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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO Indaial - 2020 UNIASSELVI-PÓS 1ª Edição Autoria: Me. Josamar Gomes da Silva Junior CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jóice Gadotti Consatti Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2020 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. J95i Junior, Josamar Gomes da Silva Introdução à engenharia de segurança do trabalho. / Josamar Gomes da Silva Junior. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 133 p.; il. ISBN 978-65-5646-038-3 ISBN Digital 978-65-5646-039-0 1. Segurança do trabalho. - Brasil. II. Centro Universitário Leonar- do Da Vinci. CDD 363.11 Impresso por: Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 Aspectos Gerais ............................................................................7 CAPÍTULO 2 Aspectos Técnicos ......................................................................57 CAPÍTULO 3 Gestão de Segurança do Trabalho ........................................101 APRESENTAÇÃO Prezado pós-graduando da disciplina de Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho, o intuito deste livro didático é trazer temas básicos da Engenharia de Segurança do Trabalho. A princípio, veremos uma lista de siglas de termos habitualmente falados pelos profissionais da área, em seguida, uma breve história da Segurança do Trabalho no Brasil e no mundo. Posteriormente, partiremos para aspectos mais técnicos e, por fim, aprenderemos conceitos básicos de uma gestão de segurança do trabalho. Desta forma, esperamos uma familiarização dos termos e aspectos técnicos com a finalidade de deixá-lo mais à vontade nas disciplinas mais específicas. Seja bem-vindo! Bons estudos! Prof. Me. Josamar Gomes da Silva Junior CAPÍTULO 1 ASPECTOS GERAIS A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: descrever conceitos, siglas e normas da área de segurança do trabalho; defi nir a introdução de gestão de segurança do trabalho, bem como os desafi os da área de segurança do trabalho. 8 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho 9 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Iniciaremos nossos estudos entendendo como o trabalho e os cuidados com os trabalhadores mudaram desde a Revolução Industrial com o aparecimento das máquinas que faziam as atividades de várias pessoas ao mesmo tempo, com muita rapidez e efi ciência. Nem tudo foi só evolução. Com o aparecimento das máquinas, os trabalhadores fi caram mais expostos a agentes nocivos a sua saúde. Assim, foram aparecendo mais e mais casos de acidentes e doenças advindas do meio ambiente do trabalho e das condições que eram oferecidas. A partir disso também surgiu a necessidade de evolução da prevenção em acidentes e doenças do trabalho. Leis e normas foram criadas, abrangendo aspectos técnicos e de saúde ao mesmo tempo e isso foi mudando a maneira de como eram analisados os casos de trabalhadores que se afastavam do trabalho por diversos dias por fi carem doentes e machucados ou quando ocorria a morte causada por algum acidente no trabalho. As leis e normas criadas, por exemplo, a Lei nº 5.452 (CLT) e as Normas Regulamentadoras foram avanços que criaram regras para empregadores e empregados seguirem e, por consequência, protegê- los de certa forma dos problemas correntes do meio de trabalho ou da justiça. 2 NORMATIZAÇÃO Quando se pensa em normas ligadas à saúde e segurança do trabalho lembra-se imediatamente das normas regulamentadoras (NR). No Brasil, as NR devem ser seguidas obrigatoriamente pelas empresas e trabalhadores. Além das NR, algumas empresas também seguem normas internacionais, que são mais rígidas que as nacionais, por exemplo, a OHSAS 18001. Nesse contexto, o profi ssional da área de segurança tem papel importante no gerenciamento de normas nacionais e internacionais, bem como saber termos, conceitos e siglas pertinentes à área. 10 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 1 – CAMPANHA ABRIL VERDE DESTACA A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO FONTE: <https://www.crea-pr.org.br/ws/arquivos/15178>. Acesso em: 24 jun. 2019. 2.1 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NO BRASIL E NO MUNDO A ideia inicial do prevencionismo surgiu após a Revolução Industrial no fi - nal do século XVIII, quando as máquinas foram implementadas no processo de transformação das matérias-primas. No Brasil, a prática de prevenção é recente se comparada aos países europeus, já que, historicamente, a economia do país se baseou no trabalho escravo e agricultura. Nacionalmente, somente após a Pri- meira Guerra Mundial, com o Tratado de Versalhes, foram cogitadas leis que pro- tegessem o trabalhador. A seguir, apresentamos um resumo cronológico da normatização e avanços trabalhistas no Brasil, segundo Chirmici e Oliveira (2016): • 1918: criação do Departamento Nacional do Trabalho por meio do Decre- to nº 3.550 que regulamentou a organização do trabalho. • 1919: após o tratado de Versalhes houve a criação da Organização In- ternacional do Trabalho (OIT), órgão tripartite (governos, empresas e sin- 11 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 dicatos), além disso, foi instituída a reparação em caso de doença con- traída no trabalho através do Decreto nº 3.724, que também é conhecido como primeira lei sobre acidentes no trabalho. FIGURA 2 – PALÁCIO DE VERSALHES NA ÉPOCA DA ASSINATURA DO TRATADO FONTE: <https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2019/06/20190626_02_ Tratado-de-Versalhes.jpg>. Acesso em: 24 jun. 2019. • 1920: denominada reforma, Carlos Chagas incluiu a higiene do trabalho na saúde pública através do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP). • 1923: criação da Previdência Social. • 1930: criação no Ministério do Trabalho. • 1934: surgem as primeiras leis sobre acidentes do trabalho no Brasil. • 1943: publicada a Consolidação das Leis do Trabalho – ou CLT – como é popularmente conhecida por meio da Lei nº 5.452. • 1944: publicada a Lei nº 7.036 que trata dos Acidentes do Trabalho. • 1953: publicada a Portaria nº 155 que trata da regulamentação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e da criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). • 1959: criação do Serviço de Medicina do Trabalho (MTb). • 1965: criação da Inspetoria do Trabalho que tem o papel de fi scalizar o cumprimento da CLT e das recomendações da OIT. 12 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho • 1966: criação da Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (FUNDACENTRO). • 1967: criação do seguro contra acidentes (SAT). • 1976: criação do Programa Internacional de Melhorias das Condições do Trabalho (PIACT). • 1977: promulgação da Lei Federal nº 6.514 que instituiu a Segurança e Medicina do Trabalho. • 1978: regulamentação da Lei nº 6.514 pela Portaria Ministerial nº 3.214 que estabeleceu as normas regulamentadoras (NR). • 1988: aprovação da Constituição Federal (CF) deu respaldo à proteção jurídica ao trabalhador. • 1991: criação da Lei nº 8.213 que instituiu o plano de benefícios da Previdência Social como auxílio-acidente e aposentadoria especial. Para saber mais, sugerimos a leitura do livro A fundação da SOBES e a Regulamentação da Engenharia de Segurança no Brasil, da autoraCarmem Lúcia Evangelho Lopes do ano de 2012. 2.2 NORMAS E LEGISLAÇÕES As normas regulamentadoras são regidas pela CLT, têm diferentes aplicações e particularidades e devem ser seguidas por empregadores e empregados. A seguir, listamos um resumo de todas estas, segundo Peixoto (2010) e Chirmici e Oliveira (2016). NR 1 – Disposições gerais: • Determina direitos e obrigações do governo, dos empregadores e dos trabalhadores referente à segurança do trabalho, bem como descreve a área de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho Urbano. NR 2 – Inspeção prévia: • Determina em quais situações as empresas devem solicitar a inspeção prévias dos estabelecimentos por meio do Ministério do Trabalho e Emprego – TEM. 13 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 NR 3 – Embargo ou interdição: • Determina quais fatores são observados em uma fi scalização trabalhista, bem como suas punições como multa e paralisações dos serviços. NR 4 – Serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT): • Estabelece critérios para a composição do quadro de profi ssionais que devem compor o SESMT que vai variar de acordo com o número de funcionários de cada empresa, bem como o grau de risco da atividade. FIGURA 3 – COMPOSIÇÃO DO SESMT FONTE: <http://bit.ly/2vjsv5q>. Acesso em: 24 jun. 2019. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): • Determina quais são as entidades obrigadas a manter funcionando a CIPA, compostas por trabalhadores que devem promover através de campanhas e ações a conscientização sobre as doenças e acidentes do trabalho. A CIPA também sugere melhorias nas condições do trabalho que pode contribuir para eliminar possíveis causas de acidentes e doenças do trabalho. 14 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 4 – LOGOTIPO REPRESENTATIVO DA CIPA FONTE: <https://sindec.org.br/sindec-promove-treinamento-de-cipa-para- empresa-de-produtos-quimicos.htm>. Acesso em: 24 jun. 2019. NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI): • Determina e estabelece como as empresas devem fornecer os EPI para os trabalhadores que atuem em situações que não foi possível eliminar ou minimizar os riscos existentes. FIGURA 5 – EXEMPLOS DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI FONTE: <https://www.temsustentavel.com.br/novos-modelos-de- epi-provam-que-protecao/>. Acesso em: 24 jun. 2019. NR 7 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): • Essa norma obriga as empresas a elaborarem e implementarem o PCM- SO para promover a saúde do trabalhador e gerar dados para outros programas de prevenção. 15 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 FIGURA 6 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DO PCMSO FONTE: <http://bit.ly/2xFiH6R>. Acesso em: 24 jun. 2019. NR 8 – Edifi cações: • Propõe regras específi cas para garantir a segurança dos trabalhadores em edifi cações. FIGURA 7 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 8 FONTE: <http://bit.ly/2IInFlm>. Acesso em: 25 jun. 2019. 16 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho NR 9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA): • Regulamenta e obriga empregadores a preservar a saúde e a integridade física de seus colaboradores através do PPRA, que visa identifi car, avaliar e propor controle dos riscos ambientais existentes no ambiente de trabalho. FIGURA 8 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DAS ETAPAS DO PPRA FONTE: <https://nestorneto.jusbrasil.com.br/artigos/598388609/4-motivos- para-ter-e-implementar-o-ppra>. Acesso em: 24 jun. 2019. NR 10 – Instalações e serviços em eletricidade: • Regulamenta condições mínimas de segurança para atividades relacio- nadas a instalações elétricas e suas variações. 17 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 FIGURA 9 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DA NR 10 FONTE: <http://bit.ly/2vkKJn7>. Acesso em: 24 jun. 2019. NR 11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais: • Regulamenta as condições mínimas de segurança para transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais com objetivo de prevenção de acidentes e doenças do trabalho. FIGURA 10 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 11 FONTE: <http://bit.ly/2QdfmlO>. Acesso em: 24 jun. 2019. 18 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho NR 12 – Máquinas e equipamentos: • Normatiza as ações que devem ser tomadas por empresas e emprega- dores relacionadas à instalação, operação e manutenção de equipamen- tos com a fi nalidade de prevenção de acidentes no trabalho. FIGURA 11 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DA NR 12 FONTE: <http://bit.ly/3a1W7Uh>. Acesso em: 24 jun. 2019. NR 13 – Caldeiras e vasos de pressão: • Regulamenta a instalação, operação e manutenção de caldeiras para prevenir acidentes do trabalho. FIGURA 12 – INSPEÇÃO DE CALDEIRA NR 13 FONTE: <http://bit.ly/2U4X9I9>. Acesso em: 24 jun. 2019. 19 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 NR 14 – Fornos: • Regulamenta aspectos técnicos pertinentes à construção, operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. FIGURA 13 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 14 FONTE: <http://bit.ly/3aTa9qZ>. Acesso em: 25 jun. 2019. NR 15 – Atividades e operações insalubres: • Estabelece níveis de tolerância dos agentes de risco a fi m de caracterizar o ambiente do trabalho como insalubre. FIGURA 14 – ESQUEMA SIMPLIFICADO DE APLICAÇÃO DA NR 15 FONTE: <http://bit.ly/2TOwekO>. Acesso em: 25 jun. 2019. 20 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho NR 16 – Atividades e operações perigosas: • Regulamenta as atividades e as operações consideradas legalmente perigosas. FIGURA 15 – INFOGRÁFICO NR 16 FONTE: <http://miomega.com.br/blog/?p=409>. Acesso em: 25 jun. 2019. NR 17 – Ergonomia: • Normatiza parâmetros que visam adaptar o posto dos trabalhadores com o objetivo de proporcionar conforto e evitar doenças posturais, bem como ajustar o layout de cada posto de trabalho. 21 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 FIGURA 16 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 17 FONTE: <https://atuallemoveis.com.br/nr-17-ergonomia/>. Acesso em: 25 jun. 2019. NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção: • Regulamenta normas referentes ao planejamento e organização na indústria da construção civil que promovam a implantação de medidas de controle e prevenção dos agentes de risco na indústria da construção civil. FIGURA 17 – SUPORTE DE BANDEJA – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 18 FONTE: <http://bit.ly/2w4Oihy>. Acesso em: 24 jun. 2019. 22 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho NR 19 – Explosivos: • Regulamenta diretrizes referentes ao armazenamento, manuseio e transporte de explosivos que comprovam a segurança dos trabalhadores que exerçam suas atividades com esses materiais. FIGURA 18 – FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DA NR 19 FONTE: <http://bit.ly/3d499m7>. Acesso em: 25 jun. 2019. NR 20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis: • Regulamenta o armazenamento, manuseio e transporte de líquidos com- bustíveis e infl amáveis e visa garantir a integridade física do trabalhador. FIGURA 19 – FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO NR 20 FONTE: <http://bit.ly/2Wojcwr>. Acesso em: 25 jun. 2019. 23 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 NR 21 – Trabalho a céu aberto: • Normatiza medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho que possam ser desenvolvidas em atividades laborais a céu aberto. FIGURA 20 – ABRIGO – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 21 FONTE: <http://bit.ly/3d0lmrS>. Acesso em: 25 jun. 2019. NR 22 – Trabalhos subterrâneos: • Estabelece métodos a serem seguidos pelas empresas que atuam na área de trabalho subterrâneo com a fi nalidade de melhorar as condições de segurança de seus colaboradores. FIGURA 21 – MINEIROS EMBARCANDO PARA O TRABALHO SUBTERRÂNEO FONTE: <http://nrfacil.com.br/blog/?p=2295>. Acesso em: 25 jun. 2019. 24 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho NR 23 – Proteção contra incêndios: • Estabelece quaisnormas devem ser seguidas com o objetivo de promover a proteção e combate contra incêndios. FIGURA 22 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/11811964/>. Acesso em: 25 jun. 2019. NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho: • Estabelece requisitos mínimos de higiene e conforto que devem ser seguidos pelos empregadores com o intuito de promover o bem-estar de seus colaboradores. FIGURA 23 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO NR 24 FONTE: <http://bit.ly/2U9IdIF>. Acesso em: 8 jul. 2019. 25 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 NR 25 – Resíduos industriais: • Regulamenta medidas de segurança que devem ser adotadas pelas empresas que realizam o manuseio e armazenamento de resíduos in- dustriais. Essas medidas garantem a integridade física e de saúde dos trabalhadores. FIGURA 24 – EXEMPLOS DE ACONDICIONAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS NR 25 FONTE: <http://bit.ly/3cUxzhA>. Acesso em: 8 jul. 2019. NR 26 – Sinalização de segurança: • Regulamenta a padronização de cores e de sinalização de segurança que são utilizadas em placas com o objetivo de promover a prevenção de acidentes do trabalho. FIGURA 25 – EXEMPLOS DE CORES DA NR 25 FONTE: <http://bit.ly/3cUxzhA>. Acesso em: 8 jul. 2019. 26 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho NR 27 – Registro profi ssional do Técnico em Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho: • Foi revogada em 30/05/2008. NR 28 – Fiscalização e penalidades: • Normatiza diretrizes de fi scalização em segurança do trabalho, bem como suas punições no que tange ao descumprimento das normas regu- lamentadoras. FIGURA 26 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 28 FONTE: <https://www.slideshare.net/itami2000/nr-28-63447423>. Acesso em: 10 jul. 2019. NR 29 – Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho portuário: • Regulamenta e promove condições melhores aos trabalhadores que exerçam suas funções em portos. FIGURA 27 – EXEMPLO DE AMBIENTE DE APLICAÇÃO DA NR 29 FONTE: <http://bit.ly/38OKPBj>. Acesso em: 10 jul. 2019. 27 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 NR 30 – Norma regulamentadora do trabalho aquaviário: • Regulamenta procedimentos em ambiente de trabalho no qual o trabalhador exerça suas funções de maneira embarcada. FIGURA 28 – EXEMPLO DE AMBIENTE DE APLICAÇÃO DA NR 30 FONTE: <http://bit.ly/39RnBM0>. Acesso em: 10 jul. 2019. NR 31 – Norma regulamentadora de segurança e saúde no trabalho rural: • Regulamenta diretrizes que devem ser seguidas por empresas e traba- lhadores que tenham como ambiente de trabalho o ambiente rural. FIGURA 29 – EXEMPLO DE AMBIENTE DE APLICAÇÃO DA NR 31 FONTE: <http://bit.ly/2WrpQSD>. Acesso em: 10 jul. 2019. 