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Fichamento SPQR

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Universidade Federal Fluminense – UFF 
Departamento de Letras 
Disciplina׃ Matrizes Clássicas 
Orientadora׃ Thaíse Bastos Pio 
Aluna׃ Mariana Pitanga dos Santos de Aguiar 
 
Fichamento por citação 
 
BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga. São Paulo: Planeta, 2017. 
Herdeiro de César 
“Seguindo uma proposta de Cícero, o Senado já havia antes concordado que todas as decisões 
de César deveriam ser ratificadas, em troca de uma anistia para os assassinos. Pode muito bem 
ter sido uma trégua frágil, mas evitou violência adicional.” (p. 342) 
“Isso mudou quando o herdeiro indicado por César chegou a Roma, em abril de 44 a.C., vindo 
do outro lado do Adriático, onde estivera envolvido nos preparativos para uma invasão da 
Pártia.” (p. 342) 
“[...] tomara a medida pouco usual de adotar seu sobrinho-neto em seu testamento, tornando-o 
principal beneficiário de sua fortuna. Caio Otávio [Gaius Octavius] tinha então apenas dezoito 
anos e logo começou a capitalizar em cima do nome famoso que ganhou na adoção, passando 
a se fazer chamar Caio Júlio César [Gaius Julius Caesar] — embora para os seus inimigos, 
assim como para a maioria dos modernos escritores desejosos de evitar confusões, seja 
conhecido como Otaviano [Octavianus] (isto é, "ex-Otávio"). Por que César favoreceu esse 
jovem será sempre um mistério, mas Otaviano tinha interesse em garantir que os assassinos 
do homem que era agora oficialmente seu pai não escapassem incólumes, e que nenhum 
dentre os seus vários possíveis rivais, principalmente Marco Antônio, viesse a ocupar o lugar 
do ditador morto. César era o passaporte de Otaviano para o poder, e depois que um 
complacente Senado decidiu em janeiro de 42 a.C. que César havia se tornado um deus, 
Otaviano rapidamente proclamou seu novo título e status׃ "filho de um deus". Seguiu-se uma 
guerra civil que durou mais de uma década.” (p. 342) 
“No processo de tomar o poder e mantê-lo, Augusto também transformou a si mesmo, de 
chefe guerreiro brutal e insurgente a estadista veterano responsável, consolidando a mudança 
com sua astuta troca de nome.” (p. 343) 
A face da guerra civil 
“Otaviano e Marco Antônio tiveram uma série de confrontos militares no norte da Itália e 
depois se acertaram novamente, formando com Lépido um "triunvirato para o estabelecimento 
de um governo". [...] Roma estava sob o comando de uma junta.” (p. 344) 
“E Cícero estava morto. Havia cometido o erro de falar com excessiva eloquência contra 
Marco Antônio, e na rodada seguinte de assassinatos em massa, que foi a principal realização 
do triunvirato, seu nome figurou entre aquelas centenas de outros senadores e equestres das 
temidas listas. [...] Foi outro final simbólico da República romana, e que continuou sendo 
debatido por séculos.” (p. 344) 
“Agora, qualquer frágil trégua que porventura tivesse sido acordada havia sido esquecida. Em 
outubro de 42 a.C., as forças unidas do triunvirato derrotara Brutus e Cássio perto da cidade 
de Filipos, no extremo norte da Grécia (foco de boa parte da tragédia Júlio César, de 
Shakespeare), e os aliados vitoriosos começaram então a se voltar uns contra os outros.” (p. 
