivo/Ativo: que esteja sob seu (do sujeito ativo): o Cuidado: Pessoas que estão acidentalmente e temporariamente incapacitada. (Ex: Marido que abandona a esposa doente. o Guarda: Pessoa que definitivamente incapacitada para zelar por si (Ex: precisa de um tutor ou de um curador, pai que tem a guarda de menor) o Vigilância: Assistência ocasional, mas que não tem a relação próxima ao contrário do cuidado (Ex: salva-vidas de clube) o Autoridade: É o poder derivado de direito público ou privado. (Ex: Carcereiro sob os presos - em função de direito público. Professor de escola particular sob os alunos - em função de direito privado). o Incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: • Absolutamente: Independe da situação - modo, lugar e tempo (Ex: criança) • Relativamente: Em função da situação - modo, lugar e tempo (ex: alpinista abandonado por instrutor). Não confundir incapacidade penal com a incapacidade civil. • Bem Jurídico: A vida e a saúde do ser humano. • Sujeito Ativo: Ter alguém sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade. Que tenha a obrigação legal ou contratual de cuidar de pessoa. (Ex: enfermeira contratada para cuidar de um idoso com Alzheimer). • Sujeito Passivo: Aquela que se encontra incapacitada, independentemente da idade. • Elemento Subjetivo: Dolo de perigo. Dolo de abandonar a pessoa. Pessoa abandona outra numa ilha deserta, inacessível, não é dolo de perigo, é um meio de executar um homicídio (tentativa, caso a pessoa seja encontrada). o Não se admite culpa. o O abandono se há mesmo que a situação seja temporária. Classificação: • Quanto ao sujeito passivo: Próprio. • Quanto ao sujeito ativo: Próprio. • Com relação à conduta: Pode ser comissivo ou omissivo. (Ex: Se sabe que o incapaz está sozinho e deixa de comparecer - omissão). • Momento consumativo: É quando a partir do abandono ocorre efetivamente um risco à saúde e à vida da pessoa. Deve haver uma situação onde se visualize um perigo concreto. Critério de razoabilidade (cada caso é analisado individualmente).• Resultado: É jurídico, e não naturalístico. É possível tentativa? Sim, porém a tentativa é difícil de ser comprovada, visualizada. Não se consuma por circunstância alheia à vontade do sujeito ativo. • É plurissubsistente. Exige um período maior para que se possa visualizar o perigo. Forma qualificada: § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. Resultado preterdoloso § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Resultado preterdoloso Aumento de pena: § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos • Local ermo: local acessível, porém de difícil acesso (não é local inacessível). Local onde passam poucas pessoas. • Ascendente/Descendente: Não há limite. • Cônjuge: Não há analogia que prejudique o réu (malam partem), portanto companheiros não podem ser incluídos. Caso fosse caso de diminuição de pena poderia. • Crime de ação penal pública e incondicionada. Exposição ou abandono de recém-nascido Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. • É especial em relação ao art 133 em relação ao sujeito passivo (deve ser recém-nascido) e em relação ao dolo (além do dolo de abandono há dolo específico do tipo: "para ocultar desonra própria".) • Diferente de "Sonegação de estado de filiação" (art 243). • Há quem diga que é o abandono privilegiado. • Núcleos do tipo: expor e abandonar (sinônimos). • Recém-nascido: Quem acabou de nascer. Deve ser analisado pelo princípio da razoabilidade. (Dias após o parto). • Ocultar desonra própria: Ex: esconder que estava grávida. • Objeto jurídico: Vida e saúde do ser humano. • Sujeito ativo: Comumente a mãe, mas pode ser, também, o pai. (concurso de pessoas). • Sujeito passivo: recém-nascido. • Elemento subjetivo: dolo de perigo. Não admite forma culposa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. Preterdoloso. