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Ginecologia e Obstetrícia Tococirurgia – Episiotomia e Episiorrafia - Episiotomia é um procedimento cirúrgico usado para aumentar a abertura vaginal com uma incisão no períneo no final o segundo estágio do parto vaginal. Embora tenha se tornado o procedimento cirúrgico mais comum do mundo, a episiotomia foi introduzida sem muita evidência científica sobre a sua efetividade. “Atualmente, não há evidência científica suficiente para definir as indicações para a episiotomia, apenas que o uso seletivo continua a ser a melhor prática a ser adotada. Portanto, a episiotomia “seletiva” tem sido recomendada; ou seja, não fazer episiotomia deve ser a primeira opção. No entanto, há muita discussão sobre as reais indicações desta incisão. Nos últimos anos, muitos artigos foram publicados e verificaram que tanto as indicações como as técnicas de episiotomia são muito variáveis, por isto os resultados de estudos anteriores são questionáveis.” ACOG Practice Bulletin No. 198 Summary: Prevention and Management of Obstetric Lacerations at Vaginal Delivery. Obstet Gynecol. 2018 Sep;132(3):795-797. · TIPOS: A. Perineotomia. Corta o centro tendineo e pode chgar no esfincter anal. A vantagem é que não corta músculos. B. Médio lateral. A mais comum (lado direito). Pele e mucosa, musculo bulbo cavernoso e transverso superficial do períneo. C. Lateral. Não é mais usada. · TIPOS DE LACERAÇÕES: · ANATOMIA: · PROCEDIMENTO: A episiorrafia geralmente é feita com fio absorvível - catgut. Problemas: sangramento, infecções e deiscências. Mesmo se fizer a episiotomia pode ter laceração. Justificativa da episiotomia (GIBA): faz quando o feto está em +4 de De Lee, com sofrimento (bradicardia) e o períneo é o responsável pelo atraso para o nascimento. É feito para diminuir o período expulsivo. Ginecologia e Obstetrícia Tococirurgia – Fórcipe “Pinça obstétrica destinada a condução do polo cefálico através do canal pelvigenital”. - Fórceps = pinça. Parto normal é diferente de parto vaginal. · ANATOMIA DO FÓRCIPE: · ANATOMIA DO FÓRCIPE – CURVATURAS: · FUNÇÕES DO FÓRCIPE: - Preensão. - Rotação. - Tração. · PRENSÃO: - Pega ideal: biparietomalar ou biparietomalomentoniana. Para fazer a pega ideal deve avaliar a variedade de posição fetal antes de usar o fórcipe. · ROTAÇÃO – CHAVE-FECHADURA: - Fórcipe de Kielland. Faz a rotação em fetos que não fizeram a rotação interna e não conseguem nascer. · TRAÇÃO – FÓRCIPE DE SIMPSON: - Manobra de Saxthorph-Pajot. “Tração descontínua e ritmada até coroação do polo cefálico”. Faz a tração quando a mãe está com contração. O fórceps auxilia o desprendimento do bebê na contração da paciente. - Transvio vertical. - Linhas de tração: · INDICAÇÕES: è INDICAÇÕES MATERNAS: - Cansaço excessivo devido ao trabalho de parto extenuante. - Período expulsivo prolongado – abreviar período expulsivo. - Cardiopatia/aneurismas. - Doenças pulmonares graves. - Cicatriz uterina prévia. è INDICAÇÕES FETAIS: - Emergências – sofrimento fetal. - Descolamento prematuro de placenta. - Distocias de rotação. - Distocias de atitude (defletidas). - Prolapso de cordão. · “PRIMUN NON NOCERE”: - Manobra de Kristeller proibida. · O FÓRCIPE HOJE: “Deve fazer parte da assistência obstétrica moderna”, - Assistência obstétrica segura. - “Tranquilidade” à sala de parto. - Analgesias do primeiro e segundo períodos. - Redução dos índices de cesarianas desnecessárias. “Principalmente em hospitais escolas”. A paciente com período expulsivo prolongado pode formar fístula vesico-vaginal ou reto-vaginal. A cabeça do bebê faz pressão na parede anterior da vagina com a bexiga e na parede posterior da vagina com o reto, essa pressão leva a necrose por isquemia e forma a fístula. · CONDIÇÕES DE APLICABILIDADE: 1. Dilatação total. 2. Rotura de membranas. 3. Segurança diagnóstica da variedade de posição. 4. Ausência de desproporção céfalo-pélvica. 5. Apresentações baixas ou médio-baixas (+3/+2). Bebe em +4 de De Lee e em sofrimento - fórcipe. 