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1 PUC-Rio – Departamento de Artes e Design DSG1111 - FUNDAMENTOS DA GEOMETRIA Profa Alessandra Carusi Circunferência A circunferência possui características não comumente encontradas em outras figuras planas: - é a única figura plana que pode ser rodada em torno de um ponto sem modificar sua posição aparente; - é a única figura que é simétrica em relação a um número infinito de eixos de simetria. DEFINIÇÃO: É o conjunto de pontos, pertencentes a um plano, equidistantes de um único ponto, chamado centro. Circunferência é uma linha curva, plana e fechada. CÍRCULO: É a porção do plano limitada por uma circunferência. O círculo é uma superfície. A circunferência é o contorno do círculo. LINHAS DA CIRCUNFERÊNCIA: a) Raio (AO): É o segmento de reta que une o centro a qualquer ponto da circunferência. Os raios são todos iguais. b) Secante (s): É a reta que seca (corta) a circunferência em dois de seus pontos. c) Corda(BC): É o segmento de reta que une dois pontos de uma circunferência e tem a secante como reta suporte. d) Diâmetro(DE): É a corda que passa pelo centro da circunferência. O diâmetro é a maior corda e é constituído por dois raios opostos. O diâmetro é o dobro do raio. O diâmetro divide a circunferência em duas partes iguais denominadas semi-circunferências. O círculo pode ser dividido em dois semicírculos. e) Arco (BC), (BG), (CE), (AD), etc : É uma parte qualquer da circunferência, compreendida entre dois de seus pontos. A toda corda corresponde um arco e vice-versa. f) Flecha (FG) : É o trecho do raio perpendicular a uma corda e limitado pela mesma corda e o arco que lhe corresponde. g) Tangente (t) : É a reta que toca a circunferência em um só ponto e é perpendicular ao raio que passa por esse ponto. Este ponto chama-se ponto de tangência. Propriedades das secantes e tangentes 1- Se uma reta s, secante a uma circunferência de centro O, intercepta a circunferência em dois pontos distintos A e B e se M é o ponto médio da corda AB, então o segmento de reta OM é perpendicular à reta secante s. 2- Toda reta tangente a uma circunferência é perpendicular ao raio no ponto de tangência. 3- Duas circunferências são tangentes num ponto T, quando admitem uma reta tangente comum. Nesse caso, os centros das duas circunferências e o ponto de tangência T pertencem à mesma reta. 2 POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE DUAS CIRCUNFERÊNCIAS: 1) Não secantes: quando não têm ponto comum. Podem ser: a) Exteriores b) Interiores c) Concêntricas: quando têm o mesmo centro. 2) Secantes: quando têm dois pontos comuns. 3) Tangentes: quando têm um ponto comum. Podem ser: a) Tangentes internas b) Tangentes externas As circunferências são tangentes externas umas às outras se os seus centros estão em lados opostos da reta tangente comum e elas são tangentes internas umas às outras se os seus centros estão do mesmo lado da reta tangente comum. Segmentos tangentes: Se AP e BP são segmentos de reta tangentes à circunferência nos ponto A e B, então esses segmentos AP e BP são congruentes. Propriedades de arcos e cordas - Em uma mesma circunferência ou em circunferências congruentes, cordas congruentes possuem arcos congruentes e arcos congruentes possuem cordas congruentes. (Situação 1). - Um diâmetro que é perpendicular a uma corda é bissetor da corda e também de seus dois arcos. (Situação 2). - Em uma mesma circunferência ou em circunferências congruentes, cordas que possuem a mesma distância do centro são congruentes. (Situação 3). Situação 1 Situação 2 Situação 3 Polígonos circunscritos Polígono circunscrito a uma circunferência é o que possui seus lados tangentes à circunferência. Ao mesmo tempo, dizemos que esta circunferência está inscrita no polígono. Quadrilátero circunscrito Triângulo circunscrito Propriedade dos quadriláteros circunscritos: Se um quadrilátero é circunscrito a uma circunferência, a soma de dois lados opostos é igual a soma dos outros dois lados. 