344) 
“Mas, por confusos que sejam os papéis de vários dos principais personagens, esse conflito 
oferece mais evidências do que qualquer outro anterior na história romana a respeito do que 
esse tipo de guerra significava para o restante da população da Itália, de soldados e civis — 
incluindo as vozes reais ou representadas de algumas vítimas inocentes.” (p. 345) 
“Os pobres camponeses que perderam suas terras nos confiscos de triunvirato são um dos 
focos da primeira grande obra do poeta Virgílio, as Éclogas ("Seleções").” (p. 345) 
“De qualquer modo, a coalizão dos três logo ficou reduzida a dois, quando Lépido, que 
sempre fora um ator menor, foi expulso em 36 a.C.” (p. 348) 
“Cleópatra [...] Ela primeiro se aproximou de Dolabela, o ex-genro de Cícero, mas após a 
morte deste voltou-se para Marco Antônio. Essa relação sempre foi narrada em termos 
eróticos. A paixão pode até ter sido um dos elementos do jogo, mas a parceria era sustentada 
por algo mais prosaico׃ necessidades militares, politicas e financeiras. ” (p. 349) 
“Igualmente preocupante para os tradicionalista romanos era a sensação de que Marco 
Antônio estava começando a tratar Alexandria como se fosse Roma [...] Otaviano explorou 
esses medos em uma intervenção drástica em 32 a.C. Marco Antônio havia se divorciado de 
Otávia mais cedo naquele ano, e Otaviano reagiu pondo as mãos no testamento de Marco 
Antônio e lendo em voz alta no Senado alguns trechos particularmente incriminadores. Eles 
revelaram que Antônio reconhecia o jovem Cesarião como filho de Júlio César, que planejava 
deixar grandes quantias de dinheiro para os filhos que tivera com Cleópatra e que queria ser 
enterrado em Alexandria ao lado dela, mesmo que morresse em Roma. O boato nas ruas de 
Roma era que seus planos de longo prazo eram abandonar a cidade de Rômulo e transferir a 
capital toda para o Egito. Foi contra esse pano de fundo que irrompeu a guerra aberta.” (p. 
349-350) 
“No triunfo de Otaviano, no verão de 29 a.C., o que se exibiu foi uma réplica em tamanho 
natural da rainha no momento de sua morte, e mesmo assim ela roubou atenção da multidão. 
[...] Esse foi não só um desfile da vitória mas igualmente um ritual de coroação.” (p. 351) 
Perdedores e vencedores 
“Mas é absolutamente claro que, tanto na época quanto, ainda mais, em retrospecto, Augusto 
(como ele logo passou a ficar conhecido) explorou a ideia de um conflito entre suas próprias 
tradições romanas, ocidentais, profundamente arraigadas, e o excesso "oriental" que Antônio 
e Cleópatra representavam. Na guerra de palavras, e em justificativas posteriores da ascensão 
de Augusto ao poder, isso se tornou uma batalha entre as virtudes de Roma e os perigos e a 
decadência do Oriente.” (p. 352) 
“A Batalha de Ácio também teve um papel-chave nas representações posteriores. Foi 
transformada em um encontro muito mais impressionante do que deve ter sido, e 
engrandecido para se tornar o momento fundador do regime de Augusto, que ainda se 
costuma dizer que começou em 31 a.C.” (p. 352) 
“Quando Virgílio na sua Eneida, escrita apenas alguns anos depois da vitória de Otaviano, 
imagina a rainha Dido "ardendo de amor" em seu reino africano de Cartago, e tentando 
seduzir Eneias para desviá-lo de seu destino de fundar Roma, temos mais do que um eco 
distante de Cleópatra.” (p. 353) 
O enigma de Augusto 
“É impossível até mesmo conjeturar como Antônio teria governado o mundo romano se 
tivesse tido essa chance. Mas resta pouca dúvida de que, quem quer que emergisse como 
vitorioso após as longas guerras civis, o resultado não seria um retorno ao padrão tradicional 
de divisão de poder de Roma, mas alguma forma de autocracia.” (p. 356) 
“Otaviano provavelmente não voltou para a Itália do Egito com um plano autocrático pronto 
para ser aplicado. [...], ele no final concebeu um modelo de como ser imperador romano que 
durou na maioria de seus detalhes significativos pelos duzentos anos seguintes, ou perto disso 
e, em termos mais amplos, mais tempo ainda.” (p. 356) 
