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PRÉ-CLÍNICA II – BÁRBARA ALBUQUERQUE AZEVEDO ANATOMIA INTERNA INCISIVOS E CANINOS INTRODUÇÃO o O resultado do preparo endodôntico sofre mais influência da anatomia dos canais radiculares do que dos instrumentos ou técnicas utilizadas. o A anatomia interna que ditará os parâmetros do tratamento endodôntico. o Exames radiográficos não possuem definição e acuidade suficientes para mostrar detalhes da estrutura tridimensionais dos canais. o Tomografia computadorizada de feixe cônico de alta resolução (muito eficaz). ANATOMIA DA CAVIDADE PULPAR CÂMARA PULPAR o Cavidade única, geralmente volumosa, que a polpa coronária. o Ocupa internamente o centro da coroa. o Assemelha-se a superfície externa do dente. o Dentes anteriores: a câmara pulpar é contígua ao canal radicular. → Delimitada pelas paredes vestibular, lingual, mesial e distal. → Teto da câmara pulpar: abaixo da margem incisal (geralmente apresenta reentrâncias). → Divertículos pulpares: reentrâncias do teto da câmara pulpar (mamelões ou tubérculos). o Nos incisivos, a câmara pulpar é triangular. → Estreita no sentido vestibulolingual e ampla em sentido mesiodistal. → Não apresenta divertículos pulpares proeminentes (exceto em dente jovem). o Nos caninos, a câmara tem seu maior diâmetro no sentido vestibulolingual na altura da região cervical. → Afilando-se em direção à ponta da cúspide, onde apresenta um divertículo pronunciado. o Nos dentes posteriores, a parede oclusal se relaciona com a face oclusal e denomina-se teto da câmara, enquanto a face cervical é o assoalho da câmara. → Estreita no sentido mesiodistal e ampla na direção vestibulolingual. → Formato de prisma quadrangular irregular com seis lados: teto, assoalho e 4 paredes axiais. → Teto tem forma concava e apresenta divertículos pulpares. → Os orifícios radiculares ficam no assoalho (aberturas que conectam a câmara pulpar aos canais radiculares). o Em dentes multirradiculares podem existir canais acessórios no assoalho conectando a câmara pulpar ao ligamento periodontal na região da furca, denominados canais cavointer- radiculares. CANAL RADICULAR o Parte a cavidade pulpar que se estende por toda a porção radicular dos dentes. → Acompanha sua forma externa. o Canal principal no geral tem forma cônica. → Afunila-se da sua abertura em direção ao forame apical. o Dividido em 3 partes: cervical, médio e apical. o Geralmente são achatados ou ovais no sentido mesiodistal ou vestibulolingual, acompanhando a direção das raízes. CANAIS ACESSÓRIOS o Ramificações diminutas que comunicam o canal principal à superfície externa da raiz. o Canais laterais: canais acessórios nos terços cervicais ou médio da raiz. o Esses canais servem como via de passagem de irritantes. → Principalmente da polpa necrosada ou infectada para o periodonto. → Difíceis de acessar, limpar descontaminar e obturar. o Estudos demostram que pré-molares e molares apresentam maior frequência de canais acessórios. o Geralmente não são visualizados no exame radiográfico. → Pode-se suspeitar da sua presença em casos de espessamento localizado no ligamento periodontal ou presença de lesão na superfície lateral da raiz. o De forma geral, os canais laterais não são passiveis de ser instrumentados. ISTMO o Área estreita, em forma de fita, que conecta dois ou mais canais radiculares. o Métodos de desinfecção têm ação limitada nessas regiões. → É possível identificar e limpar a maior parte dessas áreas. CANAIS EM C o Presença de um ou mais istmos conectando canais individuais ao longo de toda a raiz. o Mais comumente encontrada em dentes com raízes fusionadas, principalmente primeiros pré-molares e segundos molares inferiores. o O diagnóstico pré-operatório de canais em forma de C é difícil, principalmente se realizado por meio de exame radiográfico. CANAL RADICULAR APICAL o Variável e imprevisível. o Constrição apical ou forame menor: porção apical do canal radicular que apresenta menor diâmetro. → Pode coincidir com a zona de união entre dentina e cemento. o A partir da constrição apical, o canal se amplia à medida que se aproxima do forame apical (forame maior). o Forame apical não apresenta formato uniforme. → Na maioria dos dentes se encontra lateralmente à superfície da raiz. o Pode conter múltiplas derivações do canal principal próximas ao ápice radicular, determinando a existência de diversas foraminas. → Maior prevalência: raiz mesial dos molares inferiores, pré-molares