6. “Feto vivo”. - Bexiga vazia, experiência obstétrica, analgesia. · TEMPOS DO FÓRCIPE (OP): - Apresentação espacial do fórcipe à vulva. - Locação da colher esquerda com auxílio da mão guia direita. - Locação da colher direita com auxilio da mão guia esquerda. - Articulação dos cabos. - Verificação da pega. - Tração de prova. - Tração descontínua e ritmada até coroação do polo cefálico. - Retirada dos ramos na ordem inversa de locação. - Ultimação do parto. Se tem falha na prova de tração - cesárea. Se a prova de tração é OK - uso de fórcipe. A episiotomia é recomendada pois na maioria dos partos instrumentalizados ocorre laceração. Só faz a episiotomia após a prova de tração ser positiva. · FÓRCIPE MALOGRADO/FALIDO: “Uma das virtudes do Obstetra é reconhecer o momento de desistir da via transpélvica assumindo o diagnóstico de fórcipe malogrado ou falido”. “Os riscos da tentativa de fórcipe devem ser avaliados cuidadosamente e o bem-estar materno e fetal, devem estar acima do orgulho do Obstetra”. · COMPLICAÇÕES: è TRAUMAS MATERNOS: è TRAUMAS FETAIS: Imagem da esquerda: afundamento parietal. Imagem da direita: paralisia facial. Ginecologia e Obstetrícia Tococirurgia – Vácuo-Extração Fetal - Vácuo-extração é um procedimento tocúrgico com objetivo de extrair o feto com o vácuo criado por uma bomba de sucção. O couro cabeludo é puxado para o interior de uma campânula (ventosa), formando uma bossa artificial. · COMPONENTES DO EQUIPAMENTO: - O vácuo-extrator é composto pela campânula, pelo tubo de conexão e bomba de sucção. Não é necessário fazer a episiotomia pois o uso do vácuo-extrator não aumenta o risco de laceração. · CONTRAINDICAÇÕES: è ABSOLUTA: - Desproporção céfalo-pélvica, apresentação córmica, pélvica, cefálica defletida de 1º grau (bregma), de 2º grau (fronte) e de 3º grau (face). è RELATIVAS: - Prematuridade, feto morto (sucção e tração ineficientes), alterações do polo cefálico (hidrocefalia e anencefalia), traumatismo do couro cabeludo fetal, polo cefálico não insinuado (exceção para o nascimento do 2º gemelar). · CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO: - Dilatação completa. - Bexiga e reto vazios. - Feto vivo de termo ou próximo. - Cefálica fletida. - Bolsas de águas rota. - Polo cefálico normal e fixo na bacia. - Ausência de desproporção céfalo-pélvica. · COMPLICAÇÕES: è MATERNAS: - Em menor número e menos graves que com o fórcipe. Quando ocorrem são lacerações da vagina, fúrcula perineal, face interna de pequenos lábios, periuretral. As lesões da bexiga e do reto são raras. è FETAIS: - Bossa serossanguínea, cefalematoma (10% dos partos, a vácuo, em geral, com prognóstico bom), hemorragia retiniana, hemorragia intracraniana. - Segundo a ACOG, os ricos do uso de vácuo-extração são estimados em um evento adverso para cada 45.455 partos nos quais foi aplicado. Ginecologia e Obstetrícia Tococirurgia – Cesárea · EPIDEMIOLOGIA: - O país com maior taxa de cesáreas é a República Dominicana com 58,1%, seguida pelo Brasil com uma taxa de 55,5%, Venezuela com 52,4%, Chile com 46%, Colômbia com 45,95%, Paraguai com 45,9%, Equador com 45,5%, México com 40,7% e Cuba com 40,4%. Boerma T, Ronsmans C, Dessalegn y Melesse DY, Barros AJ, Barros FC, Juan L, et al. Global epidemiology of use of and disparities in caesarean sections. The Lancet, 2018; 392(10155): 1341-1348. · DEFINIÇÃO: - Cirurgia de dupla abertura cavitaria para extração fetal. · INDICAÇÃO: - Salvaguardar a vida materno-fetal. 2 cesáreas prévias ou mais, sofrimento fetal, paciente com eclâmpsia + sofrimento fetal. Entre a mãe e o bebẽ, a vida da mã · TÉCNICAS: è LAPAROTOMIA (CELIOTOMIA): - É uma manobra cirúrgica que envolve uma incisão através da parede abdominal para aceder à cavidade abdominal. A incisão de Pfannestiel é a mais usada devido a recuperação e estética serem melhores. è LAPAROTOMIA – HISTEROTOMIA: - Pele. - Subcutâneo. - Aponeurose. - Músculo reto-abdominal. - Peritônio parietal. - Peritônio visceral. - Histerotomia. Alguns cirurgiões não fecham as 7 camadas e isso não tem ganho e nem prejuízo, fica a critério docirurgião. è HISTEROTOMIA: - É uma incisão no útero, geralmente combinada com uma laparotomia durante uma cesariana. As histerotomias também são realizadas durante cirurgia fetal, e outras intervenções ginecológicas. è EXTRAÇÃO FETAL: - Manual: - Alavanca: - Fórcipe: Para fazer a extração fetal é necessário fazer uma LEVE pressão no fundo do útero para que ele soltar da cavidade e poder sair. Leve pressão, não manobra de Kristeller. · RISCOS: - Hematomas. - Infecções. - Deiscências. - Hemorragias. - Inserção baixa de placenta. - Acretismo placentário. - Dor pélvica. - Ruptura uterina.
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