“Na realidade, o novo nome "Augusto", que ele adotou logo após voltar do Egito [...], capta 
muito bem esse aspecto evasivo. A palavra evoca ideias de autoridade (auctoritas) e correta 
prática religiosa, com ecos do título de um dos principais grupos de sacerdotes romanos, os 
augures.” (p. 357) 
“Quer as pessoas gostassem dele ou o odiassem, foi em muitos aspectos um revolucionário 
desconcertante e contraditório.” (p. 357) 
“E, diferentemente de qualquer um antes dele, dirigiu os tradicionais mecanismos do apoio 
literário romano para uma campanha coordenada, com patrocínio centralizado.” (p. 358) 
“Augusto, para todos os efeitos, tinha escritores como Virgílio e Horácio em sua folha de 
pagamento, e a obra produzida por eles ofereceuma imagem memorável e eloquente de uma 
nova era de ouro de Roma e seu Império, com Augusto no centro do palco. "Eu lhes dei um 
Império infindável" (imperium sine fine), profetiza Júpiter para os romanos na Eneida de 
Virgílio, um épico nacional, um clássico desde a primeira hora e um livro que foi diretamente 
para o currículo escolar de Roma de Augusto. E ainda permanece no currículo do moderno 
Ocidente, 2 mil anos depois.” (p. 358) 
“A palavra que os romanos usavam com maior frequência para descrever sua posição era 
princeps, significando "primeiro cidadão", e não "imperador", como nós escolhemos chamá-
lo; e uma de suas expressões mais famosas era civilitas — "somos todos cidadãos juntos".” (p. 
358) 
“Uma de suas inovações mais importantes e duradouras foi inundar o mundo romano com seu 
retrato [...]” (p. 359) 
“O que, no entanto, sobrevive é o texto do curriculum vitae de Augusto, um documento que 
ele escreveu ao final de sua vida, resumindo suas realizações (Res Gestae, como a versão 
sobrevivente costuma ser intitulada em latim — ou "Meus feitos"). É uma obra autorrefente, 
partidária e com frequência vazada em tons cor-de-rosa, que tem o cuidado de mascarar ou 
ignorar completamente as ilegalidades criminosas do início da sua trajetória.” (p. 363) 
Meus feitos 
“Mas o simples fato de que o melhor texto sobre as palavras do imperador tenha sobrevivido a 
milhares de quilômetros e, em termos do mundo antigo, a mais de um mês de viagem de 
Roma, diz bastante sobre o regime imperial e sua face pública.” (p. 364) 
“O Res Gestae é uma rica fonte de detalhes sobre a carreira de Augusto e o mundo romano de 
seu tempo.” (p. 364) 
“Augusto livrou-se de todos os rivais, colocando mais território sob o controle romano do que 
qualquer um antes ou depois dele. Mas era também um novo tipo de imperialismo. A frase de 
abertura de seu texto inscrito, que é o mais próximo de um título original que o texto contém, 
diz o seguinte׃ "Foi assim que ele sujeitou o mundo ao poder do povo de Roma".” (p. 367) 
“A Res Gestae constitui uma referência da transformação da paisagem urbana de Roma 
operada por ele. Também equivale a um projeto claro do domínio de um sό homem.” (p. 369) 
A política do poder 
“A Res Gestae sempre teve a intenção de ser um registro do sucesso, um desfile retrospectivo 
de realizações que também iriam ditar um padrão para o futuro. Ela evita qualquer sinal de 
dificuldade, conflito ou contestação, exceto quando faz uma breve rejeição dos adversários há 
muito falecidos da guerra civil.” (p. 370-371) 
“Uma história bem diferente de quando ele retornou à Itália em 29 a.C., ainda como Otaviano, 
com o exemplo de Júlio César pairando agigantado.” (p. 371) 
“O ponto era que Augusto estava adaptando de modo muito inteligente as expressões 
tradicionais para que servissem a uma nova política, justificando e tornando compreensível 
um novo eixo de poder ao reconfigurar sistematicamente uma velha linguagem.” (p. 372) 
“Em VIII a.C., o Senado decidiu (sabe-se lá a partir de quais pressões) que o mês Sextilis, o 
mês seguinte ao Julho de Júlio César, deveria ser renomeado como Augustus (o nosso 
Agosto) — e então Augusto tornou-se parte da passagem regular do tempo, como é até hoje.” 