28 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FONTE: <https://segurancadotrabalhoacz.com.br/resumo-nr-32/>. Acesso em: 3 fev. 2020. NR 32 – Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de assistência à saúde: • Estabelece requisitos para implantação de ações voltadas à segurança e saúde dos trabalhadores da área da saúde. FIGURA 30 – FLUXOGRAMA NR 32 29 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 NR 33 – Norma regulamentadora de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confi nados: • Determina quais medidas devem ser seguidas por empresas e colabora- dores em atividades de espaços confi nados que tangem ao reconheci- mento, monitoramento e controle de risco existente na atividade. FIGURA 31 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 33 FONTE: <http://bit.ly/3aUXynp>. Acesso em: 10 jul. 2019. NR 34 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da cons- trução e reparação naval: • É considerada atividade da construção naval aquela que de alguma for- ma, direta ou indiretamente, seja empregada para fi nalidade de embar- cações e estrutura como: navios, barcos, lanchas, plataformas de todos os tipos, dentre outras. FIGURA 33 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 34 FONTE: <https://www.rescuecursos.com/consultoria-nr-34/>. Acesso em: 10 jul. 2019. 30 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho NR 35 – Trabalho em Altura: • A norma descreve trabalho em altura toda atividade executada acima de 2 (dois) metros do nível inferior, onde houver risco de queda. FIGURA 33 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 35 FONTE: <https://prolifeengenharia.com.br/o-curso-de-nr-35/>. Acesso em: 10 jul. 2019. NR 36 – Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados: • Estabelece critérios de avaliação, controle e monitoramento dos riscos pertinentes na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano de maneira a resguardar a segurança e saúde dos trabalhadores desse tipo de atividade laboral. FIGURA 34 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DA NR 36 FONTE: <http://bit.ly/38Tf7Tx>. Acesso em: 10 jul. 2019. 31 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 2.3 RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ACIDENTES NO TRABALHO Segundo Terribile (2017, p. 120), “o art. 7º, inciso XXVIII da Constituição Federal, a reparação civil dos danos sofridos pela vítima de acidentes de trabalho é concluída somente se o trabalhador conseguir provar a culpa ou possível dolo do empregador”. Ainda, segundo a autora, aplica-se a responsabilidade subjetiva tomando- se como base a constituição e, depois de comprovada a culpa do empregador, este deve indenizar o empregado. No entanto, o episódio do acidente deve ser apurado conseguindo determinar o que realmente aconteceu ou uma possível omissão do empregador (TERRIBILE, 2017). A autora cita a aplicabilidade da teoria da responsabilidade subjetiva. Diante da disposição constitucional, a culpa do empregador deve ser demonstrada para suscitar a obrigação de indenizar o empregado. Não basta o simples fato do episódio do acidente sem a apuração da real ocorrência de ação ou omissão do empregador (TERRIBILE, 2017). Sugerimos a leitura do livro O Trabalho Além do Direito do Trabalho, dos coordenadores Guilherme Guimarães Feliciano e Olívia de Quintana Figueiredo Pasqualeto, de 2019. Tal fato é reforçado pelo Código Civil, o qual afi rma que para haver a indeni- zação ao empregado não basta apenas a ocorrência do acidente, mas que é pre- ciso saber o que suscitou o fato fi nal e se houve omissão no caso empregador, já que o ônus da prova incumbe “ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito” (BRASIL, 2002, p. 1). A alteração recente na consolidação das leis do trabalho (CLT), que entrou em vigor em 2017, priorizou os acordos entre o empregado e empregador.” Ou- tras mudanças foram relacionadas aos tipos de trabalho que foram reconhecidos: os trabalhos temporários, home offi ce e trabalho parcial” (TERRIBILE, 2017, p. 121). Segundo a autora, com as novas regras referentes aos danos morais, o trabalhador só tem direito a pedir 50 vezes o seu último salário. Essas e outras mudanças foram realizadas devido ao número excessivo de ações impetradas na Justiça do trabalho. 32 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho Com essas mudanças, o objetivo do governo foi promover alterações entre a relação empregado e empregador, isso deu mais autonomia em acordos fi rmados entre ambos. Por exemplo, antes era preciso de uma intermediação do sindicato, nos dias atuais a intermediação não é mais necessária. 2.4 PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO Os profi ssionais de segurança do trabalho como médicos, enfermeiros e en- genheiros fazem uma pós-graduação e se especializam na área de segurança do trabalho de segurança e cada profi ssional atua na sua área de formação. Já o técnico faz o curso técnico completo específi co na área de segurança do tra- balho. Usualmente, o técnico e o engenheiro do trabalho atuam diretamente nas empresas planejando e executando os programas de prevenção, além de orientar a CIPA, ajudam a fi scalizar o uso dos EPI, fazem laudos, inspeções e de ministra- rem cursos e treinamentos na área de segurança dotrabalho, dentre outras atri- buições. “Já os médicos e enfermeiros do trabalho se dedicam à parte da saúde ocupacional, em que cuidam da saúde ocupacional realizando exames periódicos, admissionais e demissionais, bem como ministrando vacinas e tratando de feri- mentos” (CHIRMICI; OLIVEIRA, 2016, p. 10). Dessa forma, os profi ssionais da área de segurança podem formar o SESMT de uma empresa dependendo do grau de risco desta, estabelecido pela NR 4. É for- mado por profi ssionais de diversas áreas, sendo técnicos de segurança do trabalho, engenheiros de segurança do trabalho, médicos do trabalho, enfermeiros de segu- rança do trabalho e auxiliares de segurança do trabalho (PEIXOTO, 2010). QUADRO 1 – QUADRO-RESUMO DE ATIVIDADES DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO TÉCNICO DE SEGURAN- ÇA DO TRABALHO TÉCNICO DE ENFER- MAGEM DO TRABALHO ENFERMEIRO DO TRABALHO MÉDICO DO TRA- BALHO Supervisionar, coorde- nar e orientar tecni- camente os serviços de Engenharia de Segurança Trabalho. Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das instalações e equipa- mentos, com vistas especialmente aos problemas de controle Informar o empregador, através de parecer técnico, sobre os riscos existentes nos ambientes de trabalho, bem como orientá-lo sobre as medidas de elimina- ção e neutralização. Informar os trabalhadores so- bre os riscos da sua ativida- de, bem como as medidas de eliminação e neutralização. Atender ao trabalhador. Auxiliar os exames admissionais. Atender às emergências e oferecer primeiros socorros. Estudar as condi- ções de segurança e periculosidade da empresa, efetu- ando observações nos locais de trabalho e discutin do-as em equipe, para identifi car as necessidades no campo da seguran- ça, higiene e me- lhoria do trabalho. Elaborar o PCMSO. Realizar exames médicos como ad- missional, demis- sional e periódicos. 33 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 de risco, controle de poluição, higiene do trabalho, ergonomia, proteção contra incêndio e saneamento. Planejar e desenvolver a implantação de técnicas relativas a gerenciamen- to e controle de riscos. Vistoriar, avaliar, realizar perícias, arbitrar, emitir parecer, laudos técnicos e indicar medidas de controle sobre grau de exposição e agentes agressivos de riscos físicos, químicos e biológicos, tais como: poluentes atmosféricos, ruídos, calor, radiação em geral e pressões anormais, caracteri- zando as atividades, operações e locais insalubres e perigosos. Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo medidas preventivas e corretivas e orientando trabalhos estatísticos, inclusive com respeito a custos. Propor políticas, progra- mas, normas e regula- mentos de Segurança do Trabalho, zelando pela sua observância. Elaborar projetos de sistemas de segu- rança e assessorar a elaboração de projetos de obras, instalações e equipamentos, opinando do ponto de vista da En- genharia de Segurança. Estudar instalações, máquinas e equipa- mentos, identifi cando seus pontos de risco e projetando disposi- tivos de segurança. Analisar os métodos e os processos de trabalho e iden- tifi car os fatores de risco de acidentes do trabalho, doen- ças profi ssionais e do traba- lho e a presença de agentes ambientais agressivos ao trabalhador, propondo sua eliminação ou seu controle. Os procedimentos de segu- rança e higiene do trabalho e avaliar os resultados alcança- dos, adequando-os às estra- tégias utilizadas de maneira a integrar o processo preven- cionista em uma planifi cação, benefi ciando o trabalhador. Executar programas de prevenção de acidentes do trabalho, doenças profi s- sionais e do trabalho nos ambientes de trabalho com a participação dos traba- lhadores, acompanhando e avaliando seus resultados, bem como sugerindo constan- te atualização dos mesmos e estabelecendo procedi- mentos a serem seguidos. Promover debates, encon- tros, campanhas, seminá- rios, palestras, reuniões, treinamentos e utilizar outros recursos de ordem didática e pedagógica com o objetivo de divulgar as normas de segurança e higiene do trabalho, assuntos técnicos, administrativos e prevencio- nistas, visando evitar aci- dentes do trabalho, doenças profi ssionais e do trabalho. Executar as normas de segu- rança referentes a projetos de construção, ampliação, reforma, arranjos físicos e de fl uxos, com vistas à observância das medidas de segurança e higiene do tra- balho, inclusive por terceiros. Encaminhar aos setores e áreas competentes normas, regulamentos, documen- tação, dados estatísticos, resultados de análises e Coletar materiais para exames quan- do necessário. Fazer enca- minhamento de exames laboratoriais. Preparar o em- pregado para realização de exame médico. Auxiliar as campanhas educativas e eventos de segurança e saúde no tra- balho, como, por exemplo, campanhas de prevenção a diabetes, doenças sexualmente transmissí- veis (DST), tabagismo, hipertensão, obesidade, alcoolismo e drogas ilícitas. Controlar e preparar equipamentos. Organizar, controlar e arquivar documentos. (BRASIL, 1986, p. 9273). Planejamento, programação e orientação das atividades de enfermagem do trabalho. Desenvol- vimento e execução de programas Elaborar e executar planos e programas de proteção à saúde dos empregados, participando de grupos que realizam inqué- ritos sanitários, estudam as causas de absenteísmo, fazem levanta- mento de doenças profi ssionais e lesões traumáti- cas, procedem a estudos epidemio- lógicos, coletam dados estatísticos de morbidade e mortalidade de trabalhadores, investigando possíveis relações com as atividades funcionais, para obter continuida- de operacional e aumento da produtividade. Executar e avaliar programas de pre- venções de aciden- tes e de doenças profi ssionais ou não profi ssionais, realizando análise de fadiga, dos fatores de insalu- bridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da mulher, para propiciar a preser- vação de integrida- de física e mental do trabalhador. Prestar primeiros socorros no local de trabalho, em caso de aciden- te ou doença, fazendo curativos ou imobiliza- ções especiais, administrando medicamentos, Interagir com os demais profi ssio- nais do SESMT com a fi nalidade de ajudar e fornecer dados re- lacionados a doenças ocupacio- nais para avaliar a efi ciência da gestão da saúde e seguran- ça do tra- balhador. Participar das ela- borações de leis, normas e procedi- mentos junto ao TEM. (CHIR- MICI; OLIVEI- RA, 2016, p. 10). 34 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho Projetar sistemas de proteção contra incêndio, coordenar atividades de com- bate a incêndio e de salvamento e elaborar planos para emergên- cia e catástrofes. Inspecionar locais de trabalho no que se relaciona à Segurança do Trabalho, delimitando áreas de periculosidade. Especifi car, controlar e fi scalizar sistemas de proteção coletiva e equi- pamentos de segurança, inclusive os de proteção individual e os de pro- teção contra incêndio, assegurando-se de sua qualidade e efi ciência. Opinar e participar da especifi cação para aquisição de substân- cias e equipamentos cuja manipulação, armazenamento, trans- porte ou funcionamento possam apresentar riscos, acompanhando o controle do recebi- mento e da expedição. Elaborar planos destina- dos a criar e desen- volver a prevenção de acidentes, promovendo a instalação de comis- sões e assessorando- -lhes o funcionamento. Orientar o treinamento específi co de segurança do trabalho e assessorar a elaboração de progra- mas de treinamento ge- ral, no que diz respeito à Segurança do Trabalho. Acompanhar a execução de obras e serviçosdecorrentes da adoção de medidas de segurança, quando a complexidade avaliações, materiais de apoio técnico, educacional e outros de divulgação para conhecimento e autodesen- volvimento do trabalhador. Indicar, solicitar e inspecionar equipamentos de proteção contra incêndio, recursos au- diovisuais e didáticos e outros materiais considerados indis- pensáveis, de acordo com a legislação vigente, dentro das qualidades e especifi cações técnicas recomendadas, avaliando seu desempenho. Cooperar com as atividades do meio ambiente, orientan- do quanto ao tratamento e destinação dos resíduos in- dustriais, incentivando e cons- cientizando o trabalhador da sua importância para a vida. Orientar as atividades desenvolvidas por empresas contratadas, quanto aos procedimentos de segu- rança e higiene do trabalho previstos na legislação ou constantes em contratos de prestação de serviço. Executar as atividades liga- das à segurança e higiene do trabalho utilizando métodos e técnicas científi cas, obser- vando dispositivos legais e institucionais que objetivem a eliminação, controle ou redução permanente dos riscos de acidentes do trabalho e a melhoria das condições do ambiente, para preservar a integridade física e mental dos trabalhadores. Levantar e estudar os dados estatísticos de acidentes do trabalho, doenças profi ssio- nais e do trabalho, calcular a frequência e a gravidade destes para ajustes das ações prevencionistas, normas, regulamentos e outros dispositivos de ordem técnica, que permitam a proteção coletiva e individual. de avaliação da saúde dos trabalhadores. Elaboração e execução de programas de controle das doenças transmissíveis e de vigilância epidemiológica dos traba- lhadores. Executar todas as atividades de enferma- gem do traba- lho, exceto as destinadas ao enfermeiro. Integrar a equi- pe de saúde do trabalhador. Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho (ANENT). tratamentos e pro- videnciando o pos- terior atendimento médico adequado, para atenuar consequências e proporcionar apoio e conforto ao paciente. Elaborar e executar ou supervisionar e avaliar as ativida- des de assistência de enfermagem aos trabalhadores, proporcionando- -lhes atendimento ambulatorial, no local de trabalho, controlando sinais vitais, aplicando medicamentos prescritos, curati- vos, inalações e testes, coletando material para exa- me laboratorial, va- cinações e outros tratamentos, para reduzir o absente- ísmo profi ssional. Organizar e administrar o setor de enfermagem da empresa, provendo pessoal e material necessários, trei- nando e supervi- sionando auxiliares de enfermagem do trabalho, atenden- tes e outros, para promover o aten- dimento adequado às necessidades de saúde do trabalhador. Treinar trabalhado- res, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado ao tipo de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes. 35 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 dos trabalhos a executar assim o exigir. Colaborar na fi xação de requisitos de aptidão para o exercício de funções, apontando os riscos decorrentes desses exercícios. Propor medidas pre- ventivas no campo de Segurança do Trabalho, em face do conheci- mento da natureza e gravidade das lesões provenientes do Aciden- te de Trabalho, incluídas as doenças do trabalho. Informar aos trabalha- dores e à comunidade, diretamente ou por meio de seus represen- tantes, as condições que possam trazer danos à sua integrida- de e as medidas que eliminam ou atenuam estes riscos e que deverão ser tomadas. (BRASIL, 1987, p. 21117). Articular-se e colaborar com os setores responsáveis pelos recursos humanos, fornecendo-lhes resultados de levantamentos técnicos de riscos das áreas e atividades para subsidiar a adoção de medidas de prevenção em nível de pessoal. Informar os trabalhadores e o empregador sobre as ativi- dades insalubres, perigosas e penosas existentes na empre- sa, seus riscos específi cos, bem como as medidas e alternativas de eliminação ou neutralização dos mesmos. Avaliar as condições am- bientais de trabalho e emitir parecer técnico que subsidie o planejamento e a organi- zação do trabalho de forma segura para o trabalhador. Articular-se e colaborar com os órgãos e entidades ligados à prevenção de aciden- tes do trabalho, doenças profi ssionais e do trabalho. Participar de seminários, treinamentos, congres- sos e cursos visando ao intercâmbio e ao aperfei- çoamento profi ssional. (BRASIL, 1989, p. 16966). Planejar e executar programas de educação sani- tária, divulgando conhecimentos e estimulando a aquisição de hábitos sadios para prevenir doenças profi ssionais, mantendo cadas- tros atualizados, a fi m de preparar informes para subsídios proces- suais nos pedidos de indenização e orientar em problemas de pre- venção de doenças profi ssionais. (BRASIL, 1994, p. 20388). FONTE: O autor 3 RISCOS AO MEIO AMBIENTE, SAÚDE E SEGURANCA AMBIENTAL Segundo Da Silva e Gomes (2011), alguns acidentes podem ocorrer em indús- trias e no trabalho rural contaminando o meio ambiente, afetando os recursos hídri- cos, solo e ar. O que também deve ser levado em consideração é o risco de expo- sição ao trabalhador a esses agentes nocivos, além de prejudicar os trabalhadores, a população local pode ser afetada, já que utiliza dos recursos naturais para viver. Para Da Silva e Gomes (2011), as principais causas de acidentes ambientais são: 36 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho • Armazenamento incorreto de substâncias contaminantes. FIGURA 35 – ARMAZENAMENTO INCORRETO DE LUBRIFICANTES AUTOMOTIVOS FONTE: <http://bit.ly/2TUVjLg>. Acesso em: 2 out. 2019. • Descarte inadequado de resíduos de produção ou de insumos produtivos. FIGURA 36 – DESCARTE INADEQUADO DE RESÍDUOS LÍQUIDOS DE PRODUÇÃO FONTE: <http://bit.ly/2vnV2a2>. Acesso em: 2 out. 2019. • Tratamento inadequado dos rejeitos produtivos. 37 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 FIGURA 37 – TRATAMENTO INADEQUADO DOS REJEITOS PRODUTIVOS FONTE: <http://bit.ly/2QhuhLO>. Acesso em: 2 out. 2019. • Falha de manutenção em equipamentos. FIGURA 38 – FALTA DE MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTO FONTE: <http://bit.ly/2Wf9BYD>. Acesso em: 2 out. 2019. • Acidentes com o transporte da carga (navios e caminhões). 38 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 39 – ACIDENTE COM NAVIO PETROLEIRO NA CONTA DE DUBAI EM 2009 FONTE: <http://bit.ly/2U7tLkB>. Acesso em: 2 out. 2019. • Falhas nos equipamentos de produção. FIGURA 40 – FALHA EM PEÇA DE EQUIPAMENTO DE PRODUÇÃO FONTE: <http://bit.ly/3aYWm2h>. Acesso em: 2 out. 2019. 