3 ÂNGULOS DA CIRCUNFERÊNCIA: a) Ângulo central: É aquele que tem o vértice no centro da circunferência e os lados são raios. Arco de circunferência e ângulo central: Na figura, o ângulo a é um ângulo central. Se numa circunferência de centro O, um ângulo central determina um arco AB, dizemos que AB é o arco correspondente ao ângulo AÔB. Semicircunferência: é um arco obtido pela reunião dos pontos extremos de um diâmetro com todos os pontos da circunferência que estão em um dos lados do diâmetro. A medida de um arco de circunferência é a medida do ângulo central que o subentende. De acordo com essa definição, as unidades de medida de arcos são unidades de medida de ângulos e não de comprimento. Observação: Medir um arco, assim, tem o caráter de verificar que parte da circunferência ele representa. Por exemplo, como a circunferência tem 360°, um arco de 60° é sempre a sexta parte da circunferência, embora o comprimento dele possa variar de acordo com o raio dessa circunferência. Na figura, os arcos AB e A1B1 têm a mesma medida, embora seus comprimentos dependam do raio da circunferência que eles pertencem. b) Ângulo inscrito: O vértice é um ponto da circunferência e os lados são cordas. Na figura ao lado, o ângulo AVB é inscrito e AB é o arco correspondente. Medida do ângulo inscrito: A medida de um ângulo inscrito em uma circunferência é igual à metade da respectiva medida do ângulo central, ou seja, a metade de seu arco correspondente, isto é: m = n/2 Ângulo reto inscrito na circunferência: O arco correspondente a um ângulo reto inscrito em uma circunferência é a semi-circunferência. Se um triângulo inscrito numa semi-circunferência tem um lado igual ao diâmetro, então ele é um triângulo retângulo e esse diâmetro é a hipotenusa do triângulo. Um ângulo inscrito em um círculo é reto, se o seu arco correspondente for uma semi-circunferência. c) Ângulo circunscrito: O vértice está fora da circunferência e os lados são tangentes à mesma. d) Ângulo de segmento: Quando um dos lados for uma corda e o outro tangente à circunferência. O ponto de contato do lado tangente é o vértice do ângulo. 4 PUC-Rio – Departamento de Artes e Design DSG1111 - FUNDAMENTOS DA GEOMETRIA Profa Alessandra Carusi Trabalho 3 CIRCUNFERÊNCIA 1) Trace uma circunferência com raio 2 cm, por dois pontos A e B dados sobre uma reta. Sendo que AB=3,5 cm. Resolução: Trace a mediatriz (MN) do segmento AB; com a abertura do compasso igual a 2 cm, marca-se a partir de B, na reta MN, o ponto O (centro da circunferência). 2) Traçar uma circunferência que passe por três pontos não alinhados. Resolução: Três pontos não alinhados formam um triângulo. Sabemos que todo triângulo é inscritível numa circunferência porque o centro da mesma é eqüidistante dos vértices e chama-se circuncentro, ponto de cruzamento das mediatrizes dos lados do triângulo. Cada lado do triângulo formado é uma corda da circunferência. Toda mediatriz de uma corda, portanto, passa pelo centro da curva. Assim, traçando-se as mediatrizes de ceda lado do triângulo, encontramos o centro e descrevemos a circunferência. 3) Determinar o centro de uma circunferência já traçada. Resolução: Pelo mesmo raciocínio do exercício anterior, traçamos duas cordas quaisquer e suas mediatrizes, que determinarão o centro da curva. 4) Dividir uma circunferência de raio 3 cm em 7 partes iguais. Resolução: DIVISÃO DA CIRCUNFERÊNCIA EM PARTES IGUAIS (MÉTODO GERAL DE BION): a) Descreve-se a circunferência e traça-se seu diâmetro. b) Divide-se o diâmetro, pelo processo de deslizamento de esquadros, no número de vezes em que se quer dividir a circunferência. c)Centro em cada extremidade do diâmetro, com abertura igual ao próprio diâmetro, faz-se o cruzamento dos arcos, determinando o ponto P. d) Traça-se a reta que passa pelos pontos P e 2, da divisão do diâmetro. e) Esta reta corta a circunferência no ponto B. f) O arco AB corresponde a divisão da circunferência no número de vezes pretendido. Tal medida deve, portanto, ser aplicada sucessivas vezes sobre a curva, dividindo-a. Obs: A aplicação mais comum da divisão de uma circunferência em partes iguais é a construção do polígono regular inscrito correspondente ao número de lados. 