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. Preterdoloso. • É crime formal. O resultado naturalístico (lesão ao bem juridico vida ou saúde) existe, porém não é exigido. Exige-se apenas o resultado jurídico (exposição à situação de perigo.) • Crime de ação penal pública incondicionada. • É admitida a tentativa, apesar da dificuldade e sua visualização, tendo em vista o fato de ser um crime formal. Aula 11 segunda-feira, 4 de abril de 2011 19:01 Omissão de socorro Artigo Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Neste caso é tipo penal autônomo, não causa de aumento de pena, como por exemplo, no caso de deixar de prestar socorro em acidente de trânsito. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Causa especial de aumento de pena. Não é preterdoloso, pois pouco importa se o agente quer o resultado ou não. • Não há a figura do garantidor, pois é omissão simples, se refere, portanto à qualquer pessoa. • Núcleo: "deixar". Conduta negativa (não fazer algo). • Quando possível fazê-lo sem risco pessoal: tem que haver possibilidade, a pessoa tem que estar presente e ser capaz de fazer. Sem risco pessoal: estado de necessidade, a pessoa não precisa se arriscar para prestar o socorro. Risco deve ser à pessoal, à integridade corporal, à saúde, à vida da pessoa. • Sujeitos passivos: o Criança : Ser humano até 12 anos (segundo o ECA). • abandonada: deixada à própria sorte. Já encontra a criança nessa situação, não a quem a deixa nela (nesse caso responderia por abandono de incapaz). • extraviada: se perdeu, não há culpa de ninguém. o Pessoa Inválida: Pessoa que sozinha não pode prover a própria segurança, seja por suas próprias condições pessoais (idoso) ou seja por acidente (cadeirante por acidente). o Pessoa ferida: Que teve ofendida sua integridade corporal, por terceiros, por acidente ou mesmo por conta própria. o Condições para que pessoa inválida e pessoa ferida devam ser socorridas sob pena de incorrer no tipo: • Ao desamparo: abandonada, sem cuidados específicos para aquela situação em que ela se encontra. • Em grave e iminente perigo: Que está prestes a acontecer, real, concreto e de grandes proporções. Vale o princípio da razoabilidade. • Não pedir socorro da autoridade publica: Se refere a todas as situações e sujeitos passivos do tipo. Se trata de assistência indireta subsidiária. • Bem jurídico: a vida, a saúde, a solidariedade humana. • Sujeito ativo: qualquer pessoa, desde que não seja garantidor. Comum. • Sujeito passivo: próprio condicionado à determinada situação. • Elemento subjetivo: admite apenas o dolo de perigo. Não há modalidade culposa. • Conduta: Omissivo próprio. • Resultado: Formal, não existe resultado naturalístico. • Momento consumativo: Unisubsistente. Não admite tentativa. O momento é o exato em que o agente se nega a prestar socorro. Omissão de socorro no CTB Artigo Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Especial em relação ao artigo 135 do CP. Se ele houver colaborado para o acidente. Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. • Sujeito ativo é necessariamente condutor de veículo e não pode ter colaborado com o acidente. Ex: Culpa exclusiva da vítima. • Caso a vítima se recuse a ser socorrida: o Se for tão veemente que ofereça risco pessoal está desobrigado. Maus-tratos Artigo Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. • Sujeito Ativo: o Guarda: Assistência a quem definitivamente não tem condições de zelar por si próprio. o Vigilância: Assistência aucatelatória, circunstancial, temporária. (ex: guia de alpinismo). o Autoridade: Exerce poder sob a outra em virtude de direito privado ou público. • "Para fim de": Especial fim de agir. Elemento subjetivo específico do tipo penal. o Educação: Aperfeiçoar qualquer atividade individual da pessoa. o Ensino: Na escola. Trabalho docente de ministrar conhecimento. o Tratamento: Prover a subsistência da pessoa. Cuidar. o Custódia: Detenção em virtude de lei. Ex: carceiro. • Meios: (forma vinculada) o Privar da alimentação: suprimir os alimentos necessários à manutenção da vítima. Deve caracterizar o perigo concreto, mesmoque seja parcial. Não pode-se, também, exigir conduta diversa. o Privar de cuidados indispensáveis: Tudo que é necessário à manutenção da vida e da saúde: vestuário, higiene, acomodação, assistência médica, etc. o Sujeitando a trabalho excessivo ou inadequados: • Excessivo: Fazer com que a vítima atue além das suas forças. • Inadequado: Não é adequado às condições físicas da vítima. o Abusando de