3.1 ACIDENTES AMBIENTAIS Para Da Silva e Gomes (2011), ao longo da história, os acidentes ambientais só se tornaram mais graves com o passar dos anos no Brasil e no mundo, como: • Toxina de Seveso (Itália – 1976). 39 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 FIGURA 41 – ACIDENTE DE SEVESO FONTE: <http://bit.ly/2TTjDwS>. Acesso em: 25 out. 2019. • Vazamento de gás em Bhopal (Índia – 1984). FIGURA 42 – ACIDENTE BHOPAL FONTE: <http://bit.ly/3deVhWa>. Acesso em: 25 out. 2019. 40 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho • Usina nuclear de Chernobyl (União Soviética – 1986). FIGURA 43 – ACIDENTE CHERNOBYL FONTE: <https://www.todamateria.com.br/acidente-de- chernobyl/>. Acesso em: 25 out. 2019. • Navio Exxon Valdez (Alaska/EUA – 1989). FIGURA 44 – VAZAMENTO DE PETRÓLEO DO NAVIO EXXON VALDEZ FONTE: <https://brasilisnet.com/2019/07/01/o-derramamento-de-petroleo- do-exxon-valdez-30-anos-depois/>. Acesso em: 25 out. 2019. 41 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 • Derramamento de petróleo no golfo do México (EUA – 2010). FIGURA 45 – DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO NO GOLFO DO MÉXICO FONTE: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/09/eua-atribuem-vazamento-no-golfo-do-mexico-mas-decisoes-da-bp.html>. Acesso em: 26 out. 2019. • Derramamento de petróleo no rio Iguaçu (Paraná – 2000). FIGURA 46 – DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO NO RIO IGUAÇU FONTE: <https://www.sindipetroprsc.org.br/site/index.php/noticias/item/2283-15- anos-do-maior-acidente-ambiental-do-paran%C3%A1>. Acesso em: 26 out. 2019. • Morte de peixes no rio dos Sinos (Rio Grande do Sul – 2006). 42 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 47 – PEIXES MORTOS NO RIO DOS SINOS FONTE: <http://bit.ly/3d1ZbBr>. Acesso em: 26 out. 2019. • Derrame de resíduos de mineração (Minas Gerais – 2007). FIGURA 48 – DERRAME DE RESÍDUOS DE MINERAÇÃO FONTE: <https://oglobo.globo.com/brasil/memoria-ha-oito-anos- vazamento-de-lama-toxica-17979226>. Acesso em: 26 out. 2019. 3.2 CONSEQUÊNCIAS DE ACIDENTES AMBIENTAIS Da Silva e Gomes (2011) descrevem que os principais efeitos dos acidentes ambientais são os impactos ambientais na biodiversidade, que isso interfere 43 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 diretamente na vida da população e indiretamente pode afetar parte da população que depende dos recursos naturais para obter o sustento através da pesca ou da agropecuária. Ainda segundo os autores, existem dados da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre esse tema que diz que 20% das espécies de vertebrados estão ameaçadas de extinção e os corais de recifes reduziram em 38% desde a década de 1980. Nesse mesmo estudo, diz que 30% da superfície da Terra estão ocupados com produção agrícola e que ainda algumas áreas preservadas sofreram reduções de 20% nas últimas três décadas. Da Silva e Gomes (2011) descrevem que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação aponta que o mundo está cada vez mais próximo de chegar a essa situação encontrada no estudo da ONU e que a perda de biodiversidade e de recursos naturais é irreversível. FIGURA 49 – CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS FONTE: <http://sustentahabilidade.com/acidentes-ambientais-gestao- sustentavel-e-as-analises-de-risco/>. Acesso em: 2 out. 2019. 44 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho 3.3 SITUAÇÕES QUE PROVOCAM RISCOS AO MEIO AMBIENTE Segundo Da Silva e Gomes (2011), a população de modo geral espera um sistema de tratamento adequado que não interfi ra no meio ambiente poluindo seus recursos hídricos como rios, lagos e águas subterrâneas. No entanto, caso o sistema de coleta e tratamento dos resíduos não for adequado, consequentemente o meio ambiente será afetado. Dessa forma, a substituição dos lixões por sistemas mais efi cientes se faz necessário, como está descrito na Lei de Resíduos Sólidos nº 12.305/10. Para os autores, existem outras fontes de riscos ao meio ambiente, que são: • Postos de combustíveis com tanques de armazenamento danifi cados ou sem manutenção. • Minerações irregulares que exploram os leitos dos rios. • Desmatamento e ocupações irregulares de topos de morros e margens de rios. • Lixo hospitalar ou radioativo sem o devido tratamento e disposição, entre tantos outros. Para Da Silva e Gomes (2011), a ocupação não planejada de morros e margens de recursos hídricos traz risco não somente para o meio ambiente, mas também para as pessoas que vivem nesses lugares, já que estão sujeitas a escorregamento de encosta e cheias dos rios. A Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC, 2019, p. 1) traz algumas informações sobre os deslizamentos: • O Fenômeno é provocado pelo escorregamento de materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação e/ou material de cons- trução ao longo de terrenos inclinados, denominado de encos- tas, pendentes ou escarpa; • Os deslizamentos em encostas e morros urbanos vêm ocor- rendo com uma frequência alarmante nestes últimos anos, devido ao crescimento desordenado das cidades, com a ocu- pação de novas áreas de risco, principalmente pela população mais carente; • Há que considerar três fatores de infl uência na ocorrência dos deslizamentos: o Tipo de solo - sua constituição, granulometria e nível de coesão; o Declividade da encosta - cujo grau defi ne o ângulo de repou- so, em função do peso das camadas, da granulometria e nível de coesão; o Água de embebição - que contribui para aumentar o peso específi co das camadas; reduzir o nível de coesão e o atrito, responsáveis pela consistência do solo, e lubrifi car as superfí- cies de deslizamento. 45 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 • A época de ocorrência dos deslizamentos coincide com o pe- ríodo das chuvas, intensas e prolongadas, visto que as águas escoadas e infi ltradas vão desestabilizar as encostas; • Nos morros, os terrenos são sempre inclinados e, quando a água entra na terra, pode acontecer um deslizamento e des- truir as casas que estão embaixo; • Os escorregamentos em áreas de encostas ocupadas cos- tumam ocorrer em taludes de corte, aterros e taludes naturais agravados pela ocupação e ação humana. FIGURA 50 – OCUPAÇÃO IRREGULAR DE ENCOSTAS FONTE: <https://oglobo.globo.com/rio/desastre-na-regiao-serrana-foi-maior- devido-ocupacao-irregular-do-solo-2838491>. Acesso em: 2 out. 2019. 3.4 PREVENÇÃO DE RISCOS AO MEIO AMBIENTE Segundo Da Silva e Gomes (2011), são diversas as origens de risco ao meio ambiente e para a população que vive ao entorno. Para uma prevenção efi ciente não é sufi ciente somente a conscientização de organizações públicas e privadas através de campanhas, mas uma participação do poder jurídico é essencial através de leis, decretos, portarias, normas regulamentadoras e uma fi scalização efi ciente. Assim, ainda segundo os autores, empresas públicas, privadas e a população de modo geral deveriam adequar seus modos de atividade com a fi nalidade de não interferir negativamente no meio ambiente e, consequentemente, na vida das pessoas (DA SILVA; GOMES, 2011). O estado também deve oferecer condições 46 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho mínimas de moradia aos cidadãos, o que evitaria as ocupações irregulares e interferências no meio ambiente pondo em riso a vida das pessoas. 3.4.1 Meio Ambiente do Trabalho O meio ambiente do trabalho pode ser conceituado como sendo o meio em que o trabalhador exerce a sua função laboral. Muitas vezes, a empresa ou a indústria reúne todos seus esforços para o processo produtivo e esquece do bem-estar e da saúde do trabalhador. No entanto, quanto maior a qualidade de vida do trabalhador em seu ambiente de trabalho, maiores serão os benefícios, sendo o trabalhador menos propício a estresse e fadigas. Isso está diretamente ligado a sua condição de trabalho, dependendo da sua atividade laboral, já que um trabalhador cansado e estressado tende a cometer erros e atos inseguros, o que pode acarretar um acidente no trabalho. Assim, quando se fala em ambiente do trabalho não devemos pensar somente em como adequá-los à condição de prevenção, e sim transformá- lo em um ambiente agradável que promova o bem-estar e leveza para que os profi ssionais que ali exercem suas atividades sintam-se à vontade para praticar suas atividades da melhor forma possível, já que isso será benéfi co tanto para os trabalhadores que sofrerão menos com as doenças laborais e para a empresa que não perderá colaboradores pelo mesmo motivo (LIMA, 2009, p. 3). 5 DICIONÁRIO DE SIGLAS Na segurança do trabalho é comum a utilização de várias siglas e para melhor ambientação é preciso entender o que as mais usuais signifi cam. Segundo Limongi, Carvalho e Goulart (2019), as siglas se dispõem da seguinte forma: 5S ou SSSSS: Seiri, Seiton, Seison, Seiketsu e Shitsuke AAF: Análise de Árvore de Falhas ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas ABPA: Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes ABP-EX: Associação Brasileira para a Prevenção de Explosões ABPI: Associação Brasileira de Prevenção de Incêndios ACGIH: American Conference of Governmental Industrial Hygienists ADC: Árvore de Causas AET: Análise Ergonômica do Trabalho AET: Auditor Fiscaldo Trabalho 47 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 AFRA: Abertura de Frente de Radiografi a Industrial AI: Agente de Inspeção AIDS: Acquired Immune Defi ciency Syndrome ALAEST: Associação Latino-Americana de Engenharia de Segurança do Trabalho ALAIST: Associación Latinoamericana de Ingeniaría de Seguridad del Trabajo ALARA: As Low as Reasonably Achievable AMFC: Análise de Modo de Falhas e Efeitos ANA: Agência Nacional de Águas ANAMT: Associação Nacional de Medicina do Trabalho ANDEF: Associação Nacional dos Fabricantes de defensivos Agrícolas ANPT: Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho ANSI: American National Standards Institute ANVS: Associação Nacional de Vigilância Sanitária APF: Alto Ponto de Fluidez APES: Associação Paranaense de Engenheiros de Segurança do Trabalho APP: Análise de Problemas Potenciais ART: Anotação de Responsabilidade Técnica ASME: American Society of Mechanical Engineers ASO: Atestado de Saúde Ocupacional AT: Acidente de Trabalho ou Alta Tensão ATEX: (Atmosphere Explosibles): Atmosfera Potencialmente Explosiva ATPE: Atmosfera Potencialmente Explosiva ATR: Autorização para Trabalho de Risco AVCB: Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros BAL: British anti-lewisite (Dimercaprol); Bronchoalveolar Lavage BHC: Benzene Hexachloride (Hexacloro Benzeno) BO: Boletim de Ocorrência BPF: Baixo Ponto de Fluidez BS 8800: British Standard 8800 (Norma Britânica Sobre Saúde e Segurança Ocupacional) BSI: British Standards Institute BT: Baixa Tensão BTU: British Thermal Unit C: Código do EPI. Por Exemplo: C = 118.211-0/I=3 CA: Certifi cado de Aprovação CAI: Certifi cado de Aprovação de Instalação CAT: Comunicado de Acidente de Trabalho CBO: Classifi cação Brasileira de Ocupações CCIH: Comissão de Controle de Infecções Hospitalares CCOHS: Canadian Centre For Occupational Health & Safety CCT: Convenção Coletiva do Trabalho CDC: Control Desease Center (Centro Para Controle de doenças) CEI: Cadastro Específi co do INSS CEO: Chief Executive Offi cer, Chairman And Executive Offi cer 48 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho CEREST: Centro de Referência em Saúde do Trabalhador CESAT: Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador (Bahia) CETESB: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CFM: Conselho Federal de Medicina CGC: Cadastro Geral de Pessoa Física CGT: Central Geral dos Trabalhadores CID: Código Identifi cador de doença; Classifi cação Internacional de doenças CIF: Carteira de Identidade Fiscal CIN: Centro de Informações Nucleares CIPA: Centro Informativo de Prevenção de Acidentes (Nome Próprio: Grupo CIPA) CIPA: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CIPAMIN: Comissão Interna Para Prevenção de Acidentes na Mineração CIPATR: Comissão Interna Para Prevenção de Acidentes no Trabalho Rural CLT: Consolidação Das Leis do Trabalho CMSO: Controle Médico de Saúde Ocupacional CNA: Confederação Nacional da Agricultura CNAE: Código Nacional de Atividades Econômicas CNC: Comando Numérico Computadorizado (Ex. Torno CNC) CND: Certidão Negativa de Débito CNEN: Comissão Nacional de Energia Nuclear CNH: Carteira Nacional de Habilitação CNI: Confederação Nacional Das Indústrias CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas COEGP: Cursos Para Operador de Empilhadeira de Grande Porte COEPP: Cursos Para Operador de Empilhadeira de Pequeno Porte CONAMA: Comissão Nacional de Meio Ambiente CONASEMS: Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde CONASS: Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde CONFEA: Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CONTAG: Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura CORETEST: Conselho Regional dos Técnicos de Segurança do Trabalho COS: Composto Orgânico Volátil COS-V: Composto Orgânico Semi-Volátil CPATP: Comissão de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário CPF: Cadastro de Pessoa Física CPI: Comissão Parlamentar de Inquérito CPN: Comitê Permanente Nacional (Sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho) CPR: Comitê Permanente Regional (Sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho) CREA: Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CRF: Certifi cado de Registro de Fabricante CRI: Certifi cado de Registro de Importador CRJF: Certidão de Regularidade Jurídico Fiscal CRM: Conselho Regional de Medicina 49 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 CRP: Centro de Reabilitação Profi ssional CTN: Centro Tecnológico Nacional (Fundacentro) CTPAT: Comissão Tripartite de Alimentação do Trabalhador CTPP: Comissão Tripartite Fretaria Permanente CTPS: Carteira de Trabalho Previdência Social CUT: Central Única dos Trabalhadores DATAPREV: Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social Db: decibel DDS: Diálogo de Segurança DDSMS: Diálogo Diário de Segurança, Meio Ambiente e Saúde DDT: Dicloro, Difenil Tricloroetano DECEX: Departamento de Comércio Exterior DEQP: Departamento de Qualifi cação Profi ssional DIN: Deutsche Industrien Normen, deutsches Institut Für Normung DNSST: Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho DNV: Det Norske Veritas DORT: Doença(s) Osteomuscular(es) Relacionado(s) ao Trabalho DOU: Diário Ofi cial da União DRT: Delegacia Regional do Trabalho DRTE: Delegacia Regional do Trabalho e Emprego DSST: Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho DST: Doença Sexualmente Transmissível EA: Emissão Acústica EAR: Equipamento Autônomo de Respiração ECPI: Equipamento Conjugado de Proteção Individual ECSST: Educação Continuada em Saúde e Segurança do Trabalho EIA: Estudo de Impacto Ambiental EMATER: Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias END: Ensaio Não Destrutivo (Radiações) EPC: Equipamento de Proteção Coletiva EPI: Equipamento de Proteção Individual EST: Engenheiro de Segurança do Trabalho; Engenharia de Segurança do Trabalho FAT: Fundo de Amparo ao Trabalhador FDA: Failure-Data Analysis FEEMA: Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Rio de Janeiro) FENATEST: Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho FEPI: Ficha de Entrega de EPI FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FIOCRUZ: Fundação Osvaldo Cruz FISP: Feira Internacional de Segurança e Proteção (Nome Próprio) FISP: Folha de Informação Sobre o Produto FISPQ: Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico 50 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FISST: Feira Internacional de Saúde e Segurança no Trabalho FMEA: Failure Method of Effect Analysis FOR: Free Oxigen Radicals (Radicais Livres de Oxigênio) FSDP: Ficha de Segurança de Produto FTA: Fault Tree Analysis (Análise de Árvore de Falhas) FUNDACENTRO: Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Seg. e Med. do Trabalho GA: Gases Ácidos GES: Grupo de Exposição Similar GFIP: Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informa- ções à Previdência Social GHE: Grupo Homogêneo de Exposição GHR: Grupo Homogêneo de Risco GLP: Gás Liquefeito de Petróleo GNV: Gás Natural Veicular GOI-PNES: Grupo Operativo Institucional (do PNES) GQT: Gerenciamento pela Qualidade Total GR: Grau de Risco GST: Gerenciamento pela Segurança Total GSTB: Grupo de Segurança do Trabalho a Bordo de Navios Mercantes GT: Grupo Técnico GT 10: Grupo Técnico para Revisão da NR-10 GT/SST: Grupo Tripartite de Saúde e Segurança do Trabalho GTT: Grupo Técnico Tripartite HACCP: Hazard Analysis and Critical Control Point HAZOP: Hazard and Operability HIV: Human Immunodefi ciency Virus HMIS: Hazardous Material Information System, Hazardous Materials Identifi cation Sys- tem HSTA: Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente I: Grau de Infração IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBUTG: Índice de Bulbo Úmido-Termômetro de Globo IEF: Instituto Estadual de Florestas (Minas Gerais) IKAP: Índice Kwitko de Atenuação Pessoal ILO: International Labour Organization (OIT, em Inglês) IML: Instituto Médico Legal IN: Instrução Normativa. Precedido de a um Número. Por Exemplo IN-84 INSS: Instituto Nacional de Seguridade Social INST:Instituto Nacional de Segurança do Trânsito IPVS: Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde IRA: Índice Relativo de Acidentes ISO: International Organization For Standardization IST: Infecções Sexualmente Transmissíveis 51 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 LEM: Laudo de Exame Médico LEO: Limite de Exposição Ocupacional LER: Lesão por Esforço Repetitivo LER/DORT: Lesão por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho LGE: Líquido Gerador de Espuma LP: Líquido Penetrante LT: Limite de Tolerância LTCA: Laudo Técnico de Condições Ambientais LTCAT: Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho MAG: Metal Ative Gas (Tipo de Solda) MBA: Master of Business Administration MIG: Metal Inert Gas (Tipo de Solda) MMA: Ministério do Meio Ambiente MOPE: Movimentações de Cargas Perigosas MRA: Mapa de Risco Ambiental MSDF: Material Safety Data Sheet Mtb: Ministério do Trabalho MTE: Ministério do Trabalho e Emprego MTR: Manifesto para Transporte de Resíduos NBR: Norma Brasileira NFPA: National Fire Protection Association NHO: Norma de Higiene Ocupacional NIOSH: National Institute for Occupational Safety and Health NIT: Número de Identifi cação do Trabalhador NOB: Norma Operacional Básica NOSA: National Occupational Safety Association (África do Sul) NPS: Nível de Pressão Sonora NR: Norma Regulamentadora NRR: Nível