5 5) Retificar a circunferência anterior. Resolução: RETIFICAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA: Retificar uma circunferência é o mesmo que traçar o segmento de reta que corresponde à medida de seu comprimento. A fórmula para tal resolução é c=3D+D/7, (sendo c= comprimento do segmento e D, a medida do diâmetro) . Deste modo, conclui-se que o comprimento de uma circunferência é, aproximadamente, o triplo mais um sétimo do diâmetro. Então: dividindo-se o diâmetro de uma circunferência em sete partes iguais e aplicando-se este valor mais três vezes a medida do diâmetro sobre uma reta, obtém-se o segmento de reta que corresponde ao comprimento da curva. No exemplo abaixo temos que: AH é o diâmetro da circunferência. Este diâmetro foi dividido em 7 partes iguais. A circunferência retificada corresponde, portanto, a 3 vezes a medida AH mais uma das 7 partes ( AB, por exemplo). 6) Traçar uma circunferência de raio 3 cm, tangente a uma reta num ponto dado. Resolução: Para que haja tangência, é necessário que o raio que contém o ponto de tangência seja perpendicular à reta. Assim, traçamos a reta e, por um ponto qualquer, levantamos uma perpendicular, medindo-se sobre esta, a partir do ponto, a medida do raio, definindo-se o centro. Descrevemos então a circunferência. 7) Traçar uma circunferência tangente a uma reta num ponto dado e que passe por outro ponto fora da reta. Resolução: Pelo ponto dado, levanta-se uma perpendicular. Unindo-se o ponto da reta ao ponto fora da mesma, temos um segmento de reta que é uma corda da circunferência a ser traçada. Traçamos, então, a mediatriz deste segmento que, ao cruzar com a perpendicular, define o centro da curva. 8) Traçar duas circunferências de raios 2,5 e 3 cm, que possuem uma corda comum igual a 2 cm. Resolução: Traça-se o segmento de reta que corresponde à corda. Com centro em cada extremidade e abertura igual ao raio de uma das circunferências, definimos, pelo cruzamento dos mesmos, o centro desta curva. Procedendo da mesma maneira, com o raio da outra curva, determinamos o centro desta outra. Traçamos então as duas curvas. A corda AB tem 2cm. Com centro em A e B, raio 2,5 cm, determinamos o ponto O e traçamos a primeira circunferência. A mesma operação é feita, agora com raio 3 cm, para determinar o ponto P e o traçado da segunda curva. 9) Traçar tangentes a uma circunferência de raio 2 cm, sendo que elas passem por um ponto C fora da circunferência. Resolução: - Liga-se o ponto C ao centro O da circunferência; - Acha-se o meio de CO, em A - Com o centro em A e raio AO, descreve-se um arco que corte a circunferência nos pontos E e F; - ligam-se os pontos E e F a C. E e F são pontos de tangência. 6 10) Traçar três circunferências tangentes umas às outras e, ao mesmo tempo, aos lados de um ângulo ABC de 300. Resolução: - traça-se a bissetriz BD do ângulo dado; - sobre BD, marca-se o ponto O; - do ponto O, traça-se OE, perpendicular à BC; - com o centro em O e raio OE, descreve-se a primeira circunferência; - do ponto M, contato desta circunferência com a reta BD, traça-se MN, perpendicular à BD; - do ponto N, sobre o lado BC, descreve-se o arco ME’; - do ponto E’, levanta-se a perpendicular à reta BC, encontrando o centro O’; - com o raio O’E’, descreve-se a segunda circunferência, e assim por diante. 11) Traçar três circunferências tangentes umas às outras, sendo dados os respectivos raios: R = 2 cm; R’ = 2,5 cm e R” = 3 cm. Resolução: - Construir um triângulo com os lados R + R’; R’+R” e R”+ R; - têm-se assim, os pontos O, O’ e O” que são os centros das três circunferências, tangentes umas às outras.
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