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Intoxicação por digitálicos Emerson Sela; Juliana Beatriz; Lethicia Harada; Mariane Torohara; Matheus Rueda; Rafaella Amaro; Rayssa Izidio; Thaís Andrade INTRODUÇÃO Medicamentos que atuam no coração Principais: Digoxina e Digitoxina Utilizados no tratamento de doenças que causam disfunção miocárdica sistólica e ICC Principalmente fibrilação atrial Digoxina é utilizada como antiarrítmico na MV e tornou-se o glicosídeo cardíaco mais prescrito devido às vias alternativas de administração, disponibilidade de mensuração sérica e possibilidade de utilização em pacientes renais Os valores entre doses terapêuticas e doses tóxicas são semelhantes, facilitando a intoxicação MECANISMO DE AÇÃO Inibição da enzima Na+–K+ ATPase aumenta [ ] de Ca++ intracelular = efeito inotrópico positivo A redução da troca de Na+–K+ vai provocar um aumento de Na+ intracelular que, em excesso, é trocado por Ca++ o cálcio oferecido em maior [ ] para as céls contráteis aumenta a intensidade de contração do músculo cardíaco Efeito antiarrítmico Níveis terapêuticos reestabelecem os reflexos barorreceptores, aumentam a atividade parassimpática dos nós sinoatrial/atrioventricular e dos átrios, diminuem os efeitos simpáticos diminuição da FC METABOLIZAÇÃO E EXCREÇÃO Digoxina Meia vida mais curta 85% é biotransformado nos rins e 15% no fígado Indicada para nefropatas Uso limitado em pacientes em estágios avançados de doença renal possuem a degradação do fármaco comprometida Não indicada para felinos Digitoxina Completamente absorvida Biotransformação hepática 27% eliminada pela bile e 2% eliminada pelas fezes Indicada para felinos FARMACOCINÉTICA VIAS DE INTOXICAÇÃO Via oral Os primeiros sinais são gastrointestinais Via intravenosa Efeito vasoconstritor FATORES DE RISCO Animais portadores de distúrbios eletrolíticos, disfunção renal e uso associado de substâncias potencializadoras dos efeitos da Digoxina Pacientes portadores de deficiência de magnésio predisposição à intoxicação e arritmias ventriculares graves Pacientes hipocalêmicos maiores chances de intoxicação Doses tóxicas inativam os canais de Na+ deprimindo a velocidade de condução bloqueio atrioventricular SINAIS CLÍNICOS Anorexia Náusea Vômitos Diarreia Desorientação Sinais neurológicos Arritmias cardíacas DIAGNÓSTICO Nível sérico de potássio é o melhor indicador de toxicidade e prognóstico Intoxicações agudas: hipercalemia predispõe ao agravamento da intoxicação diminuição da contratilidade cardíaca arritmias Hipocalemia favorece o quadro de intoxicação potássio compete pelos mesmos receptores dos digitálicos Sinais clínicos + histórico + exames laboratoriais + ECG DIAGNÓSTICO ECG bloqueios atrioventriculares, contrações prematuras ventriculares e, em casos graves, fibrilação ventricular Dosagem sérica de Digoxina em até 6h após ingestão ou na admissão em casos crônicos Não é um indicador preciso e não deve ser avaliado isoladamente Em cães, a [ ] sérica de Digoxina acima de 2,5ng/ml é indicativo de intoxicação digitálica Efeito terapêutico 1 – 2ng/ml TRATAMENTO Diminuição da dose do fármaco administrado e retorno da [ ] sérica dentro dos níveis terapêuticos Indução do vômito, lavagem gástrica e uso de carvão ativado em intoxicações recentes Fluidoterapia auxilia na excreção do fármaco e tratamento da hipotensão Uso de antídotos Ac Fab específicos-Digibind que ligam-se à Digoxina, inativando-a Diazepam, Fenobarbital, Tiopental ou Propofol tremores ou convulsões Atropina casos de bradicardia PREVENÇÃO Monitorar laboratorialmente os pacientes tratados com Digoxina e possíveis distúrbios de potássio e magnésio Manter a concentração sérica dentro dos valores terapêuticos REFERÊNCIAS ROCHA, R. M. et al., Revigorando os Digitálicos. Revista da SOCERJ. Rio de Janeiro, 2006. SPINOSA, H.S. et al. Farmacologia aplicada à Medicina Veterinária. 6ªed. Rio de Janeiro, 2017. VIEIRA, S. E. et al. Intoxicação digitálica: revisão de literatura. Ourinhos- SP, 2020. Disponível em: http://www.cic.fio.edu.br/anaisCIC/anais2020/pdf/10.04.pdf.