de Redução de Ruído NRR: Norma Regulamentadora Rural NRR-SF: Noise Reduction Rating-Subject Fit OGMO: Orgão Gestor de Mão de Obra OHSAS: Ocupational Health Safety Assessment Series OIT: Organização Internacional do Trabalho (em Inglês, ILO) OMS: Organização Mundial da Saúde ONG: Organização Não Governamental ONL: Organização Não Lucrativa OS: Ordem de Serviço OSHA: Occupational Safety and Health Administration PAE: Plano de Ação Emergencial PAIR: Perda Auditiva Induzida por Ruído PAIRO: Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional 52 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho PAM: Plano de Ajuda Mútua PAT: Programa de Alimentação do Trabalhador PBA: Plano Básico Ambiental PCA: Plano de Controle Ambiental PCA: Programa de Conservação Auditiva PCE: Plano de Controle de Emergência PCE: Plano de Controle de Emergência PCIH: Programa de Controle de Infecções Hospitalares PCMAT: Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção Civil PCMSO: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCTP: Programa de Controle Total de Perdas PDCA: Plan, Do, Check, Act PGR: Programa de Gerenciamento de Risco PGRSS: Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde PH: Profi ssional Habilitado pH: Potencial Hidrogeniônico PM: Partículas Magnéticas PMOC: Plano de Manutenção, Operação e Controle PMTA: Pressão Máxima de Trabalho Admissível PNES: Programa Nacional de Eliminação da Silicose PPACAP: Programa de Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos PPEOB: Programa de Prevenção de Exposição Ocupacional ao Benzeno PPD: Pessoa Portadora de Defi ciência PPP: Perfi l Profi ssiográfi co Previdenciário PPR: Programa de Proteção Respiratória PPRA: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRAG: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais para Indústrias Galvânicas PPRPS: Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares PPS: Procedimento Padrão de Segurança PRAT: Pedido de Reconsideração de Acidente de Trabalho PRODAT: Programa Nacional de Melhoria de Informações Estatísticas sobre Doenças e Acidentes do Trabalho PROESIC: Programa de Engenharia de Segurança na Indústria da Construção PROVERSA: Programa de Vigilância Epidemiológica e Sanitária em Agrotóxicos PSS: Programa de Saúde e Segurança PSSTR: Programa Saúde e Segurança do Trabalhador Rural PT: Permissão de Trabalho PTR: Permissão de Trabalho de Risco RAA: Relatório de Auditoria Ambiental RAP: Relatório Ambiental Prévio RE: Risco Elevado (Normas de Combate à Incêndio) REM: Roetgen Equivalent Man (Unidade de dose de Radiação) RG: Registro Geral (Cédula Identidade) 53 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 RIA: Responsável pela Instalação Aberta (Técnico Habilitado em Trabalho com Radiação) RIMA: Relatório de Impacto de Meio Ambiente RIT: Regulamento de Inspeção ao Trabalho RL: Risco Elevado (Normas de Combate à Incêndio) RM: Risco Médio (Normas de Combate à Incêndio) RNC: Relatório de Não Conformidade RSI: Repetitive Strain Injuri (LER - Lesão por Esforço Repetitivo, em Inglês) RT: Responsável Técnico RTP: Recomendação Técnica de Procedimentos RTR: Requerimento para Transferência de Fonte Radioativa SARS: Severe Acute Respiratory Syndrom SASSMAQ: Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade SAT: Seguro de Acidente de Trabalho SEC: Sistema Elétrico de Consumo SECONCI: Serviço Social da Indústria da Construção SEESMT: Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho SEFIT: Sistema Federal de Inspeção do Trabalho SENAC: Serviço Nacional de Aprendizado do Comércio SENAI: Serviço Nacional de Aprendizado Industrial SENAR: Serviço Nacional de Aprendizado Rural SEP: Sistema Elétrico de Potência SERLA: Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas SERT: Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho SESC: Serviço Social do Comércio SESI: Serviço Social da Indústria SESMT: Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho SESST: Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário SEST: Serviço Especializado em Segurança do Trabalho SETAS: Secretaria do Trabalho e da Ação Social SGSST: Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho SIASUS: Serviço de Informação Ambulatorial do SUS SICAF: Sistema de Cadastramento Unifi cado de Fornecedores SINDUSCON: Sindicato da Indústria da Construção Civil SINITOX: Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica SIPAT: Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho SIT: Secretaria de Inspeção do Trabalho SOBES: Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança SOL: Segurança Ordem e Limpeza SSST: Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho SST: Saúde e Segurança do Trabalho SUS: Sistema Único de Saúde Sv: Sievert (Unidade de dose de Radiação) TDS: Treinamento de Segurança 54 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho TE: Temperatura Efetiva TEC: Temperatura Efetiva Corrigida TIG: Tungsten Inert Gas (Tipo de Solda) TLV: Threshold Limit Value, Threshold Level Value TPM: Técnicas de Parasitologia e Manejo de Pragas TRT: Tribunal Regional do Trabalho TST: Técnico de Segurança do Trabalho TST: Tribunal Superior do Trabalho TWA: Time Weight Average (Nível Médio Ponderado) TWI: Training With Industry EU: Unidade Extintora (Normas de Combate à Incêndio) US: Ultrassom UFIR: Unidade Fiscal de Referência UNESCO: United Nations Education, Science And Culture Organization UNICEF: United Nations Children`S Found VGD: Ventilação Geral Diluidora VLE: Ventilação Local Exaustiva VO: Voláteis Orgânicos VRT: Valor de Referência Tecnológico WHO: World Health Organization Atividades de Estudo: 1) Descreva as Normas Regulamentadoras que se enquadram em seu trabalho. 2) Cite ao menos dois desastres ambientais, no Brasil ou no mundo, e suas consequências ao meio ambiente. 5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Assim, encerramos o primeiro capítulo deste livro. Até aqui, vimos alguns conceitos, siglas e normas que devem ser conhecidos pelos profi ssionais da área de segurança. Esses aspectos são importantes para a comunicação entre os pro- fi ssionais da área de segurança do trabalho e serve como introdução a outros assuntos pertinentes à área, como laudos e programas usuais na engenharia e segurança do trabalho. 55 ASPECTOS GERAIS Capítulo 1 No nosso próximo capítulo, abordaremos a introdução dos aspectos técnicos da área de segurança do trabalho. Bons estudos! REFERÊNCIAS BRASIL. Código Civil. Brasília: Senado, 2002. BRASIL. Portaria nº 1.334 de 21 de dezembro de 1994. Classifi cação Brasileira de Ocupações – CBO. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, 23 dez. 1994. Seção 1, p. 20388. BRASIL. Portaria nº3.275, de 21 de setembro de 1989. Defi ne as atividades do Técnico de Segurança do Trabalho. Diário Ofi cial da União, Poder Legislativo, Brasília, 22 nov. 1989. Seção 1, p. 16966. BRASIL. Resolução nº 325, de 27 de novembro de 1987. Dispõe sobre o exercício profi ssional, o registro e as atividades do Engenheiro de Segurança do Trabalho, e dá outras providências. Diário Ofi cial da União, Poder Executivo, Brasília, 8 dez. 1987. Seção 1, p. 21117. BRASIL. Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986. Regulamenta o exercício da enfermagem. Diário Ofi cial da União, Poder Legislativo, Brasília, 26 jun. 1986. Seção 1, p. 9273. CHIRMICI, A.; OLIVEIRA, E. A. R. Introdução à saúde e segurança no trabalho. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. COMPDEC – Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil. Deslizamento. Curitiba, Paraná: Governo do Estado do Paraná, 2009. Disponível em: http://www. defesacivil.curitiba.pr.gov.br/Dicas/Dicas002.aspx. Acesso em: 26 out. 2019. DA SILVA, C. A.; GOMES, J. Saúde e segurança ambiental. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2011. LIMA, M. G. C. Introdução à engenharia, segurança e medicina do trabalho na organização. 2009. 16 f. Trabalho – Faculdade São Luís de França, Aracaju, 2009. LIMONGI, F.; CARVALHO, F. B.; GOULART, J. A. Fabbro Saúde e Segurança do Trabalho. Siglas. Porto Alegre-RS: Fabbro, 2019. Disponível em: http://www. fabbro.com.br/adm_materia/arqs/58.pdf. Acesso em: 20 maio 2019. 56 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho PEIXOTO, N. H. Segurança do trabalho. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, 2010. TERRIBILE, D. R. A resposta constitucionalmente adequada ao direito de reparação do dano ambiental acidente de trabalho. 2017. 179 f. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2017. CAPÍTULO 2 ASPECTOS TÉCNICOS A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de aprendizagem: descrever conceitos, siglas e normas da área de segurança do trabalho; defi nir a introdução de gestão de segurança do trabalho bem como os desafi os da área de segurança do trabalho. 58 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho 59 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 1 CONTEXTUALIZAÇÃO Muitas vezes, em atividade, os profi ssionais da área de Segurança do Traba- lho passam por várias situações que dependem de experiência e conhecimento. Muitas dessas situações serão um desafi o para cada profi ssional, como acontece em cada área da engenharia. Assim, é preciso conhecer assuntos técnicos e en- tendê-los com clareza para que se sintam à vontade quando for discutir qualquer assunto da área. Neste capítulo, primeiro veremos sobre acidente do trabalho e suas subdivi- sões, falaremos sobre os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidente. E, por fi m, falaremos especifi camente sobre a Ergonomia, que é um assunto destacável dentro da Segurança do Trabalho. Desejamos que você goste e embarque conosco neste capítulo que prepara- mos especialmente para você, estudante de pós-graduação. 2 ACIDENTE DO TRABALHO Duarte (2002, p. 1) conceitua acidente do trabalho da seguinte maneira: “Acidente é um evento indesejável, fortuito, que, efetivamente, causa danos à integridade física e/ou mental das pessoas, ao meio ambiente, à propriedade ou a mais de um desses elementos, simultaneamente”. FIGURA 1 – ACIDENTE DO TRABALHO FONTE: <http://bit.ly/33mOiG5>. Acesso em: 1 ago. 2019. 60 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho Já para Peixoto (2010, p. 16), acidente do trabalho “é qualquer ocorrência não programada, inesperada que interfere e/ou interrompe o processo normal de uma atividade, trazendo como consequência isolada ou simultânea, danos materiais e/ou lesões ao homem”. Levando em consideração o conceito normativo da NBR 14280, que trata do cadastro de acidente do trabalho, procedimentos e classifi cação: “2.1 acidentes do trabalho: Ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal”. FIGURA 2 – CONSTATAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO FONTE: <http://blog.volkdobrasil.com.br/noticias/afi nal-o-que-e- considerado-acidente-de-trabalho>. Acesso em: 1 ago. 2019. O Decreto n° 3.048 de 06 de maio de 1999, que regulamenta a Previdência Social, e dá outras providências considera acidentes de trabalho as seguintes entidades mórbidas: I - Doença profi ssional: adquirida na atividade laboral, específi ca da atividade e presente na relação elaborada pela previdência social. II - Doença do trabalho: obtida em condições especiais de trabalho e da sua relação com o meio estabelecido pela Previdência Social através de doença comprovadamente relacionada ao trabalho 61 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 § 1º Não serão consideradas como doença do trabalho: a) A doença degenerativa; b) A inerente a grupo etário; c) A que não produz incapacidade laborativa; d) A doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela se desenvolve, salvo comprovação de que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho; e) Ato de agressão com motivações pessoais. Ainda segundo o decreto, equiparam-se a acidente de trabalho: I - O acidente do trabalho mesmo que não seja a única causa, mas que tenha contribuído com o falecimento do segurado, lesão que exija cuidados médicos para recuperação ou perda ou redução de sua capacidade de trabalho. II - O acidente sofrido pelo trabalhador em seu local de trabalho durante suas atividades profi ssionais em consequência de: a) Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; c) Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) Ato de pessoa privada do uso da razão; e) Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior. III - Doença advinda de contaminação acidental do trabalhador no seu exercício profi ssional; IV - O acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviços sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem de serviço a pedido da empresa, de qualquer natureza, arcada e planejada pela mesma não importando o meio de locomoção usado, incluindo o veículo do próprio trabalhador; d) no trajeto de sua moradia até o seu local de trabalho e vice e versa, independentemente do meio de locomoção, podendo ser o automóvel do trabalhador ou não, desde que não haja desvio de rota por motivo diferente ao trabalho. Para percurso, considera-se a rota que o trabalhador faz da sua residência até o seu local de trabalho, considerando o local de suas refeições independentemente do meio de transporte sem que exista desvio do percurso, que é corriqueiramente 62 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho realizado pelo trabalhador, em que não se considere prazo para que o trabalhador chegue a sua residência, local de refeições e trabalho. Para isso é considerado o tempo coerente para percorrer a distância determinada de acordo com o meio de locomoção escolhido. Períodos reservados a refeições, descanso e necessidades fi siológicas no local de trabalho também são considerados como atividade laboral (PEIXOTO, 2010). A data de início de inatividade de suas atividades normais ou de conclusão do diagnóstico do trabalhador é considerada como o dia do acidente, valendo o que ocorrer primeiro. Se por acaso no contrato do trabalhador estiver descrito que ele deverá participar de atividades esportivas no horário de suas atividadesprofi ssionais, e este vier a sofrer alguma lesão, esta será considerada acidente do trabalho e agravante, se o empregado estiver em período de recuperação e mesmo assim sofrer alguma lesão por atividades esportivas na empresa empregadora. Para efeito de comprovação não é considerado agravo ou complicação de acidente se este for produto de acidente com outra causa, se junte ou se utilize das consequências do acidente anterior (PEIXOTO, 2010). Para caracterizar o acidente de trabalho, o empregado passará por perícia médica no INSS, onde será realizada a identifi cação do chamado nexo entre a atividade que o trabalhador exerce e o possível agravo. O nexo é considerado quando se verifi ca nexo técnico epidemiológico, atividade e causa motivadora da incapacidade estabelecida na CID (PEIXOTO, 2010). FIGURA 3 – POSTO DE ATENDIMENTO DE PERÍCIA DO INSS FONTE: <https://www.nsctotal.com.br/noticias/convocados-do-inss-tem-ate-esta-segunda- para-agendarem-pericia-veja-se-o-seu-nome-esta-na>. Acesso em: 1 ago. 2019. 63 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 Para saber mais, assista ao vídeo Direitos do trabalhador em acidentes de trabalho: https://youtu.be/qzgA4D2_-r4. 2.1 TIPOS DE ACIDENTES DE TRABALHO Para Peixoto (2010), os tipos de acidentes do trabalho são: • Acidente típico Esse tipo de acidente caracteriza-se por ser o tipo de acidente mais comum e geralmente ocasionado de algum imprevisto como batidas, quedas, choques cortes queimaduras etc. FIGURA 4 – ACIDENTE TÍPICO FONTE: <https://laudocerto.com/2016/08/02/acidente-do-trabalho- defi nicao-tipos-e-equiparacao-legal/>. Acesso em: 1 ago. 2019. • Doença do trabalho 64 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho É a alteração estrutural, assim pode-se chamar, das consequências dos tra- balhos que são exercidos em meio ambiente do trabalho insalubres, ou seja, com nível superior aos estabelecidos na NR 15, tais como ruídos, calor, gases, vapo- res, microrganismos etc. Exemplos que podem ser citados são: pneumoconioses, surdez etc. FIGURA 5 – DOENÇA DO TRABALHO FONTE: <https://www.advmcoelho.com.br/doenca-do- trabalho.php>. Acesso em: 1 ago. 2019. • Acidente de trajeto É o acidente sofrido pelo trabalhador no caminho entre a sua residência e o local de trabalho e vice-versa, independentemente do meio de transporte próprio ou de responsabilidade do empregador seguindo os horários compatíveis com o trajeto realizado. FIGURA 6 – ACIDENTE DE PERCURSO FONTE: <http://bit.ly/33qZlOo>. Acesso em: 1 ago. 2019. 65 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 • Incidente É considerado um acidente sem danos ao trabalhador. O incidente é importante, pois seu acontecimento pode antecipar um acidente com danos futuros e com isso os profi ssionais da área de segurança do trabalho podem tentar impedir que eles ocor- ram e possam fazer alguma vítima ou trazer algum dano aos trabalhadores. FIGURA 7 – INCIDENTE FONTE: <http://mrsafety.com.br/voce-sabe-qual-e-a-diferenca-entre- incidente-quase-acidente-e-acidente/>. Acesso em: 1 ago. 2019. 2.2 CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO Lima (2009) caracteriza as causas dos acidentes do trabalho como sendo: a) Falha Humana – ou ato inseguro, como a maioria dos autores tendem a chamar é defi nida como ações executadas de maneira contrária ao que as normas regulamentadoras estabelecem. Segundo o autor, esses fatores humanos colaboram para que ocorram os acidentes, e as ações para tentar evitar as falhas humanas incluem campanhas educativas, inspeções e ações que visem minimizar as falhas que ocorrem por diferentes fatores: • inaptidão entre o homem e a função; • desconhecimento dos riscos da função e ou da forma de evitá-los; • desajustamento motivado por: clima de insegurança quanto à manuten- ção do emprego; 66 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho • diversas características de personalidade. Assim, deve-se analisar tecnicamente o acidente levando em conta todas as possíveis causas, já que a falha humana pode ser ocasionada por diversos fatores de risco que se bem observadas podem ser evitadas. Desta forma, o gerenciamento desses fatores de risco impede o acontecimento de acidentes. FIGURA 8 – FALHA HUMANA FONTE: <http://bit.ly/33rjLa1>. Acesso em: 1 ago. 2019. b) Fatores Ambientais – são consideradas as falhas físicas que interferem de alguma forma na segurança do trabalho. As inspeções são o meio de verifi cação para posterior correção para essas situações, que podem envolver falta de iluminação, ruídos elevados, máquinas sem proteção e todos os fatores de riscos ambientais. FIGURA 9 – FATORES AMBIENTAIS FONTE: <http://bit.ly/2Wjdvjb>. Acesso em: 1 ago. 2019. 