superiores e raiz mesiovestibular dos molares superiores. → Pode favorecer a permanência de biofilme bacteriano, tecido necrosado e túbulos dentinários infectados. o Raramente o canal radicular se apresenta totalmente reto, mesmo que a imagem radiográfica revele uma raiz sem curvatura. o Inclinação: deslocamento do eixo longitudinal da raiz em relação ao da coroa. → Quase sempre no sentido distal. o Curvatura: desvio gradual e paulatino do eixo da raiz que se torna curvo. o Angulação: desvio brusco de uma parte do eixo da raiz em relação ao outro. INCISIVOS INCISIVO CENTRAL SUPERIOR o Normalmente apresenta raiz única com canal reto e amplo. → Raiz cônica maior que a coroa. → Achata levemente no sentido mesiodistal. o Canal radicular longo, único, amplo e reto (75%). → Quando curvo, normalmente é para a distal no terço apical. o Tratamento endodôntico não apresenta dificuldades. o Câmara pulpar se estreita no sentido vestibulopalatino. → Risco potencial de perfuração na face vestibular durante o acesso coronário. o Na maioria das vezes a saída do forame apical está de 0,5 a 1 mm de distância do ápice anatômico. o Canais acessórios são relativamente comuns, principalmente no terço apical. → Em 56,4% das vezes, contudo, seu diâmetro médio é menor que 0,1 mm. o Possui ombro palatino (projeção de dentina invadindo a câmara pulpar). o O ápice radicular pode apresentar curvatura abrupta para vestibular, a qual pode não ser identificada no exame radiográfico. o Levemente vestibularizado (cerca de 3 graus). INCISIVO LATERAL SUPERIOR o Geralmente é menor que o incisivo central. o Coroa trapezoidal/ triangular. → 2 a 3 lóbulos de desenvolvimento. o Raiz única, delgada e suave achatamento mesial-distal. → Cônica piramidal. → 70% curva para a distal o Canal único e amplo. o Dentes com a menor proporção de canais retos. o Situado em uma área de risco embriológico. → Apresenta diferentes anomalias anatômicas. o Ombro palatino. o O ápice radicular localiza-se próximo à tábua óssea vestibular, podendo estar em proximidade com a cavidade nasal. → Cuidado durante procedimentos cirúrgicos. INCISIVOS INFERIORES o Menores dentes permanentes. o Raiz única. → Fortemente achatada no sentido mesio-distal. → Sulcos longitudinais em suas faces proximais. o Coroa trapezoidal. → Dentes jovens normalmente possuem 2 a 3 lóbulos de desenvolvimento. o Câmara pulpar ampla no sentido M-D e achatada no sentido V-L. → Normalmente atrésica. o Ombro palatino. o Canal radicular achatado no sentido M-D. → Quase sempre único (73,4%) e retilíneo. o Devido ao grande achatamento no sentido M-D, o canal radicular pode sofrer bifurcação no sentido V-L. → Mais comum no incisivo lateral. o A maior prevalência de curvatura na porção apical da raiz é no sentido distolingual. o O ápice radicular encontra-se próximo da tábua óssea lingual, dificultando procedimentos cirúrgicos. CANINOS CANINO SUPERIOR o Dente mais longo, forte e resistente da arcada. o Coroa pentagonal, com inclinação M-D de 6 graus e V-L de 17 graus. o Câmara pulpar reproduz a forma externa da coroa. → Ampla V-L. → Maior diâmetro: colo cervical. → Menor diâmetro:borda incisal. o Raiz cônica piramidal. → Achatada M-D. → Maioria das vezes é reta, quando curva é para a distal. o Adelgamento acentuado no terço apical, muitas vezes impossibilitando a instrumentação. o Raiz única com um canal. o Ombro palatino. o Em razão de seu tamanho, o ápice radicular se aproxima muito da cavidade nasal. → Atenção em procedimento cirúrgico paraendodôntico. o Canal radicular achatado no sentido M-D. → Curvo para distal em 61,5%. o Raramente pode apresentar 2 raízes e 2 canais. CANINO INFERIOR o Depois do incisivo central superior, é o dente que oferece a maior porcentagem de raízes retas. o É menor do que o canino superior em todas as dimensões. o Sua raiz é similar ao canino superior, contudo, mais achatada na direção mesiodistal e mais alongada na direção vestibulolingual. o Coroa pentagonal. o Câmara pulpar reproduz a forma externa da coroa. → Ampla V-L. → Maior diâmetro: colo cervical. → Menor diâmetro: borda incisal. o Raiz única cônica piramidal. → Achatada M-D. → Maioria das vezes é reta e quando curva é para a distal. o Ombro palatino. o Canal radicular: achatado M-D. → Terço cervical e médio é oval. → Terço apical é circular. → 68% são retos. o Bifurcação: pode haver duplicidade de raízes (V e L) em 6% dos casos.
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