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Prof. Dr. João Coin UNIDADE II Psicologia Comunitária Texto básico: GÓIS, Cezar Wagner de Lima. Psicologia Comunitária no Ceará. Fortaleza, CE: 2003. Disponível em: https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/42539/1/2003_liv_cwlgois.pdf. Acesso em: 03 jan. 2022. Para saber mais: XIMENEZ, V. M.; GÓIS, C. W. L. Psicologia comunitária: uma prática libertadora latino-americana. In LACERDA, JR.; GUZZO, R. S. L. Psicologia & Sociedade. Campinas: Alínea, 2010, p. 45-64. Práticas libertadoras na América Latina Vida, libertação, cidadania. Realidade latino-americana. Preocupações Sujeito. Consciência. Interdisciplinaridade. Grupos (Rogers). X Clínica Social. Opção: ao lado dos grupos oprimidos. Novidade: vivência (biodança). Referências Diálogo. Organização comunitária [Rogers + Góis]. Luta reivindicatória. Círculo de encontro. Recursos Psicologia Comunitária + Educação Popular (Paulo Freire). Caminho para a mudança. Formação de autores de processos emancipadores. Conscientização. Método Dialógico-Vivencial/Círculos de Cultura e ações. Problematização (aprofundamento). Educação popular Libertação da opressão (versus liberdade dos indivíduos). Versus fatalismo/opressão. Perspectiva histórico-cultural: atividade comunitária (sujeito + coletivo). Psicologia da Libertação (Martin-Baró). Libertação Textos básicos: (a) ANSARA, Soraia; TAFFARELLO, Ingrid Matzembacher Stocker. O trabalho psicossocial em rede: uma experiência no município de Cajamar. Pesquisas e Práticas Psicossociais (São João del-Rei), v. 10, n. 1, janeiro/junho 2015. Disponível em: http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/revista_ppp/article/view/Ansara%2C%20Taffarello. Acesso em: 03 dez. 2021. (b) BAIMA, Larissa Soares; SILVA, Laiury Maiara da; CASTRO, Thales Cavalcanti; LACERDA JR., Fernando. Lideranças, agentes externos e fortalecimento em um bairro popular: um relato de experiência em psicologia comunitária. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/399/o/LARISSA_SOARES_BAIMA.pdf. Acesso em: 03 dez. 2021. Para saber mais: MONTERO, M. A tensão entre o fortalecimento e as influências alienadoras no trabalho psicossocial comunitário e político. In LACERDA, JR.; GUZZO, R. S. L. (Orgs.). Psicologia & Sociedade. Campinas: Alínea, 2010, p. 65-82. Fortalecimento Potenciação – Empowerment – Empoderamento “Por fortalecimento, entende-se o processo mediante o qual os membros de uma comunidade (indivíduos interessados e grupos organizados) desenvolvem, conjuntamente, capacidades e recursos para controlar sua situação de vida, atuando de maneira comprometida, consciente e crítica para alcançar a transformação de seu entorno segundo suas necessidades e aspirações, transformando, ao mesmo tempo, a si mesmos” (MONTERO, 2010). Fortalecimento Não é recebimento, mas apropriação das potencialidades para obter e administrar recursos destinados a transformar e superar relações de opressão, submissão ou exploração. Fazer uma vida “boa”. Caráter político: ocupação do espaço público. Fortalecimento Objetivos Adquirir controle sobre o entorno e transformar para obter bem-estar coletivo e pessoal. Para superar as relações de opressão, submissão e exploração. Promover ações libertadoras dessas condições de opressão. Fortalecimento Condutas essenciais para conquistar as transformações desejadas: Atividades e controle. Participação e decisão. Não é processo individual, mas coletivo. Fortalecimento Centra o controle e o poder na comunidade. Processos tomados da educação popular: problematização, desideologização, conscientização, problematização. Acrescidos de desenvolvimento ou aumento de: capacidade e atividade organizadora; formas participativas de ação, intervenção e pesquisa; poder político e sentimento de eficácia política; validade psicopolítica dos interessados em aumentar o controle sobre suas vidas e ambiente. Fortalecimento/Processo Processo em três etapas simultâneas: Ruptura do isolamento: desenvolvimento crescente do sentimento de ser-em-relação com o mundo (busca de sentido para o coletivo). Construção de uma compreensão cada vez mais crítica das forças sociais e políticas que atuam no (nosso) mundo de vida. Participação na vida pública: cultivar estratégias e recursos funcionais para a conquista de papéis sociopolíticos pessoais ou coletivos. Libertação pelo fortalecimento Uma organização não governamental inseriu-se numa comunidade de pescadores a fim de desenvolver trabalho com os jovens da região. Há uma década, as praias da região têm sido invadidas pelo mercado imobiliário, acarretando em deslocamentos dos moradores para áreas periféricas, perda da identidade cultural, presença de tráfico de drogas, entre outros. A partir desses elementos e valendo-se da Psicologia Comunitária, cabe