67 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 Nem sempre todas as condições inseguras possam ser solucionadas, mas é possível encontrar soluções para o maior dos problemas. Fenômenos como raios, tempestades etc. não são possíveis de serem controlados, mas é possível se preparar para eles. Os acidentes podem ser eliminados se forem controladas as falhas humanas e os fatores ambientais. Para isso, algumas ferramentas são efi cientes para prevenção de acidente, como: • inspeções de segurança; • processos educativos para o trabalhador; • campanhas de segurança; • análise dos acidentes; • CIPA atuante. Ainda segundo Lima (2009, p. 5), um acidente é composto de uma junção de vários fatores: • Homem – Uma lesão, que representa apenas um dos possí- veis resultados de um acidente; • Material – Quando o acidente afeta apenas o material; • Maquinário – Quando o acidente afeta apenas as máquinas. Raramente um acidente com máquina se limita a danifi car so- mente a máquina; • Equipamentos – Quando envolver equipamentos, tais como: empilhadeiras, guindastes, transportadoras, etc.; • Tempo – Perda de tempo é o resultado constante de todo acidente, mesmo que não haja dano a nenhum dos fatores aci- ma mencionados. 2.3 COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO A Comunicação de Acidente de Trabalho ou CAT – como é conhecida – trata- -se de um formulário que deve ser preenchido e entregue ao INSS quando ocorrer acidentes de trabalho, doenças profi ssionais e acidentes de trajeto. Para isso, o trabalhador deve comunicar imediatamente a empresa sobre o acidente para esta providenciar a CAT (PEIXOTO, 2010). A empresa, ao ser informada do acidente, deverá providenciar o mais rápido possível a inspeção e correção dos fatores que ocasionaram o acidente do traba- lho. O prazo para a empresa emitir a CAT é de 24 horas após o acidente, já em caso de morte, a CAT deve ser emitida imediatamente e as autoridades policiais também devem ser comunicadas (PEIXOTO, 2010). Caso a empresa não consiga emitir a CAT ao empregado, os responsáveis da saúde que atenderam à ocorrência médica, sindicato da categoria a qual per- 68 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho tence o trabalhador ou qualquer autoridade pública, independentemente do prazo que se demore, deve emitir e entregar o comunicado (PEIXOTO, 2010). FIGURA 10 – PARTE DE MODELO DE CAT FONTE: <https://pt.slideshare.net/anecosta30/modelo-cat>. Acesso em: 1 ago. 2019. Para saber mais, assista ao vídeo CAT – Entenda o que é e como funciona a comunicação do acidente de trabalho: https://youtu. be/0abOQRGDPuE. 69 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 2.4 ESTATÍSTICAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO As estatísticas dos acidentes de trabalho são publicadas no Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS), que é divulgado anualmente de forma gratuita pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). Abrange estatísticas sobre benefícios, acordos internacionais da previdência, serviços previdenciários, contribuintes da previdência, arrecadação, economia, demografi a, fi scalização e dados acerca dos acidentes de trabalho, conforme segue a Tabela 1. QUADRO 1 – QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO POR SITUAÇÃO DE REGISTRO E MOTIVOS DO BRASILPaís Anos Quantidade de Acidentes do Trabalho Total CAT Registrada Sem Registro de CATTotal Motivo Típico Trajeto Doença do Trabalho Brasil 2015 622.379 507.753 385.646 106.721 15.386 114.626 2016 585.62 478.039 355.560 108.552 13.927 107.587 2017 585.62 450.614 340.229 100.685 13.927 98.791 FONTE: <http://sa.previdencia.gov.br/site/2019/04/AEPS- 2017-abril.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2019. Atividades de Estudo: 1) Diferencie doença do trabalho e incidente. 3 RISCOS Segundo Robert (2015, p. 56), “risco é considerado um fator ou um conjunto de situações que demonstram a capacidade de ocasionarem danos, doenças, lesões e acidentes ao segurado e à empresa”. Ainda segundo o autor, identifi cação e gerenciamento de risco é uma das principais ações que deve ser realizada por empresas e seus colaboradores, com 70 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho a fi nalidade de ser reduzida e eliminada. São várias as fontes de risco, que vão depender da atividade desempenhada pelo empregador, bem como de fatores de falta de cuidados com o trabalhador que exerce funções perigosas, negligência, imperícia, imprudência, desconhecimento de normas de segurança como as normas regulamentadoras e despreocupação com o bem-estar do trabalhador. 3.1 RISCOS BIOLÓGICOS É notório que existam microrganismos dos mais diversos tipos e fi nalidades. Existem microrganismos que fazem bem se utilizados de forma correta e também tem os que são causadores de doenças. Desta forma, os microrganismos estão presentes em todo lugar, inclusive nos ambientes de trabalho, o que pode o oca- sionar o risco de doenças ao trabalhador (BREVIGLIERO et al., 2012 apud BEL- TRAMI; STUMM, 2013). Os microrganismos causadores de contaminação de ambientes ocupacionais são classifi cados como riscos biológicos, que são vírus, bactérias, fungos, pro- tozoários, parasitas e algumas partículas que causam alergias, por exemplo, o pólen. Geralmente estão presentes em ambientes da área da saúde, cemitérios, laboratórios, frigorífi cos, indústria alimentícia, farmacêutica, coleta de lixo, esta- ções de tratamento de esgoto etc. (BREVIGLIERO et al., 2012 apud BELTRAMI; STUMM, 2013). Ainda segundo os autores, a contaminação por riscos biológicos no ambiente de trabalho se dá por diversos fatores: • contato com material contaminado; • transmissão por vetores como ratos, baratas, mosquitos etc.; • permanência em ambientes com contaminantes que se propagam pelo ar; • acidentes com objetos perfurantes. FIGURA 11 – RISCOS BIOLÓGICOS FONTE: <http://bit.ly/3d7DMaa>. Acesso em: 1 ago. 2019. 71 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 Segundo Silva e Gomes (2011), os principais riscos biológicos são: • Microrganismos: são formas de vida de dimensões microscópicas. En- tre aqueles que causam danos à saúde humana, incluem-se bactérias, fungos, alguns parasitas (protozoários) e vírus. FIGURA 12 – CULTURAS DE MICRORGANISMOS FONTE: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/11/23-mil-microrganismos- vivem-no-seu-celular-e-podem-te-deixar-doente.html>. Acesso em: 2 ago. 2019. • Microrganismos geneticamente modifi cados: são os que tiveram seu ma- terial genético alterado por meio de técnicas de biologia molecular. FIGURA 13 – MICRORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS FONTE: <http://bit.ly/3a1S7mv>. Acesso em: 2 ago. 2019. 72 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho • Culturas de células de organismos multicelulares: o crescimento in vitro de células derivadas de tecidos ou órgãos de organismos multicelulares em meio nutriente e em condições de esterilidade podem causar danos à saúde humana quando contiverem agentes biológicos patogênicos. FIGURA 14 – ORGANISMOS MULTICELULARES FONTE: <https://pt.carolchanning.net/obrazovanie/81890-mnogokletochnye- organizmy-rasteniya-i-zhivotnye.html>. Acesso em: 2 ago. 2019. • Parasitas: são organismos que sobrevivem e se desenvolvem às custas de um hospedeiro, unicelulares ou multicelulares. As parasitoses são causadas por protozoários, helmintos (vermes) e artrópodes (piolhos e pulgas). FIGURA 15 – PARASITAS FONTE: <https://br.depositphotos.com/133041932/stock-photo-cartoon- illustration-of-human-parasites.html>. Acesso em: 2 ago. 2019. 73 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 • Toxinas: substâncias secretadas (exotoxinas), exemplo Clostridium teta- ni, responsável pelo tétano, ou liberadas (endotoxinas), exemplo Menin- gococcus ou Salmonella, por microrganismos específi cos que causam danos à saúde humana, o que pode provocar a morte. O Anexo I da NR 32 (2011, p. 17) traz a classifi cação dos riscos biológicos: Classe de risco 1 - baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano. Classe de risco 2 - risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios efi cazes de profi laxia ou tratamento. Classe de risco 3 - risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios efi cazes de profi laxia ou tratamento. Classe de risco 4 - risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios efi cazes de profi laxia ou tratamento. Esses Riscos podem causar diversas reações no corpo humano, como infecções, intoxicação, alergias variadas, doenças autoimunes, câncer e malformações. FIGURA 16 – TOXINAS FONTE: <https://espacotelheiras.wordpress.com/2015/02/27/ eliminar-toxinas-detox/>. Acesso em: 2 ago. 2019. 74 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho 3.2 RISCOS FÍSICOS Para Peixoto (2010), os riscos físicos são correlacionados aos fatores físicos do ambiente como ruído, calor, frio, vibrações etc. O limite de tolerância desses riscos são determinados pela NR 15. Índices elevados desses fatores podem trazer efeitos irreversíveis à saúde do trabalhador, como a surdez, que é produto de um ambiente de trabalho com ruído acima dos limites de tolerância estabelecidos na NR 15. • Ruído Peixoto (2010) classifi ca ruído como sendo uma pressão exercida em nossos tímpanos capaz de causar efeitos desagradáveis ao trabalhador se exercida acima do seu limite de tolerância. É possível citar a perda de audição na frequência de 4 a 6 kHz, como efeito irreversível em consequência de valores superiores ao estabelecido no Anexo I da NR 15: TABELA 1 – LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE Nível de Ruído dB (A) Máxima Exposição Diária Permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos FONTE: Anexo I NR 15 (1978, p. 1) 75 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 Conforme Peixoto (2010), outros efeitos causados pelo ruído alto nos seres humanos são: • aceleração da pulsão; • fadiga; • nervosismo etc. Segundo o autor, o controle do ruído vai depender muito do conhecimento do processo laboral envolvido, geralmente a experiência e improviso dos profi ssionais da área de segurança contam muito na maioria dos controles de riscos. A melhor maneira de diminuir a exposição ao ruído são EPC, que nesse caso buscam enclausurar o ruído próximo a sua fonte geradora não deixando que as ondas se dissipem no ambiente de trabalho. Ainda, conforme o autor, outro método que só deve ser utilizado em últimos casos para atenuaro ruído são os EPI, mas antes disso pode-se tomar várias medidas preventivas, como: • substituição do equipamento por outro menos ruidoso; • lubrifi cação do equipamento gerador do ruído; • isolamento acústico; • manutenção em dia do equipamento gerador do ruído. FIGURA 17 – RUÍDO FONTE: <http://bit.ly/2U8xBK4>. Acesso em: 2 ago. 2019. • Calor 76 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho Para Peixoto (2010), denomina-se sobrecarga térmica toda energia que o or- ganismo precisa dissipar para atingir o chamado equilíbrio térmico. Trabalhadores de diversas indústrias como siderúrgicas, fundição e vidros estão suscetíveis à exposição excessiva ao calor, que como consequência apresentam os seguintes problemas: • desidratação; • cãibras; • choques térmicos; • catarata e outros. Ainda de acordo com Peixoto (2010), tais problemas, além da exposição ex- cessiva ao calor, também estão relacionados ao desgaste físico e, caso as medi- das de controle não forem adotadas pela empresa, levando-se em conta os lau- dos e programas elaborados pelo SESMT, as consequências podem se tornar irreparáveis. Assim como em outros agentes de risco físico, o calor também tem seu limi- te de tolerância presente no Anexo II da NR 15. Dessa forma, a norma traz uma referência de salubridade para calor que é utilizada no LTCAT, dependendo da atividade. Com a fi nalidade de atenuação de alguns fatores, Peixoto (2010) descreve que devem ser levados em consideração: • temperatura; • umidade do ar; • velocidade do ar; • calor radiante; • atividade exercida. Para Peixoto (2010), as medidas de atenuação à exposição ao calor são: • aclimatação, que é a adaptação lenta e progressiva do indivíduo a ativi- dades que o exponham ao calor; • limitação do tempo de exposição; • educação e treinamento; • controle médico; • medidas de conforto térmico (ventilação, exaustão) etc. 77 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 FIGURA 18 – CALOR FONTE: <http://www.seniorsegurancadotrabalho.com. br/blog1.html>. Acesso em: 2 ago. 2019. • Frio Peixoto (2010) defi ne que nosso corpo, assim como de outros animais, perde calor para o ambiente. Caso essa perda seja superior ao calor produzido pelo cor- po humano, haverá a vasoconstrição, que é uma reação do corpo humano para evitar a perda de calor, assim o fl uxo sanguíneo será reduzido em decorrência da queda de temperatura. A temperatura do corpo humano é de aproximadamente 36 ºC, caso ocorra uma redução de temperatura externa, as consequências são: • redução das atividades fi siológicas; • diminuição da taxa metabólica; • queda de pressão arterial; • queda dos batimentos cardíacos; • estado de sonolência; • redução da atividade mental; • redução da capacidade de tomar decisões; • perda da consciência; • coma; • possível morte. Na maioria das vezes, esse fator de risco ocorre em indústrias alimentícias, farmacológicas, frigorífi cos que possuem câmaras frias e, consequentemente, ati- vidade laboral dentro dessas câmaras por tempos elevados. 78 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho Segundo Peixoto (2010), as medidas de controle adotadas para diminuir a exposição ao frio são: • utilização de vestimentas adequadas; • aclimatação; • controle médico. FIGURA 19 – FRIO FONTE: <https://www.vix.com/pt/comportamento/574822/nao-e-frescura-mulheres- produzem-melhor-em-ambientes-quentinhos-descobre-ciencia>. Acesso em: 2 ago. 2019. • Vibrações Seguindo com Peixoto (2010), vibrações são tensões geradas por um equi- pamento ou atividade durante o trabalho que podem reduzir o rendimento dos trabalhadores e afetar a sua saúde de forma signifi cativa. Os principais efeitos das vibrações afetam braços e mãos provocando pro- blemas circulatórios e articulatórios. O uso de ferramentas manuais pode causar uma doença chamada dedos brancos, que tem como principal sintoma a perda da sensibilidade nas pontas dos dedos das mãos. São fontes geradoras de vibração: • vibrador de concreto; • martelete pneumático; • motosserra etc. 79 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 As medidas de controle para atenuar a exposição das vibrações são os dis- positivos técnicos que limitam as vibrações em intensidade, assim, na transmis- são das máquinas, as medidas de controle mais adotadas contam com calçados e sapatos de borracha. FIGURA 20 – VIBRAÇÃO FONTE: <https://www.dynamicasst.com.br/noticias/noticia.asp?id=169¬icia=vibracao- ocupacional-pode-causar-serios-danos-a-saude-do-trabalhador>. Acesso em: 2 ago. 2019. • Radiações ionizantes As radiações ionizantes, segundo Peixoto (2010), têm como origem materiais radioativos como os raios alfa, beta e gama produzidos por algum equipamento. Os raios alfa e beta possuem menor risco por terem menor penetração no or- ganismo. Já os raios x e gama são mais nocivos por possuírem maior poder de penetração no organismo. As radiações ionizantes de uso industrial são o raio x, gama e beta, e de uso não industrial são alfa e nêutron, com diferentes faixas de comprimento de onda. O Anexo 5 da NR 15 traz os limites de tolerância para radiações ionizantes, assim é possível ter uma referência para determinação de insalubridade para trabalha- dores que desempenham atividades com o uso desse risco físico. 80 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 21 – RADIAÇÃO IONIZANTE E NÃO IONIZANTE E SEU POSICIONAMENTO NO ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO FONTE: <https://radioprotecaonapratica.com.br/perigos-da- radiacao-ionizante/>. Acesso em: 2 ago. 2019. • Radiações não ionizantes Já as radiações não ionizantes, Peixoto (2010) defi ne como sendo radiações eletromagnéticas cuja energia não ioniza os átomos incidentes ou penetrados e podem ser: • raios infravermelhos; • micro-ondas; • ultravioleta; • laser. Para o mesmo autor, os efeitos no organismo humano desse tipo de radiação dependerão de alguns fatores, como: • tempo de exposição; • intensidade da exposição; • comprimento de onda da radiação; • região da radiação no espectro eletromagnético. Para Peixoto (2010), os tipos de radiações não ionizantes são: a) Raios infravermelhos 81 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 São emitidos a partir de trabalhos com: • solda elétrica; • solda oxiacetilênica; • metais e vidros incandescentes; • fornos e fornalhas; • trabalhos a céu aberto (sol é fonte natural de raios infravermelhos). FIGURA 22 – SOLDA EMITINDO RAIOS INFRAVERMELHOS FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=K4ceVI2pNG8>. Acesso em: 2 ago. 2019. b) Micro-ondas Micro-ondas são emitidas por equipamentos domésticos e industriais. São produzidas em diversas fontes, como: • estações de radar; • radiotransmissor; • fornos eletrônicos. Os efeitos no organismo podem ser diversos, como: • catarata; • inibição do ritmo cardíaco; • hipertensão arterial; • intensifi cação da atividade da glândula tireoide; • debilitação do sistema nervoso central; • redução da capacidade do olfato; • aumento da histamina no sangue que pode causar morte. 82 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 23 – SISTEMA DE RADAR QUE UTILIZA MICRO-ONDAS FONTE: <http://asasdeferro-suplementos.blogspot.com/2016/03/ sistemas-de-radar.html>. Acesso em: 2 ago. 2019. c) Ultravioleta Os raios ultravioletas são geralmente produzidos na indústria em processos, como: • solda elétrica; • fotos-reprodução; • esterilização do ar e da água; • produção de luz fluorescente; • sopragem de vidro; • operações com metal quente (acima de1000 ºC); • dispositivos usados pelos dentistas; • processos de aluminotermia (emprego de alumínio em pó em atividades químicas); • lâmpadas especiais etc. O sol é uma fonte de raios ultravioletas que é benéfi co ao homem em doses pequenas de exposição com no máximo 15 minutos para produção de vitamina D. Caso essa dose seja ultrapassada, os raios ultravioletas começam a trazer graves prejuízos à saúde. 83 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 FIGURA24 – SOLDA EMITINDO ULTRAVIOLETA FONTE: <http://wwwo.metalica.com.br/aco-inox-processos- de-soldagem>. Acesso em: 2 ago. 2019. d) Laser Laser vem do inglês Light Amplifcation by Stimulated Emission of Radiation e signifi ca amplifi cação da luz por emissão estimulada de radiação. É considerado um feixe de luz direcional convergente, ou seja, que se encontra em um único ponto. Sua aplicação está relacionada a: • metalúrgicas para cortar metais; • solda; • equipamentos para medições de distâncias; • medicina; • pesquisas científi cas; • levantamentos topográfi cos e geológicos etc. Se o efeito é relacionado diretamente ao olho humano, pode causar danos na retina, que é a membrana sensível do olho que em alguns casos são irreversíveis e, por fi m, pode provocar a cegueira do trabalhador. 