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INTEGRA – FACULDADES INTEGRADAS DA AMÉRICA DO SUL BACHARELADO EM DIREITO ANA CAROLINA BISPO LOPES, DANIELE ANDRADE ALMEIDA, KELLY GARCIA SENA E YASMIN WILLIANE PEREIRA DE SOUZA SISTEMAS PRISIONAIS NA HISTÓRIA CALDAS NOVAS 2022 ANA CAROLINA BISPO LOPES, DANIELE ANDRADE ALMEIDA, KELLY GARCIA SENA E YASMIN WILLIANE PEREIRA DE SOUZA SISTEMAS PRISIONAIS NA HISTÓRIA Trabalho apresentado para a Disciplina de Direito Penal II pelo Curso de Direito da Integra – Faculdades Integradas da América do Sul, ministrada pelo Professor Denis Carara de Abreu. CALDAS NOVAS 2022 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4 2. SISTEMA PENSILVÂNICO ............................................................................................................. 5 3. SISTEMA ALBURNIANO ............................................................................................................... 6 4. OS TRÊS SISTEMAS PROGRESSIVOS ............................................................................................. 7 2.1. Sistema Progressivo Inglês ..................................................................................................... 8 2.2. Sistema Progressivo Irlandês .................................................................................................. 8 2.3. Sistema Progressivo de Montesinos. ...................................................................................... 9 5. AS REFORMAS DE JONH HOWARD .............................................................................................. 9 6. CONCLUSÃO ..............................................................................................................................11 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................12 4 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como foco principal analisar os sistemas prisionais ao longo da história da humanidade. Iremos observar que os sistemas prisionais, foram vagarosamente, com o passar do tempo, perdendo a fama de "castigo", e se tornando cada vez mais humanizados. Desde o começo dos sistemas prisionais, até os dias atuais, as prisões foram evoluindo bastante, passando por várias fases, que foram se desenvolvendo nos Estados Unidos da América e que formam sistemas com características próprias. 5 2. SISTEMA PENSILVÂNICO (DISCENTE: DANIELE ANDRADE ALMEIDA.) O Sistema Pensilvânico ou Celular, teve início por volta de 1790 em uma colônia da Pensilvânia. Suas principais características estavam baseadas na rigidez pela qual foram empregadas, tendo como base preceitos religiosos, onde o principal intuito era de reabilitar os detentos, para que assim fossem aceitos perante a sociedade e Estado. Os principais conceitos que foram utilizados como base foi o de Benjamin Franklin que transmitiu os ideais iluministas de Cesare Beccaria, John Howard, apesar de que também teve conceitos de influências religiosas aplicados pelo Direito Canônico, que obteve parte da intervenção para que a aplicação desse sistema fosse desenvolvido na prática. Diante disso, foram aplicadas algumas leis onde o detento era obrigado a seguir, que se formava pelo isolamento absoluto, ficar em silêncio, obrigatoriedade em realizar orações, e abstenção de bebidas alcóolicas. Vale ressaltar que esse tipo de isolamento acontecia de maneira com que os detentos não poderiam ter nenhum tipo de contato ou comunicação, ficando afastado de qualquer forma de interação ou contato humano. Além disso, essa medida teve o propósito de fazer com que os detentos se arrependessem da infração cometida e que seguissem adiante com base aos princípios religiosos, em relação ao comportamento que deviam exercer, podendo somente ficar em silêncio ou rezando, deixando nítido o quanto as medidas desse sistema eram severas e desumanas. Cezar Roberto Bittencourt, com propriedade, afirma sobre o Sistema Pensilvânico que Já não se trataria de um sistema penitenciário criado para melhorar as prisões e conseguir a recuperação do delinquente, mas de um eficiente instrumento de dominação servindo, por sua vez, como modelo para outro tipo de relações sociais. Em suma, vale ressaltar que a intenção que a medida tinha de diminuir a criminalidade e fazer com que os detentos se arrependessem e adquirisse o perdão da sociedade foi um fracasso, pois mesmo com essa medida, em razão dos trabalhos em cela serem tediosos e sem sentido, não diminuíram o problema de isolamento, pois em alguns casos os detentos acabaram desenvolvendo insanidade mental, 6 devido o silêncio e a solidão que eram obrigados a enfrentar. Dessa forma, em razão do sistema apresentar falhas e não conseguir reabilitar os detentos, foram criadas novas alternativas, utilizando-a em alguns países com suas devidas modificações. 