aos psicólogos: a) Mostrar aos jovens as novas formas de adequação ao mercado de trabalho nas regiões turísticas. b) O fortalecimento do grupo pela aceitação de uma nova ordem de relações, construída pelas relações de mercado. c) Identificar a liderança dos jovens, que construirá um projeto de vida para os demais. d) Colaborar para a conscientização do grupo jovem pelo resgate da memória da vila de pescadores. e) Promover o retorno ao antigo modelo de vida dos pescadores. Interatividade Uma organização não governamental inseriu-se numa comunidade de pescadores a fim de desenvolver trabalho com os jovens da região. Há uma década, as praias da região têm sido invadidas pelo mercado imobiliário, acarretando em deslocamentos dos moradores para áreas periféricas, perda da identidade cultural, presença de tráfico de drogas, entre outros. A partir desses elementos e valendo-se da Psicologia Comunitária, cabe aos psicólogos: a) Mostrar aos jovens as novas formas de adequação ao mercado de trabalho nas regiões turísticas. b) O fortalecimento do grupo pela aceitação de uma nova ordem de relações, construída pelas relações de mercado. c) Identificar a liderança dos jovens, que construirá um projeto de vida para os demais. d) Colaborar para a conscientização do grupo jovem pelo resgate da memória da vila de pescadores. e) Promover o retorno ao antigo modelo de vida dos pescadores. Resposta Textos básicos: (a) MARTIN-BARÓ, I. O papel do psicólogo. Estudos de Psicologia, v. 2, n. 1, p. 7-27, 1996. (b) GOES, Nara Albuquerque; XIMENES, Verônica Morais; MOURA JR., James Ferreira. Relações da Psicologia Comunitária com a Libertação a partir da dialética dominação-opressão. Teoría y Crítica de la Psicología, v. 6, 140-161, 2015. Disponível em: http://www.teocripsi.com/ojs/index.php/TCP/article/view/60/39. Acesso em: 03 jan. 2022. Para saber mais: (a) PIZZINATO, A. Psicologia da Libertação. In SARRIERA, J. C.; SAFORCADA, E.T. Introdução à Psicologia Comunitária, p. 113-138. Psicologia da Libertação Concepção que reconhece a liberdade do outro, deixando de ser um sujeito “sujeitado”, para ocupar um lugar de igualdade, ativo como ator social fundamental, proprietário de habilidades e conhecimentos específicos, de uma índole particular. Libertação 1942 (Valladolid-Espanha) – 1989 (San Salvador-El Salvador). Escritor, professor universitário, padre. A psicologia deveria enfrentar os problemas nacionais e ser desenvolvida desde as condições sociais e as aspirações históricas das maiorias populares. Ignácio Martin-Baró Produção sócio-histórica do conhecimento. Crítica à assepsia. Rechaço a verdades absolutas e naturais. Negação das leis e princípios psicossociais universalmente válidos. Denúncia da forte carga ideológica favorecedora de interesses criados pela elite. Epistemologia Regime político Família (dependência), escola (passividade e individualismo) e moral (hipocrisia). Libertação Emancipação dos grupos que sofrem opressão. Satisfação digna das necessidades mínimas. Desenvolvimento das necessidades e da autodeterminação. Abarca também os grupos opressores. Processo. Principais conceitos Fatalismo Inevitável. Conformismo e resignação. Efeitos: dependência, exploração e opressão. Interioração da dominação social. Princípios: A vida está predefinida. A própria ação não pode mudar esse destino fatal. Um Deus distante e todo poderoso decide o destino de cada pessoa. Principais conceitos Propiciar uma forma de buscar a verdade desde as massas populares. Criação de uma nova práxis psicológica para transformar as pessoas e a comunidade, reconhecendo suas potencialidades negadas. Prática psicológica e processo de libertação Texto básico: FREIRE, P. Justificativa da pedagogia do oprimido. In Pedagogia do oprimido. 50. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011, p. 31-64. Para saber mais: (a) VIEIRA, E. M.; XIMENES, V. M. Conscientização: em que interessa este conceito à psicologia. Psicologia e Argumento, Curitiba, v. 26, n. 52, p. 23-33, 2008. (b) DE ALMEIDA PINTO, M.; SANTANA DE PAIVA, F. Conscientização para Transformação social: Apontamentos para a Psicologia Social Comunitária. Revista De Psicologia, v. 12, n. 2, 12 – 24, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.36517/revpsiufc. Acesso em: 03 dez. 2021. Conscientização O opressor também se “desumaniza”. A grande tarefa: “E aí está a grande tarefa humanista e histórica dos oprimidos – libertar-se a si e aos opressores”. Falsa generosidade (Filantropia) é tentativa de amenizar a opressão: “a ordem social injusta é a fonte geradora permanente desta generosidade que se nutre da morte, do desalento e da miséria”. Conscientização Os oprimidos estariam mais preparados para a libertação. “O grande problema está em como poderão os oprimidos, que ‘hospedam’ o opressor em si, participar