meios de correção ou disciplina: animus corrigendi.Diferença entre maus tratos e tortura. • Correção: • Disciplina: Aula 12 segunda-feira, 11 de abril de 2011 19:00 Rixa Artigo Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: • Considera-se que há uma rixa quando há pelo menos 3 pessoas participando da contenda. • Não se consegue diferenciar sujeito ativo e sujeito passivo. É impossível diferenciar quem bate em quem, quem está certo e quem está errado. • Sujeitos: rixosos. • Rixa: Confusão entre pessoas onde ocorrem lesões recíprocas e indiscriminadas onde não é possível identificar quem é sujeito ativo e quem é sujeito passivo. • Não há necessidade de contato físico. A pessoa pode estar atirando coisas, por exemplo. • Participar: Concorrer, colaborar. • Tipos de rixa: • Rixa ex improviso: ocorre repentinamente, sem prévia combinação. É imprevisível. • Rixa ex proposito: Os contendores combinam a rixa. Ex: gangues que combinam a briga. • Bem jurídico protegido: Integridade corporal, a vida. • Não admite culpa. Será sempre dolosa. • Sujeito: Plurissubjetivo. • Formal. Não exige que as lesões se concretizem. Basta o resultado jurídico. • A rixa ex improviso não admite tentativa, pois é unissubsistente, já que é imprevisível. A consumação se dá ao mesmo tempo em que a execução. • A rixa ex proposito admite a tentativa. Plurissubsistente. • Se houver a caracterização de rixa, mesmo que apenas um ou dois sujeitos venham a responder pelo crime (e não três, como é necessário para a definição do tipo), responderão por rixa. Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. • Rixa qualificada. • Não há distinção entre os resultados. • Crime preterdoloso. • Todos os contendores respondem pelo resultado, independentemente de quem causou a morte. • Caso haja o resultado naturalístico (lesão ou morte), mesmo que o contendoso desista antes dele, responderá pelo resultado (pois participou, fomentou a rixa). • Se o contendoso entra na rixa DEPOIS do resultado, responde por rixa simples. Rixas praticadas em estádios de futebol: Art. 41-B. Promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos: Pena - reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. • Especial em relação ao 137. Capítulo V - Dos crimes contra a honra • Bem jurídico tutelado: A honra. o Honra objetiva: Aquela que o sujeito acredita ter em relação ao meio social onde vive. É o que ele acha que as pessoas acham dele. O juízo que as demais pessoas tem em relação à sua personalidade, ao seu caráter, etc. • Os crimes que ofendem a honra objetiva são: ▪ Calúnia ▪ Difamação ▪ Só quando terceiros tomam conhecimento. o Honra subjetiva: Aquela que o sujeito tem de si. O que ele acha dos seus atributos pessoais. • Crime: ▪ Injúria. (xingar) • Podem ser praticados verbalmente, por atos, de forma escrita, sinais, etc. • Podem ser crimes plurissubsistentes ou unisubsistentes, dependendo do modo de execução. Calúnia: Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. • Caluniar: Imputar a alguém, falsamente, fato definido como crime. • Pode se dar de duas formas: • Em relação ao fato: Inventando fato. Ex: falar que alguém cometeu roubou que não existiu. • Em relação à autoria: O fato existiu e, sabendo que foi praticado por outra pessoa, mesmo assim falar que foi o ofendido. • Especial fim de agir: tem que haver conhecimento que a acusação é falsa. Não pode ser engano. • Não pode simplesmente ser um atributo perjorativo, tem que ser um fato. • Tem que ser definido como crime, mesmo sendo um fato inexistente. • Não inclui contravenção penal. • Bem jurídico: Honra objetiva (o que as pessoas pensam). • Sujeito ativo: Qualquer pessoa (Comum). • Sujeito passivo: Qualquer pessoa (física ou jurídica). Pessoa jurídica possui honra objetiva, e por isso pode ser sujeito passivo de calúnia, porém, apenas se imputarem à ela crime previsto na lei 9.605/98 - Lei de Crimes Ambientais - pois somente lá existem fatos pelos quais a pessoa jurídica responde penalmente. • Elemento subjetivo: Dolo (animus caluniandi). Dolo direto. • Consumação: Formal. O momento consumativo é quando um terceiro toma conhecimento da falsa imputação, mesmo que o sujeito passivo não venha a