3. SISTEMA ALBURNIANO (DISCENTE: ANA CAROLINA BISPO LOPES.) O sistema Auburniano foi criado após algumas falhas do sistema celular, onde tinha como intuito corrigir e superar as limitações do antigo sistema, esse sistema foi construído no ano de 1818, na qual recebeu esse nome por conta que a primeira prisão a adotar esse sistema foi construída em Auburn, no Estado de Nova York. De início, esse sistema era dividido em três formas entre os prisioneiros. A primeira era composta pelos mais velhos e pelos persistentes delinquentes, onde eram destinados a um isolamento contínuo, já a segunda maneira era composta pelos menos incorrigíveis, onde só eram encaminhados para a cela de isolamento por três dias e pôr fim a última categoria, na qual era para os que tinham maior probabilidade de serem corrigidos, onde só era imposto o isolamento noturno, permitindo que trabalhassem juntos durante o dia. Porém, essas punições através do confinamento não gerou um resultado positivo e sim negativo, pois, ao estabelecer essas regras aos detentos, muitos enlouqueceram ou morreram. Logo após não terem obtido bons resultados, notaram que a pratica do confinamento solitário não era uma boa para ser levado adiante, então decidiram ampliar esse sistema que para eles era um sistema menos rígido, pelo fato de poderem trabalhar em grupo e em suas celas, enfim, estabeleceram que era permitido o trabalho em comum entre os confinados, porém, deveriam ficar em silencio sem dirigir a palavra aos “parceiros” de cela, e somente trocar algumas palavras com os guardas com a permissão deles e deveriam ficar em confinamento solitário durante a noite. Com essas novas regras os detentos então resolveram criar uma forma de se comunicarem entre eles através de códigos pelas mãos ou até mesmo pelas batidas nas paredes, na qual essas práticas são usadas até nos dias de hoje. Seguindo adiante, esse sistema também era conhecido como silent system, por conta de a regra ser o silêncio absoluto, logo o trabalho entre os detentos era algo 7 considerado como uma ameaça com os trabalhadores livres, em razão de ter um custo menor, assim causando uma discórdia entre autoridades penitenciarias e sindicatos, onde alegavam que ao ensinar as práticas de trabalho aos detentos desvalorizava-as e também não sentiam bem ao trabalhar ao lado de pessoas que já teriam sido detentos. Seguindo adiante, se ao praticar o trabalho de forma errada ou descumprissem alguma das regras impostas pelos guardas, os detentos seriam castigados. De acordo com um dos principais conceitos do escritor Bittencourt, afirma em seu livro tratado de Direito penal, tradicionalmentese criticou, no sistema auburniano, a aplicação de castigos cruéis e excessivos. Esses castigos refletem a exacerbação do desejo de impor um controle estrito, uma obediência irreflexiva. No entanto, considerava-se justificável esse castigo porque se acreditava que propiciaria a recuperação do delinquente. Portanto, nota-se que mais uma vez o método na qual foi utilizado no sistema auburniano também houve falhas, cujo comportamento dos detentos não seriam resolvidos através de castigos cruéis, até porque no outro sistema anteriormente não foi solucionado os problemas. Dessa forma, fica evidente que mais uma vez a criação desse novo sistema também foi um fracasso. 4. OS TRÊS SISTEMAS PROGRESSIVOS (DISCENTE: YASMIN WILLIANE PEREIRA DE SOUZA.) O sistema progressivo é de fato o ápice da evolução da pena privativas de liberdade, que substituem os sistemas Filadélfico e Auburniano. A base do sistema progressivo, consiste em dividir o tempo de duração da condenação em intervalos, expandindo-se em cada uma das fases. É considerado por muitos, um importante avanço da execução penal, já que tem como finalidade, o condenado manter-se com disciplinas e empenho em sua própria recuperação. O sistema possui dois objetivos, que são eles: estimular a boa conduta carcerária e reformar a personalidade do condenado, para a futura vida em sociedade. Cezar Roberto Bittencourt adverte que A essência deste regime consiste em distribuir o tempo de duração da condenação em períodos, ampliando-se em cada um os privilégios 8 que o recluso pode desfrutar de acordo com sua boa conduta e o aproveitamento demonstrado do tratamento reformador. Outro aspecto importante é o fato de possibilitar ao recluso reincorporar-se à sociedade antes do término da condenação. A meta do sistema tem dupla vertente: de um lado pretende constituir um estímulo à boa conduta e à adesão do recluso ao regime aplicado, e, de outro, pretende que este regime, em razão da boa disposição anímica do interno, consiga paulatinamente sua reforma moral e a preparação para a futura vida em sociedade. Então, desse ensinamento podemos chegar à conclusão de que a duração da pena privativa de liberdade era calculada sempre, através de muitos fatores, que no caso, são: a seriedade do crime cometido, o produto aproveitado em decorrência da labuta e a conduta do presidiário. 2.1. Sistema Progressivo Inglês Na Ilha de Norfolk, na Austrália, criou-se um sistema no qual o preso cumpriria a sua pena em três etapas. os detentos também utilizavam marcas que eram conquistadas diariamente conforme o trabalho produzido e o comportamento dos mesmos, de forma que era necessário se ter um certo número de marcas, conforme a gravidade do crime cometido para sua liberação. se caso houvesse a indisciplina, o preso recebia uma multa. Tinha-se o isolamento celular diurno e noturno, conhecido como período de provas, no qual o detento era completamente isolado com o objetivo de fazer o pensar sobre o ato que cometeu e se arrepender como ocorria no sistema celular. havia também o trabalho, era permitido o trabalho comum durante o dia, mas devendo imperar a lei do silêncio. 