(p. 372) 
“Sua afirmação de descender diretamente de Eneias ajudou a retratar o imperador como 
alguém que cumpriria o destino romano, alguém ordenado para refundar Roma.” (p. 372) 
“Esse é certamente um elemento da épica história de Eneias escrita por Virgílio, com seus 
claros ecos vinculando o imperador ao lendário herói fundador. Mas é também evidente no 
projeto escultural de novo Fόrum de Augusto. Ali destacavam-se estátuas tanto de Eneias e 
Rômulo como uma de Augusto em pé sobre um carro triunfal no centro da piazza.” (p. 372-
373) 
“A história da república não havia sido obliterada; havia sido transformada em um pano de 
fundo para o poder de Augusto, cujas raízes podiam ser encontradas na própria origem de 
Roma. Ou, em outros termos, Augusto assumiu onde os políticos anteriores de Roma haviam 
falhado.” (p. 373) 
“Mas havia muito mais realpolitik pura e simples envolvida do que isso. Arte, religião, mito, 
símbolo e linguagem, desde a poesia de Virgílio às extravagâncias esculturais do Fόrum, 
desempenharam um papel importante em fundamentar o novo regime.” (p. 373) 
“Como exemplo clássico de "caçador transformado em guarda-caça", Augusto empenhou-se 
em garantir que ninguém tivesse facilidade em seguir o exemplo de sua própria juventude׃ ou 
seja, montar um exercito particular e tomar de assalto o Estado.” (p. 373) 
“Mas Augusto tornou-se algo que nenhum romano havia sido antes׃ o comandante em chefe 
de todas as Forças Armadas, que nomeava seus principais oficiais, decidia onde e contra 
quem os soldados deveriam lutar, e assumia todas as vitórias como suas por definição, não 
importando quem tivesse comandado as tropas na batalha.” (p. 374) 
“Ele também assegurou sua posição cortando os vínculos de dependência e lealdade pessoal 
entre os exércitos e seus comandantes individuais, em grande parte graças a um processo 
simples e prático de reforma da aposentadoria. Essa deve ser considerada uma das mais 
importantes inovações de todo o seu governo.” (p. 374) 
“A intenção era, como a Res Gestae mais ou menos deixa claro, colocar Augusto como aquele 
que deveria monopolizar o apoio do povo, deixando os senadores fora do quadro, a uma 
distância segura.” (p. 375) 
“Não era do interesse da autocracia partilhar a fama e a proeminência que um triunfo trazia, e 
isso era um sinal claríssimo de que a velha República havia terminado.” (p. 377) 
Problemas e sucessões 
“Em 9 d.C., cinco anos antes de sua morte, houve um terrível desastre militar na Germânia 
nas mãos de rebeldes locais e de combatentes pela liberdade, que destruiu a maior parte das 
três legiões. Isso não impediu que a pacificação da Germânia fosse mesmo assim motivo de 
orgulho na Res Gestae, mas supõe-se que a severidade dessa derrota tenha levado Augusto a 
determinar uma suspensão dos projetos de conquista do mundo. No plano interno, houve mais 
oposição aberta ao seu governo do que parece à primeira vista׃ havia literatura ofensiva que 
acabou sendo queimada e conspirações às quais ele sobreviveu por sorte.” (p. 377) 
“Mesmo a Eneida, de Virgílio, o poema épico patrocinado pelo próprio imperador, coloca 
questões difíceis. A figura de Eneias, o mítico ancestral de Augusto e com o claro propósito 
de ser um reflexo dele, é um herói pouco equilibrado. Os leitores modernos talvez sintam 
menos desconforto do que os antigos diante da maneira pela qual ele abandona a infeliz Dido 
e a leva ao terrível suicídio na pira׃ a mensagem é que a mera paixão não deve desviar do 
cumprimento do dever patriótico, e a imagem da perigosa rainha Cleópatra por trás da 
aparência de rainha de Cartago ressalta esse ponto. Mas a cena final do poema, na qual 