84 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 25 – LASER USADO NO CORTE DE METAIS FONTE: <http://www.metalurgicatoscano.com.br/prestacao- servico-corte-laser>. Acesso em: 2 ago. 2019. • Pressões anormais Peixoto (2010) explica que as pressões anormais são pressões do ambiente exercidas no trabalhador que podem ser diferentes da pressão atmosférica. As pressões anormais podem causar embolia pulmonar, aneurisma e AVC. Já as atividades que pode ter pressões anormais são: • serviços de mergulho; • construção de túneis; • construção de fundações submersas, de pontes; • escavações de áreas de alicerces. 85 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 FIGURA 26 – PRESSÕES ANORMAIS NA ATIVIDADE DE CONCRETAGEM DA BASE FONTE: <https://sites.google.com/site/lanfundacaoeobrasgeotecnicas/92- riscos-fi sicos-em-pressoes-anormais>. Acesso em: 2 ago. 2019. • Umidade Segundo Tavares (2016), trabalhos realizados em locais alagados ou enchar- cados com muita umidade são capazes de trazer danos aos trabalhadores e que em situações de constatação de umidade inferior a 40%, conforme estabelece a 86 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho NR 17, são considerados insalubres, já o Anexo 10 da NR 15 não estabelece um percentual, ele traz que locais com umidade excessiva podem ser considerados insalubres, considerando o laudo de inspeção realizada no local de trabalho. Ainda segundo a autora, exposição a níveis de umidade inadequadas acar- reta doenças do aparelho respiratório, doenças de pele, circulatória etc. Para o controle de exposição à umidade podem ser utilizados equipamentos de proteção coletiva como modifi cações das atividades de processos do trabalho, ralos de es- coamento etc. Podem ser utilizados também EPI como luvas de borracha, botas, avental, entre outros. FIGURA 27 – UMIDADE FONTE: <https://www.tintas.net.br/tinta/umidade/>. Acesso em: 2 ago. 2019. 3.3 RISCOS QUÍMICOS Para Peixoto (2008), os riscos químicos podem ser defi nidos com substâncias ou formas de substâncias produzidas pelas atividades laborais que possam entrar no organismo humano através de contato e absorção da pele ou por ingestão, que pode prejudicar o trabalhador trazendo dados a sua saúde. As formas dos riscos químicos são: • gases e vapores; • poeiras; • fumos; • névoas; • neblinas. 87 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 a) Poeiras Peixoto (2008) classifi ca como partículas sólidas aquelas maiores de 0,5 µ (meio mícron) dispersas no ar por diferentes ações mecânicas, como: • ação do vento; • lixadeiras; • serviços de raspagem e abrasão; • polimento; • acabamento; • Escavação; • Colheita etc. As poeiras podem causar: • Pneumoconioses – estado mórbido decorrente da infi ltração de poeiras instaladas que conferem endurecimento ou fi brose do pulmão. • Alergias e irritações das vias respiratórias. FIGURA 28 – POEIRA FONTE: <http://falandodeprotecao.com.br/os-tipos-de-poeiras- e-seus-respectivos-riscos/>. Acesso em: 2 ago. 2019. Os aerodispersoides podem ser classifi cados assim: • fumos; • poeiras; • fi bras; • fumaças; • névoas; • neblinas. 88 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 29 – CLASSIFICAÇÃO DOS AERODISPERSOIDES Partículas geradas por ruptura mecânica de líquidos. Partículas formadas pela ruptura mecânica de sólidos. Partículas geradas pela condensação de vapores de substâncias líquidas a temperatura normal. Longo e fi no fi lamento de determinado material (conforme NHO-04). Partículas formadas pela condensação/oxidação de vapor de substância sólida a temperatura normal. Neblinas Fibras Fumos Poeiras Névoas Líquidos Sólidos Aerodispersoides FONTE: <https://bit.ly/2WBFx9x>. Acesso em: 6 nov. 2019. b) Fumos Para Peixoto (2008), os fumos podem ser considerados partículas sólidas dispersas no ar com diâmetro inferior a 1 µm proveniente da condensação de gases de alguma queima, como os que ocorrem no processo de diversas formas de soldagem, indústria de pneus etc. Podem causar pneumoconioses ou envenenamento por metais pesados, como por exemplo, o saturnismo, que é provocado pelo chumbo em fundições. FIGURA 30 – FUMOS FONTE: <https://bit.ly/3bj1wq8>. Acesso em: 2 ago. 2019. 89 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 c) Névoas Segundo Peixoto (2008), névoas são partículas líquidas em suspensão no ar por ação do vento por ruptura mecânica de algum equipamento ou não, a qual podemos citar: • jatos de esguicho (spray); • névoas de pinturas; • névoas de ácido sulfúrico etc. Os danos causados são diversos, dependendo da substância que fi ca em suspensão e é inalada ou absorvida pelo trabalhador. d) Neblinas Peixoto (2008) conceitua neblinas como sendo partículas líquidas dispersas no ar com diâmetro inferior a 0,5 µ provenientes de um processo térmico, como o cozimento de produtos alimentícios, por exemplo. Os efeitos para a saúde do trabalhador podem variar de acordo com o líquido evaporado, por exemplo, uma neblina de ácidos dentro de um lugar fechado pode gerar irritação dos olhos, pele e vias respiratórias do trabalhador. FIGURA 31 – EXEMPLO DE ATIVIDADE QUE GERA NÉVOA FONTE: <https://bit.ly/2Uw8bqh>. Acesso em: 2 ago. 2019. e) Gases Gases, segundo Peixoto (2008), são considerados elementos ou substâncias que em temperatura não alterada estão no estado gasoso. No entanto, os danos à saúde são asfi xiantes, como, por exemplo: 90 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho • gás de cozinha; • acetileno; • argônio; • gás carbônico. Também podem ser tóxicos, como: • monóxido de carbono; • amônia; • cloro etc. FIGURA 32 – GASES FONTE: <https://www.ambientec.com/servico/avaliacao-e-monitoramento- de-agentes-quimicos/>. Acesso em: 2 ago. 2019. f) Vapores Para Peixoto (2008), vapores são substâncias ou componentes voláteis que emitem vapores e, se submetidos a temperaturas elevadas, podem causar efeitos catastrófi cos dependendo da substância, por exemplo, a gasolina. 91 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 FIGURA 33 – VAPORES DE BENZENO FONTE: <https://www.ecycle.com.br/2213-benzeno>. Acesso em: 2 ago. 2019. g) Substâncias, compostos e produtos químicos em geral Os danos à saúde estão relacionados a sua composição e podem ser: • cáusticos; • irritantes; • alergênicos etc. Exemplos: • ácidos; • os álcalis (soda); • detergentes; • desumidifi cantes; • sabões e outros. 3.4 RISCOS MECÂNICOS Os riscos mecânicos, segundo Peixoto (2010), estão relacionados ao contato físico direto e podem gerar lesões ao trabalhador. Essas lesões podem ser: • cortes; • fraturas; • escoriações; • queimaduras. 92 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho Os fatores que podem causar o aparecimento dos riscos mecânicos são: • arranjo físico inadequado; • ordem e limpeza precárias; • máquinas e equipamentos sem proteção; • ferramentas inadequadas ou defeituosas. Para saber mais, assista ao vídeo Exemplo dos Agentes de Risco: https://youtu.be/-qiA-5dp6CQ. Arranjo físico inadequado O arranjo físico inadequado, segundo Peixoto (2010), pode causar um mau aproveitamento do espaço no localde trabalho e pode gerar: • Máquinas em posições inadequadas. • Materiais maldispostos. • Móveis sem boa localização. FIGURA 34 – ARRANJO FÍSICO ADEQUADO FONTE: <https://bit.ly/3acwxfh>. Acesso em: 2 ago. 2019. 93 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 Ordem e limpeza precárias O bem-estar do trabalhador é um dos fatores pouco observados em ambien- tes do trabalho. Peixoto (2011), no entanto, nos alerta de que esses fatores exer- cem influência de ordem psicológica sobre as pessoas, interferindo na produtivi- dade dos trabalhadores. FIGURA 35 – ORDEM E LIMPEZA PRECÁRIAS FONTE: <https://glo.bo/39aj06z>. Acesso em: 2 ago. 2019. Máquinas e equipamentos sem proteção Os novos equipamentos e máquinas estão incluindo em sua estrutura proteções para elementos perigosos, geralmente estruturais, e que servem para o funcionamento do equipamento. Peixoto (2010) descreve que a falta de proteção pode estar em diversas partes, como: • correias; • polias; • correntes; • eixos; • rotativos etc. Esses componentes podem ocasionar o agarro do trabalhador em roupas, cabelos, roupas e mãos, levando-as contra o equipamento e causando diversas lesões. 94 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 36 – MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS SEM PROTEÇÃO FONTE: <https://bit.ly/3amFp25>. Acesso em: 2 ago. 2019. Ferramentas inadequadas ou defeituosas Segundo Peixoto (2010), as ferramentas devem ser sempre usadas para sua destinação e nunca devem ser improvisadas. O improviso de ferramentas pode trazer riscos de acidentes e, consequentemente, o de lesões ao trabalhador. Um exemplo de improviso de ferramentas é fi xar um prego utilizando alicate, chaves inglesas etc. ou abrir latas com chaves de fenda. FIGURA 37 – FERRAMENTA COM USO INADEQUADO FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/10274788/>. Acesso em: 2 ago. 2019. 95 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 Atividade de Estudo: 1 Cite os riscos físicos presentes no seu trabalho atual ou de algum amigo. 4 ERGONOMIA Segundo Gonçalves (2014), a ergonomia é a ciência da adaptação do meio do trabalho para o trabalhador. Chama-se também de engenharia dos fatores humanos e pode-se considerar que é uma ciência multidisciplinar, a qual envolve a integração de várias ciências, como: • Anatomia; • Antropometria; • Biomecânica; • Fisiologia; • Psicologia, entre outras. A Norma Regulamentadora 17 é a norma que estabelece parâmetros para adaptações dos ambientes de trabalho de modo a proporcionar maior conforto, segurança e desempenho aos trabalhadores. Para Gonçalves (2014), a ergonomia pode ser usada por todos os setores produtivos e administrativos, podendo citar: • indústrias; • hospitais e centros de saúde; • escolas; • transportes; • sistemas informatizados etc. 96 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 38 – ERGONOMIA FONTE: <https://blog.marelli.com.br/pt/o-que-e-ergonomia-e-como- aplica-la-a-decoracao-de-ambientes/>. Acesso em: 2 ago. 2019. Gonçalves (2014) relata que a ergonomia busca melhorar situações de traba- lho e lazer, melhorando: • estresses físicos; • articulações; • músculos; • nervos; • tendões; • ossos; • fatores ambientais que interferem diretamente no bem-estar do trabalha- dor. Por exemplo, é melhorar a quantidade de luminosidade que interfere na visão dos trabalhadores. Para o autor, a ergonomia pode melhorar e ajudar em diversas situações, como: • Na compra e planejamento de equipamentos e sistemas computadoriza- dos, que visa ao controle da carga de estresse e da responsabilidade. • Defi ne tarefas buscando a efi ciência e levando em consideração neces- sidades humanas, como as pausas para descanso. • Atua desde a elaboração do desenho de equipamentos até sua disposi- ção fi nal no ambiente de trabalho. • Atua na postura, visando aliviar a carga de trabalho no corpo, possibili- tando a redução no índice das lesões por DORT. 97 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 FIGURA 39 – PLANEJAMENTO DE MÓVEIS E EQUIPAMENTOS FONTE: <https://blog.marelli.com.br/pt/o-que-e-ergonomia-e-como- aplica-la-a-decoracao-de-ambientes/>. Acesso em: 2 ago. 2019. Gonçalves (2014) relata que a ergonomia também pode ser aplicada nos processos de informação com a fi nalidade de melhorar o entendimento de guias e sinais para que fi quem mais esclarecedores e sem ocorrência de erros, buscando: • Criar ações de educação e capacitação em todos os aspectos do traba- lho para compreensão pelos trabalhadores. • Em determinados projetos, como no desenho de equipamento militar e espacial, em que é testada a resistência do corpo humano, chegando a limites extremos. • Criar projetos voltados para a iluminação e a temperatura ambiente, de modo a permitir que o trabalhador (ou usuário) execute sua atividade de acordo com suas necessidades. Assim, a ergonomia utiliza o conhecimento científi co das habilidades huma- nas e as aplica em organizações, atividade, máquinas, ferramentas e móveis com a fi nalidade de se tornarem aptos à necessidade humana. Atividades de Estudo: 1 Cite ao menos três melhorias que a ergonomia pode realizar no trabalho. 98 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho 5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Neste capítulo, estudamos alguns aspectos técnicos referentes à segurança do trabalho. Você, pós-graduando, está preparado para as matérias mais específi cas que serão abordadas ao longo do curso. Agora, sempre quando ler ou escutar sobre os riscos ambientais, saberá do que se trata. Neste capítulo, também vimos os tipos de acidentes e como comunicá-los ao órgão competente. No próximo capítulo, trataremos de aspectos de gestão de segurança. REFERÊNCIAS BELTRAMI, Monica; STUMM, Silvana. Higiene no trabalho. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2013. BRASIL. Decreto n° 3.048, de 6 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. Brasília, 1999. DUARTE, Moacyr. Riscos industriais: etapas para a investigação e a prevenção de acidentes. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 2002. GONÇALVES, Selma Elizabeth de França. Saúde e segurança no trabalho. Pinheiral: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), 2014. LIMA, Maria Gildenes Couto. Introdução à engenharia, segurança e medicina do trabalho na organização. 2009. 16 f. Trabalho – Faculdade São Luís de França, Aracaju, 2009. NORMA REGULAMENTADORA. NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. 2011. NORMA REGULAMENTADORA. NR 15 – Atividades e Operações Insalubres. 1978 PEIXOTO, Neverton Hofstadler. Segurança do trabalho. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, 2010. 99 ASPECTOS TÉCNICOS Capítulo 2 PEIXOTO, Neverton Hofstadler. Curso técnico em automação industrial: segurança no trabalho. Santa Maria: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria, 2008. ROBERT, Leila. Fundamentos da higiene e segurança no trabalho. Cuiabá: Instituto Federal Tecnológico do Pará – IFPA, 2015. SILVA, Cesar A. da; GOMES, João. Saúde e segurança ambiental. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2011. TAVARES, Cláudia Régia Gomes. Segurança do trabalho I. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016. 100 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho CAPÍTULO 3 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de aprendizagem: apresentar o escopo básico de gestão de segurança do trabalho; entender que a segurança do trabalho começa com uma boa gestão de diversos fatores. 102 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho 103 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 1 CONTEXTUALIZAÇÃO No capítulo anterior, vimos assuntos técnicos relacionados à segurança e saúde do trabalho, como acidentes, riscos e ergonomia. Neste capítulo,abordare- mos a introdução do sistema de Gestão de Segurança do Trabalho, bem como os seus benefícios. Esperamos que goste e que este sirva como base para você seguir para as matérias posteriores do curso. Assim, venha conosco aprender como introduzir um sistema de Gestão de Segurança do Trabalho. 2 PREVENÇÃO Para Gonçalves (2014, p. 29), “prevenção em acidentes é algo a ser coloca- do em prática de forma permanente e, para isso ocorrer, a prevenção deve utilizar várias áreas do conhecimento, conceitos e técnicas que se reciclam com evolu- ção tecnológica”. Já para Castel (1984 apud CAPONI, 2003, p. 74), “prevenir é antes de tudo, vigiar, antecipar a emergência de acontecimentos indesejáveis”. FIGURA 1 – ACIDENTE DO TRABALHO FONTE: <https://www.tagout.com.br/blog/seguranca-do-trabalho-e-planejamento- como-auxiliam-na-prevencao-de-acidentes/>. Acesso em: 9 ago. 2019. Durante o ano de 2017, foram registrados no INSS cerca de 549,4 mil acidentes do trabalho. Comparado com 2016, o nú- mero de acidentes de trabalho teve um decréscimo de 6,19%. O total de acidentes registrados com CAT diminuiu em 5,74% de 2016 para 2017. Do total de acidentes registrados com CAT, os acidentes típicos representaram 75,50%; os de trajeto 22,34% e as doenças do trabalho 2,15%. 104 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho As pessoas do sexo masculino participaram com 68,88% e as pessoas do sexo feminino 31,12% nos acidentes típicos; 60,06% e 39,94% nos de trajeto; e 59,16% e 40,84% nas doenças do tra- balho. Nos acidentes típicos e nos de trajeto, a faixa etária dece- nal com maior incidência de acidentes foi a constituída por pes- soas de 25 a 34 anos com, respectivamente, 32,61% e 35,32% do total de acidentes registrados. Nas doenças de trabalho, a faixa de maior incidência foi a de 35 a 44 anos, com 34,53% do total de acidentes registrados (BRASIL, 2017, p. 564). O número de óbitos, levando em consideração o cadastro de benefícios, deve considerar os óbitos de segurados que possuíam dependentes e, portanto, geraram pensão por morte, mas também os daqueles que morreram e, por não possuírem dependentes, não geraram qualquer tipo de benefício (BRASIL, 2017, p. 564). No primeiro caso, dados completos estão disponíveis no SUB. No segundo caso, só podem ser obtidos dados parciais, já que a rotina de captação do dado indicativo de morte decorrente de acidente do trabalho depende da comunicação do óbito por meio da CAT (BRASIL, 2017, p. 564). FIGURA 2 – DISTRIBUIÇÃO DE ÓBITOS DAS GRANDES REGIÕES – 2017 FONTE: Brasil (2017, p. 606) Gonçalves (2014) afi rma que o trabalhador é exposto a riscos ambientais, de acidentes e doenças ocupacionais na atividade que exercer. A segurança do trabalhador faz com que os malfeitos sejam apenas uma possibilidade e que não se tornem realidade. Nos dias atuais é notório que a segurança do trabalho é preocupação tanto no Brasil quanto em outros países. Mesmo que no Brasil essa preocupação passe pelo medo das sanções impostas pela justiça. A despreocu- pação também existe, já que em algumas atividades, como da construção civil, os índices de acidentes ainda continuam elevados. 