2.2. Sistema Progressivo Irlandês Criado na Inglaterra, o sistema progressivo convencional, foi substituído pelo sistema progressivo Irlandês. Porém, o novo possuía ideias iguais ao sistema progressivo anterior. A diferença entre os sistemas, foi que o sistema irlandês adicionou uma etapa intermediária entre a referente ao período de trabalho dele corrente e referente à liberdade condicional do mesmo. nesta etapa intermediária, o detento, se locomovia ao ar livre e em penitenciárias especiais, de preferência em penitenciárias agrícolas. não era necessário uniforme de presidiário e nem sequer suportava punições físicas. o detento também tinha a liberdade de conversar com os 9 cidadãos livres e ainda recebia uma parcela da remuneração proveniente de seu trabalho. 2.3. Sistema Progressivo de Montesinos. Criado pelo Coronel Manuel Montesino e Molina, teve um destaque avassalador na Espanha pois conseguiu reduzir o índice de crimes. Montesino experimentou a vida na prisão, e afirmava que que mesmo após as reformas do século XVIII, o sistema carcerário ainda falava na preservação da dignidade das pessoas que cumpriam as suas penas privativas de liberdade. Acabou promovendo várias mudanças, como a eliminação do castigo corporal, a criação de um sistema trabalhista remunerado e a abolição do sistema celular. Após sofrer muita pressão do povo, o governo acabou cedendo, retirando apoio as ideias de Montesinos, o que reduziu drasticamente a produção carcerária. 5. AS REFORMAS DE JONH HOWARD (DISCENTE: KELLY GARCIA SENA.) As reformas de John Howard, humanitarismo penitenciário, se deu em fase de sua experiencia vivida na pele ao ficar aprisionado, em uma prisão francesa, durante uma viagem a Portugal, onde ficou consternado com tanto descaso aos encarcerados, devido à grande falta de limpeza, dentre outros fatores vivenciado pelo mesmo. Indignado com tal situação vista por ele na prisão, passou a fazer suas viagens por todo território da Europa para atestar de perto a realidade das prisões inglesas, que por sua vez não foram favoráveis também, pois as condições eram muito precárias, sem higiene, ficara observado pelo mesmo, que os encarceravam, tão somente para que pagassem suas penas, sem ter o intuito de ressocializar os mesmo para que pudessem viver em sociedade novamente. Onde ficavam os encarcerados de todos tipos, sem critérios de periculosidade em um mesmo ambiente, sem distinção, desde os pequenos delitos até aos mais graves delitos, jovens e adultos todos juntos. Contudo, tomou como objetivo mudar toda aquela realidade das prisões, para que fossem mais humanizadas, 10 não tão somente no sentido estrutural, mas também com a humanização dos carcereiros, bem como no sentido religioso, para que os encarcerados reintegrem a sociedade. É sabido que fácil não foi, pois teria que se levantar orçamento para construção de prisões adequadas de acordo com os critérios impostos em sua reforma prisional, os quais eram: Educação Religiosa; Trabalho regular organizado; Condições alimentícias e higiene humanas; Isolamento parcial para evitar o contagio moral e Inspeções periódicas. Nesse sentido, foi proposto por John Howard, a classificação em três classes de pessoas: os processados; os condenados e os devedores. 11 6. CONCLUSÃO Os primeiros sistemas penitenciários provenientes dos Estados Unidos além de terem inspiração religiosa, possuem também importante antecedentes históricos em modelos holandeses e ingleses. Esses antecedentes marcaram o nascimento da Pena privativa de liberdade, muito antes do nascimento dos países citados, onde a pena era utilizada como meio de custódia, apesar de que a evolução prisional está longe do ideal. 12 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BITENCOURT, C. R. Tratado de Direito Penal. 17ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2021. CAPELA, F. B. Jus. Pseudo-evolução do Direito Penal, 2002. Disponivel em: <https://jus.com.br/artigos/2795/pseudo-evolucao-do-direito-penal>. Acesso em: 27 Março 2022. FARIA, R. M. Os reformadores do sistema prisional e a pena privativa de liberdade. Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 5. 2006. FARIA, R. M. Sistemas penitenciários: evolução histórica no contexto mundial. Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 8. 2006. GONÇALVES, P. C. UFG. A ERA DO HUMANITARISMO PENITENCIÁRIO: AS OBRAS DE JOHN HOWARD, CESARE BECCARIA E JEREMY BENTHAM, 2009. Disponivel em: <https://www.revistas.ufg.br/revfd/article/view/9792/6687>. Acesso em: 27 Março 2022. ISIDORO, D. Jusbrasil. SistemasPenitenciários Clássicos, 2018. Disponivel em: <https://davidalcisi.jusbrasil.com.br/artigos/535331166/sistemas-penitenciarios- classicos>. Acesso em: 27 Março 2022. JURÍDICO, E. Â. Âmbito Jurídico. Dos sistemas penitenciários, 2013. Disponivel em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/dos-sistemas- penitenciarios/>. Acesso em: 27 Março 2022. PRAXEDES, T. C. Conteúdo Jurídico. A história das penas: da lei de Talião às ideias de Beccaria, 2019. Disponivel em: <http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/52780/a-historia-das-penas-da- lei-de-taliao-as-ideias-de-beccaria>. Acesso em: 27 Março 2022.
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