ficar sabendo. Quando isso acontece há mero exaurimento do crime. • Execução: Depende do meio. Falado é unisubsistente. Escrita, seria plurisubsistente. § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. • O agente propalador ou divulgador deve ter o dolo direto. Tem que saber que o fato é falso. § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. • O morto tem honra subjetiva, mas a vítima é a família. • Não existe difamação nem injúria contra mortos. § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. • Exceção da verdade: Aula 13 sexta-feira, 15 de abril de 2011 21:07 Difamação Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: • O crime de calúnia é especial em relação ao de difamação; • Fato: ocorrência, algo verossímel. • Objeto: honra subjetiva. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Exceção da verdade Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Injúria Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. • Xingar, chamar de coisas. § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão de um a três anos e multa Aula 14 sexta-feira, 29 de abril de 2011 21:04 Retratação Art 143 • Só cabe em relação à difamação e calúnia, não serve para injúria. • Independe da anuência da vítima • Deve ser feita antes da sentença • Causa de extinção de punibilidade. O juiz profere uma decisão definitiva. Aula 15 segunda-feira, 2 de maio de 2011 19:13 Ameaça •Ameaçar: Intimidar. Tem que estar ligada a um mal grave, injusto e futuro. • Pode ser direta ou indireta: o Direta: Se refere à própria pessoa que foi intimidada o Indireta: Quando o mal anunciado se refere a alguém que tenha uma relação emocional com a pessoa intimidade. • Mal injusto: Ilícito ou imoral. • Mal grave: deve ter repercussões graves na vida da pessoa. • Bem jurídico tutelado: Liberdade individual, mais especificamente a psiquíca. Secundariamente a física. • Sujeito passivo: Qualquer pessoa com capacidade de discernimento (uma criança não vai entender a ameaça) • Elemento subjetivo: Dolo. • Consumação: Formal. Resultado naturalístico: a efetiva intimidação da vítima. Ele existe, mas não é obrigatório para que o crime exista. • A tentativa é admitida. Porém depende do meio de execução, só é possível visulizar o iter criminis na forma escrita. • Crime de ação penal pública condicionada à representação. A vítima tem o prazo de 6 meses de quando se tornou ciente da ameaça para apresentar representação. • Não é possível legítima defesa. Pois a vítima, sentindo-se ameaçada, possui os mecanismos próprios, determinados pelo ordenamento jurídico para lidar com a ameaça. Sequestro ou cárcere privado: • Não é o que se pede resgate. • Núcleo: privar. Impedir, tirar, tolher a liberdade de alguém; medianete sequestro ou cárcere privado: o Sequestro: lugar mais amplo (ex: sítio) o Cárcere privado: lugar menor (ex: sala) • Bem jurídico: Liberdade física, de locomoção, ambulatorial, de ir e vir. • Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa • Elemento subjetivo: Dolo o Dolo eventual: coveiro q tranca o cemitério mesmo sabendo que ainda tem gente lá dentro. o Não pode ter um especial fim de agir. • Momento consumativo: Material - exige o resultado naturalístico. Aula 16 sexta-feira, 6 de maio de 2011 21:07 Violação de Domicílio Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. • Núcleo: • Entrar: Invadir, ultrapassar os limites da residência (comportamento positivo, portanto comissivo. É ilegal desde o começo. Resultado instantâneo.) • Permanecer: Não sair (Comportamento negativo, portanto omissivo próprio. Se torna ilegal. Resultado permanente.) • Clandestinamente: Sem que a vítima tenha conhecimento, de forma sorrateira, escondida. • Astuciosamente: Quando o agente age de forma dissimulada, por meio de ardil, a fim de permanecer ou entrar. (Ex: pessoa que se passa por agente sanitário). • Há também a forma genérica que não é nem clandestina nem astuciosamente, simplesmente contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito. o Vontade expressa: Vontade explicitamente exteriorizada (Ex: placa de proibido entrar, dizer não). o Vontade tácita: Quando há elementos que indicam que ali só entram quem é permitido