Eneias, agora estabelecido na Itália, permite que sua raiva triunfe enquanto assassina 
brutalmente um inimigo já rendido, sempre constituiu um fecho perturbador. Tais 
ambivalências, é claro, fizeram Eneida uma obra de literatura ainda mais poderosa do que 
milhares de linhas de elogios patrioteiros poderiam fazer. Mas continua a levantar questões a 
respeito do relacionamento entre Virgílio e seu patrono.” (p. 379) 
“Mas o maior problema de Augusto era como encontrar um sucessor. Não há dúvida de que 
ele tencionava passar seu poder adiante. Seu enorme túmulo em Roma, já concluído em 28 
a.C., era um sinal poderoso que ele, ao contrário de Marco Antônio, seria enterrado em solo 
italiano e de que haveria uma dinastia para segui-lo. Ele também construiu a ideia de uma 
família imperial, incluindo sua esposa Lívia.” (p. 380) 
“O resultado final de todo esse planejamento dinástico é que a árvore genealógica do que hoje 
conhecemos como dinastia Júlio-Claudiana (Júlio sendo o nome da família de Augusto,Cláudio o do primeiro marido de Lívia) ficou tão complicada que é impossível traçar um 
diagrama claro e, muito menos, destrinchar seus detalhes.” (p. 382) 
“No final, apesar de todos os seus esforços, Augusto voltou ao lugar onde começara, com o 
filho de Lívia, Tibério, que se tornou o próximo imperador em 14 d.C. Plínio, o Velho, 
apontou a ironia. Tibério Claudio Nero [Tiberius Claudius Nero], o pai do novo imperador, 
havia lutado ao lado de Marco Antônio na guerra civil, e sua família era uma das que ficaram 
sitiadas em Perusia. Augusto morreu, gracejou Plínio, "tendo o filho de seu inimigo como 
herdeiro".” (p. 383) 
Augusto morreu. Viva Augusto! 
“Augusto morreu em 19 de agosto de 14 d.C., pouco antes de completar 76 anos, em uma de 
suas casas no sul da Itália.” (p. 384) 
“Houve rumores mais tarde de que Lívia teria tido participação no seu fim, com alguns figos 
envenenados, a fim de facilitar a ascensão de Tibério ao poder, [...]” (p. 384) 
“Outros acreditaram, o que era mais plausível, que Lívia houvesse desempenhado um papel 
importante em suavizar a transição de Augusto para Tibério. Assim que a morte do marido 
pareceu iminente, mandou chamar o filho, que estava a uns cinco dias de distância do outro 
lado do Adriático. Enquanto isso, ela expedia boletins otimistas quanto à saúde de Augusto, 
até que Tibério chegou e a morte pôde ser anunciada. O momento exato em que o velho 
homem realmente morreu virou tema de discussão a partir de então. Mas tenha sido antes ou 
depois da chegada de seu herdeiro, a posse aconteceu sem sobressaltos.” (p. 384) 
“Augusto conseguiu refazer tão radicalmente a paisagem política romana, como conseguiu 
traçar seu próprio caminho por mais de quarenta anos, e com que apoios, é algo que ainda 
desconcerta.” (p. 385) 
“Seja como for, a ampla estrutura que ele montou como imperador durou mais de duzentos 
anos — ou, para colocar em outros termos, pelo restante do período coberto por este livro. 
Todo imperador posterior com o qual iremos deparar foi ou no mínimo personificou Augusto. 
Todos usaram o nome Augusto entre seus títulos imperiais e herdaram seu anel pessoal de 
sinete, que se supõe ter passado de um para outro.” (p. 385-386) 
“Quaisquer que tenham sido as idiossincrasias, as virtudes, os vícios e os antecedentes deles, 
quaisquer que tenham sido os diferentes nomes pelos quais os conhecemos, foram todos 
reencarnações melhores ou piores de Augusto, atuando segundo o modelo de autocracia que 
ele estabeleceu e lidando com os problemas que deixou sem resolver.” (p 386)

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