105 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 FIGURA 3 – SAÚDE DO TRABALHADOR FONTE: <https://bit.ly/3dnkAVN>. Acesso em: 12 ago. 2019. Dessa forma, Gonçalves (2014) afi rma que a análise dos dados referentes à prevenção de acidentes e riscos ambientais devem ser realizados por uma equipe habilitada e qualifi cada de maneira que possam aplicar e utilizar as técnicas ade- quadas para preconizar a qualidade de prevenção de acidentes. Para a empresa que pretende aplicar e desenvolver um bom programa de prevenção de acidentes, Gonçalves (2014) indica que primeiro a empresa deve contar com recursos que serão usados para atingir o objetivo, que é a eliminação de risco de acidentes e de exposição a agentes de riscos ambientais. Outro fator importante se refere à inclusão e mudança de opiniões, já que, nos dias atuais, os profi ssionais de segurança são vistos como “chatos” e os gastos referente à atividade de segurança é vista como custo e não como investimento, pois o retor- no para a empresa tanto em questões mensuráveis como o retorno fi nanceiro é garantido, bem como a melhoria do bem-estar e qualidade de vidas dos colabora- dores que são fatores que não podem ser mensurados por cifras e que pode ser percebido na redução de pagamento de impostos. Para Gonçalves (2014), é possível afi rmar que a prevenção de acidentes e riscos ambientais é realizada utilizando-se de um conjunto de ações que visam impedir a ocorrência de eventos desastrosos e doenças ocupacionais, que em outras palavras, para a empresa, quer dizer que custos adicionais não serão mais incluídos nas despesas. O homem com seu ambiente de trabalho deve ser enten- dido, não somente estar inserido no mercado de trabalho com fi nalidades fi nan- ceiras e, sim, com outros benefícios importantes, como a elevação ou diminuição da autoestima do trabalhador em caso de afastamento. 106 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 4 – INVESTIMENTOS EM SEGURANÇA DO TRABALHO FONTE: <https://realizartepalestras.com.br/como-diminuir-custos-por-meio- da-prevencao-de-acidentes-de-trabalho/>. Acesso em: 12 ago. 2019. Segundo Gonçalves (2014), no caso de prevenção de acidentes devemos ob- servar o homem, a sua ferramenta de trabalho e seu meio ambiente de trabalho, as- sim, unindo esses três fatores temos o termo “Homem – meio – máquina”, que é fun- damental tanto para o sucesso do trabalho quanto para desencadear os acidentes. Gonçalves (2014) relata que é sabido que o homem é fundamental para rea- lização do trabalho, seja ele operando as ferramentas, seja na área de automação programando os equipamentos ou na interpretação dos números das análises dos números. Assim, o homem é “instrumento” para prevenir os acidentes, utilizando- -se de números originados das avaliações periódicas dos processos de trabalhos. O acidente de trabalho, segundo Gonçalves (2014, p. 30), é a combinação de vários fatores: • Homem – uma lesão que representa apenas um dos possí- veis resultados de um acidente; • Material – quando o acidente afeta apenas o material; • Maquinaria – quando o acidente afeta apenas as máquinas. Raramente um acidente com máquina se limita a danifi car so- mente a máquina; • Equipamento – quando envolver equipamentos, tais como: empilhadeiras, guindastes, transportadoras etc.; • Tempo – perda de tempo é o resultado constante de todo aci- dente, mesmo que não haja dano a nenhum dos fatores acima mencionado. 107 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 FIGURA 5 – ALAVANCA, UMA DAS PRIMEIRAS MÁQUINAS DA HUMANIDADE FONTE: <https://www.fi sica.net/mecanicaclassica/maquinas_ simples_alavancas.php>. Acesso em: 12 ago. 2019. Para saber mais, assista ao vídeo Como Prevenir Acidentes? Cuidado nunca é demais. Dicas de Segurança (#13). Acesse: https:// youtu.be/oyHTydnpuYs. Atividades de Estudo: 1) Cite os fatores que, combinados, geram acidente de trabalho. 3 CONTROLE Camargo (2011) relata que mesmo nos dias atuais, em que a tecnologia pode oferecer um melhor ambiente de trabalho, o mercado competitivo onde as empresas atuam pode interferir no gestor e os cuidados que devem ser oferecidos 108 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho aos trabalhadores são deixados de lado. Com isso, expõem os trabalhadores a ambientes insalubres, interferindo em sua saúde e, consequentemente, na efetivi- dade de seus colaboradores. FIGURA 6 – ALAVANCA FONTE: <https://bit.ly/2Wws9Ul>. Acesso em: 12 ago. 2019. Para Camargo (2011), o comprometimento com liderança do mercado, in- dependência econômica e crescimento das empresas necessita estar ligada ao bem-estar de seus colaboradores. Mesmo que esses fatores tragam benefícios econômicos é preciso observar a relação “homem x máquina x produção”. Essa relaçãomuitas vezes é relacionada a ambientes insalubres e com riscos de ocor- rerem acidentes, interferindo a saúde do trabalhador. Segundo Camargo (2011), além do comprometimento da empresa investindo e contratando profi ssionais na área da segurança é preciso que os trabalhadores colaborem com os programas e demais ações, por exemplo, da CIPA, pois nada adianta o investimento, equipamentos, layout, tecnologia, processos e ferramen- tas administrativas adequados se os trabalhadores não estiverem comprometidos com a segurança de suas atividades laborais. Camargo (2011) diz que, seguindo esse foco, a segurança e higiene do tra- balho torna-se importante para mostrar a imagem da organização muito além do sentido econômico, já que nenhum trabalhador quer trabalhar em uma empresa que paga bem para sair de lá morto ou com consequências irreversíveis para seu corpo. Assim, as empresas devem oferecer uma qualidade superior dos serviços prestados, produtos e ter cuidado com seus colaboradores. 109 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 FIGURA 7 – INVESTIR EM SEGURANÇA DO TRABALHO É ESSENCIAL PARA O CRESCIMENTO DA EMPRESA FONTE: <https://bit.ly/2xexxRm>. Acesso em: 12 ago. 2019. Segundo Muller e Leite (2014, p. 61), ações devem ser realizadas para atenuação ou eliminação de riscos ambientais sempre que alguma das seguintes situações acontecerem: • Identifi cação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde; • Constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde; • Quando os resultados das avaliações quantitativas da expo- sição dos trabalhadores excederem os valores dos limites pre- vistos na NR-15, ou na ausência destes os valores limites de exposição ocupacional adotados pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists (ACGIH), ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de traba- lho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos; • Quando, através do controle médico da saúde, fi car caracteri- zado o nexo causal entre danos observados na saúde dos tra- balhadores e a situação de trabalho a que eles fi cam expostos. Ainda segundo Muller e Leite (2014, p. 62), análise, desenvolvimento e a im- plantação de medidas de proteção coletiva devem obedecer à seguinte hierarquia: • Medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; • Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; • Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho implantação das medidas de controle. 110 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho FIGURA 8 – RISCOS E CONTROLE FONTE: <https://www.docsity.com/pt/tecnologia-riscos-controle-prevencao/4909239/>. Acesso em: 12 ago. 2019. Para Muller e Leite (2014), a implantação de medidas coletivas deve ser pre- cedida de treinamento dos colaboradores com o intuito de assegurar a efi ciência dos procedimentos e oferecer informação sobre possíveis riscos sobre a atividade a ser realizada. Muller e Leite (2014) relatam que no caso de comprovação pela empresa, a inviabilidade de implantação de proteção coletiva, quando estas não forem sufi - cientes para eliminação dos riscos ou quando a implantação estiver em fase de estudo, planejamento ou implantação. Deverão ser outras medidas obedecendo à seguinte sequência: • Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho. • Utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI). FIGURA 9 – FLUXOGRAMA DE INVIABILIDADE TÉCNICA DE PROTEÇÃO COLETIVA FONTE: <https://bit.ly/2U9r1nR>. Acesso em: 12 ago. 2019. 111 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 3.1 AÇÕES DE SST Segundo Barros (2013, p. 70), para um programa de SST consistente é preciso que toda organização harmonize de certa forma com o sistema de gestão. A empresa deve promover o diagnóstico das reais condições de SST. Para esse diagnóstico a instituição deve: • Levantar dados relacionados à cultura da empresa pertinentes à SST; • Saber, em detalhes o que pensa a empresa, na fi gura de seus colabora- dores, sobreas questões relacionadas à SST e, mais especifi camente, sobre a qualidade de vida das pessoas que nela trabalham. Para Barros (2013), o diagnóstico levantará dados a risco, avaliando-os qua- litativa e quantitativamente, além de verifi car a efi ciência das medidas de controle. Outro fator importante é o histórico de acidentes de trabalho da empresa que de- vem ser relacionados com os riscos existentes e com a real efi ciência das medi- das de controle implementadas, avaliando se estas estão sendo efi cazes e estão trazendo os resultados esperados. FIGURA 10 – AÇÕES DE FORMAÇÃO E TREINAMENTO DE PROGRAMAS DE SST (A) FONTE: <https://bit.ly/3bnIsal>. Acesso em: 12 ago. 2019. De acordo com Barros (2013), para o diagnóstico de SST realizado é preciso saber a opinião da empresa em relação a: 112 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho • Tipo de sistema e programas de SST que esta pretende implementar. • Se busca uma segurança cujo objetivo seja o cumprimento de leis com vistas à redução de passivos trabalhistas e confl itos nas relações de tra- balho. • Ou busca um sistema avançado calcado em ações voluntárias em que a SST passe a fazer parte dos sistemas produtivos e se torne um instru- mento efi caz de agregação de valor a seus negócios. Com a defi nição do grau de maturidade dos programas de SST, para Barros (2013), a empresa deverá defi nir qual a política de SST a ser adotada, já que esse passo é primordial para implantação de qualquer sistema e programa de saúde e segurança do trabalhador. FIGURA 11 – AÇÕES DE FORMAÇÃO E TREINAMENTO DE PROGRAMAS DE SST (B) FONTE: <https://segurancadotrabalhonwn.com/o-programa-de- sst-mais-importante/>. Acesso em: 12 ago. 2019. Segundo Barros (2013, p. 70), com a política de SST defi nida, a empresa poderá defi nir: • O alcance dos programas, sua estrutura, funcionamento; • Atribuições do corpo gerencial e dos trabalhadores; • Níveis de responsabilidade; • Critérios de avaliação de desempenho dos programas e de seus condutores; • Alocação de recursos e defi nição de prioridades. 113 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 Assim, segundo Barros (2013), a política de SST deverá sempre estar alinhada ao sistema de gestão da produção, para isso acontecer é importante que a produção tenha sido planejada e implantada, levando em conta prioritariamente a segurança e saúde dos trabalhadores. 3.2 MATURIDADE DOS PROGRAMAS TÉCNICOS Barros (2013) defi ne que o grau de maturidade quando apresenta valores 0, 1 ou 2 (baixo) signifi ca que os riscos não foram identifi cados ou foram identifi cados parcialmente. Consequentemente, as medidas de controle são afetadas, já que não existe clareza na defi nição dos riscos, logo não haverá clareza e adequações nos métodos de controle. FIGURA 12 – ANÁLISES DE MATURIDADE FONTE: <http://esocial.sesisc.org.br/entrevista-especialista-em-engenharia-de- seguranca-do-trabalho-do-sesi-da-dicas-sobre-o-esocial/>. Acesso em: 13 ago. 2019. Barros (2013) relata que para situações de riscos que foram devidamente quantifi cadas e qualifi cadas, o grau de maturidade é 3 (médio), assim as medidas de controle são corretamente defi nidas e implementadas, mas não mantidas. 114 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho Segundo Barros (2013), no grau de maturidade 4 (alto) todas as fases são severamente observadas, como: • Identifi cação dos riscos. • Defi nição do controle. • Implementação do controle. • Manutenção do controle. Barros (2013) diz que com o grau de maturidade defi nido, os programas de SST da empresa passarão para a etapa seguinte, que será a defi nição da política de SST, esse passo é importante para implantação de qualquer programa ou sistema de saúde e segurança do trabalhador. Para Barros(2013, p. 71), através da política de SST, a empresa defi nirá alguns direcionamentos sobre o tema, como: • O alcance dos programas, sua estrutura e funcionamento; • Atribuições do corpo gerencial, dos trabalhadores; • Níveis de responsabilidade, critérios de avaliação de desem- penho dos programas e de seus condutores; • Alocação de recursos e defi nição de prioridades. Barros (2013) explica que é fundamental que a política de SST seja ligada ao sistema de gestão da produção. Na verdade, a gestão de produção deve levar em consideração a segurança de seus colaboradores quando ainda estiver em fase de planejamento, conjuntamente à política do SST, só assim a empresa terá a garantia que poderá implementar e executar todas as ações de segurança e saúde de seus trabalhadores. 3.3 GESTÃO DE RISCOS Para um sistema de SST ser efi ciente, o controle de redução dos riscos exis- tentes também deve ser efi caz na mesma proporção. Caso ocorra alguma falha ou inefi ciência no planejamento, execução ou validação dos dados, todo o processo de segurança e saúde do trabalhador será prejudicado ou pode ser considerado inoperante. Assim, tudo o que estava previsto para realização ou execução não poderá ser realizado até que a falha ou inefi ciência seja corrigida ou solucionada. 115 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 FIGURA 13 – GESTÃO DE RISCOS FONTE: <https://bit.ly/3dhz3Tk>. Acesso em: 15 ago. 2019. Segundo Camargo (2011, p. 75), as etapas que devem ser seguidas na Gestão de Risco são: • Analisar e avaliar o ambiente sobre sua segurança e proces- sos; • Métodos pré-defi nidos de revisão dos riscos; • Monitoramento e controle de modifi cações corretivas; • Defi nir padrão de qualidade para os sistemas críticos; • Treinar, capacitar e informar os recursos humanos; • Processos fl exíveis; • Avaliação e controle dos sistemas e processos. 3.4 PERIGOS Para Camargo (2011), é preciso que sejam levantadas: • Situações de perigo relacionadas a todas as atividades. • Instalações físicas. • Equipamentos. • Processos e produtos. 116 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho • Os possíveis riscos que apresentem devem ser avaliados. Com a fi na- lidade de condicionar as providências e ações para a eliminação e ou minimização desses riscos. 3.5 AVALIAÇÃO Já para avaliação, Camargo (2011) deverá levar em consideração a relevân- cia e a prioridade. Com isso, as medidas de correções ou prevenção ganham em efi ciência. Dessa forma, a avaliação deve conter critérios de validação para deter- minar o padrão a ser seguido. 3.6 MEDIDAS Camargo (2011, p. 76) defende a adoção de medidas que visem “eliminar ou minimizar os elementos que possibilitam a materialização de riscos”. Para o autor, as medidas “devem ser adotadas com critérios de prioridade, de acordo com a importância da situação de perigo”. 3.7 PROCESSOS Com a fi nalidade de soluções e resultados adequados, Camargo (2011, p. 76) defi ne que para cada situação de risco identifi cada o planejamento e implantação de processos seguros devem ser preconizados. Esses processos devem ser objetivos para o fácil entendimento e envolvimento de todos que devem seguir algumas condições: • Substituição por produtos, equipamentos e materiais menos perigosos; • Ações de redução do potencial de risco, ou mesmo a elimina- ção de processos que apresentem alto grau de risco; • Processos simplifi cados, tornando as instalações mais segu- ras e menos sujeitas a falhas (equipamentos / pessoas) (CA- MARGO, 2011, p. 76). 3.8 ANÁLISE DE RISCOS Antes de entender como funciona a análise de risco, Camargo (2011, p. 76) diz que é necessário saber o seu conceito: “Conjunto de técnicas e ferramentas com a fi nalidade de identifi car, estimar, avaliar, monitorar e administrar os eventos que colocam em risco a saúde e segurança do trabalhador”. 117 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 Para saber mais, assista ao vídeo O que é e como fazer Análise de Risco. Acesse: https://youtu.be/RnOn4i82QEs. 3.9 ETAPAS DA ANÁLISE DE RISCOS Para Camargo (2011), as etapas para análise de risco são: • Etapa 1 – Caracterização do empreendimento. • Etapa 2 –Identifi cação dos riscos. • Etapa 3 – Projeção/Estimativas dos riscos (frequência e consequências). • Etapa 4 – Avaliação das Estimativas realizadas. • Etapa 5 – Administração dos riscos (ação a ser aplicada). • Etapa 6 – Monitoramento dos Riscos (padronização e melhoria contínua). FIGURA 14 – GESTÃO DE RISCOS FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=p4hEk5mjua4>. Acesso em: 15 ago. 2019. 3.10 GESTÃO PREVENTIVA A capacidade de improvisação e interação do profi ssional de segurança do trabalho é primordial para o seu destaque. Para conseguir informações referentes aos riscos, por exemplo, é preciso conhecer todo processo, equipamentos, fontes geradoras do risco etc. (CAMARGO, 2011. 118 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho Segundo Camargo (2011, p. 71-72), essa fase de análise é importante, pois vai fornecer informações que podem ser utilizadas nos programas de prevenção e na gestão de segurança. Questões como “Que acidente poderia acontecer em cada processo?” poderão ser encontradas: • Observando o trabalho. • Conversando com o operador. • Analisando acidentes ocorrido. Na análise de cada processo, Camargo (2011, p. 72) relata que se deve fi car atento a agentes que podem causar acidentes ou doenças como, por exemplo: • Posicionamento: Operações em equipamentos cuja atividade permita a introdução de dedos ou mãos; • Choque elétrico: Fios expostos, principalmente se o trabalho está relacionado com eletricidade; • Produtos químicos: Contato, permanente ou não, com qual- quer desses produtos; • Fogo: Operações com produtos infl amáveis (derramamen- tos), soldas e cortes em locais impróprios, riscos de vazamen- tos ou derramamentos de produtos; • Área de Trabalho: Pisos escorregadios, passagens irregula- res ou obstruídas, com saliência ou buracos. Ordenação, ar- ranjo físico e limpeza inadequada. Segundo a norma NBR ISO 31000, a “Gestão de Riscos compreende um conjunto de atividades coordenadas, com a fi nalidade de direcionar e controlar uma organização em relação aos riscos”. A gestão de risco, segundo Camargo (2011, p. 72-73), envolve várias ativida- des, como: • Análise de Riscos – uso sistemático das informações dispo- níveis para que a origem de ameaças seja identifi cada e para que os riscos sejam estimados; • Avaliação de Riscos – processo de comparação entre o risco previsto com os níveis de tolerância estabelecidos para deter- minado risco; • Tomada de decisão – processo que trata da seleção e priori- dade sobre os riscos para se implementar medidas corretivas. 