pelo dono (ex: muro, cerca viva, tranca na porta). o Quem de direito: O mais comum é o proprietário, mas considera- se também quem está com a posse, com o uso do imóvel, como o locatário, usufrutuário, quem more naquela casa etc... Quando não há hierarquia entre os co-habitantes, prevalece a vontade da maioria. Quando há hierarquia prevalece a vontade do proprietário. • Casa alheia: o Casa: qualquer construção aberta ou fechada, móvel ou imóvel, de uso permanente ou ocupado transitoriamente. (definida tbm nos § 4º e 5º) • Bem Jurídico: Inviolabildidade do lar • Sujeito Ativo: qualquer pessoa • Sujeito Passivo: quem pode exercer o direito. • Elemento subjetivo: dolo • Classificação: • De mera conduta - se pune um comportamento. • Pode ser comissivo ou omissivo próprio • Instantâneo ou permanente • Unissubsistente se for permanecer, plurissubsistente se for entrar. • Ação penal pública incondicionada § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. Modalidade qualificada: • Noite: sem luz solar, escuridão. • Lugar ermo: deserto, de dificil acesso. § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. • I - Apartamento, casa, barracão, barraca num camping, motorhome, • II - Hotel, pousada, pensão, motel... • III - Escritório, consultório médico. § 5º - Não se compreendem na expressão "casa": I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. • I - Albergue • II - Bar, casino, etc, etc Aula 17 segunda-feira, 9 de maio de 2011 19:03 Violação de Correspondência • Relacionado ao art 5º, XII da CF/88 • Bem Jurídico: Inviolabilidade da correspondência, garantida na CF/88 • Não é absoluta, pois há previsão de quebra desse sigilo para fim de instrução processual penal. Violação de correspondência Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. • Caput revogado tacitamente pelo art 40, §1º da Lei 6.583/78 • Devassar: Tomar conhecimento, total ou parcialmente • Correspondência: Toda comunicação, de pessoa para pessoa, por meio de carta, através da via postal ou por telegrama (art 47 da lei 6.538/78) • Se aplica a emails, desde que confidenciais. • Correspondência Art. 40º - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada dirigida a outrem: Pena: detenção, até seis meses, ou pagamento não fechada: que tenha elementos que indique que o remetente e o destinatário não querem que o conteúdo seja divulgado. • Dirigida a outrem: Destinatário. • Classificação: • Sujeito: Comum • Resultado: Mera conduta excedente a vinte dias-multa. Sonegação ou destruição de correspondência § 1º - Na mesma pena incorre: I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói; • Inciso I revogado pelo art 40 § 1º da lei 6.583/78 • Sonegar: fazer com que não chegue ao destinatário • Destruir: Inutilizar SONEGAÇÃO OU DESTRUIÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA. § 1º - Incorre nas mesmas penas quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada, para sonegá-la ou destruí-la, no todo ou em parte Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas; III - quem impede a • Permanecem • Comunicação telegráfica: É aquela feita através de sinalização elétrica ou rádio elétrica a ser convertida depois em comunicação escrita que será entregue ao destinatário. • Conversação telefonica: Ocorreu revogação. Se a pessoa comete interceptação telefônica ela incorre no art. 10 da Lei 9.296/96 comunicação ou a conversação referidas no número anterior; IV - quem instala ou utilizaestação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição legal. • Revogado pelo art 70, caput da lei 4.117/62 Art. 70. Constitui crime punível com a pena de detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos, aumentada da metade se houver dano a terceiro, a instalação ou utilização de telecomunicações, sem observância do disposto nesta Lei e nos regulamentos. (Substituído pelo Decreto-lei nº 236, de 28.2.1967) § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem. § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico: Pena - detenção, de um a três anos. § 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º. ---- Constitui o Codigo Brasileiro de Telecomunicações.
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