da elaboração, como serem seres duplos, inautênticos, da pedagogia da sua libertação” (p. 34). Tarefa: superar a semelhança (identidade) com o opressor. Dificuldade: medo de deixar de ser oprimido: ser o que? (temor da autonomia). Libertação é dolorosa. Conscientização “Este é um dos problemas mais graves que se põem à libertação. É que a realidade opressora, ao constituir-se como um quase-mecanismo de absorção dos que nela se encontram, funciona como uma força de imersão das consciências. Neste sentido, em si mesma esta realidade é funcionalmente domesticadora. Libertar-se de sua força, exige, indiscutivelmente, a emersão dela, a volta sobre ela. É por isso que só através da práxis autêntica que não sendo ‘blábláblá’, nem ativismo, mas ação e reflexão, é possível fazê-lo” (p. 42). Conscientização Textos básicos: (a) SCALON, C. Desigualdade, pobreza e políticas públicas: notas para um debate. Contemporânea, v. 1, n. 1, p. 49-68, 2011. Disponível em: https://www.contemporanea.ufscar.br/index.php/contemporanea/article/view/20/5. Acesso em: 03 jan. 2022. (b) SANTOS, Luane Neves; MOTA, Alessivânia Márcia Assunção; SILVA, Marcus Vinícius de Oliveira. A dimensão subjetiva da subcidadania: considerações sobre a desigualdade social brasileira. Psicol. cienc. prof. [online], v. 33, n. 3, p. 700-715, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pcp/a/wCbkPxHpRQLBb4vfQC7dynf/. Acesso em: 03 jan. 2022. Para saber mais: SANTOS, L. N. A desigualdade social brasileira. In A psicologia na Assistência Social: convivendo com a desigualdade. São Paulo: Cortez, 2014, p. 25-50. A desigualdade social brasileira Fatores objetivos e subjetivos. Existenciais. Relações sociais. Expressão política. Crescimento econômico e desigualdade (“primeiro fazer o bolo crescer e então dividir”). Naturalização da desigualdade: “invisibilidade”. “Histórico acesso diferenciado a recursos materiais e simbólicos, sustentado por relações sociais moldadas a partir deste processo” (p. 28). Desigualdade Jessé de Souza Humilhação, dor, desrespeito (UNS) X legitimação, prazer, saúde (OUTROS). Construção da miséria pessoal/emocional/existencial/política. Quem é gente/cidadão? = subcidadania. Habitus (persuasão invisível) = visão de mundo instituída no corpo, nos gestos. Subcidadania: justifica e naturaliza a desigualdade instalada no sujeito. Ralé (p. 37): segregada e classificada, sem acesso (diferenciado). Desigualdade Texto básico: (a) PORTO, F. Entrevista. Revista Diálogos. Ano 7, número 7, p. 7-11, 2010. Disponível em: https://site.cfp.org.br/publicacao/revista-dialogos-no-07/. Acesso em: 03 jan. 2022. Para saber mais: (a) XIMENES, V. M.; DE PAULA, L. R. C.; BARROS, J. P. P. Psicologia comunitária e política de Assistência Social: diálogos sobre atuações em comunidades. Psicologia: ciência e profissão, v. 29, n. 4, p. 686-699, 2009. (b) SENRA, C. M. G., GUZZO, R. S. L. Assistência social e psicologia: sobre as tensões e conflitos do psicólogo no cotidiano do serviço público. Psicologia & Sociedade, v. 24 n. 2, p. 293-299, 2012. (c) CREPOP. Referência técnica para atuação do(a) psicólogo(a) no CRAS/SUAS/Conselho Federal de Psicologia, 2007. A psicologia (social-comunitária) na assistência social Política Nacional de Assistência Social – Sistema Único de Assistência Social (2005). Política pública voltada para a garantia de direitos (versus modelo assistencialista e beneficente). Proteção Social Básica e Proteção Social Especial. Contexto: vulnerabilidade – atendimento a crianças, mulheres, idosos, famílias, população em situação de rua. Trabalho: planejamento, execução e avaliação. Prática interdisciplinar. Atuação em/com grupos. Vínculo. Compromisso social. Psicologia social-comunitária na assistência social Tendo em vista os fundamentos da Psicologia Comunitária, responda: o trabalho do psicólogo tem caráter transformador quando: I. Contribuir para que os sujeitos, coletivamente, superem suas condições de vida marcadas pela desigualdade. II. Possibilitar o despertar do sujeito enquanto construtor da própria história como ser coletivo. III. Fortalecer o fatalismo perante as condições de desigualdade e opressão. Está correto apenas o que se afirma em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. Interatividade Tendo em vista os fundamentos da Psicologia Comunitária, responda: o trabalho do psicólogo tem caráter transformador quando: I. Contribuir para que os sujeitos, coletivamente, superem suas condições de vida marcadas pela desigualdade. II. Possibilitar o despertar do sujeito enquanto construtor da própria história como ser coletivo. III. Fortalecer o fatalismo perante as condições de desigualdade e opressão. Está correto apenas o que se afirma em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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