119 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 FIGURA 15 – FLUXOGRAMA DE TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO FONTE: <https://segurancadotrabalhoacz.com.br/tecnicas- de-analise-de-risco/>. Acesso em: 15 ago. 2019. Para Camargo (2011, p. 73), a gestão de risco promove a aplicação de processos de melhorias por meio da: • Análise do ambiente real e identifi cação de possíveis perigos; • A avaliação dos riscos detectados; • Adoção de medidas preventivas e de controle destes. O objetivo da gestão de risco é: • Promover a proteção e integridade dos colaboradores, meio ambiente e espaço físico (ambiente). Outro fator importante é que a gestão de risco deve promover e conscien- tizar empregadores e colaboradores de um monitoramento contínuo dos riscos existentes no ambiente de trabalho que possam estar prejudicando a saúde e segurança dos trabalhadores. Para isso, a gestão de risco pode promover a ela- boração e execução de novos projetos para corrigir tais problemas nas atividades que os trabalhadores exercem. 3.11 DIAGNÓSTICO DE SEGURANÇA Segundo Barros (2013), para entender o nível de segurança da empresa devemos: 120 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho • Observar a instituiçãona sua totalidade. • Levantar e avaliar o ambiente e sua relação com a atividade exercida em várias etapas de produção. Segundo Barros (2013), é necessário observar: • Os sistemas operacionais e sistemas organizacionais. • Conhecer os homens e mulheres. • Equipamentos e instalações. • Processos. • Insumos/produtos e métodos administrativos. FIGURA 16 – FLUXOGRAMA DE DIAGNÓSTICO DE SEGURANÇA FONTE: <https://bit.ly/3bjhUXG>. Acesso em: 12 ago. 2019. 3.12 FERRAMENTAS DE DIAGNÓSTICO Para realizar o diagnóstico, segundo Barros (2013), é necessário que se utilize ferramentas que devem ser escolhidas para conseguir dados da empresa no âmbito social, organização do trabalho e de tecnologia. Barros (2013, p. 72) avalia que esses dados devem ser conseguidos com análises realizadas por profi ssionais especializados: • Análise da Cultura das Pessoas e da Empresa: realizado por Atropólogo, Sociólogos e Pedagogos; • Análise da Liderança: realizado por Psicólogos e Pedagogos; • Análise da Gestão: realizado por Administradores, Economis- tas e Engenheiros; • Análise de Clima: realizado por Psicólogos; • Análise de Riscos: realizado por Técnicos de Segurança, En- genheiros. 121 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 Atividades de Estudo: 1 Descreva o que deve ser realizado quando existe inviabilidade técnica de implantação de proteção coletiva. 4 AVALIAÇÃO Segundo Muller e Leite (2014), a avaliação tem por objetivo fornecer um número de referência, que é o ponto de partida de ações preventivas para diminuir a probabilidade de exposição aos agentes ambientais. As ações preventivas, de acordo com Muller e Leite (2014, p. 63), incluem: • “Monitoramento periódico da exposição; • Informação aos trabalhadores; • Controle médico”. FIGURA 17 – FLUXOGRAMA DE AÇÕES E RECOMENDAÇÕES FONTE: <http://segurancatemfuturo.com.br/index.php/2018/01/15/ acompanhar-as-acoes/>. Acesso em: 13 ago. 2019. 122 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho A avaliação quantitativa, para Muller e Leite (2014, p. 63), deverá ser realiza- da quando for necessário: • Comprovar o controle da exposição ou a inexistência de ris- cos identifi cados na etapa de reconhecimento; • Dimensionar a exposição dos trabalhadores; • Subsidiar o equacionamento das medidas de controle. Na visão de Muller e Leite (2014, p. 63), o início de ações de controle siste- mático de situações de exposição de trabalhadores acima dos níveis exposição deve seguir: • Para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional considerados de acordo com a alínea “c” do subi- tem 9.3.5.1 da NR-9; • Os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previsto na NR-15; • Na ausência dos valores de limites de exposição ocupacio- nal da NR 15 adota-se os valores estabelecidos pela American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH); • Aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação co- letivas do trabalho, desde que mais rigorosos do que os crité- rios técnicos estabelecidos; • Para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na NR-15, Anexo I, item 6. Muller e Leite (2014) descrevem que, caso ocorra dois ou mais períodos de exposição a ruídos de diferentes níveis, e a soma for superior à unidade, a exposição estará acima dos limites de tolerância. Para isso, deve-se considerar o efeito combinado pela seguinte fração: C1/T1+C2/T2=C3/T3....Cn/Tn Em que: Cn = tempo total que o trabalhador fi ca exposto a um nível de ruído específi co; Tn = máxima exposição diária permitida a este nível. Segundo Muller e Leite (2014), para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e as medidas de controle deve-se realizar uma avaliação sistemática e frequente da exposição de cada risco, alterando as medidas de controle sempre que necessário. Os dados sempre devem estar acessíveis aos trabalhadores, representantes ou autoridades competentes fi scalizadoras. 123 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 FIGURA 18 – NÍVEL DE AÇÃO PARA RUÍDO CONTÍNUO FONTE: <https://segurancadotrabalhonwn.com/nivel-de-acao-nr-9- ele-faz-a-diferenca-no-seu-ppra/>. Acesso em: 12 ago. 2019. 5 BENEFÍCIOS Oliveira (2015) relata que os empresários sempre têm o pé atrás quando o assunto é segurança do trabalho. No mercado, o crescimento de uma instituição é sempre o objeto, seja qual empresa for. Pensando em crescimento e investimento a médio e longo prazo, as empresas devem raciocinar e investir em segurança do trabalho para ter a redução de impostos pagos ao governo. Afi nal, qual empresa não quer reduzir a carga tributária paga mensalmente para o governo? FIGURA 19 – BENEFÍCIO DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO (A) FONTE: <https://bit.ly/33EE583>. Acesso em: 14 ago. 2019. Para Oliveira (2015), o bem-estar dos colaboradores é previsto em várias leis brasileiras, tanto na esfera trabalhista, cível como previdenciária. A cada dia 124 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho que passa, essas leis vão se tornando mais rigorosas no que tange à prevenção e preservação da saúde do trabalhador, incluindo as empresas mais simples, que utilizam somente escritório até empresas mais complexas, que utilizam máquinas e equipamentos, como a indústria. FIGURA 20 – BENEFÍCIO DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO (B) FONTE: <http://medtrabconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2017/10/5-benefi cios-da- saude-e-seguranca-do-trabalho-para-empresas-inf-73.jpg>. Acesso em: 14 ago. 2019. Oliveira (2015) diz que, usualmente, o Brasil é um país que tem muitas ações trabalhistas dos trabalhadores contra as empresas em que trabalharam. Os moti- vos frequentes desses processos trabalhistas são geralmente para pedir valores com relação à saúde e segurança do trabalho, os quais pode-se citar os adicio- nais de insalubridade e periculosidade, além de situações de acidentes de traba- lho. Assim, as empresas devem se preocupar em manter toda documentação e a gestão em segurança do trabalho ativa para se preocupar com a saúde e preven- ção do trabalhador e não se preocupar com processos trabalhistas. FIGURA 21 – BENEFÍCIO DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO (C) FONTE: <http://medtrabconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2017/10/5-benefi cios-da- saude-e-seguranca-do-trabalho-para-empresas-inf-73.jpg>. Acesso em: 14 ago. 2019. 125 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 Segundo Oliveira (2015), outros processos aos quais as empresas respon- dem muito é na esfera civil relacionado a acidentes do trabalho. Em alguns anos, esse tipo de processo está aumentando e os trabalhadores recebem seus direitos conforme a lei. Por consequência, algumas empresas, após a condenação, se veem obrigadas a fechar as portas para pagar as indenizações. Assim, as em- presas devem investir na segurança e saúde do trabalhador para não passar por esses percalços. FIGURA 22 – BENEFÍCIO DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO (D) FONTE: <http://medtrabconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2017/10/5-benefi cios-da- saude-e-seguranca-do-trabalho-para-empresas-inf-73.jpg>. Acesso em: 14 ago. 2019. Oliveira (2015) relata que as empresas devem se atentar para os benefícios indiretos, como: • Qualidade de vida no ambiente de trabalho. • Aumento do rendimento. • Satisfação da necessidade básica de segurança. FIGURA 23 – BENEFÍCIO DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO FONTE: <http://medtrabconsultoria.com.br/wp-content/uploads/2017/10/5-benefi cios-da- saude-e-seguranca-do-trabalho-para-empresas-inf-73.jpg>. Acesso em: 14 ago. 2019. 126 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho Segundo Oliveira e Crivellaro (2014), o governo busca estimular a prática prevencionista com o intuito de diminuir os custos com benefícios pagos por acidentes e doenças do trabalho. A ferramenta utilizada para isso é diminuir os impostos para quem investe em saúde e segurança do trabalhadore aumentar os impostos para quem não se preocupa com essa demanda. Essas alterações dos impostos são realizadas por indicadores de desempenho da empresa relacionado a doenças e acidentes do trabalho. 5.1 SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO (SAT) Para Oliveira e Crivellaro (2014), trata-se da contribuição cobrada sobre a folha de pagamento das empresas por meio da Receita Federal do Brasil sob título de seguro. A intenção do seguro é atender e cobrir os custos referentes acidentes do trabalho por meio de pagamento de benefícios pelo sistema previdenciário. Para isso, utiliza um percentual denominado RAT – Risco de Acidente de Trabalho – que considera: • 1% - Risco leve. • 2% - Risco médio. • 3% - Risco alto. FIGURA 24 – SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO (SAT) FONTE: <https://bit.ly/2xkFvZ2>. Acesso em: 14 ago. 2019. 127 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 Oliveira e Crivellaro (2014) dizem que o percentual é determinado de acordo com a atividade da empresa através da Classifi cação Nacional de Atividade Econômica (CNAE). Antes do NTEP, as empresas que se preocupavam em investir em melhorias nas condições de trabalho contribuíam com o mesmo percentual (1%, 2% ou 3%), em relação às empresas do mesmo segmento econômico, que ofereciam péssimas condições de trabalho, onde seus colaboradores adoeciam ou se acidentavam com mais facilidade. 5.2 NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO (NTEP) O NTEP, segundo Oliveira e Crivellaro (2014), é um sistema que infl uencia diretamente o valor do FAP (próximo assunto), já que de forma objetiva o NTEP é que avalia a causa e efeito de acidentes e doenças do trabalho e considera: • Frequência. • Gravidade. • Custos dos respectivos benefícios acidentários. Para saber mais sobre o NTEP, leia o artigo presente no ende- reço: jus.com.br/artigos/22929/ntep-nexo-tecnico-previdenciario-e-e- -fap-fator-acidentario-de-prevencao. FIGURA 25 – NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO (NTEP) FONTE: <https://bit.ly/3bgVFkZ>. Acesso em: 14 ago. 2019. 128 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho 5.3 FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP) Segundo Oliveira e Crivellaro (2014), o FAP é o fator que verifi ca a acidenta- lidade das empresas dois anos anteriores ao processamento. Por exemplo, se a base de cálculo do FAP de 2019 foi janeiro de 2017 a dezembro de 2018, o per- centual só será pago de janeiro a dezembro de 2020. Com o FAP, Oliveira e Crivellaro (2014) dizem que o governo busca incenti- var e melhorar as condições de saúde e segurança do trabalhador, fazendo com que as empresas invistam em melhorias relativas a esse assunto e como conse- quência busca reduzir os números de acidentes do trabalho. Para Oliveira e Crivellaro (2014), com a inclusão do FAP, as empresas pas- saram a ser mais competitivas no mercado, já que com o investimento na saúde e segurança dos seus colaboradores, os custos de doenças e acidentes do trabalho não são repassados ao consumidor com inclusão de valores no produto fi nal. As- sim, empresas que investem nos seus colaboradores conseguem uma vantagem no mercado com a redução de valores dos seus produtos. FIGURA 26 – FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP) FONTE: <https://seac-rj.com.br/alterada-regras-para-calculo-do-fator- acidentario-de-prevencao-fap-2017/>. Acesso em: 14 ago. 2019. Para Oliveira e Crivellaro (2014), os benefícios do FAP são: 129 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 • Os trabalhadores terão a integridade física e mental assegurada. • A empresa aumentará a produtividade, diminuindo o seu custo operacio- nal, tornando-se mais competitiva. • Os consumidores poderão comprar produtos com melhores preços. • A Previdência Social pagará menos benefícios. FIGURA 27 – FLUXOGRAMA DO FAP (A) FONTE: <http://manualdotrabalhoseguro.blogspot.com/2014/07/o-que- e-fap-fator-acidentario-de.html>. Acesso em: 14 ago. 2019. 5.4 FONTE DE DADOS DO FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP) Como bases de cálculos do FAP, Oliveira e Crivellaro (2014) dizem que são utilizadas as seguintes fontes de dados: • Registros da Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) relativos a cada acidente ocorrido. • Registros de concessão de benefícios acidentários que constam nos sis- temas informatizados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) con- cedidos a partir do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP). • Cadastro Nacional de Informações Social (CNIS), do Ministério da Previdência Social (MPS). Segundo Oliveira e Crivellaro (2014, p. 129), no CNIS são informados, entre outros dados: • Respectivos segmentos econômicos aos quais pertencem, segundo a Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE); 130 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho • Número de empregados; • Massa salarial; • Afastamentos; • Alíquotas de 1%, 2% ou 3%; • Valores devidos ao seguro social. FIGURA 28 – FLUXOGRAMA DO FAP (B) FONTE: <https://direitodetodos.com.br/cnis-cadastro-nacional- de-informacoes-sociais/>. Acesso em: 14 ago. 2019. Para Camargo (2011), todo acidente ou doença do trabalho gera prejuízos quantifi cáveis e não quantifi cáveis. Os custos são sentidos por todos os empre- gadores, empregados e consumidores. Os profi ssionais da área de segurança de- vem estar atentos a esses impactos e propiciar uma melhora na qualidade de vida dos trabalhadores e auxiliar o empresário a reduzir seus custos com impostos pagos ao governo. 5.5 IMPACTO NAS EMPRESAS Para Chirmici e Oliveira (2016), os profi ssionais da área de segurança deixa- ram de ser apenas “gastos” para a empresa, sendo estes profi ssionais fundamen- tais para a economia em impostos das empresas. 131 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 FIGURA 29 – IMPOSTO FONTE: <https://corupafm.com.br/noticia/187911/economia-aumentar-impostos-nao-e- solucao-para-crise-acredita-deputado-fernando-monteiro>. Acesso em: 14 ago. 2019. Segundo Chirmici e Oliveira (2016, p. 162), algumas atitudes técnicas e de gestão podem ser tomadas com a fi nalidade de reduzir ou administrar os índices de frequência, gravidade e custo à Previdência Social: • Quando do encaminhamento do funcionário ao INSS para realização de perícia, encaminhar em conjunto documentação ou posterior recurso da inexistência de correspondente nexo causal entre o trabalho e afastamento; • Reforçar treinamentos e ações de segurança do trabalho, bem como critério na emissão da CAT; • Controle de absenteísmo por meio do monitoramento de ates- tados médicos, principalmente de doenças que constem do rol de doenças presumivelmente relacionadas ao trabalho; • Atualização das normas internas de gestão de Segurança e Medicina do Trabalho, com foco na gestão de FAP, SAT e NTEP; • Formação de “comitê NTEP”, integrado por profi ssionais da área de Segurança e Medicina do Trabalho, Recursos Huma- nos e Jurídica; • Monitoramento e avaliações ocupacionais constantes; • Adequação ergonômica de mobílias em postos administrati- vos; • Treinamento comportamental com foco em atitudes preventi- vas, acompanhado pelas áreas de treinamento das empresas; • Rigorosidade no exame admissional, consistindo este, o mais importante dos exames ocupacionais. Para Chirmici e Oliveira (2016), os profi ssionais do SESMT não devem exis- tir somente para cumprir a legislação, mas devem usar esses profi ssionais para redução de custos. Lembrando que o profi ssional da área de segurança não pode 132 Introdução À Engenharia de Segurança do Trabalho fazer tudo por conta própria e sempre tem que contar com o apoio incondicional das empresas para proporcionar um ambiente salubre, bem-estar laboral e redu- ção de impostos para elas. FIGURA 30 – REDUÇÃO DE IMPOSTOS FONTE: <https://garciadeoliveira.adv.br/recuperacao-de-creditos- tributarios/reducao-de-impostos/>. Acesso em: 14 ago. 2019. Atividades de Estudo: 1 Cite três benefícios que uma instituição pode ter se investir em segurança e saúdedo trabalhador. 6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Assim, encerramos o nosso livro didático. Esperamos que você, caro pós- -graduando, tenha gostado da nossa experiência no início da segurança do tra- balho. Daqui para frente, esperamos você com matérias que aprofundarão o seu aprendizado em assuntos muito mais técnicos e com o objetivo de formar profi s- sionais que estejam preparados para o mercado de trabalho dentro da área de Segurança do Trabalho. Bons estudos e sucesso! 133 GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO Capítulo 3 REFERÊNCIAS BARROS, Sergio Silveira de. Análise de riscos. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2013. BRASIL. Anuário Estatístico da Previdência Social. Brasília: MF/DATAPREV, 2017. CAMARGO, Wellington. Gestão da segurança do trabalho. Curitiba: Universi- dade Federal do Paraná, 2011. CAPONI, Sandra. A saúde como abertura ao risco. In: CZERESNIA, Dina (Org.). Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003. p. 55-77. CHIRMICI, Anderson; OLIVEIRA, Eduardo Augusto Rocha. Introdução à saúde e segurança no trabalho. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. GONÇALVES, Selma Elizabeth de França. Saúde e segurança no trabalho. Pinheiral: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), 2014. MULLER, Ciro; LEITE, Paulo. Práticas em saúde e segurança do trabalho. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2014. OLIVEIRA, Edson João de; CRIVELLARO, João Luiz Gallego. Epidemiologia. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2014. OLIVEIRA, Uanderson Rebula de. Ergonomia e segurança do trabalho. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2015.